Ucrânia lança esperada contraofensiva para tentar retomar territórios da Rússia


Autoridades ucranianas afirmaram repetidamente nos últimos dias que não fariam um anúncio oficial de que a contraofensiva havia começado e que nenhuma ação individual marcaria seu início

Por Redação
Atualização:

A esperada contraofensiva da Ucrânia contra as forças russas começou, abrindo uma fase do conflito que tem o intuito de restaurar os territórios ucranianos e manter o apoio ocidental para Kiev.

As tropas da Ucrânia intensificaram seus ataques na linha de frente no sudeste do país, de acordo com quatro indivíduos das forças armadas de Kiev, que falaram sob condição de anonimato ao jornal The Washington Post.

As tropas ucranianas incluem unidades de ataque especializadas armadas com armas ocidentais e treinadas em táticas da Otan. Os ataques no sudeste do país marcam um avanço significativo no território ocupado pela Rússia.

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Um soldado ucraniano da 28ª Brigada Mecanizada Separada recua após disparar uma granada contra as forças russas perto de Bakhmut Foto: Tyler Hicks / NYT

Blogueiros militares russos também relataram combates intensos na região de Zaporizhia, uma parte da linha de frente que há muito é vista como um local provável para uma ofensiva de Kiev. Ao cortar para o sul através dos campos planos de Zaporizhia, as forças da Ucrânia poderiam ter como objetivo cortar a chamada ponte terrestre entre a Rússia e a Península da Crimeia ocupada, cortando as linhas de abastecimento.

Os ucranianos também poderiam tentar liberar a cidade de Melitopol, que a Rússia estabeleceu como a capital ocupada da região, e Enerhodar, onde está localizada a usina nuclear de Zaporizhzhia.

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O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou que as forças ucranianas tentaram romper as defesas do exército russo na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. Shoigu disse que a Ucrânia mobilizou até 1.500 soldados e 150 veículos blindados, mas as forças russas conseguiram prevenir as ofensivas. O The Washington Post não pôde verificar imediatamente sua afirmação.

As forças russas passaram meses fortificando a área com minas e trincheiras. Um membro de uma brigada da Ucrânia que participou da ofensiva no sudeste descreveu “contínuos combates pesados”. “É muito difícil”, disse ele na manhã desta quinta-feira, 8. “Nossa artilharia está funcionando, mas a dos russos também. É difícil para nós e para eles. As forças armadas avançam. Mas não tão rápido quanto queríamos”, completou o militar.

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Kiev não assume início de contraofensiva

Autoridades ucranianas afirmaram repetidamente nos últimos dias que não fariam um anúncio oficial de que a contraofensiva havia começado e que nenhuma ação individual marcaria seu início.

Espera-se que a ofensiva se desenvolva ao longo dos próximos meses e sirva como um teste fundamental de uma estratégia liderada pelos Estados Unidos para preparar as forças ucranianas com as táticas de guerra mais avançadas.

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Membros da 93ª Brigada Mecanizada da Ucrânia disparam um morteiro de 82 mm em posições russas em Bakhmut Foto: Tyler Hicks/ NYT

Igor Strelkov, um ex-oficial do serviço de segurança da Rússia que desempenhou um papel importante na anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em 2014 e posteriormente na guerra na região leste de Donbass, afirmou nesta quinta-feira que estava claro que a contraofensiva da Ucrânia havia começado.

“Talvez agora possamos dizer com segurança que a ofensiva ucraniana começou há cinco ou seis dias”, escreveu Strelkov no Telegram, fornecendo análises de movimentos de tropas em diferentes pontos críticos ao longo da frente.

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Enchentes

A contraofensiva está se intensificando à medida que uma crise aumenta na região de Kherson, no sul da Ucrânia, por conta das enchentes provocadas pela explosão da represa de Kakhovka, que fez com que mais de 80 vilas e pequenas cidades que ficam às margens do rio Dnieper, no sul da Ucrânia, ficassem alagadas. Autoridades tiveram que agilizar o reabastecimento de agua potável na região em meio às enchentes.

