Urnas reduzem ‘onda vermelha’ a ‘marolinha’ e Trump sai como maior derrotado nos EUA; leia análise


Recuo democrata no Congresso já era esperado, mas candidaturas extremistas ligadas ao ex-presidente parecem ter impedido um maior avanço republicano

Por Carlos Poggio*
Atualização:

A principal questão nessas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos era qual seria o tamanho da derrota do Partido Democrata.

Considerando que em 36 das últimas 39 eleições desse tipo, o partido do presidente eleito perdeu assentos no Congresso, e que Joe Biden, que não é exatamente um presidente popular, enfrenta a pior taxa de inflação nas últimas quatro décadas, uma derrota Democrata seria algo perfeitamente normal dentro da logica política americana.

Dado que os republicanos precisavam ganhar uma meia dúzia de assentos para obter maioria na Câmara, seria um feito de proporções históricas caso os democratas conseguissem manter sua atual posição.

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Eleições de meio de mandato renovarão a Câmara e um terço do Senado. Foto: Samuel Corum/Getty Images/AFP

Apenas para efeito de comparação, os últimos presidentes democratas presenciaram verdadeiros desastres no segundo ano de seus mandatos. Em 1994, Bill Clinton perdeu 53 assentos no Congresso. Em 2010, Barack Obama bateu um recorde negativo ao ver seu partido perder 63 cadeiras nas eleições legislativas de meio de mandato. Em 2002, George W. Bush tornou-se um dos raros presidentes na História a ver seu partido aumentar a vantagem na Câmara dos Representantes quando os republicanos ganharam 8 assentos, enquanto o país ainda vivia o choque do 11 de setembro de 2001.

Nas eleições legislativas de 2018, Donald Trump viu os republicanos perderem 40 cadeiras, o que à época foi encarado com certo alivio pelo partido, dada a baixa aprovação do presidente e o fato de que, ainda assim, conseguiram capturar mais dois assentos no Senado.

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Portanto, levando esse contexto histórico em conta, o melhor cenário para Biden e os democratas seria uma perda entre 30 e 40 cadeiras na Câmara e assegurar ao menos a manutenção da atual configuração no Senado, que garante à vice-presidente Kamala Harris o voto de desempate.

Dado esse contexto, os democratas têm bastante a celebrar após o encerramento da votação de terça-feira, 8. A esperada onda republicana foi rapidamente se transformando em uma “marolinha”.

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A primeira derrota significativa deste ciclo eleitoral foi para o lado republicano e veio na madrugada de terça para quarta, quando foi confirmada a vitória do candidato democrata John Fetterman ao Senado pelo Estado da Pensilvânia. Fetterman, atual vice-governador do Estado e casado com uma brasileira, teve um derrame durante as primarias do Partido Democrata. Seu adversário foi Mehmet Oz, médico que se tornou conhecido do grande publico americano ao apresentar um popular show de TV.

A disputa pelo Senado da Pensilvânia era uma das eleições mais acirradas e cruciais nas midterms. No último final de semana, três presidentes – Obama, Trump e Biden – foram ao Estado fazer campanha para seus candidatos. Nesse sentido, a vitória de Fetterman é também simbólica para um dos principais perdedores dessas eleições: Donald Trump.

Donald Trump participa de comício do candidato ao governo da Pensilvânia, Doug Mastriano; candidaturas extremistas limitaram avanço do Partido Republicano, apontam especialistas. Foto: Dustin Franz/ Bloomberg
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A Pensilvânia foi um dos Estados que também tiveram eleições para governador. Um dos possíveis fatores para a derrota de Oz ao Senado é que os republicanos, enfatuados com Trump, acabaram por nomear como candidato Doug Mastriano, um extremista de direita adepto de teorias da conspiração e que participou da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Mastriano perdeu as eleições de forma decisiva para o candidato democrata e pode ter ajudado a afundar Oz.

Se Trump sai chamuscado, o principal vencedor dessas eleições parece ter sido o governador da Flórida e seu principal rival pela nomeação do Partido Republicano para concorrer a presidência em 2024, Ron DeSantis, que foi reeleito com folga e ainda viu ganhos expressivos para republicanos em todo o Estado.

