Ucrânia faz expurgo de políticos acusados de corrupção em meio à guerra com a Rússia


Compras superfaturadas de alimentos no Exército do país motivam maiores mudanças no Gabinete desde o início da guerra

Por Redação
Atualização:

KIEV ― A um mês de completar um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia, vários altos funcionários ucranianos foram exonerados nesta terça-feira, 24, incluindo um importante assessor do presidente Volodmir Zelenski e governadores de várias regiões ucranianas, acusados de corrupção no Exército. A medida marcou a maior mudança no governo de Zelenski desde o início da guerra, 11 meses atrás.

Membros de ministérios e pelo menos cinco governadores regionais foram demitidos ou deixaram seus cargos. O governo da Ucrânia, que anunciou as destituições no aplicativo de mensagens sociais Telegram, não forneceu detalhes sobre o motivo dos desligamentos, mas eles aconteceram após relatos de que os militares da Ucrânia concordaram em pagar preços inflacionados por alimentos destinados às tropas do país.

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Embora não haja provas de que as demissões se relacionam à apropriação indevida de assistência militar ocidental, as demissões parecem refletir o objetivo de Zelenski de tranquilizar os países aliados da Ucrânia — que estão enviando bilhões de dólares em ajuda militar — de que seu governo mostrará tolerância zero para a corrupção, enquanto se prepara para uma possível nova ofensiva de Moscou.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, demitiu uma série de assessores por corrupção durante a guerra na Ucrânia. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

Desde o começo da guerra, as críticas por corrupção do governo tem sido abafadas pela necessidade de união contra os russos. A mudança vem justamente quando a Otan, a aliança militar do Ocidente, debate os prós e os contras de escalar sua ajuda militar a Kiev com o envio de tanques de guerra alemães para o conflito.

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“A Ucrânia lutava para controlar a crescente corrupção muito antes da invasão”, disse Vitaliy Shabunin, diretor de operações do Centro de Ação Anticorrupção da Ucrânia, uma organização não governamental com sede em Kyev. “Para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente irritante a ideia de que altos funcionários podem estar minando o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.”

A demissão mais notória foi a de Kirilo Timoshenko, um aliado da campanha eleitoral do presidente em 2019 que era o adjunto da chefia de gabinete de Zelenski. Timoshenko era bem conhecido nacional e internacionalmente, frequentemente encarregado de fornecer atualizações sobre a guerra. Mas os jornalistas ucranianos levantaram questões sobre seu estilo de vida luxuoso e o possível uso de recursos do governo. Em particular, ele foi criticado por andar em uma SUV cara que a General Motors havia doado para uso em missões humanitárias.

Houve duas baixas mais sérias por acusações de corrupção: o vice-ministro da Defesa, Viacheslav Chapovalov, foi acusado de inflacionar preços de comida para tropas, e o vice-ministro das Regiões, Vasil Lozinski, admitiu ter recebido US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) em suborno.

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Caíram também o procurador-geral adjunto, Oleskii Simonenko, que tirou férias na Espanha com a família recentemente, e vice-ministros do Desenvolvimento, da Comunidade, da Economia e da Política Social, todos por má gestão e suspeitas de corrupção.

Outros cinco governadores regionais e quatro vice-ministros perderam seus cargos. Eles incluem os governadores da região de Dnipropetrovsk, Valentin Reznichenko; da região de Zaporizhia, Oleksandr Starukh; da região de Sumi, Dmitro Zhivitski; da região de Kherson, Yaroslav Yanushevich; e da capital, Kiev, Oleksii Kuleba. Mais mudanças são esperadas para os próximos dias, segundo analisas da política ucraniana.

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Mais cedo na terça-feira, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que Viacheslav Shapovalov, o vice-ministro de Defesa, “pediu para ser demitido” após as denúncias. O ministério disse em comunicado que liberar Shapovalov de suas funções “preservará a confiança” dos ucranianos e dos parceiros internacionais do país.

A Ucrânia enfrenta problemas crônicos de corrupção desde muito antes da invasão. Mas, para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente revoltante a ideia de que altos funcionários podem prejudicar o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

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Um dos principais porta-vozes do governo durante a guerra, Kirilo Timoshenko foi demitido durante 'expurgo' do governo ucraniano. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Em sua declaração na terça-feira, o ministério enfatizou que as “acusações expressas são infundadas e sem fundamento”, mas chamou o pedido de demissão de Shapovalov de “um ato digno nas tradições da política europeia e democrática, uma demonstração de que os interesses da defesa são superiores a quaisquer cargos ou cadeiras.”

