Venezuela em guerra com Guiana? Se houver conflito, quem tem Exército e aliados mais poderosos?


Resultado de plebiscito a favor da anexação de Essequibo eleva o temor de conflito militar entre as duas nações; campanha seria complexa e colocaria em risco a ditadura de Nicolas Maduro em caso de derrota

Por Luiz Henrique Gomes
Atualização:

A escolha da Venezuela a favor da anexação de Essequibo, área rica em petróleo que corresponde a 70% do território da Guiana, elevou a crise e o temor de um conflito militar entre as duas nações. Apesar de desiguais em poder bélico, com a vantagem para a Venezuela, circunstâncias como a geografia da região e a chance de auxílio americano à Guiana aumentam os riscos para Caracas. E, em caso de uma derrota, a ditadura de Nicolás Maduro estaria ameaçada.

A começar pela separação entre teoria e prática. No papel, as Forças Armadas da Venezuela têm uma capacidade militar considerável na região. Segundo o Anuário Militar de 2023 do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, de Londres), são 123 mil militares na ativa, mais 220 mil paramilitares e equipamentos obtidos da Rússia e da China, duas potências militares globais. Não se sabe, no entanto, se a prática reflete a teoria.

Na análise do professor da ESPM e pesquisador em segurança internacional, Gunther Rudzit, dois aspectos internos colocam a capacidade militar da Venezuela em xeque: a contínua crise econômica do país, que comprometem o uso dos equipamentos; e a atuação militar no governo desde à chegada de Hugo Chávez (1999), que tornou as forças do país mais objetos de sustentação de poder do que de defesa.

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Sobre o primeiro aspecto, Rudzit relembra os relatos que indicavam que apenas 2 da frota de 24 caças Sukhoi Su-30, de fabricação russa, estavam aptos para voar três anos atrás. “Ter no papel não significa que eles estejam em condições de combate. Eu tenho muitas dúvidas nessa prontidão operacional desses números que a Venezuela apresenta”, afirmou.

Sobre o segundo, o analista destaca o aumento no número de generais no Exército Nacional da Venezuela desde o primeiro governo chavista até o atual, como exemplo de transformação da força. Eram mil generais em 2019. O Brasil, em comparação, possui 175. “Os militares deixaram de ser forças armadas clássicas para participar do governo e ter privilégios, em controle de cargos e empresas. Não é possível afirmar que haja uma experiência em campo”, disse.

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Mesmo com essas particularidades, uma comparação com a Guiana coloca a Venezuela em vantagem militar. O país de 750 mil habitantes conta com apenas 3,4 mil soldados, dos quais metade estão em funções na segurança pública. Ou seja, são policiais, sem treinamento de combate. Os equipamentos militares também são escassos. São seis blindados brasileiros Cascavel-EE9, fabricados pela extinta Engesa em 1984.

Mas, antes de ser dada como vencida, a Guiana tem a seu favor outros fatores.

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Circunstâncias não-militares e externas

Uma invasão militar venezuelana para a tomada de Essequibo significaria adentrar na selva tropical densa que domina a região. É unanimidade entre analistas que geografias do tipo tornam quase impossível o uso de equipamentos basilares para a tomada de territórios, como veículos blindados. Uma alternativa seria adentrar no território brasileiro e seguir até Georgetown, a capital da Guiana, mas essa é uma possibilidade remota.

O Ministério da Defesa afirmou ter intensificado a presença militar no norte e monitora a crise nos países vizinho e prepara o envio de 20 blindados a Pacaraima, em Roraima, próxima a fronteira com a Venezuela. “Os militares deixam bem claro que não será possível a Venezuela adentrar no território brasileiro para contornar a selva”, disse Rudzit.

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Maduro teria a alternativa de um ataque aerotransportado aos centros urbanos da Guiana e um desembarque anfíbio pelo Caribe. Em teoria, tem equipamentos para isso. Mas aí está outra circunstância a ser colocada na balança: a chance de ajuda dos EUA. Essequibo tem uma forte presença de empresas estrangeiras a explorar o petróleo, com a americana ExxonMobil sendo a mais atuante.

Os militares americanos e guianenses se reuniram nos dias 27 e 28 de novembro, vésperas do plebiscito da Venezuela, para “discutir os próximos compromissos para incluir sessões de planejamento estratégico e processos para melhorar a prontidão militar e as capacidades de ambos os países para responder a ameaças à segurança”, de acordo com nota da embaixada americana em Guiana.

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O quanto os americanos estão dispostos a enviar tropas para ajudar a Guiana é algo que não se sabe. Mas, segundo o analista Gunther Rudzit, a ajuda externa é uma carta que a Venezuela não possui. A Rússia, sua principal aliança militar, está envolvida por completo na invasão à Ucrânia. “É algo que precisa ser considerado quando se pensa no conflito por todas as partes, sem dúvidas”, disse.

