Uma aliança de fé entre conservadores em Israel e os evangélicos


De Menachem Begin a Netanyahu, governos do Likud buscam apoio nas igrejas americanas

Por Cristiano Dias

Em janeiro de 1998, o primeiro-ministro de IsraelBinyamin Netanyahu,chegou aos EUA para uma visita oficial. Mas, antes de se reunir com o presidente Bill Clinton, o jovem premiê optou por uma indelicadeza diplomática e foi se encontrar com o reverendo Jeremy Falwell.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em encontro com o reverendo americano Jerry Falwell em Washington, em janeiro de 1998 Foto: Larry Downing/Reuters

No Hotel Mayflower, em Washington, ele entrou no salão de gala ovacionado por mil fundamentalistas cristãos e foi apresentado como o “Ronald Reagan de Israel”.

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Quando Netanyahu se despediu, o reverendo Falwell lhe hipotecou apoio e prometeu convencer 200 mil pastores evangélicos a pressionar o governo americano a pegar leve com Israel. Clinton nunca mais recuperou a iniciativa do processo de paz.

A visita de Netanyahu foi simbólica, mas a ideia de uma aliança entre judeus conservadores e evangélicos americanos não era nova. Dois fatores contribuíram para a aproximação. Em 1977, o apoio do então presidente americano, Jimmy Carter, um democrata, à criação de um Estado palestino, em março, e a eleição de Menachem Begin, primeiro premiê do Likud, em maio.

Carter era um pastor da Igreja Batista, mas seu discurso em favor dos direitos humanos se chocava de frente com a tradicional política externa americana em várias partes do mundo. Begin, eleito por uma coalizão de direita que incluía pequenos partidos religiosos, quebrou a hegemonia do Partido Trabalhista, de esquerda e mais secular.

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O novo premiê de Israel enxergou a chance de se aproximar do Partido Republicano, colando a imagem dos democratas na dos trabalhistas israelenses e colocando uma cunha entre Carter e a comunidade evangélica. O governo de Begin iniciou uma campanha publicitária para obter apoio, com anúncios de jornal e recrutamento de personalidades cristãs, como o cantor Pat Boone.

O apelo vinha de um conceito popular entre os evangélicos, conhecido como dispensacionalismo: a fé de que Jesus Cristo voltará um dia à Terra e, para isso, é preciso que Israel seja ocupado pelo “povo escolhido”, os judeus – crença que levou ao surgimento do sionismo cristão, no qual os evangélicos assimilam hábitos e símbolos judaicos.

Para Carter, foi fatal. A invasão soviética do Afeganistão e as revoluções na Nicarágua e no Irã não ajudaram a reeleição do presidente democrata, mas foram os mais de 20 milhões de votos evangélicos que colocaram Reagan na Casa Branca, em 1980.

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Begin e Reagan formaram uma parceria afinada e a aliança se fortaleceu durante a década republicana, incluindo o governo de George Bush pai. A associação era tão forte que Marc Tanenbaum, ex-diretor do Comitê Judeu Americano, chegou a dizer que os evangélicos formavam o “bloco pró-judeus que mais cresce nos EUA”.

Netanyahu voltou ao poder em 2009 e teve de se equilibrar durante dois mandatos do democrata Barack Obama. Por isso, quando Donald Trump levou de volta o Partido Republicano à Casa Branca, Bibi pôde respirar aliviado em seu bunker de Jerusalém. 

Em janeiro de 1998, o primeiro-ministro de IsraelBinyamin Netanyahu,chegou aos EUA para uma visita oficial. Mas, antes de se reunir com o presidente Bill Clinton, o jovem premiê optou por uma indelicadeza diplomática e foi se encontrar com o reverendo Jeremy Falwell.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em encontro com o reverendo americano Jerry Falwell em Washington, em janeiro de 1998 Foto: Larry Downing/Reuters

No Hotel Mayflower, em Washington, ele entrou no salão de gala ovacionado por mil fundamentalistas cristãos e foi apresentado como o “Ronald Reagan de Israel”.

Quando Netanyahu se despediu, o reverendo Falwell lhe hipotecou apoio e prometeu convencer 200 mil pastores evangélicos a pressionar o governo americano a pegar leve com Israel. Clinton nunca mais recuperou a iniciativa do processo de paz.