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Críticos de Zelenski afirmam que ele pode estar aproeitando a oportunidade para promover um expurgo e alinhar ainda mais as forças ucranianas e estrangeiras em torno de si. Antes de a gueera na Ucrânia começar, o presidente era impopular e enfraquecido pela luta entre facções de seu governo.

“Um novo contrato social surgiu durante a guerra entre a sociedade civil, os jornalistas e o governo: não iremos criticá-lo como fazíamos antes da guerra, mas sua reação a qualquer escândalo e ineficácia deve ser o mais dura possível”, disse Vitaliy Shabunin. “A demora em expurgar esses suspeitos de corrupção quebrou este acordo.” / NYT, W.POST e AP

KIEV ― A um mês de completar um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia, vários altos funcionários ucranianos foram exonerados nesta terça-feira, 24, incluindo um importante assessor do presidente Volodmir Zelenski e governadores de várias regiões ucranianas, acusados de corrupção no Exército. A medida marcou a maior mudança no governo de Zelenski desde o início da guerra, 11 meses atrás.

Membros de ministérios e pelo menos cinco governadores regionais foram demitidos ou deixaram seus cargos. O governo da Ucrânia, que anunciou as destituições no aplicativo de mensagens sociais Telegram, não forneceu detalhes sobre o motivo dos desligamentos, mas eles aconteceram após relatos de que os militares da Ucrânia concordaram em pagar preços inflacionados por alimentos destinados às tropas do país.

Embora não haja provas de que as demissões se relacionam à apropriação indevida de assistência militar ocidental, as demissões parecem refletir o objetivo de Zelenski de tranquilizar os países aliados da Ucrânia — que estão enviando bilhões de dólares em ajuda militar — de que seu governo mostrará tolerância zero para a corrupção, enquanto se prepara para uma possível nova ofensiva de Moscou.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, demitiu uma série de assessores por corrupção durante a guerra na Ucrânia. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

Desde o começo da guerra, as críticas por corrupção do governo tem sido abafadas pela necessidade de união contra os russos. A mudança vem justamente quando a Otan, a aliança militar do Ocidente, debate os prós e os contras de escalar sua ajuda militar a Kiev com o envio de tanques de guerra alemães para o conflito.

“A Ucrânia lutava para controlar a crescente corrupção muito antes da invasão”, disse Vitaliy Shabunin, diretor de operações do Centro de Ação Anticorrupção da Ucrânia, uma organização não governamental com sede em Kyev. “Para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente irritante a ideia de que altos funcionários podem estar minando o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.”

A demissão mais notória foi a de Kirilo Timoshenko, um aliado da campanha eleitoral do presidente em 2019 que era o adjunto da chefia de gabinete de Zelenski. Timoshenko era bem conhecido nacional e internacionalmente, frequentemente encarregado de fornecer atualizações sobre a guerra. Mas os jornalistas ucranianos levantaram questões sobre seu estilo de vida luxuoso e o possível uso de recursos do governo. Em particular, ele foi criticado por andar em uma SUV cara que a General Motors havia doado para uso em missões humanitárias.

Houve duas baixas mais sérias por acusações de corrupção: o vice-ministro da Defesa, Viacheslav Chapovalov, foi acusado de inflacionar preços de comida para tropas, e o vice-ministro das Regiões, Vasil Lozinski, admitiu ter recebido US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) em suborno.

Caíram também o procurador-geral adjunto, Oleskii Simonenko, que tirou férias na Espanha com a família recentemente, e vice-ministros do Desenvolvimento, da Comunidade, da Economia e da Política Social, todos por má gestão e suspeitas de corrupção.

Outros cinco governadores regionais e quatro vice-ministros perderam seus cargos. Eles incluem os governadores da região de Dnipropetrovsk, Valentin Reznichenko; da região de Zaporizhia, Oleksandr Starukh; da região de Sumi, Dmitro Zhivitski; da região de Kherson, Yaroslav Yanushevich; e da capital, Kiev, Oleksii Kuleba. Mais mudanças são esperadas para os próximos dias, segundo analisas da política ucraniana.

