Ativista venezuelana é presa no aeroporto e acusada de conspiração contra Maduro


A ativista venezuelana Rocío San Miguel é chefe da ONG Controle Cidadão, que registra violações dos direitos humanos

Por Redação

CARACAS -A ativista venezuelana Rocío San Miguel se preparava para viajar quando foi presa, no principal aeroporto da Venezuela. Ela estava incomunicável, segundo os advogados da ativista e especialista militar, detida na última sexta-feira, 9, por suspeita de conspiração contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

Depois da prisão de Rocío, chefe da ONG Controle Cidadão, que registra violações dos direitos humanos, seguiram-se as de cinco de seus parentes, o que Juan González Taguaruco, que faz parte da sua equipe jurídica, denunciou como “um padrão claro de desaparecimento forçado”.

O que se sabe até agora é que ela é acusada de terrorismo. Os advogados dizem que não conseguiram formalmente assumir sua defesa.

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O caso é acompanhado com preocupação pelo escritório de Direitos Humanos da ONU, pela União Europeia e pelo governo dos Estados Unidos.

Ativista venezuelana Rocio San Miguel foi presa em um aeroporto em Caracas, Venezuela, na última sexta-feira, 9  Foto: Fernando Llano / AP

Presa no aeroporto

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A ativista de 57 anos foi presa no último dia 9, na área de imigração do aeroporto internacional de Caracas. Ela estava com a filha, Miranda, que avisou a familiares que funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) haviam levado sua mãe.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, levou mais de 48 horas para anunciar que Rocío estava presa. Segundo ele, a prisão ocorreu “em virtude de um mandado de prisão contra ela por suspeita de estar ligada a uma trama de conspiração e tentativa de magnicídio, cujo objetivo era atentar contra a vida do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e de outros funcionários do alto escalão”.

O governo venezuelano, que denuncia com frequência supostos planos contra Maduro, diz ter neutralizado “cinco conspirações” em 2023, nas quais são acusados militares, jornalistas e defensores dos direitos humanos.

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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de evento em Caracas, Venezuela  Foto: Matías Delacroix / AP

Desaparecimento

A equipe jurídica responsável pela defesa de Rocío denunciou “o desaparecimento forçado” da ativista e de cinco de seus parentes, entre eles seu ex-marido, José Plaza, militar reformado, e sua filha, Miranda.

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Em mensagem publicada na noite de segunda-feira, 12, na rede social X, Saab mencionou uma audiência de apresentação de seis pessoas, referindo-se a Rocío e seus cinco parentes, perante um tribunal contra o terrorismo. Depois disso, o Ministério Público solicitou a privação preventiva de liberdade para Rocío e seu ex-marido.

Rocío será acusada dos crimes de “traição à pátria”, “conspiração” e “terrorismo”, acusações pelas quais outros ativistas venezuelanos foram processados. Seu ex-marido será processado por “revelação de segredos políticos e militares relacionados à segurança da nação”, segundo Saab.

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Os outros quatro familiares de Rocío foram libertados após receberam medidas cautelares, que consistem em “apresentações periódicas” ao tribunal e proibição de saída do país e de dar entrevistas, confirmou à agência de notícias AFP o advogado Joel Garcia. Segundo a defesa, trata-se de sua filha, Miranda, do pai dela, Víctor Díaz Paruta, e de dois irmãos da ativista.

Sua assessoria de imprensa confirmou nesta terça que Rocío está presa no Helicoide, um dos principais centros de detenção de “presos políticos”, gerido pelo Sebin. Seu ex-marido foi levado para a sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), em Boleíta, Caracas.

Reações

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Os Estados Unidos apontaram que estão “profundamente preocupados” com a detenção da ativista e especialista militar Rocío San Miguel na Venezuela e estão acompanhando a situação “muito, muito de perto”, disse um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

O escritório de direitos humanos da ONU também expressou a sua “profunda preocupação” com a situação em San Miguel. “Pedimos a sua libertação imediata e o respeito pelo seu direito à defesa legal”, afirmou o órgão na rede social X.

