Vídeo mostra caça russo atacando um drone dos EUA sobre o Mar Negro; assista


O Pentágono divulgou vídeo que mostra o jato russo despejando combustível em drone americano antes de ele ser derrubado

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Os EUA divulgaram um vídeo que mostra um avião russo realizando uma “interceptação insegura e não profissional” contra o drone MQ-9 Reaper, da Força Aérea americana, no espaço aéreo internacional sobre o Mar Negro na última terça-feira.

Nas imagens, o caça Su-27 aparece despejando combustível e atingindo a hélice do MQ-9. Segundo os EUA, a conexão com o drone foi perdida após a colisão. A aeronave não tripulada acabou caindo no mar. A emissora ABC destacou que, quando a transmissão de vídeo foi retomada depois do episódio, uma parte da hélice do MQ-9 apareceu danificada.

O pessoal da Força Aérea que opera remotamente o drone, chamado MQ-9 Reaper, o derrubou depois que Su-27s russos despejaram combustível na aeronave e um deles colidiu com a hélice do Reaper, segundo as autoridades americanas.

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Câmera em drone americano mostra momento em que jato russo se aproxima e jorra um líquido contra a aeronave

A Rússia negou responsabilidade no episódio, dizendo que sua aeronave não entrou em contato com o drone americano. Acredita-se que o incidente seja o primeiro confronto direto entre EUA e Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, no ano passado.

Após o incidente, a Ucrânia acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de querer “expandir” o conflito, que aumentou as tensões entre Moscou e Washington.

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Um dia após o incidente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro de Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, conversaram por telefone, numa tentativa de evitar que o incidente assuma proporções maiores.

Em comunicado, Moscou disse que Shoigu deixou claro que à Rússia não interessa uma escalada no Mar Negro, mas que “responderá proporcionalmente” a “todas as provocações”. Austin, por sua vez, pediu que a Rússia opere seus aparatos de forma “segura e profissional” e indicou que os EUA continuarão a enviar seus drones “aonde a lei internacional permitir”.

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Ao mesmo tempo, a Rússia anunciou sua intenção de recuperar os destroços da aeronave, apesar do alerta de Washington contra qualquer tentativa de apreensão dos fragmentos. “Não sei se conseguiremos recuperá-lo, mas temos que tentar e vamos trabalhar nisso”, disse o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, em declarações à TV.

Já o porta-voz da Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, criticou a Rússia por se recusar a assumir a responsabilidade pelo acidente e disse que os EUA estão tentando recuperar os restos do drone. “Obviamente, não queremos ver ninguém colocando as mãos nele além de nós”, disse Kirby. “Tomamos medidas para proteger nossos interesses.”

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Os Estados Unidos descreveram a ação dos aviões russos de “imprudente” e “pouco profissional”, mas a Rússia negou qualquer irregularidade e afirmou que seus caças Su-27 não fizeram qualquer contato com o drone. Já o embaixador russo nos EUA exigiu o fim dos voos militares perto do território da Rússia.

O que é o drone MQ-9 Reaper, quanto custa e qual é a sua função principal?

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O Reaper é usado pela Força Aérea dos EUA para coletar inteligência e conduzir missões de vigilância, busca e resgate e ataques de precisão em alvos de alto valor e sensíveis ao tempo, de acordo com um informativo oficial.

Os drones realizaram missões no Iraque, no Afeganistão e na Síria, entre outros países, e são operados remotamente por uma equipe de 2 das 20 bases em 17 Estados americanos. Uma comanda a missão e controla o drone, enquanto a outra opera sensores e guia as armas.

A aeronave também pode conter até oito mísseis guiados por laser, 16 mísseis Hellfire e até 1.300 libras de combustível. Isso permite que ele permaneça no ar por 1,85 mil km e voe a até 50 mil pés. Em 2018, os MQ-9 Reapers voaram um total de 325 mil horas.