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Autoridades russas e ucranianas disseram ter iniciado operações de retirada de milhares de pessoas nas áreas de Kherson que eles controlam, mas avisaram que a intensidade das inundações estava diminuindo. A ONU afirmou que a destruição desencadeada é “monumental”.

De acordo com fontes oficiais, 22 mil pessoas vivem em áreas sob risco de inundação controladas pela Rússia no lado leste do rio, enquanto 16 mil vivem na zona mais crítica do território controlado pela Ucrânia no lado oeste.

Voluntários ajudam a retirar residentes das áreas afetadas pelas enchentes em Kherson após danos sofridos na barragem da usina hidrelétrica de Kakhovka Foto: Aleksey Filippov / AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, visitou partes da região sul de Kherson nesta quinta-feira e conversou com pessoas que tiveram que ser retiradas de suas casas por conta das enchentes.

Já o presidente russo, Vladimir Putin, não tem planos de visitar áreas ocupadas por Moscou que foram atingidas pelas enchentes, segundo informou o Kremlin. O porta-voz Dmitri Peskov disse a repórteres que Putin está monitorando de perto a situação no sul da Ucrânia após o colapso da barragem de Kakhovka.

Moscou e Kiev se acusaram mutuamente pelo colapso da represa, que representa desafios estratégicos para ambos os lados, segundo os especialistas.

Zelenski afirmou que a Rússia orquestrou um ataque à barragem no rio Dnieper, chamando-o de “crime de ecocídio”. “Ainda não podemos prever quanto dos produtos químicos, fertilizantes e derivados de petróleo armazenados nas áreas inundadas irão parar nos rios e no mar”, disse ele./W.Post

A esperada contraofensiva da Ucrânia contra as forças russas começou, abrindo uma fase do conflito que tem o intuito de restaurar os territórios ucranianos e manter o apoio ocidental para Kiev.

As tropas da Ucrânia intensificaram seus ataques na linha de frente no sudeste do país, de acordo com quatro indivíduos das forças armadas de Kiev, que falaram sob condição de anonimato ao jornal The Washington Post.

As tropas ucranianas incluem unidades de ataque especializadas armadas com armas ocidentais e treinadas em táticas da Otan. Os ataques no sudeste do país marcam um avanço significativo no território ocupado pela Rússia.

Um soldado ucraniano da 28ª Brigada Mecanizada Separada recua após disparar uma granada contra as forças russas perto de Bakhmut Foto: Tyler Hicks / NYT

Blogueiros militares russos também relataram combates intensos na região de Zaporizhia, uma parte da linha de frente que há muito é vista como um local provável para uma ofensiva de Kiev. Ao cortar para o sul através dos campos planos de Zaporizhia, as forças da Ucrânia poderiam ter como objetivo cortar a chamada ponte terrestre entre a Rússia e a Península da Crimeia ocupada, cortando as linhas de abastecimento.

Os ucranianos também poderiam tentar liberar a cidade de Melitopol, que a Rússia estabeleceu como a capital ocupada da região, e Enerhodar, onde está localizada a usina nuclear de Zaporizhzhia.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou que as forças ucranianas tentaram romper as defesas do exército russo na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. Shoigu disse que a Ucrânia mobilizou até 1.500 soldados e 150 veículos blindados, mas as forças russas conseguiram prevenir as ofensivas. O The Washington Post não pôde verificar imediatamente sua afirmação.

As forças russas passaram meses fortificando a área com minas e trincheiras. Um membro de uma brigada da Ucrânia que participou da ofensiva no sudeste descreveu “contínuos combates pesados”. “É muito difícil”, disse ele na manhã desta quinta-feira, 8. “Nossa artilharia está funcionando, mas a dos russos também. É difícil para nós e para eles. As forças armadas avançam. Mas não tão rápido quanto queríamos”, completou o militar.

Kiev não assume início de contraofensiva

Autoridades ucranianas afirmaram repetidamente nos últimos dias que não fariam um anúncio oficial de que a contraofensiva havia começado e que nenhuma ação individual marcaria seu início.

Espera-se que a ofensiva se desenvolva ao longo dos próximos meses e sirva como um teste fundamental de uma estratégia liderada pelos Estados Unidos para preparar as forças ucranianas com as táticas de guerra mais avançadas.