“Temos conhecimento de relatos de que Rocío San Miguel, e acredito que alguns membros de sua família, foram detidos. “Estamos profundamente preocupados com isso”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

“Não vou entrar em especulações sobre o que exatamente aconteceu aqui ou o que poderemos fazer como resultado. Mas posso dizer que estamos acompanhando isso muito, muito de perto”, acrescentou./ com AFP

CARACAS -A ativista venezuelana Rocío San Miguel se preparava para viajar quando foi presa, no principal aeroporto da Venezuela. Ela estava incomunicável, segundo os advogados da ativista e especialista militar, detida na última sexta-feira, 9, por suspeita de conspiração contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

Depois da prisão de Rocío, chefe da ONG Controle Cidadão, que registra violações dos direitos humanos, seguiram-se as de cinco de seus parentes, o que Juan González Taguaruco, que faz parte da sua equipe jurídica, denunciou como “um padrão claro de desaparecimento forçado”.

O que se sabe até agora é que ela é acusada de terrorismo. Os advogados dizem que não conseguiram formalmente assumir sua defesa.

O caso é acompanhado com preocupação pelo escritório de Direitos Humanos da ONU, pela União Europeia e pelo governo dos Estados Unidos.

Ativista venezuelana Rocio San Miguel foi presa em um aeroporto em Caracas, Venezuela, na última sexta-feira, 9  Foto: Fernando Llano / AP

Presa no aeroporto

A ativista de 57 anos foi presa no último dia 9, na área de imigração do aeroporto internacional de Caracas. Ela estava com a filha, Miranda, que avisou a familiares que funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) haviam levado sua mãe.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, levou mais de 48 horas para anunciar que Rocío estava presa. Segundo ele, a prisão ocorreu “em virtude de um mandado de prisão contra ela por suspeita de estar ligada a uma trama de conspiração e tentativa de magnicídio, cujo objetivo era atentar contra a vida do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e de outros funcionários do alto escalão”.

O governo venezuelano, que denuncia com frequência supostos planos contra Maduro, diz ter neutralizado “cinco conspirações” em 2023, nas quais são acusados militares, jornalistas e defensores dos direitos humanos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de evento em Caracas, Venezuela  Foto: Matías Delacroix / AP

Desaparecimento

A equipe jurídica responsável pela defesa de Rocío denunciou “o desaparecimento forçado” da ativista e de cinco de seus parentes, entre eles seu ex-marido, José Plaza, militar reformado, e sua filha, Miranda.

Em mensagem publicada na noite de segunda-feira, 12, na rede social X, Saab mencionou uma audiência de apresentação de seis pessoas, referindo-se a Rocío e seus cinco parentes, perante um tribunal contra o terrorismo. Depois disso, o Ministério Público solicitou a privação preventiva de liberdade para Rocío e seu ex-marido.

Rocío será acusada dos crimes de “traição à pátria”, “conspiração” e “terrorismo”, acusações pelas quais outros ativistas venezuelanos foram processados. Seu ex-marido será processado por “revelação de segredos políticos e militares relacionados à segurança da nação”, segundo Saab.

Os outros quatro familiares de Rocío foram libertados após receberam medidas cautelares, que consistem em “apresentações periódicas” ao tribunal e proibição de saída do país e de dar entrevistas, confirmou à agência de notícias AFP o advogado Joel Garcia. Segundo a defesa, trata-se de sua filha, Miranda, do pai dela, Víctor Díaz Paruta, e de dois irmãos da ativista.

Sua assessoria de imprensa confirmou nesta terça que Rocío está presa no Helicoide, um dos principais centros de detenção de “presos políticos”, gerido pelo Sebin. Seu ex-marido foi levado para a sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), em Boleíta, Caracas.

Reações

Os Estados Unidos apontaram que estão “profundamente preocupados” com a detenção da ativista e especialista militar Rocío San Miguel na Venezuela e estão acompanhando a situação “muito, muito de perto”, disse um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

O escritório de direitos humanos da ONU também expressou a sua “profunda preocupação” com a situação em San Miguel. “Pedimos a sua libertação imediata e o respeito pelo seu direito à defesa legal”, afirmou o órgão na rede social X.