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Imagem divulgada pela Força Aérea americana do um drone MQ-9 Reaper, semelhante ao derrubado no Mar Negro  Foto: U.S. Air Force via The New York Times - Agosto de 2020

A Força Aérea contratou a General Atomics para construir mais de 360 Reapers desde que o programa começou em 2007. Um único drone Reaper custa cerca de US$ 30 milhões (cerca de R$ 158 milhões) hoje, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso divulgado no ano passado.

O drone tem 11 metros de comprimento e uma envergadura de 20 metros e uma carga útil de 1,7 mil kg. O MQ-9 é uma versão atualizada do MQ-1 Predator, que foi introduzido na década de 90. O Reaper tem um motor cerca de oito vezes mais potente e tem 4 metros a mais com uma envergadura de quase 5 metros a mais do que seu antecessor. O drone atualizado também possui sensores e câmeras infravermelhos e um telêmetro a laser para localizar alvos.

Na designação do Departamento de Defesa, o “M” significa multifunção, o “Q” significa que é um sistema de aeronave pilotada remotamente e o “9″ mostra que é o nono na série de aeronaves pilotadas remotamente.

O que o drone estava fazendo quando foi derrubado?

“A aeronave estava realizando operações de rotina no espaço aéreo internacional” quando foi atingida pelo caça russo SU-27, disse o general James B. Hecker, um oficial militar sênior que supervisiona as operações da Força Aérea na região, em um comunicado. “Na verdade, esse ato inseguro e pouco profissional dos russos quase causou a queda de ambas as aeronaves.”

Um comunicado de imprensa do Comando Europeu dos EUA disse que o incidente é o mais recente de um “padrão de ações perigosas de pilotos russos ao interagir com aeronaves americanas e aliadas” sobre o Mar Negro.

“Isso não é novo”, disse Philip Breedlove, general aposentado da Força Aérea e ex-comandante supremo aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os confrontos russos e americanos no Mar Negro “estão acontecendo há algum tempo. Costumava acontecer quase rotineiramente”.

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Não ficou imediatamente claro onde ocorreu o incidente no Mar Negro ou qual missão o drone estava conduzindo. Oficiais militares dos EUA também não especificaram quais outras ações recentes de pilotos russos se encaixam no padrão de atividade perigosa que eles descreveram.

Um porta-voz do Pentágono, general de brigada Patrick Ryder, disse aos repórteres que os dois caças Su-27 foram vistos pela primeira vez perto do MQ-9 cerca de 30 a 40 minutos antes de os pilotos americanos derrubarem o Reaper. Ele se recusou a dizer se o drone estava armado, qual era sua missão ou onde no Mar Negro ele caiu.

Não está claro quando ou se o vídeo do incidente será divulgado publicamente. Ele deve primeiro passar por um processo de desclassificação.

Voos ‘hostis’

O governo americano responsabilizou a Rússia pelo incidente e chamou de “temerária e pouco profissional” a ação dos aviões russos, mas o Kremlin negou qualquer erro. O embaixador da Rússia nos EUA, Anatoli Antonov, classificou os voos americanos perto da fronteira russa como “hostis”.

“Nós esperamos que os Estados Unidos se abstenham de mais especulações na mídia e interrompam os voos perto das fronteiras russas”, escreveu o embaixador Antonov em um comunicado divulgado no Telegram. “Consideramos qualquer ação com o uso de armamento dos Estados Unidos como abertamente hostil.

O Kremlin alega que acidente aconteceu “na zona da península da Crimeia”, território ucraniano anexado pela Rússia em 2014. De acordo com Moscou, o drone avançava “na direção” da fronteira russa.

Embaixador russo, Anatoly Antonov, deixa Departamento de Estado em Washington após reunião para tratar de incidente envolvendo drone americano  Foto: Patrick Semansky/AP - 15/3/2023

Vários diplomatas da Otan confirmaram o incidente, mas destacaram que não esperam uma escalada do confronto. Uma fonte militar ocidental, que falou com a AFP na condição de anonimato, afirmou que os canais diplomáticos entre Rússia e EUA podem ajudar a mitigar as consequências.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia aumenta o temor de um confronto direto entre Moscou e Otan, organização cujos países membros fornecem armas a Kiev.