Riscos reais de guerra declarada

As circunstâncias relacionadas à Essequibo levantam a pergunta se existe chance ou não de guerra entre os dois países. “Sempre existe o risco de guerra, principalmente quando falamos de uma ditadura, como é o caso da Venezuela. A democracia tem pesos e contrapesos que limitam essa capacidade de entrar em guerra, apesar de não significar que são pacíficas”, declarou Rudzit.

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O analista acha mais provável, no entanto, que a agenda em torno da região esteja mais ligada a mobilizar sentimentos nacionalistas nas vésperas da eleição e conquistar apoio interno. Não é raro que isso aconteça: a Guerra das Malvinas é exemplo histórico na Argentina.

Imagem mostra ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, agradecendo aos apoiadores após o resultado do plebiscito a favor da anexação de Essequibo. Analistas afirmam que plebiscito pode servir para reunir apoio interno nas vésperas das eleições Foto: Pedro Rances Mattey/AFP

Nas vésperas da invasão às ilhas de propriedade britânica, em 1982, a ditadura argentina sofria os maiores protestos contrários a ela. Ao invadir e entrar em guerra com o Reino Unido, a população argentina se uniu e protestos a favor da Argentina, e, como consequência, do governo, começaram a aparecer.

Mas a guerra foi perdida pela Argentina e no ano seguinte a ditadura caiu. O exemplo, disse Rudzit, pode ser mais um alerta para Nicolás Maduro. “A derrota das Malvinas enfraqueceu a ditadura da Argentina. Derrotas militares abalam o poder. A Venezuela corre o mesmo risco, considerando a forte presença militar como sustentação de sua ditadura”, concluiu.

A escolha da Venezuela a favor da anexação de Essequibo, área rica em petróleo que corresponde a 70% do território da Guiana, elevou a crise e o temor de um conflito militar entre as duas nações. Apesar de desiguais em poder bélico, com a vantagem para a Venezuela, circunstâncias como a geografia da região e a chance de auxílio americano à Guiana aumentam os riscos para Caracas. E, em caso de uma derrota, a ditadura de Nicolás Maduro estaria ameaçada.

A começar pela separação entre teoria e prática. No papel, as Forças Armadas da Venezuela têm uma capacidade militar considerável na região. Segundo o Anuário Militar de 2023 do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, de Londres), são 123 mil militares na ativa, mais 220 mil paramilitares e equipamentos obtidos da Rússia e da China, duas potências militares globais. Não se sabe, no entanto, se a prática reflete a teoria.

Na análise do professor da ESPM e pesquisador em segurança internacional, Gunther Rudzit, dois aspectos internos colocam a capacidade militar da Venezuela em xeque: a contínua crise econômica do país, que comprometem o uso dos equipamentos; e a atuação militar no governo desde à chegada de Hugo Chávez (1999), que tornou as forças do país mais objetos de sustentação de poder do que de defesa.

Sobre o primeiro aspecto, Rudzit relembra os relatos que indicavam que apenas 2 da frota de 24 caças Sukhoi Su-30, de fabricação russa, estavam aptos para voar três anos atrás. “Ter no papel não significa que eles estejam em condições de combate. Eu tenho muitas dúvidas nessa prontidão operacional desses números que a Venezuela apresenta”, afirmou.

Sobre o segundo, o analista destaca o aumento no número de generais no Exército Nacional da Venezuela desde o primeiro governo chavista até o atual, como exemplo de transformação da força. Eram mil generais em 2019. O Brasil, em comparação, possui 175. “Os militares deixaram de ser forças armadas clássicas para participar do governo e ter privilégios, em controle de cargos e empresas. Não é possível afirmar que haja uma experiência em campo”, disse.

Mesmo com essas particularidades, uma comparação com a Guiana coloca a Venezuela em vantagem militar. O país de 750 mil habitantes conta com apenas 3,4 mil soldados, dos quais metade estão em funções na segurança pública. Ou seja, são policiais, sem treinamento de combate. Os equipamentos militares também são escassos. São seis blindados brasileiros Cascavel-EE9, fabricados pela extinta Engesa em 1984.

Mas, antes de ser dada como vencida, a Guiana tem a seu favor outros fatores.

Circunstâncias não-militares e externas

Uma invasão militar venezuelana para a tomada de Essequibo significaria adentrar na selva tropical densa que domina a região. É unanimidade entre analistas que geografias do tipo tornam quase impossível o uso de equipamentos basilares para a tomada de territórios, como veículos blindados. Uma alternativa seria adentrar no território brasileiro e seguir até Georgetown, a capital da Guiana, mas essa é uma possibilidade remota.

