CARACAS - Manifestantes atearam fogo à uma estátua do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez em protesto contra seu sucessor, Nicolás Maduro, na madrugada desta quarta-feira, 23, em Sán Felix, no Estado de Bolívar, segundo o jornal El Nacional. O monumento foi erguido em julho em homenagem ao mês de nascimento do líder bolivariano, morto em 2013.
O protesto faz parte de uma onda de manifestações de rua que ocorreram pela segunda noite seguida em diversas regiões da Venezuela. Panelaços feitos das janelas das casas também foram registrados em fotografias e vídeos.
Uma pessoa chegou sem sinais vitais ao Hospital Periférico de Catia, na capital, devido a um projétil disparado por uma arma de fogo, segundo o deputado José Manuel Olívares, da Assembleia Nacional. O jornalista Roman Camacho afirma que sons de tiros foram ouvidos na região durante os protestos, que deixaram uma outra pessoa ferida.
A ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social identificou a vítima como Alixon Pizani, de 16 anos. "Condenamos o assassinato do joven Alixon Pizani (16) por ferimento de arma de fogo durante uma manifestação em Catia, Caracas", escreveu a organização em sua conta no Twitter.
Em Caracas, a capital venezuelana foram registrados mais de 20 protestos, tanto em zonas tradicionalmente opositoras como em setores considerados bastiões do chavismo, como o distrito de Cátia, de onde saíram pela segunda noite consecutiva dezenas de manifestantes para as ruas.
Nesta quarta, novos protestos estão marcados para acontecer em todo o país, convocados pela oposição venezuelana para pedir a saída de Nicolás Maduro, considerado “ilegítimo” e “usurpador” por parte da população - a manifestação recebeu o apoio, na véspera, do vice-presidente americano, Mike Pence. O chavismo também promete levar seus seguidores às ruas para defender o governo chavista.
No início de janeiro, Nicolás Maduro tomou posse de seu segundo mandato, para o qual deverá ficar no poder até 2025. A decisão foi amplamente criticada pela comunidade internacional, que critica a forma como a eleição presidencial foi realizada em 2018, sem as garantias necessárias para todos os candidatos opositores. / COM INFORMAÇÕES DA EFE