A Ucrânia afirmou que até 13 mil soldados ucranianos morreram desde o início da invasão russa em fevereiro. “Temos estimativas oficiais do Estado-Maior (...) que vão de 10 mil a 13 mil mortos”, declarou Mykhailo Podolyak, assessor do presidente Volodmir Zelenski, na quinta-feira ao Canal 24 ucraniano.
Segundo o assessor, Zelenski divulgará os dados oficiais “no momento adequado”.
Em junho, quando as forças russas tomaram o controle da região de Luhansk (leste), Zelenski afirmou que a Ucrânia perdia “de 60 a 100 soldados por dia, mortos em combate, e quase 500 feridos em combate”.
Em setembro, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, afirmou que 5.937 soldados do país morreram em quase sete meses de combates.
Os dois lados são acusados de minimizar suas baixas para não abalar o moral de seus soldados.
Em novembro, o comandante do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Mark Milley, afirmou que mais de 100 mil militares russos morreram ou foram feridos na Ucrânia. Também disse que as forças de Kiev sofreram baixas similares.
Os números divulgados por Milley, que não foram verificados por fontes independentes, foram os dados mais precisos divulgados por Washington até o momento.
Milhares de civis ucranianos morreram nos combates, os mais violentos registrados na Europa em décadas.
Infraestruturas atacadas
O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao chefe de governo alemão, Olaf Scholz, nesta sexta-feira, 2, que os ataques em massa da Rússia às infraestruturas de energia da Ucrânia são “necessários e inevitáveis” e denunciou a postura “destrutiva” do Ocidente em apoiar o governo ucraniano.
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“As Forças Armadas russas evitaram, por muito tempo, atacar com mísseis de alta precisão certos alvos na Ucrânia, mas tais medidas se tornaram necessárias e inevitáveis diante dos ataques provocadores de Kiev”, afirmou o Kremlin em uma nota, em um resumo das declarações de Putin a Scholz após sua primeira conversa desde setembro.
Durante a conversa telefônica de uma hora entre os dois líderes, Scholz “pediu ao presidente russo que encontre uma solução diplomática o mais rápido possível, o que envolve a retirada das tropas russas”, disse o porta-voz do governo, Steffen Hebestreit, em um comunicado.
Para Putin, a posição do Ocidente é “destrutiva”, já que com seu apoio político, financeiro e militar, “Kiev rejeita a ideia de qualquer negociação” e “incita os ucranianos nacionalistas radicais a cometerem crimes sangrentos”.
O presidente russo também pediu a Scholz que “revise sua posição no contexto dos eventos ucranianos”.
De acordo com Putin, a Ucrânia é responsável pelas explosões que destruíram parcialmente a ponte russa da Crimeia e as instalações de energia russas e, portanto, Moscou tem o direito de bombardear as infraestruturas energéticas da Ucrânia.
A última onda de bombardeios russos contra a Ucrânia foi em 23 de novembro. Os ataques deixaram milhões de ucranianos sem luz, ou água, e algumas áreas foram afetadas por vários dias. Na quinta-feira, a operadora privada DTEK disse que Moscou destruiu “40% do sistema de energia ucraniano”. A maioria dos lares ucranianos tem apenas algumas horas de eletricidade por dia. / AFP