O ministro do Interior do regime de Nicolás Maduro, Diosdado Cabello, confirmou nesta segunda-feira, 16, a prisão de um policial argentino ao entrar na Venezuela, sem fornecer detalhes sobre as circunstâncias da detenção, que o governo de Javier Milei classificou como “arbitrária”.
“Como isso os incomodou! (...). Você olha o Instagram dele e vê que ele viaja pelo mundo todo, mas seu salário é de 500 dólares. Como ele consegue? O que ele vinha fazer na Venezuela? Qual era sua missão aqui? Isso eles não dizem. Nós diremos em algum momento”, declarou Cabello sobre a prisão de Nahuel Agustín Gallo, sem especificar de que ele é acusado.
“Isso os incomodou porque ele veio cumprir uma missão”, afirmou o ministro durante a coletiva semanal do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). “Não é que a missão tenha sido abortada, mas demos um golpe duro graças aos órgãos de segurança do Estado”, acrescentou.
Na última sexta-feira, 13, o governo da Argentina denunciou, em comunicado, a “detenção arbitrária e injustificada” do policial, assim como de um funcionário de sua embaixada em Caracas.
De acordo com a chancelaria argentina, Gallo foi detido ao ingressar na Venezuela vindo da Colômbia por um posto fronteiriço terrestre no Estado de Táchira, no oeste, onde visitaria sua família e sua parceira.
“Todo mundo inventa uma fachada. ‘Tinha namorada, namorado’. Quer casar? Venha para a Venezuela!”, ironizou Cabello.
O incidente ocorre em meio a tensões entre Buenos Aires e Caracas: a administração de Milei não reconhece a reeleição de Maduro, denunciada como fraudulenta pela oposição, que alega vitória de Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha.
Seis opositores venezuelanos estão abrigados desde março na embaixada argentina em Caracas. Entre eles estão colaboradores da dirigente opositora María Corina Machado, incluindo sua chefe de campanha, Magalli Meda, acusados de “terrorismo”./AFP.