Mais cedo na terça-feira, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que Viacheslav Shapovalov, o vice-ministro de Defesa, “pediu para ser demitido” após as denúncias. O ministério disse em comunicado que liberar Shapovalov de suas funções “preservará a confiança” dos ucranianos e dos parceiros internacionais do país.

A Ucrânia enfrenta problemas crônicos de corrupção desde muito antes da invasão. Mas, para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente revoltante a ideia de que altos funcionários podem prejudicar o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Um dos principais porta-vozes do governo durante a guerra, Kirilo Timoshenko foi demitido durante 'expurgo' do governo ucraniano. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Em sua declaração na terça-feira, o ministério enfatizou que as “acusações expressas são infundadas e sem fundamento”, mas chamou o pedido de demissão de Shapovalov de “um ato digno nas tradições da política europeia e democrática, uma demonstração de que os interesses da defesa são superiores a quaisquer cargos ou cadeiras.”

Críticos de Zelenski afirmam que ele pode estar aproeitando a oportunidade para promover um expurgo e alinhar ainda mais as forças ucranianas e estrangeiras em torno de si. Antes de a gueera na Ucrânia começar, o presidente era impopular e enfraquecido pela luta entre facções de seu governo.

“Um novo contrato social surgiu durante a guerra entre a sociedade civil, os jornalistas e o governo: não iremos criticá-lo como fazíamos antes da guerra, mas sua reação a qualquer escândalo e ineficácia deve ser o mais dura possível”, disse Vitaliy Shabunin. “A demora em expurgar esses suspeitos de corrupção quebrou este acordo.” / NYT, W.POST e AP

KIEV ― A um mês de completar um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia, vários altos funcionários ucranianos foram exonerados nesta terça-feira, 24, incluindo um importante assessor do presidente Volodmir Zelenski e governadores de várias regiões ucranianas, acusados de corrupção no Exército. A medida marcou a maior mudança no governo de Zelenski desde o início da guerra, 11 meses atrás.

Membros de ministérios e pelo menos cinco governadores regionais foram demitidos ou deixaram seus cargos. O governo da Ucrânia, que anunciou as destituições no aplicativo de mensagens sociais Telegram, não forneceu detalhes sobre o motivo dos desligamentos, mas eles aconteceram após relatos de que os militares da Ucrânia concordaram em pagar preços inflacionados por alimentos destinados às tropas do país.

Embora não haja provas de que as demissões se relacionam à apropriação indevida de assistência militar ocidental, as demissões parecem refletir o objetivo de Zelenski de tranquilizar os países aliados da Ucrânia — que estão enviando bilhões de dólares em ajuda militar — de que seu governo mostrará tolerância zero para a corrupção, enquanto se prepara para uma possível nova ofensiva de Moscou.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, demitiu uma série de assessores por corrupção durante a guerra na Ucrânia. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

Desde o começo da guerra, as críticas por corrupção do governo tem sido abafadas pela necessidade de união contra os russos. A mudança vem justamente quando a Otan, a aliança militar do Ocidente, debate os prós e os contras de escalar sua ajuda militar a Kiev com o envio de tanques de guerra alemães para o conflito.

“A Ucrânia lutava para controlar a crescente corrupção muito antes da invasão”, disse Vitaliy Shabunin, diretor de operações do Centro de Ação Anticorrupção da Ucrânia, uma organização não governamental com sede em Kyev. “Para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente irritante a ideia de que altos funcionários podem estar minando o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.”

A demissão mais notória foi a de Kirilo Timoshenko, um aliado da campanha eleitoral do presidente em 2019 que era o adjunto da chefia de gabinete de Zelenski. Timoshenko era bem conhecido nacional e internacionalmente, frequentemente encarregado de fornecer atualizações sobre a guerra. Mas os jornalistas ucranianos levantaram questões sobre seu estilo de vida luxuoso e o possível uso de recursos do governo. Em particular, ele foi criticado por andar em uma SUV cara que a General Motors havia doado para uso em missões humanitárias.

Houve duas baixas mais sérias por acusações de corrupção: o vice-ministro da Defesa, Viacheslav Chapovalov, foi acusado de inflacionar preços de comida para tropas, e o vice-ministro das Regiões, Vasil Lozinski, admitiu ter recebido US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) em suborno.