“Temos conhecimento de relatos de que Rocío San Miguel, e acredito que alguns membros de sua família, foram detidos. “Estamos profundamente preocupados com isso”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

“Não vou entrar em especulações sobre o que exatamente aconteceu aqui ou o que poderemos fazer como resultado. Mas posso dizer que estamos acompanhando isso muito, muito de perto”, acrescentou./ com AFP

CARACAS -A ativista venezuelana Rocío San Miguel se preparava para viajar quando foi presa, no principal aeroporto da Venezuela. Ela estava incomunicável, segundo os advogados da ativista e especialista militar, detida na última sexta-feira, 9, por suspeita de conspiração contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

Depois da prisão de Rocío, chefe da ONG Controle Cidadão, que registra violações dos direitos humanos, seguiram-se as de cinco de seus parentes, o que Juan González Taguaruco, que faz parte da sua equipe jurídica, denunciou como “um padrão claro de desaparecimento forçado”.

O que se sabe até agora é que ela é acusada de terrorismo. Os advogados dizem que não conseguiram formalmente assumir sua defesa.

O caso é acompanhado com preocupação pelo escritório de Direitos Humanos da ONU, pela União Europeia e pelo governo dos Estados Unidos.

Ativista venezuelana Rocio San Miguel foi presa em um aeroporto em Caracas, Venezuela, na última sexta-feira, 9  Foto: Fernando Llano / AP

Presa no aeroporto

A ativista de 57 anos foi presa no último dia 9, na área de imigração do aeroporto internacional de Caracas. Ela estava com a filha, Miranda, que avisou a familiares que funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) haviam levado sua mãe.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, levou mais de 48 horas para anunciar que Rocío estava presa. Segundo ele, a prisão ocorreu “em virtude de um mandado de prisão contra ela por suspeita de estar ligada a uma trama de conspiração e tentativa de magnicídio, cujo objetivo era atentar contra a vida do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e de outros funcionários do alto escalão”.

O governo venezuelano, que denuncia com frequência supostos planos contra Maduro, diz ter neutralizado “cinco conspirações” em 2023, nas quais são acusados militares, jornalistas e defensores dos direitos humanos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de evento em Caracas, Venezuela  Foto: Matías Delacroix / AP

Desaparecimento

A equipe jurídica responsável pela defesa de Rocío denunciou “o desaparecimento forçado” da ativista e de cinco de seus parentes, entre eles seu ex-marido, José Plaza, militar reformado, e sua filha, Miranda.

Em mensagem publicada na noite de segunda-feira, 12, na rede social X, Saab mencionou uma audiência de apresentação de seis pessoas, referindo-se a Rocío e seus cinco parentes, perante um tribunal contra o terrorismo. Depois disso, o Ministério Público solicitou a privação preventiva de liberdade para Rocío e seu ex-marido.

Rocío será acusada dos crimes de “traição à pátria”, “conspiração” e “terrorismo”, acusações pelas quais outros ativistas venezuelanos foram processados. Seu ex-marido será processado por “revelação de segredos políticos e militares relacionados à segurança da nação”, segundo Saab.

Os outros quatro familiares de Rocío foram libertados após receberam medidas cautelares, que consistem em “apresentações periódicas” ao tribunal e proibição de saída do país e de dar entrevistas, confirmou à agência de notícias AFP o advogado Joel Garcia. Segundo a defesa, trata-se de sua filha, Miranda, do pai dela, Víctor Díaz Paruta, e de dois irmãos da ativista.

Sua assessoria de imprensa confirmou nesta terça que Rocío está presa no Helicoide, um dos principais centros de detenção de “presos políticos”, gerido pelo Sebin. Seu ex-marido foi levado para a sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), em Boleíta, Caracas.

Reações

Os Estados Unidos apontaram que estão “profundamente preocupados” com a detenção da ativista e especialista militar Rocío San Miguel na Venezuela e estão acompanhando a situação “muito, muito de perto”, disse um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

O escritório de direitos humanos da ONU também expressou a sua “profunda preocupação” com a situação em San Miguel. “Pedimos a sua libertação imediata e o respeito pelo seu direito à defesa legal”, afirmou o órgão na rede social X.