O Ministério da Defesa afirmou ter intensificado a presença militar no norte e monitora a crise nos países vizinho e prepara o envio de 20 blindados a Pacaraima, em Roraima, próxima a fronteira com a Venezuela. “Os militares deixam bem claro que não será possível a Venezuela adentrar no território brasileiro para contornar a selva”, disse Rudzit.

Maduro teria a alternativa de um ataque aerotransportado aos centros urbanos da Guiana e um desembarque anfíbio pelo Caribe. Em teoria, tem equipamentos para isso. Mas aí está outra circunstância a ser colocada na balança: a chance de ajuda dos EUA. Essequibo tem uma forte presença de empresas estrangeiras a explorar o petróleo, com a americana ExxonMobil sendo a mais atuante.

Os militares americanos e guianenses se reuniram nos dias 27 e 28 de novembro, vésperas do plebiscito da Venezuela, para “discutir os próximos compromissos para incluir sessões de planejamento estratégico e processos para melhorar a prontidão militar e as capacidades de ambos os países para responder a ameaças à segurança”, de acordo com nota da embaixada americana em Guiana.

O quanto os americanos estão dispostos a enviar tropas para ajudar a Guiana é algo que não se sabe. Mas, segundo o analista Gunther Rudzit, a ajuda externa é uma carta que a Venezuela não possui. A Rússia, sua principal aliança militar, está envolvida por completo na invasão à Ucrânia. “É algo que precisa ser considerado quando se pensa no conflito por todas as partes, sem dúvidas”, disse.

Riscos reais de guerra declarada

As circunstâncias relacionadas à Essequibo levantam a pergunta se existe chance ou não de guerra entre os dois países. “Sempre existe o risco de guerra, principalmente quando falamos de uma ditadura, como é o caso da Venezuela. A democracia tem pesos e contrapesos que limitam essa capacidade de entrar em guerra, apesar de não significar que são pacíficas”, declarou Rudzit.

O analista acha mais provável, no entanto, que a agenda em torno da região esteja mais ligada a mobilizar sentimentos nacionalistas nas vésperas da eleição e conquistar apoio interno. Não é raro que isso aconteça: a Guerra das Malvinas é exemplo histórico na Argentina.

Imagem mostra ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, agradecendo aos apoiadores após o resultado do plebiscito a favor da anexação de Essequibo. Analistas afirmam que plebiscito pode servir para reunir apoio interno nas vésperas das eleições Foto: Pedro Rances Mattey/AFP

Nas vésperas da invasão às ilhas de propriedade britânica, em 1982, a ditadura argentina sofria os maiores protestos contrários a ela. Ao invadir e entrar em guerra com o Reino Unido, a população argentina se uniu e protestos a favor da Argentina, e, como consequência, do governo, começaram a aparecer.

Mas a guerra foi perdida pela Argentina e no ano seguinte a ditadura caiu. O exemplo, disse Rudzit, pode ser mais um alerta para Nicolás Maduro. “A derrota das Malvinas enfraqueceu a ditadura da Argentina. Derrotas militares abalam o poder. A Venezuela corre o mesmo risco, considerando a forte presença militar como sustentação de sua ditadura”, concluiu.

A escolha da Venezuela a favor da anexação de Essequibo, área rica em petróleo que corresponde a 70% do território da Guiana, elevou a crise e o temor de um conflito militar entre as duas nações. Apesar de desiguais em poder bélico, com a vantagem para a Venezuela, circunstâncias como a geografia da região e a chance de auxílio americano à Guiana aumentam os riscos para Caracas. E, em caso de uma derrota, a ditadura de Nicolás Maduro estaria ameaçada.

A começar pela separação entre teoria e prática. No papel, as Forças Armadas da Venezuela têm uma capacidade militar considerável na região. Segundo o Anuário Militar de 2023 do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, de Londres), são 123 mil militares na ativa, mais 220 mil paramilitares e equipamentos obtidos da Rússia e da China, duas potências militares globais. Não se sabe, no entanto, se a prática reflete a teoria.

Na análise do professor da ESPM e pesquisador em segurança internacional, Gunther Rudzit, dois aspectos internos colocam a capacidade militar da Venezuela em xeque: a contínua crise econômica do país, que comprometem o uso dos equipamentos; e a atuação militar no governo desde à chegada de Hugo Chávez (1999), que tornou as forças do país mais objetos de sustentação de poder do que de defesa.

Sobre o primeiro aspecto, Rudzit relembra os relatos que indicavam que apenas 2 da frota de 24 caças Sukhoi Su-30, de fabricação russa, estavam aptos para voar três anos atrás. “Ter no papel não significa que eles estejam em condições de combate. Eu tenho muitas dúvidas nessa prontidão operacional desses números que a Venezuela apresenta”, afirmou.