Caíram também o procurador-geral adjunto, Oleskii Simonenko, que tirou férias na Espanha com a família recentemente, e vice-ministros do Desenvolvimento, da Comunidade, da Economia e da Política Social, todos por má gestão e suspeitas de corrupção.

Outros cinco governadores regionais e quatro vice-ministros perderam seus cargos. Eles incluem os governadores da região de Dnipropetrovsk, Valentin Reznichenko; da região de Zaporizhia, Oleksandr Starukh; da região de Sumi, Dmitro Zhivitski; da região de Kherson, Yaroslav Yanushevich; e da capital, Kiev, Oleksii Kuleba. Mais mudanças são esperadas para os próximos dias, segundo analisas da política ucraniana.

Mais cedo na terça-feira, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que Viacheslav Shapovalov, o vice-ministro de Defesa, “pediu para ser demitido” após as denúncias. O ministério disse em comunicado que liberar Shapovalov de suas funções “preservará a confiança” dos ucranianos e dos parceiros internacionais do país.

A Ucrânia enfrenta problemas crônicos de corrupção desde muito antes da invasão. Mas, para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente revoltante a ideia de que altos funcionários podem prejudicar o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Um dos principais porta-vozes do governo durante a guerra, Kirilo Timoshenko foi demitido durante 'expurgo' do governo ucraniano. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Em sua declaração na terça-feira, o ministério enfatizou que as “acusações expressas são infundadas e sem fundamento”, mas chamou o pedido de demissão de Shapovalov de “um ato digno nas tradições da política europeia e democrática, uma demonstração de que os interesses da defesa são superiores a quaisquer cargos ou cadeiras.”

Críticos de Zelenski afirmam que ele pode estar aproeitando a oportunidade para promover um expurgo e alinhar ainda mais as forças ucranianas e estrangeiras em torno de si. Antes de a gueera na Ucrânia começar, o presidente era impopular e enfraquecido pela luta entre facções de seu governo.

“Um novo contrato social surgiu durante a guerra entre a sociedade civil, os jornalistas e o governo: não iremos criticá-lo como fazíamos antes da guerra, mas sua reação a qualquer escândalo e ineficácia deve ser o mais dura possível”, disse Vitaliy Shabunin. “A demora em expurgar esses suspeitos de corrupção quebrou este acordo.” / NYT, W.POST e AP

KIEV ― A um mês de completar um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia, vários altos funcionários ucranianos foram exonerados nesta terça-feira, 24, incluindo um importante assessor do presidente Volodmir Zelenski e governadores de várias regiões ucranianas, acusados de corrupção no Exército. A medida marcou a maior mudança no governo de Zelenski desde o início da guerra, 11 meses atrás.

Membros de ministérios e pelo menos cinco governadores regionais foram demitidos ou deixaram seus cargos. O governo da Ucrânia, que anunciou as destituições no aplicativo de mensagens sociais Telegram, não forneceu detalhes sobre o motivo dos desligamentos, mas eles aconteceram após relatos de que os militares da Ucrânia concordaram em pagar preços inflacionados por alimentos destinados às tropas do país.

Embora não haja provas de que as demissões se relacionam à apropriação indevida de assistência militar ocidental, as demissões parecem refletir o objetivo de Zelenski de tranquilizar os países aliados da Ucrânia — que estão enviando bilhões de dólares em ajuda militar — de que seu governo mostrará tolerância zero para a corrupção, enquanto se prepara para uma possível nova ofensiva de Moscou.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, demitiu uma série de assessores por corrupção durante a guerra na Ucrânia. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

Desde o começo da guerra, as críticas por corrupção do governo tem sido abafadas pela necessidade de união contra os russos. A mudança vem justamente quando a Otan, a aliança militar do Ocidente, debate os prós e os contras de escalar sua ajuda militar a Kiev com o envio de tanques de guerra alemães para o conflito.

“A Ucrânia lutava para controlar a crescente corrupção muito antes da invasão”, disse Vitaliy Shabunin, diretor de operações do Centro de Ação Anticorrupção da Ucrânia, uma organização não governamental com sede em Kyev. “Para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente irritante a ideia de que altos funcionários podem estar minando o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.”