“Temos conhecimento de relatos de que Rocío San Miguel, e acredito que alguns membros de sua família, foram detidos. “Estamos profundamente preocupados com isso”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

“Não vou entrar em especulações sobre o que exatamente aconteceu aqui ou o que poderemos fazer como resultado. Mas posso dizer que estamos acompanhando isso muito, muito de perto”, acrescentou./ com AFP

CARACAS -A ativista venezuelana Rocío San Miguel se preparava para viajar quando foi presa, no principal aeroporto da Venezuela. Ela estava incomunicável, segundo os advogados da ativista e especialista militar, detida na última sexta-feira, 9, por suspeita de conspiração contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

Depois da prisão de Rocío, chefe da ONG Controle Cidadão, que registra violações dos direitos humanos, seguiram-se as de cinco de seus parentes, o que Juan González Taguaruco, que faz parte da sua equipe jurídica, denunciou como “um padrão claro de desaparecimento forçado”.

O que se sabe até agora é que ela é acusada de terrorismo. Os advogados dizem que não conseguiram formalmente assumir sua defesa.

O caso é acompanhado com preocupação pelo escritório de Direitos Humanos da ONU, pela União Europeia e pelo governo dos Estados Unidos.

Ativista venezuelana Rocio San Miguel foi presa em um aeroporto em Caracas, Venezuela, na última sexta-feira, 9  Foto: Fernando Llano / AP

Presa no aeroporto

A ativista de 57 anos foi presa no último dia 9, na área de imigração do aeroporto internacional de Caracas. Ela estava com a filha, Miranda, que avisou a familiares que funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) haviam levado sua mãe.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, levou mais de 48 horas para anunciar que Rocío estava presa. Segundo ele, a prisão ocorreu “em virtude de um mandado de prisão contra ela por suspeita de estar ligada a uma trama de conspiração e tentativa de magnicídio, cujo objetivo era atentar contra a vida do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e de outros funcionários do alto escalão”.

O governo venezuelano, que denuncia com frequência supostos planos contra Maduro, diz ter neutralizado “cinco conspirações” em 2023, nas quais são acusados militares, jornalistas e defensores dos direitos humanos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de evento em Caracas, Venezuela  Foto: Matías Delacroix / AP

Desaparecimento

A equipe jurídica responsável pela defesa de Rocío denunciou “o desaparecimento forçado” da ativista e de cinco de seus parentes, entre eles seu ex-marido, José Plaza, militar reformado, e sua filha, Miranda.

Em mensagem publicada na noite de segunda-feira, 12, na rede social X, Saab mencionou uma audiência de apresentação de seis pessoas, referindo-se a Rocío e seus cinco parentes, perante um tribunal contra o terrorismo. Depois disso, o Ministério Público solicitou a privação preventiva de liberdade para Rocío e seu ex-marido.

Rocío será acusada dos crimes de “traição à pátria”, “conspiração” e “terrorismo”, acusações pelas quais outros ativistas venezuelanos foram processados. Seu ex-marido será processado por “revelação de segredos políticos e militares relacionados à segurança da nação”, segundo Saab.

Os outros quatro familiares de Rocío foram libertados após receberam medidas cautelares, que consistem em “apresentações periódicas” ao tribunal e proibição de saída do país e de dar entrevistas, confirmou à agência de notícias AFP o advogado Joel Garcia. Segundo a defesa, trata-se de sua filha, Miranda, do pai dela, Víctor Díaz Paruta, e de dois irmãos da ativista.

Sua assessoria de imprensa confirmou nesta terça que Rocío está presa no Helicoide, um dos principais centros de detenção de “presos políticos”, gerido pelo Sebin. Seu ex-marido foi levado para a sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), em Boleíta, Caracas.

Reações

Os Estados Unidos apontaram que estão “profundamente preocupados” com a detenção da ativista e especialista militar Rocío San Miguel na Venezuela e estão acompanhando a situação “muito, muito de perto”, disse um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

O escritório de direitos humanos da ONU também expressou a sua “profunda preocupação” com a situação em San Miguel. “Pedimos a sua libertação imediata e o respeito pelo seu direito à defesa legal”, afirmou o órgão na rede social X.

“Temos conhecimento de relatos de que Rocío San Miguel, e acredito que alguns membros de sua família, foram detidos. “Estamos profundamente preocupados com isso”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

“Não vou entrar em especulações sobre o que exatamente aconteceu aqui ou o que poderemos fazer como resultado. Mas posso dizer que estamos acompanhando isso muito, muito de perto”, acrescentou./ com AFP

CARACAS -A ativista venezuelana Rocío San Miguel se preparava para viajar quando foi presa, no principal aeroporto da Venezuela. Ela estava incomunicável, segundo os advogados da ativista e especialista militar, detida na última sexta-feira, 9, por suspeita de conspiração contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.