É possível que a percepção do eleitor republicano mude a partir desses resultados, e Trump passe a ser visto com um pouco mais de desconfiança. O New York Post, popular tabloide conservador, postou em sua capa no dia seguinte das eleições a foto de DeSantis com o titulo “DeFuture”. Começou a campanha para 2024.

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* É PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA DO BEREA COLLEGE (KENTUCKY)

A principal questão nessas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos era qual seria o tamanho da derrota do Partido Democrata.

Considerando que em 36 das últimas 39 eleições desse tipo, o partido do presidente eleito perdeu assentos no Congresso, e que Joe Biden, que não é exatamente um presidente popular, enfrenta a pior taxa de inflação nas últimas quatro décadas, uma derrota Democrata seria algo perfeitamente normal dentro da logica política americana.

Dado que os republicanos precisavam ganhar uma meia dúzia de assentos para obter maioria na Câmara, seria um feito de proporções históricas caso os democratas conseguissem manter sua atual posição.

Eleições de meio de mandato renovarão a Câmara e um terço do Senado. Foto: Samuel Corum/Getty Images/AFP

Apenas para efeito de comparação, os últimos presidentes democratas presenciaram verdadeiros desastres no segundo ano de seus mandatos. Em 1994, Bill Clinton perdeu 53 assentos no Congresso. Em 2010, Barack Obama bateu um recorde negativo ao ver seu partido perder 63 cadeiras nas eleições legislativas de meio de mandato. Em 2002, George W. Bush tornou-se um dos raros presidentes na História a ver seu partido aumentar a vantagem na Câmara dos Representantes quando os republicanos ganharam 8 assentos, enquanto o país ainda vivia o choque do 11 de setembro de 2001.

Nas eleições legislativas de 2018, Donald Trump viu os republicanos perderem 40 cadeiras, o que à época foi encarado com certo alivio pelo partido, dada a baixa aprovação do presidente e o fato de que, ainda assim, conseguiram capturar mais dois assentos no Senado.

Portanto, levando esse contexto histórico em conta, o melhor cenário para Biden e os democratas seria uma perda entre 30 e 40 cadeiras na Câmara e assegurar ao menos a manutenção da atual configuração no Senado, que garante à vice-presidente Kamala Harris o voto de desempate.

Dado esse contexto, os democratas têm bastante a celebrar após o encerramento da votação de terça-feira, 8. A esperada onda republicana foi rapidamente se transformando em uma “marolinha”.

A primeira derrota significativa deste ciclo eleitoral foi para o lado republicano e veio na madrugada de terça para quarta, quando foi confirmada a vitória do candidato democrata John Fetterman ao Senado pelo Estado da Pensilvânia. Fetterman, atual vice-governador do Estado e casado com uma brasileira, teve um derrame durante as primarias do Partido Democrata. Seu adversário foi Mehmet Oz, médico que se tornou conhecido do grande publico americano ao apresentar um popular show de TV.

A disputa pelo Senado da Pensilvânia era uma das eleições mais acirradas e cruciais nas midterms. No último final de semana, três presidentes – Obama, Trump e Biden – foram ao Estado fazer campanha para seus candidatos. Nesse sentido, a vitória de Fetterman é também simbólica para um dos principais perdedores dessas eleições: Donald Trump.

Donald Trump participa de comício do candidato ao governo da Pensilvânia, Doug Mastriano; candidaturas extremistas limitaram avanço do Partido Republicano, apontam especialistas. Foto: Dustin Franz/ Bloomberg

A Pensilvânia foi um dos Estados que também tiveram eleições para governador. Um dos possíveis fatores para a derrota de Oz ao Senado é que os republicanos, enfatuados com Trump, acabaram por nomear como candidato Doug Mastriano, um extremista de direita adepto de teorias da conspiração e que participou da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Mastriano perdeu as eleições de forma decisiva para o candidato democrata e pode ter ajudado a afundar Oz.

Se Trump sai chamuscado, o principal vencedor dessas eleições parece ter sido o governador da Flórida e seu principal rival pela nomeação do Partido Republicano para concorrer a presidência em 2024, Ron DeSantis, que foi reeleito com folga e ainda viu ganhos expressivos para republicanos em todo o Estado.

É possível que a percepção do eleitor republicano mude a partir desses resultados, e Trump passe a ser visto com um pouco mais de desconfiança. O New York Post, popular tabloide conservador, postou em sua capa no dia seguinte das eleições a foto de DeSantis com o titulo “DeFuture”. Começou a campanha para 2024.