A demissão mais notória foi a de Kirilo Timoshenko, um aliado da campanha eleitoral do presidente em 2019 que era o adjunto da chefia de gabinete de Zelenski. Timoshenko era bem conhecido nacional e internacionalmente, frequentemente encarregado de fornecer atualizações sobre a guerra. Mas os jornalistas ucranianos levantaram questões sobre seu estilo de vida luxuoso e o possível uso de recursos do governo. Em particular, ele foi criticado por andar em uma SUV cara que a General Motors havia doado para uso em missões humanitárias.

Houve duas baixas mais sérias por acusações de corrupção: o vice-ministro da Defesa, Viacheslav Chapovalov, foi acusado de inflacionar preços de comida para tropas, e o vice-ministro das Regiões, Vasil Lozinski, admitiu ter recebido US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) em suborno.

Caíram também o procurador-geral adjunto, Oleskii Simonenko, que tirou férias na Espanha com a família recentemente, e vice-ministros do Desenvolvimento, da Comunidade, da Economia e da Política Social, todos por má gestão e suspeitas de corrupção.

Outros cinco governadores regionais e quatro vice-ministros perderam seus cargos. Eles incluem os governadores da região de Dnipropetrovsk, Valentin Reznichenko; da região de Zaporizhia, Oleksandr Starukh; da região de Sumi, Dmitro Zhivitski; da região de Kherson, Yaroslav Yanushevich; e da capital, Kiev, Oleksii Kuleba. Mais mudanças são esperadas para os próximos dias, segundo analisas da política ucraniana.

Mais cedo na terça-feira, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que Viacheslav Shapovalov, o vice-ministro de Defesa, “pediu para ser demitido” após as denúncias. O ministério disse em comunicado que liberar Shapovalov de suas funções “preservará a confiança” dos ucranianos e dos parceiros internacionais do país.

A Ucrânia enfrenta problemas crônicos de corrupção desde muito antes da invasão. Mas, para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente revoltante a ideia de que altos funcionários podem prejudicar o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Um dos principais porta-vozes do governo durante a guerra, Kirilo Timoshenko foi demitido durante 'expurgo' do governo ucraniano. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Em sua declaração na terça-feira, o ministério enfatizou que as “acusações expressas são infundadas e sem fundamento”, mas chamou o pedido de demissão de Shapovalov de “um ato digno nas tradições da política europeia e democrática, uma demonstração de que os interesses da defesa são superiores a quaisquer cargos ou cadeiras.”

Críticos de Zelenski afirmam que ele pode estar aproeitando a oportunidade para promover um expurgo e alinhar ainda mais as forças ucranianas e estrangeiras em torno de si. Antes de a gueera na Ucrânia começar, o presidente era impopular e enfraquecido pela luta entre facções de seu governo.

“Um novo contrato social surgiu durante a guerra entre a sociedade civil, os jornalistas e o governo: não iremos criticá-lo como fazíamos antes da guerra, mas sua reação a qualquer escândalo e ineficácia deve ser o mais dura possível”, disse Vitaliy Shabunin. “A demora em expurgar esses suspeitos de corrupção quebrou este acordo.” / NYT, W.POST e AP

KIEV ― A um mês de completar um ano da invasão da Ucrânia pela Rússia, vários altos funcionários ucranianos foram exonerados nesta terça-feira, 24, incluindo um importante assessor do presidente Volodmir Zelenski e governadores de várias regiões ucranianas, acusados de corrupção no Exército. A medida marcou a maior mudança no governo de Zelenski desde o início da guerra, 11 meses atrás.

Membros de ministérios e pelo menos cinco governadores regionais foram demitidos ou deixaram seus cargos. O governo da Ucrânia, que anunciou as destituições no aplicativo de mensagens sociais Telegram, não forneceu detalhes sobre o motivo dos desligamentos, mas eles aconteceram após relatos de que os militares da Ucrânia concordaram em pagar preços inflacionados por alimentos destinados às tropas do país.

Embora não haja provas de que as demissões se relacionam à apropriação indevida de assistência militar ocidental, as demissões parecem refletir o objetivo de Zelenski de tranquilizar os países aliados da Ucrânia — que estão enviando bilhões de dólares em ajuda militar — de que seu governo mostrará tolerância zero para a corrupção, enquanto se prepara para uma possível nova ofensiva de Moscou.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, demitiu uma série de assessores por corrupção durante a guerra na Ucrânia. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

Desde o começo da guerra, as críticas por corrupção do governo tem sido abafadas pela necessidade de união contra os russos. A mudança vem justamente quando a Otan, a aliança militar do Ocidente, debate os prós e os contras de escalar sua ajuda militar a Kiev com o envio de tanques de guerra alemães para o conflito.

