CARACAS - A ditadura de Nicolás Maduro anunciou a suspensão dos voos de e para o Panamá e a República Dominicana a partir de quarta-feira, 31, devido às “ações de interferência” dos governos desses dois países, que questionaram a transparência na reeleição de Maduro.
“É anunciada a suspensão temporária dos voos comerciais de e para a República Bolivariana da Venezuela com o Panamá e a República Dominicana, a partir de 31 de julho”, indicou o governo em comunicado oficial.
A relação de Caracas com os países da América Central azedou após a Organização dos Estados Americanos (OEA) convocar uma reunião extraordinária a pedido destes países junto aos governos do Uruguai, Peru, Paraguai, Equador, Costa Rica e Argentina.
Em resposta, o regime chavista expulsou o corpo diplomático da Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, Republica Dominicana e Uruguai.
Os sete países latino-americanos, ao lado do Equador e Paraguai, consideraram “indispensável” que existam “garantias de que os resultados eleitorais respeitarão plenamente a vontade popular expressada pelo povo venezuelano nas urnas”, em um comunicado conjunto.
Saiba mais
Eleição
Os países da região questionam o processo eleitoral venezuelano. No domingo, 28, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a vitória de Maduro com 51% dos votos contra 44% de Edmundo González Urrutia.
A oposição, liderada por María Corina Machado, denuncia uma fraude no pleito presidencial e disse ter “como provar a verdade” de que a eleição foi vencida por González. Machado explicou que, após ter acesso a cópias de 73% das atas da apuração, a projeção é de uma vitória da oposição com 6,27 milhões de votos, contra 2,75 milhões para Maduro.
Rússia diz que oposição precisa aceitar derrota
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi um dos poucos líderes internacionais a reconhecer a vitória de Maduro. O Kremlin pediu nesta terça-feira, 30, à oposição na Venezuela que deixe de questionar o resultado.
“Vemos que a oposição não quer aceitar sua derrota e consideramos que deve fazê-lo”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov. O porta-voz pediu que outros países não interfiram na política interna da Venezuela.
“É muito importante que as tentativas de intervir na situação interna da Venezuela não sejam incentivadas por outros países e que a Venezuela esteja a salvo de qualquer ingerência externa”, afirmou./com AFP