Sobre o segundo, o analista destaca o aumento no número de generais no Exército Nacional da Venezuela desde o primeiro governo chavista até o atual, como exemplo de transformação da força. Eram mil generais em 2019. O Brasil, em comparação, possui 175. “Os militares deixaram de ser forças armadas clássicas para participar do governo e ter privilégios, em controle de cargos e empresas. Não é possível afirmar que haja uma experiência em campo”, disse.

Mesmo com essas particularidades, uma comparação com a Guiana coloca a Venezuela em vantagem militar. O país de 750 mil habitantes conta com apenas 3,4 mil soldados, dos quais metade estão em funções na segurança pública. Ou seja, são policiais, sem treinamento de combate. Os equipamentos militares também são escassos. São seis blindados brasileiros Cascavel-EE9, fabricados pela extinta Engesa em 1984.

Mas, antes de ser dada como vencida, a Guiana tem a seu favor outros fatores.

Circunstâncias não-militares e externas

Uma invasão militar venezuelana para a tomada de Essequibo significaria adentrar na selva tropical densa que domina a região. É unanimidade entre analistas que geografias do tipo tornam quase impossível o uso de equipamentos basilares para a tomada de territórios, como veículos blindados. Uma alternativa seria adentrar no território brasileiro e seguir até Georgetown, a capital da Guiana, mas essa é uma possibilidade remota.

O Ministério da Defesa afirmou ter intensificado a presença militar no norte e monitora a crise nos países vizinho e prepara o envio de 20 blindados a Pacaraima, em Roraima, próxima a fronteira com a Venezuela. “Os militares deixam bem claro que não será possível a Venezuela adentrar no território brasileiro para contornar a selva”, disse Rudzit.

Maduro teria a alternativa de um ataque aerotransportado aos centros urbanos da Guiana e um desembarque anfíbio pelo Caribe. Em teoria, tem equipamentos para isso. Mas aí está outra circunstância a ser colocada na balança: a chance de ajuda dos EUA. Essequibo tem uma forte presença de empresas estrangeiras a explorar o petróleo, com a americana ExxonMobil sendo a mais atuante.

Os militares americanos e guianenses se reuniram nos dias 27 e 28 de novembro, vésperas do plebiscito da Venezuela, para “discutir os próximos compromissos para incluir sessões de planejamento estratégico e processos para melhorar a prontidão militar e as capacidades de ambos os países para responder a ameaças à segurança”, de acordo com nota da embaixada americana em Guiana.

O quanto os americanos estão dispostos a enviar tropas para ajudar a Guiana é algo que não se sabe. Mas, segundo o analista Gunther Rudzit, a ajuda externa é uma carta que a Venezuela não possui. A Rússia, sua principal aliança militar, está envolvida por completo na invasão à Ucrânia. “É algo que precisa ser considerado quando se pensa no conflito por todas as partes, sem dúvidas”, disse.

Riscos reais de guerra declarada

As circunstâncias relacionadas à Essequibo levantam a pergunta se existe chance ou não de guerra entre os dois países. “Sempre existe o risco de guerra, principalmente quando falamos de uma ditadura, como é o caso da Venezuela. A democracia tem pesos e contrapesos que limitam essa capacidade de entrar em guerra, apesar de não significar que são pacíficas”, declarou Rudzit.

O analista acha mais provável, no entanto, que a agenda em torno da região esteja mais ligada a mobilizar sentimentos nacionalistas nas vésperas da eleição e conquistar apoio interno. Não é raro que isso aconteça: a Guerra das Malvinas é exemplo histórico na Argentina.

Imagem mostra ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, agradecendo aos apoiadores após o resultado do plebiscito a favor da anexação de Essequibo. Analistas afirmam que plebiscito pode servir para reunir apoio interno nas vésperas das eleições Foto: Pedro Rances Mattey/AFP

Nas vésperas da invasão às ilhas de propriedade britânica, em 1982, a ditadura argentina sofria os maiores protestos contrários a ela. Ao invadir e entrar em guerra com o Reino Unido, a população argentina se uniu e protestos a favor da Argentina, e, como consequência, do governo, começaram a aparecer.

Mas a guerra foi perdida pela Argentina e no ano seguinte a ditadura caiu. O exemplo, disse Rudzit, pode ser mais um alerta para Nicolás Maduro. “A derrota das Malvinas enfraqueceu a ditadura da Argentina. Derrotas militares abalam o poder. A Venezuela corre o mesmo risco, considerando a forte presença militar como sustentação de sua ditadura”, concluiu.

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