“A Ucrânia lutava para controlar a crescente corrupção muito antes da invasão”, disse Vitaliy Shabunin, diretor de operações do Centro de Ação Anticorrupção da Ucrânia, uma organização não governamental com sede em Kyev. “Para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente irritante a ideia de que altos funcionários podem estar minando o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.”

A demissão mais notória foi a de Kirilo Timoshenko, um aliado da campanha eleitoral do presidente em 2019 que era o adjunto da chefia de gabinete de Zelenski. Timoshenko era bem conhecido nacional e internacionalmente, frequentemente encarregado de fornecer atualizações sobre a guerra. Mas os jornalistas ucranianos levantaram questões sobre seu estilo de vida luxuoso e o possível uso de recursos do governo. Em particular, ele foi criticado por andar em uma SUV cara que a General Motors havia doado para uso em missões humanitárias.

Houve duas baixas mais sérias por acusações de corrupção: o vice-ministro da Defesa, Viacheslav Chapovalov, foi acusado de inflacionar preços de comida para tropas, e o vice-ministro das Regiões, Vasil Lozinski, admitiu ter recebido US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) em suborno.

Caíram também o procurador-geral adjunto, Oleskii Simonenko, que tirou férias na Espanha com a família recentemente, e vice-ministros do Desenvolvimento, da Comunidade, da Economia e da Política Social, todos por má gestão e suspeitas de corrupção.

Outros cinco governadores regionais e quatro vice-ministros perderam seus cargos. Eles incluem os governadores da região de Dnipropetrovsk, Valentin Reznichenko; da região de Zaporizhia, Oleksandr Starukh; da região de Sumi, Dmitro Zhivitski; da região de Kherson, Yaroslav Yanushevich; e da capital, Kiev, Oleksii Kuleba. Mais mudanças são esperadas para os próximos dias, segundo analisas da política ucraniana.

Mais cedo na terça-feira, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que Viacheslav Shapovalov, o vice-ministro de Defesa, “pediu para ser demitido” após as denúncias. O ministério disse em comunicado que liberar Shapovalov de suas funções “preservará a confiança” dos ucranianos e dos parceiros internacionais do país.

A Ucrânia enfrenta problemas crônicos de corrupção desde muito antes da invasão. Mas, para muitos ucranianos, o sentimento de luta comum e unidade durante a guerra torna particularmente revoltante a ideia de que altos funcionários podem prejudicar o esforço coletivo do país para seu próprio benefício, especialmente se a corrupção envolver os militares.

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Um dos principais porta-vozes do governo durante a guerra, Kirilo Timoshenko foi demitido durante 'expurgo' do governo ucraniano. Foto: Sergey Dolzhenko/ EFE

No fim de semana, o jornal ucraniano ZN.UA noticiou que o Ministério da Defesa comprou alimentos a preços inflacionados, incluindo ovos a três vezes o seu custo. O ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, chamou as alegações de “tolice absoluta” e produto de “informações distorcidas”.

Em sua declaração na terça-feira, o ministério enfatizou que as “acusações expressas são infundadas e sem fundamento”, mas chamou o pedido de demissão de Shapovalov de “um ato digno nas tradições da política europeia e democrática, uma demonstração de que os interesses da defesa são superiores a quaisquer cargos ou cadeiras.”

Críticos de Zelenski afirmam que ele pode estar aproeitando a oportunidade para promover um expurgo e alinhar ainda mais as forças ucranianas e estrangeiras em torno de si. Antes de a gueera na Ucrânia começar, o presidente era impopular e enfraquecido pela luta entre facções de seu governo.

“Um novo contrato social surgiu durante a guerra entre a sociedade civil, os jornalistas e o governo: não iremos criticá-lo como fazíamos antes da guerra, mas sua reação a qualquer escândalo e ineficácia deve ser o mais dura possível”, disse Vitaliy Shabunin. “A demora em expurgar esses suspeitos de corrupção quebrou este acordo.” / NYT, W.POST e AP

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