Em ligação realizada nesta quarta-feira, 14, o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrii Yermak, transmitiu ao assessor especial de relações internacionais do Planalto, Celso Amorim, o “grande interesse” de Kiev na participação do Brasil na Cúpula “pela paz” promovida pelo presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, que poderá ser realizada em julho.
”Estamos muito interessados na participação do Brasil nessa cúpula”, disse Yermak sobre a conversa, em comunicado divulgado hoje pelo gabinete presidencial ucraniano.
“Estamos prontos para conversar e, para nós, é muito importante ouvir sua opinião”, disse Yermak a Amorim.
Em publicação no Twitter na manhã desta quarta-feira, 14, Yermak afirmou que o ataque à represa na Ucrânia mostrou ainda mais a necessidade da cúpula e acrescentou: “A experiência do Brasil em proteção ambiental é extremamente valiosa para nós”.
Kiev está trabalhando para conseguir que o maior número possível de países participe da chamada “Cúpula Pela Paz” ucraniana, que inclui dez propostas para acabar com a guerra na Ucrânia. A principal proposta inclui a retirada completa da Rússia de seu território.
Países como o Brasil consideram essa condição inviável e defendem um diálogo prévio que preveja uma possível concessão de território por parte de Kiev. O presidente Zelenski deixou claro que os países podem se comprometer a apoiar apenas os pontos da Fórmula de Paz com os quais concordam.
Celso Amorim esteve na Ucrânia no início do mês de maio, quando o presidente ucraniano discutiu a possibilidade da realização da Cúpula Ucrânia-América Latina.
Na ocasião, o vice-chanceler de Relações Exteriores, Andrei Melnik, ainda agradeceu ao Brasil pelo apoio à Ucrânia em fóruns internacionais e também pelo envio de ajuda humanitária ao país. Ainda conforme a chancelaria ucraniana, Amorim e Melnik ainda discutiram cooperação comercial e manifestaram o interesse de ampliar a parceria estratégica entre os dois países.
“Encontrei com o assessor especial de relações internacionais do presidente do Brasil, Celso Amorim. Enfatizamos que o único plano possível capaz de parar a agressão da Rússia na Ucrânia é a Fórmula de Paz Ucraniana’, tuitou o presidente ucraniano na época.
O documento ucraniano que Zelenski busca apoio inclui prioridades como a proteção ambiental, a segurança nuclear, o retorno dos ucranianos em cativeiro russo e a segurança alimentar ameaçada pela invasão militar da Rússia.
O presidente Zelenski deu ênfase especial à inclusão de países africanos, asiáticos e latino-americanos que optaram pela equidistância nessa guerra e têm boas relações com a Rússia nos esforços para obter resultados nesses campos./EFE