'Vi um dos piores crimes do mundo', diz professor que testemunhou genocídio


Lyal S. Sunga, professor do Instituto Raoul Wallenberg, na Suécia, foi um dos primeiros peritos internacionais a chegar a Ruanda dias depois do começo do genocídio

Por Ana Carolina Sacoman

O professor Lyal S. Sunga fez parte da Comissão de Peritos do Conselho de Segurança da ONU que relatou os crimes cometidos durante os cem dias do genocídio em Ruanda. Ele contou ao Estado o que viu:

Restos mortais de vítimas do genocídio em Ruanda, em 1994, expostasem Igreja em Ntarama, onde foram mortos Foto: REUTERS/Baz Ratner

“Chegamos a Kigali em 29 de outubro de 1994. Ruanda é um país de sol, solo rico em ferro e gente bonita, e essas foram minhas primeiras impressões. Nossa tarefa, no entanto, nos colocou cara a cara com os horrores de um dos piores crimes do século 20.

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Jamais esquecerei o que vi lá. Em Nyamirambo, 6 mil pessoas foram mortas em três dias pela interahamwe (milícia hutu) de um lado e pela guarda presidencial do outro, numa demonstração de premeditação e planejamento. Encontramos uma mulher com seu filho, forte e bonito aos 10 anos de idade, exceto pela desfiguração grosseira do golpe de machete com força total na frente do rosto.

Em 1.º de novembro, fomos para N’tarama, onde 400 dos cerca de 5 mil corpos ainda não haviam sido enterrados desde o ataque, em 15 de abril. Foi lá que senti pela primeira vez o fedor de carne humana decomposta, um cheiro que permeia todo o seu ser.

Meu colega forense me apoiou no banco da primeira fila da Igreja de N’tarama, para evitar que eu escorregasse na gordura humana e caísse na massa de cadáveres. Em Nyarabuye, fiquei para trás do time e me vi andando sobre larvas negras mortas que tinham comido carne humana. Isso me chocou.

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Em 2015, voltei à Igreja de N’tarama. O zumbido reconfortante de pessoas em movimento substituiu o silêncio e o mau cheiro humano de 1994. Ruanda foi transformada de cenário de morte e destruição em um lugar limpo, eficiente, seguro e vibrante em duas décadas.”

O professor Lyal S. Sunga fez parte da Comissão de Peritos do Conselho de Segurança da ONU que relatou os crimes cometidos durante os cem dias do genocídio em Ruanda. Ele contou ao Estado o que viu:

Restos mortais de vítimas do genocídio em Ruanda, em 1994, expostasem Igreja em Ntarama, onde foram mortos Foto: REUTERS/Baz Ratner

“Chegamos a Kigali em 29 de outubro de 1994. Ruanda é um país de sol, solo rico em ferro e gente bonita, e essas foram minhas primeiras impressões. Nossa tarefa, no entanto, nos colocou cara a cara com os horrores de um dos piores crimes do século 20.

Jamais esquecerei o que vi lá. Em Nyamirambo, 6 mil pessoas foram mortas em três dias pela interahamwe (milícia hutu) de um lado e pela guarda presidencial do outro, numa demonstração de premeditação e planejamento. Encontramos uma mulher com seu filho, forte e bonito aos 10 anos de idade, exceto pela desfiguração grosseira do golpe de machete com força total na frente do rosto.

Em 1.º de novembro, fomos para N’tarama, onde 400 dos cerca de 5 mil corpos ainda não haviam sido enterrados desde o ataque, em 15 de abril. Foi lá que senti pela primeira vez o fedor de carne humana decomposta, um cheiro que permeia todo o seu ser.

Meu colega forense me apoiou no banco da primeira fila da Igreja de N’tarama, para evitar que eu escorregasse na gordura humana e caísse na massa de cadáveres. Em Nyarabuye, fiquei para trás do time e me vi andando sobre larvas negras mortas que tinham comido carne humana. Isso me chocou.

Em 2015, voltei à Igreja de N’tarama. O zumbido reconfortante de pessoas em movimento substituiu o silêncio e o mau cheiro humano de 1994. Ruanda foi transformada de cenário de morte e destruição em um lugar limpo, eficiente, seguro e vibrante em duas décadas.”

O professor Lyal S. Sunga fez parte da Comissão de Peritos do Conselho de Segurança da ONU que relatou os crimes cometidos durante os cem dias do genocídio em Ruanda. Ele contou ao Estado o que viu:

Restos mortais de vítimas do genocídio em Ruanda, em 1994, expostasem Igreja em Ntarama, onde foram mortos Foto: REUTERS/Baz Ratner

“Chegamos a Kigali em 29 de outubro de 1994. Ruanda é um país de sol, solo rico em ferro e gente bonita, e essas foram minhas primeiras impressões. Nossa tarefa, no entanto, nos colocou cara a cara com os horrores de um dos piores crimes do século 20.

Jamais esquecerei o que vi lá. Em Nyamirambo, 6 mil pessoas foram mortas em três dias pela interahamwe (milícia hutu) de um lado e pela guarda presidencial do outro, numa demonstração de premeditação e planejamento. Encontramos uma mulher com seu filho, forte e bonito aos 10 anos de idade, exceto pela desfiguração grosseira do golpe de machete com força total na frente do rosto.

Em 1.º de novembro, fomos para N’tarama, onde 400 dos cerca de 5 mil corpos ainda não haviam sido enterrados desde o ataque, em 15 de abril. Foi lá que senti pela primeira vez o fedor de carne humana decomposta, um cheiro que permeia todo o seu ser.

Meu colega forense me apoiou no banco da primeira fila da Igreja de N’tarama, para evitar que eu escorregasse na gordura humana e caísse na massa de cadáveres. Em Nyarabuye, fiquei para trás do time e me vi andando sobre larvas negras mortas que tinham comido carne humana. Isso me chocou.

Em 2015, voltei à Igreja de N’tarama. O zumbido reconfortante de pessoas em movimento substituiu o silêncio e o mau cheiro humano de 1994. Ruanda foi transformada de cenário de morte e destruição em um lugar limpo, eficiente, seguro e vibrante em duas décadas.”

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