* É PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA DO BEREA COLLEGE (KENTUCKY)

A principal questão nessas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos era qual seria o tamanho da derrota do Partido Democrata.

Considerando que em 36 das últimas 39 eleições desse tipo, o partido do presidente eleito perdeu assentos no Congresso, e que Joe Biden, que não é exatamente um presidente popular, enfrenta a pior taxa de inflação nas últimas quatro décadas, uma derrota Democrata seria algo perfeitamente normal dentro da logica política americana.

Dado que os republicanos precisavam ganhar uma meia dúzia de assentos para obter maioria na Câmara, seria um feito de proporções históricas caso os democratas conseguissem manter sua atual posição.

Eleições de meio de mandato renovarão a Câmara e um terço do Senado. Foto: Samuel Corum/Getty Images/AFP

Apenas para efeito de comparação, os últimos presidentes democratas presenciaram verdadeiros desastres no segundo ano de seus mandatos. Em 1994, Bill Clinton perdeu 53 assentos no Congresso. Em 2010, Barack Obama bateu um recorde negativo ao ver seu partido perder 63 cadeiras nas eleições legislativas de meio de mandato. Em 2002, George W. Bush tornou-se um dos raros presidentes na História a ver seu partido aumentar a vantagem na Câmara dos Representantes quando os republicanos ganharam 8 assentos, enquanto o país ainda vivia o choque do 11 de setembro de 2001.

Nas eleições legislativas de 2018, Donald Trump viu os republicanos perderem 40 cadeiras, o que à época foi encarado com certo alivio pelo partido, dada a baixa aprovação do presidente e o fato de que, ainda assim, conseguiram capturar mais dois assentos no Senado.

Portanto, levando esse contexto histórico em conta, o melhor cenário para Biden e os democratas seria uma perda entre 30 e 40 cadeiras na Câmara e assegurar ao menos a manutenção da atual configuração no Senado, que garante à vice-presidente Kamala Harris o voto de desempate.

Dado esse contexto, os democratas têm bastante a celebrar após o encerramento da votação de terça-feira, 8. A esperada onda republicana foi rapidamente se transformando em uma “marolinha”.

A primeira derrota significativa deste ciclo eleitoral foi para o lado republicano e veio na madrugada de terça para quarta, quando foi confirmada a vitória do candidato democrata John Fetterman ao Senado pelo Estado da Pensilvânia. Fetterman, atual vice-governador do Estado e casado com uma brasileira, teve um derrame durante as primarias do Partido Democrata. Seu adversário foi Mehmet Oz, médico que se tornou conhecido do grande publico americano ao apresentar um popular show de TV.

A disputa pelo Senado da Pensilvânia era uma das eleições mais acirradas e cruciais nas midterms. No último final de semana, três presidentes – Obama, Trump e Biden – foram ao Estado fazer campanha para seus candidatos. Nesse sentido, a vitória de Fetterman é também simbólica para um dos principais perdedores dessas eleições: Donald Trump.

Donald Trump participa de comício do candidato ao governo da Pensilvânia, Doug Mastriano; candidaturas extremistas limitaram avanço do Partido Republicano, apontam especialistas. Foto: Dustin Franz/ Bloomberg

A Pensilvânia foi um dos Estados que também tiveram eleições para governador. Um dos possíveis fatores para a derrota de Oz ao Senado é que os republicanos, enfatuados com Trump, acabaram por nomear como candidato Doug Mastriano, um extremista de direita adepto de teorias da conspiração e que participou da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Mastriano perdeu as eleições de forma decisiva para o candidato democrata e pode ter ajudado a afundar Oz.

Se Trump sai chamuscado, o principal vencedor dessas eleições parece ter sido o governador da Flórida e seu principal rival pela nomeação do Partido Republicano para concorrer a presidência em 2024, Ron DeSantis, que foi reeleito com folga e ainda viu ganhos expressivos para republicanos em todo o Estado.

É possível que a percepção do eleitor republicano mude a partir desses resultados, e Trump passe a ser visto com um pouco mais de desconfiança. O New York Post, popular tabloide conservador, postou em sua capa no dia seguinte das eleições a foto de DeSantis com o titulo “DeFuture”. Começou a campanha para 2024.