Membros da 93ª Brigada Mecanizada da Ucrânia disparam um morteiro de 82 mm em posições russas em Bakhmut Foto: Tyler Hicks/ NYT

Igor Strelkov, um ex-oficial do serviço de segurança da Rússia que desempenhou um papel importante na anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em 2014 e posteriormente na guerra na região leste de Donbass, afirmou nesta quinta-feira que estava claro que a contraofensiva da Ucrânia havia começado.

“Talvez agora possamos dizer com segurança que a ofensiva ucraniana começou há cinco ou seis dias”, escreveu Strelkov no Telegram, fornecendo análises de movimentos de tropas em diferentes pontos críticos ao longo da frente.

Enchentes

A contraofensiva está se intensificando à medida que uma crise aumenta na região de Kherson, no sul da Ucrânia, por conta das enchentes provocadas pela explosão da represa de Kakhovka, que fez com que mais de 80 vilas e pequenas cidades que ficam às margens do rio Dnieper, no sul da Ucrânia, ficassem alagadas. Autoridades tiveram que agilizar o reabastecimento de agua potável na região em meio às enchentes.

Autoridades russas e ucranianas disseram ter iniciado operações de retirada de milhares de pessoas nas áreas de Kherson que eles controlam, mas avisaram que a intensidade das inundações estava diminuindo. A ONU afirmou que a destruição desencadeada é “monumental”.

De acordo com fontes oficiais, 22 mil pessoas vivem em áreas sob risco de inundação controladas pela Rússia no lado leste do rio, enquanto 16 mil vivem na zona mais crítica do território controlado pela Ucrânia no lado oeste.

Voluntários ajudam a retirar residentes das áreas afetadas pelas enchentes em Kherson após danos sofridos na barragem da usina hidrelétrica de Kakhovka Foto: Aleksey Filippov / AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, visitou partes da região sul de Kherson nesta quinta-feira e conversou com pessoas que tiveram que ser retiradas de suas casas por conta das enchentes.

Já o presidente russo, Vladimir Putin, não tem planos de visitar áreas ocupadas por Moscou que foram atingidas pelas enchentes, segundo informou o Kremlin. O porta-voz Dmitri Peskov disse a repórteres que Putin está monitorando de perto a situação no sul da Ucrânia após o colapso da barragem de Kakhovka.

Moscou e Kiev se acusaram mutuamente pelo colapso da represa, que representa desafios estratégicos para ambos os lados, segundo os especialistas.

Zelenski afirmou que a Rússia orquestrou um ataque à barragem no rio Dnieper, chamando-o de “crime de ecocídio”. “Ainda não podemos prever quanto dos produtos químicos, fertilizantes e derivados de petróleo armazenados nas áreas inundadas irão parar nos rios e no mar”, disse ele./W.Post

A esperada contraofensiva da Ucrânia contra as forças russas começou, abrindo uma fase do conflito que tem o intuito de restaurar os territórios ucranianos e manter o apoio ocidental para Kiev.

As tropas da Ucrânia intensificaram seus ataques na linha de frente no sudeste do país, de acordo com quatro indivíduos das forças armadas de Kiev, que falaram sob condição de anonimato ao jornal The Washington Post.

As tropas ucranianas incluem unidades de ataque especializadas armadas com armas ocidentais e treinadas em táticas da Otan. Os ataques no sudeste do país marcam um avanço significativo no território ocupado pela Rússia.

Um soldado ucraniano da 28ª Brigada Mecanizada Separada recua após disparar uma granada contra as forças russas perto de Bakhmut Foto: Tyler Hicks / NYT

Blogueiros militares russos também relataram combates intensos na região de Zaporizhia, uma parte da linha de frente que há muito é vista como um local provável para uma ofensiva de Kiev. Ao cortar para o sul através dos campos planos de Zaporizhia, as forças da Ucrânia poderiam ter como objetivo cortar a chamada ponte terrestre entre a Rússia e a Península da Crimeia ocupada, cortando as linhas de abastecimento.