A visita de Netanyahu foi simbólica, mas a ideia de uma aliança entre judeus conservadores e evangélicos americanos não era nova. Dois fatores contribuíram para a aproximação. Em 1977, o apoio do então presidente americano, Jimmy Carter, um democrata, à criação de um Estado palestino, em março, e a eleição de Menachem Begin, primeiro premiê do Likud, em maio.

Carter era um pastor da Igreja Batista, mas seu discurso em favor dos direitos humanos se chocava de frente com a tradicional política externa americana em várias partes do mundo. Begin, eleito por uma coalizão de direita que incluía pequenos partidos religiosos, quebrou a hegemonia do Partido Trabalhista, de esquerda e mais secular.

O novo premiê de Israel enxergou a chance de se aproximar do Partido Republicano, colando a imagem dos democratas na dos trabalhistas israelenses e colocando uma cunha entre Carter e a comunidade evangélica. O governo de Begin iniciou uma campanha publicitária para obter apoio, com anúncios de jornal e recrutamento de personalidades cristãs, como o cantor Pat Boone.

O apelo vinha de um conceito popular entre os evangélicos, conhecido como dispensacionalismo: a fé de que Jesus Cristo voltará um dia à Terra e, para isso, é preciso que Israel seja ocupado pelo “povo escolhido”, os judeus – crença que levou ao surgimento do sionismo cristão, no qual os evangélicos assimilam hábitos e símbolos judaicos.

Para Carter, foi fatal. A invasão soviética do Afeganistão e as revoluções na Nicarágua e no Irã não ajudaram a reeleição do presidente democrata, mas foram os mais de 20 milhões de votos evangélicos que colocaram Reagan na Casa Branca, em 1980.

Begin e Reagan formaram uma parceria afinada e a aliança se fortaleceu durante a década republicana, incluindo o governo de George Bush pai. A associação era tão forte que Marc Tanenbaum, ex-diretor do Comitê Judeu Americano, chegou a dizer que os evangélicos formavam o “bloco pró-judeus que mais cresce nos EUA”.

Netanyahu voltou ao poder em 2009 e teve de se equilibrar durante dois mandatos do democrata Barack Obama. Por isso, quando Donald Trump levou de volta o Partido Republicano à Casa Branca, Bibi pôde respirar aliviado em seu bunker de Jerusalém. 

Em janeiro de 1998, o primeiro-ministro de IsraelBinyamin Netanyahu,chegou aos EUA para uma visita oficial. Mas, antes de se reunir com o presidente Bill Clinton, o jovem premiê optou por uma indelicadeza diplomática e foi se encontrar com o reverendo Jeremy Falwell.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em encontro com o reverendo americano Jerry Falwell em Washington, em janeiro de 1998 Foto: Larry Downing/Reuters

No Hotel Mayflower, em Washington, ele entrou no salão de gala ovacionado por mil fundamentalistas cristãos e foi apresentado como o “Ronald Reagan de Israel”.

Quando Netanyahu se despediu, o reverendo Falwell lhe hipotecou apoio e prometeu convencer 200 mil pastores evangélicos a pressionar o governo americano a pegar leve com Israel. Clinton nunca mais recuperou a iniciativa do processo de paz.

A visita de Netanyahu foi simbólica, mas a ideia de uma aliança entre judeus conservadores e evangélicos americanos não era nova. Dois fatores contribuíram para a aproximação. Em 1977, o apoio do então presidente americano, Jimmy Carter, um democrata, à criação de um Estado palestino, em março, e a eleição de Menachem Begin, primeiro premiê do Likud, em maio.

Carter era um pastor da Igreja Batista, mas seu discurso em favor dos direitos humanos se chocava de frente com a tradicional política externa americana em várias partes do mundo. Begin, eleito por uma coalizão de direita que incluía pequenos partidos religiosos, quebrou a hegemonia do Partido Trabalhista, de esquerda e mais secular.

O novo premiê de Israel enxergou a chance de se aproximar do Partido Republicano, colando a imagem dos democratas na dos trabalhistas israelenses e colocando uma cunha entre Carter e a comunidade evangélica. O governo de Begin iniciou uma campanha publicitária para obter apoio, com anúncios de jornal e recrutamento de personalidades cristãs, como o cantor Pat Boone.