* É PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA DO BEREA COLLEGE (KENTUCKY)

A principal questão nessas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos era qual seria o tamanho da derrota do Partido Democrata.

Considerando que em 36 das últimas 39 eleições desse tipo, o partido do presidente eleito perdeu assentos no Congresso, e que Joe Biden, que não é exatamente um presidente popular, enfrenta a pior taxa de inflação nas últimas quatro décadas, uma derrota Democrata seria algo perfeitamente normal dentro da logica política americana.

Dado que os republicanos precisavam ganhar uma meia dúzia de assentos para obter maioria na Câmara, seria um feito de proporções históricas caso os democratas conseguissem manter sua atual posição.

Eleições de meio de mandato renovarão a Câmara e um terço do Senado. Foto: Samuel Corum/Getty Images/AFP

Apenas para efeito de comparação, os últimos presidentes democratas presenciaram verdadeiros desastres no segundo ano de seus mandatos. Em 1994, Bill Clinton perdeu 53 assentos no Congresso. Em 2010, Barack Obama bateu um recorde negativo ao ver seu partido perder 63 cadeiras nas eleições legislativas de meio de mandato. Em 2002, George W. Bush tornou-se um dos raros presidentes na História a ver seu partido aumentar a vantagem na Câmara dos Representantes quando os republicanos ganharam 8 assentos, enquanto o país ainda vivia o choque do 11 de setembro de 2001.

Nas eleições legislativas de 2018, Donald Trump viu os republicanos perderem 40 cadeiras, o que à época foi encarado com certo alivio pelo partido, dada a baixa aprovação do presidente e o fato de que, ainda assim, conseguiram capturar mais dois assentos no Senado.

Portanto, levando esse contexto histórico em conta, o melhor cenário para Biden e os democratas seria uma perda entre 30 e 40 cadeiras na Câmara e assegurar ao menos a manutenção da atual configuração no Senado, que garante à vice-presidente Kamala Harris o voto de desempate.

Dado esse contexto, os democratas têm bastante a celebrar após o encerramento da votação de terça-feira, 8. A esperada onda republicana foi rapidamente se transformando em uma “marolinha”.

A primeira derrota significativa deste ciclo eleitoral foi para o lado republicano e veio na madrugada de terça para quarta, quando foi confirmada a vitória do candidato democrata John Fetterman ao Senado pelo Estado da Pensilvânia. Fetterman, atual vice-governador do Estado e casado com uma brasileira, teve um derrame durante as primarias do Partido Democrata. Seu adversário foi Mehmet Oz, médico que se tornou conhecido do grande publico americano ao apresentar um popular show de TV.

A disputa pelo Senado da Pensilvânia era uma das eleições mais acirradas e cruciais nas midterms. No último final de semana, três presidentes – Obama, Trump e Biden – foram ao Estado fazer campanha para seus candidatos. Nesse sentido, a vitória de Fetterman é também simbólica para um dos principais perdedores dessas eleições: Donald Trump.

Donald Trump participa de comício do candidato ao governo da Pensilvânia, Doug Mastriano; candidaturas extremistas limitaram avanço do Partido Republicano, apontam especialistas. Foto: Dustin Franz/ Bloomberg

A Pensilvânia foi um dos Estados que também tiveram eleições para governador. Um dos possíveis fatores para a derrota de Oz ao Senado é que os republicanos, enfatuados com Trump, acabaram por nomear como candidato Doug Mastriano, um extremista de direita adepto de teorias da conspiração e que participou da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Mastriano perdeu as eleições de forma decisiva para o candidato democrata e pode ter ajudado a afundar Oz.

Se Trump sai chamuscado, o principal vencedor dessas eleições parece ter sido o governador da Flórida e seu principal rival pela nomeação do Partido Republicano para concorrer a presidência em 2024, Ron DeSantis, que foi reeleito com folga e ainda viu ganhos expressivos para republicanos em todo o Estado.

É possível que a percepção do eleitor republicano mude a partir desses resultados, e Trump passe a ser visto com um pouco mais de desconfiança. O New York Post, popular tabloide conservador, postou em sua capa no dia seguinte das eleições a foto de DeSantis com o titulo “DeFuture”. Começou a campanha para 2024.

* É PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA DO BEREA COLLEGE (KENTUCKY)

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