Os ucranianos também poderiam tentar liberar a cidade de Melitopol, que a Rússia estabeleceu como a capital ocupada da região, e Enerhodar, onde está localizada a usina nuclear de Zaporizhzhia.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou que as forças ucranianas tentaram romper as defesas do exército russo na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. Shoigu disse que a Ucrânia mobilizou até 1.500 soldados e 150 veículos blindados, mas as forças russas conseguiram prevenir as ofensivas. O The Washington Post não pôde verificar imediatamente sua afirmação.

As forças russas passaram meses fortificando a área com minas e trincheiras. Um membro de uma brigada da Ucrânia que participou da ofensiva no sudeste descreveu “contínuos combates pesados”. “É muito difícil”, disse ele na manhã desta quinta-feira, 8. “Nossa artilharia está funcionando, mas a dos russos também. É difícil para nós e para eles. As forças armadas avançam. Mas não tão rápido quanto queríamos”, completou o militar.

Kiev não assume início de contraofensiva

Autoridades ucranianas afirmaram repetidamente nos últimos dias que não fariam um anúncio oficial de que a contraofensiva havia começado e que nenhuma ação individual marcaria seu início.

Espera-se que a ofensiva se desenvolva ao longo dos próximos meses e sirva como um teste fundamental de uma estratégia liderada pelos Estados Unidos para preparar as forças ucranianas com as táticas de guerra mais avançadas.

Membros da 93ª Brigada Mecanizada da Ucrânia disparam um morteiro de 82 mm em posições russas em Bakhmut Foto: Tyler Hicks/ NYT

Igor Strelkov, um ex-oficial do serviço de segurança da Rússia que desempenhou um papel importante na anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em 2014 e posteriormente na guerra na região leste de Donbass, afirmou nesta quinta-feira que estava claro que a contraofensiva da Ucrânia havia começado.

“Talvez agora possamos dizer com segurança que a ofensiva ucraniana começou há cinco ou seis dias”, escreveu Strelkov no Telegram, fornecendo análises de movimentos de tropas em diferentes pontos críticos ao longo da frente.

Enchentes

A contraofensiva está se intensificando à medida que uma crise aumenta na região de Kherson, no sul da Ucrânia, por conta das enchentes provocadas pela explosão da represa de Kakhovka, que fez com que mais de 80 vilas e pequenas cidades que ficam às margens do rio Dnieper, no sul da Ucrânia, ficassem alagadas. Autoridades tiveram que agilizar o reabastecimento de agua potável na região em meio às enchentes.

Autoridades russas e ucranianas disseram ter iniciado operações de retirada de milhares de pessoas nas áreas de Kherson que eles controlam, mas avisaram que a intensidade das inundações estava diminuindo. A ONU afirmou que a destruição desencadeada é “monumental”.

De acordo com fontes oficiais, 22 mil pessoas vivem em áreas sob risco de inundação controladas pela Rússia no lado leste do rio, enquanto 16 mil vivem na zona mais crítica do território controlado pela Ucrânia no lado oeste.

Voluntários ajudam a retirar residentes das áreas afetadas pelas enchentes em Kherson após danos sofridos na barragem da usina hidrelétrica de Kakhovka Foto: Aleksey Filippov / AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, visitou partes da região sul de Kherson nesta quinta-feira e conversou com pessoas que tiveram que ser retiradas de suas casas por conta das enchentes.

Já o presidente russo, Vladimir Putin, não tem planos de visitar áreas ocupadas por Moscou que foram atingidas pelas enchentes, segundo informou o Kremlin. O porta-voz Dmitri Peskov disse a repórteres que Putin está monitorando de perto a situação no sul da Ucrânia após o colapso da barragem de Kakhovka.

Moscou e Kiev se acusaram mutuamente pelo colapso da represa, que representa desafios estratégicos para ambos os lados, segundo os especialistas.

Zelenski afirmou que a Rússia orquestrou um ataque à barragem no rio Dnieper, chamando-o de “crime de ecocídio”. “Ainda não podemos prever quanto dos produtos químicos, fertilizantes e derivados de petróleo armazenados nas áreas inundadas irão parar nos rios e no mar”, disse ele./W.Post

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