O apelo vinha de um conceito popular entre os evangélicos, conhecido como dispensacionalismo: a fé de que Jesus Cristo voltará um dia à Terra e, para isso, é preciso que Israel seja ocupado pelo “povo escolhido”, os judeus – crença que levou ao surgimento do sionismo cristão, no qual os evangélicos assimilam hábitos e símbolos judaicos.

Para Carter, foi fatal. A invasão soviética do Afeganistão e as revoluções na Nicarágua e no Irã não ajudaram a reeleição do presidente democrata, mas foram os mais de 20 milhões de votos evangélicos que colocaram Reagan na Casa Branca, em 1980.

Begin e Reagan formaram uma parceria afinada e a aliança se fortaleceu durante a década republicana, incluindo o governo de George Bush pai. A associação era tão forte que Marc Tanenbaum, ex-diretor do Comitê Judeu Americano, chegou a dizer que os evangélicos formavam o “bloco pró-judeus que mais cresce nos EUA”.

Netanyahu voltou ao poder em 2009 e teve de se equilibrar durante dois mandatos do democrata Barack Obama. Por isso, quando Donald Trump levou de volta o Partido Republicano à Casa Branca, Bibi pôde respirar aliviado em seu bunker de Jerusalém. 

Em janeiro de 1998, o primeiro-ministro de IsraelBinyamin Netanyahu,chegou aos EUA para uma visita oficial. Mas, antes de se reunir com o presidente Bill Clinton, o jovem premiê optou por uma indelicadeza diplomática e foi se encontrar com o reverendo Jeremy Falwell.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em encontro com o reverendo americano Jerry Falwell em Washington, em janeiro de 1998 Foto: Larry Downing/Reuters

No Hotel Mayflower, em Washington, ele entrou no salão de gala ovacionado por mil fundamentalistas cristãos e foi apresentado como o “Ronald Reagan de Israel”.

Quando Netanyahu se despediu, o reverendo Falwell lhe hipotecou apoio e prometeu convencer 200 mil pastores evangélicos a pressionar o governo americano a pegar leve com Israel. Clinton nunca mais recuperou a iniciativa do processo de paz.

A visita de Netanyahu foi simbólica, mas a ideia de uma aliança entre judeus conservadores e evangélicos americanos não era nova. Dois fatores contribuíram para a aproximação. Em 1977, o apoio do então presidente americano, Jimmy Carter, um democrata, à criação de um Estado palestino, em março, e a eleição de Menachem Begin, primeiro premiê do Likud, em maio.

Carter era um pastor da Igreja Batista, mas seu discurso em favor dos direitos humanos se chocava de frente com a tradicional política externa americana em várias partes do mundo. Begin, eleito por uma coalizão de direita que incluía pequenos partidos religiosos, quebrou a hegemonia do Partido Trabalhista, de esquerda e mais secular.

O novo premiê de Israel enxergou a chance de se aproximar do Partido Republicano, colando a imagem dos democratas na dos trabalhistas israelenses e colocando uma cunha entre Carter e a comunidade evangélica. O governo de Begin iniciou uma campanha publicitária para obter apoio, com anúncios de jornal e recrutamento de personalidades cristãs, como o cantor Pat Boone.

O apelo vinha de um conceito popular entre os evangélicos, conhecido como dispensacionalismo: a fé de que Jesus Cristo voltará um dia à Terra e, para isso, é preciso que Israel seja ocupado pelo “povo escolhido”, os judeus – crença que levou ao surgimento do sionismo cristão, no qual os evangélicos assimilam hábitos e símbolos judaicos.

Para Carter, foi fatal. A invasão soviética do Afeganistão e as revoluções na Nicarágua e no Irã não ajudaram a reeleição do presidente democrata, mas foram os mais de 20 milhões de votos evangélicos que colocaram Reagan na Casa Branca, em 1980.

Begin e Reagan formaram uma parceria afinada e a aliança se fortaleceu durante a década republicana, incluindo o governo de George Bush pai. A associação era tão forte que Marc Tanenbaum, ex-diretor do Comitê Judeu Americano, chegou a dizer que os evangélicos formavam o “bloco pró-judeus que mais cresce nos EUA”.

Netanyahu voltou ao poder em 2009 e teve de se equilibrar durante dois mandatos do democrata Barack Obama. Por isso, quando Donald Trump levou de volta o Partido Republicano à Casa Branca, Bibi pôde respirar aliviado em seu bunker de Jerusalém. 

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