Depois da prisão de Rocío, chefe da ONG Controle Cidadão, que registra violações dos direitos humanos, seguiram-se as de cinco de seus parentes, o que Juan González Taguaruco, que faz parte da sua equipe jurídica, denunciou como “um padrão claro de desaparecimento forçado”.

O que se sabe até agora é que ela é acusada de terrorismo. Os advogados dizem que não conseguiram formalmente assumir sua defesa.

O caso é acompanhado com preocupação pelo escritório de Direitos Humanos da ONU, pela União Europeia e pelo governo dos Estados Unidos.

Ativista venezuelana Rocio San Miguel foi presa em um aeroporto em Caracas, Venezuela, na última sexta-feira, 9  Foto: Fernando Llano / AP

Presa no aeroporto

A ativista de 57 anos foi presa no último dia 9, na área de imigração do aeroporto internacional de Caracas. Ela estava com a filha, Miranda, que avisou a familiares que funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) haviam levado sua mãe.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, levou mais de 48 horas para anunciar que Rocío estava presa. Segundo ele, a prisão ocorreu “em virtude de um mandado de prisão contra ela por suspeita de estar ligada a uma trama de conspiração e tentativa de magnicídio, cujo objetivo era atentar contra a vida do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e de outros funcionários do alto escalão”.

O governo venezuelano, que denuncia com frequência supostos planos contra Maduro, diz ter neutralizado “cinco conspirações” em 2023, nas quais são acusados militares, jornalistas e defensores dos direitos humanos.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de evento em Caracas, Venezuela  Foto: Matías Delacroix / AP

Desaparecimento

A equipe jurídica responsável pela defesa de Rocío denunciou “o desaparecimento forçado” da ativista e de cinco de seus parentes, entre eles seu ex-marido, José Plaza, militar reformado, e sua filha, Miranda.

Em mensagem publicada na noite de segunda-feira, 12, na rede social X, Saab mencionou uma audiência de apresentação de seis pessoas, referindo-se a Rocío e seus cinco parentes, perante um tribunal contra o terrorismo. Depois disso, o Ministério Público solicitou a privação preventiva de liberdade para Rocío e seu ex-marido.

Rocío será acusada dos crimes de “traição à pátria”, “conspiração” e “terrorismo”, acusações pelas quais outros ativistas venezuelanos foram processados. Seu ex-marido será processado por “revelação de segredos políticos e militares relacionados à segurança da nação”, segundo Saab.

Os outros quatro familiares de Rocío foram libertados após receberam medidas cautelares, que consistem em “apresentações periódicas” ao tribunal e proibição de saída do país e de dar entrevistas, confirmou à agência de notícias AFP o advogado Joel Garcia. Segundo a defesa, trata-se de sua filha, Miranda, do pai dela, Víctor Díaz Paruta, e de dois irmãos da ativista.

Sua assessoria de imprensa confirmou nesta terça que Rocío está presa no Helicoide, um dos principais centros de detenção de “presos políticos”, gerido pelo Sebin. Seu ex-marido foi levado para a sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), em Boleíta, Caracas.

Reações

Os Estados Unidos apontaram que estão “profundamente preocupados” com a detenção da ativista e especialista militar Rocío San Miguel na Venezuela e estão acompanhando a situação “muito, muito de perto”, disse um porta-voz da Casa Branca nesta terça-feira.

O escritório de direitos humanos da ONU também expressou a sua “profunda preocupação” com a situação em San Miguel. “Pedimos a sua libertação imediata e o respeito pelo seu direito à defesa legal”, afirmou o órgão na rede social X.

“Temos conhecimento de relatos de que Rocío San Miguel, e acredito que alguns membros de sua família, foram detidos. “Estamos profundamente preocupados com isso”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

“Não vou entrar em especulações sobre o que exatamente aconteceu aqui ou o que poderemos fazer como resultado. Mas posso dizer que estamos acompanhando isso muito, muito de perto”, acrescentou./ com AFP

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