Quais são as implicações?

Breedlove disse que, embora ainda não haja evidências de que a colisão foi deliberada, a derrubada intencional de um drone dos EUA teria consequências potencialmente preocupantes.

Os EUA e a Otan, embora armando a Ucrânia e fornecendo inteligência regular a Kiev, dizem que não têm envolvimento direto na guerra. Moscou caracterizou essas ações como uma tentativa ocidental de destruir a Rússia.

“Isso pode ser tão simples quanto falta de habilidade de pilotagem, falta de profissionalismo”, disse Breedlove.O Comando Europeu dos EUA declarou em um comunicado à imprensa que as ações da tripulação russa podem causar “escalada não intencional”.

Os EUA e seus aliados planejam continuar operando no espaço aéreo internacional, acrescentou Hecker, oficial sênior da Força Aérea. O Ministério da Defesa da Rússia negou ter atingido o MQ-9, alegando que os pilotos russos observaram o drone em “voo descontrolado” antes de cair no mar.

“Os caças russos não usaram armas aerotransportadas, não entraram em contato com o veículo aéreo não tripulado e retornaram com segurança ao aeródromo de sua base”, disseram autoridades em uma declaração.

Em Washington, o embaixador russo nos EUA foi convocado pelo Departamento de Estado. Ned Price, porta-voz do departamento, disse a repórteres que Lynne M. Tracy, embaixadora dos EUA na Rússia, transmitiu as “fortes objeções” do governo Biden ao Ministério das Relações Exteriores de Moscou.

Nada havia sido recuperado do drone no local do acidente até esta quarta-feira.

WASHINGTON - Os EUA divulgaram um vídeo que mostra um avião russo realizando uma “interceptação insegura e não profissional” contra o drone MQ-9 Reaper, da Força Aérea americana, no espaço aéreo internacional sobre o Mar Negro na última terça-feira.

Nas imagens, o caça Su-27 aparece despejando combustível e atingindo a hélice do MQ-9. Segundo os EUA, a conexão com o drone foi perdida após a colisão. A aeronave não tripulada acabou caindo no mar. A emissora ABC destacou que, quando a transmissão de vídeo foi retomada depois do episódio, uma parte da hélice do MQ-9 apareceu danificada.

O pessoal da Força Aérea que opera remotamente o drone, chamado MQ-9 Reaper, o derrubou depois que Su-27s russos despejaram combustível na aeronave e um deles colidiu com a hélice do Reaper, segundo as autoridades americanas.

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A Rússia negou responsabilidade no episódio, dizendo que sua aeronave não entrou em contato com o drone americano. Acredita-se que o incidente seja o primeiro confronto direto entre EUA e Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, no ano passado.

Após o incidente, a Ucrânia acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de querer “expandir” o conflito, que aumentou as tensões entre Moscou e Washington.

Um dia após o incidente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro de Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, conversaram por telefone, numa tentativa de evitar que o incidente assuma proporções maiores.

Em comunicado, Moscou disse que Shoigu deixou claro que à Rússia não interessa uma escalada no Mar Negro, mas que “responderá proporcionalmente” a “todas as provocações”. Austin, por sua vez, pediu que a Rússia opere seus aparatos de forma “segura e profissional” e indicou que os EUA continuarão a enviar seus drones “aonde a lei internacional permitir”.

Ao mesmo tempo, a Rússia anunciou sua intenção de recuperar os destroços da aeronave, apesar do alerta de Washington contra qualquer tentativa de apreensão dos fragmentos. “Não sei se conseguiremos recuperá-lo, mas temos que tentar e vamos trabalhar nisso”, disse o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, em declarações à TV.

Já o porta-voz da Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, criticou a Rússia por se recusar a assumir a responsabilidade pelo acidente e disse que os EUA estão tentando recuperar os restos do drone. “Obviamente, não queremos ver ninguém colocando as mãos nele além de nós”, disse Kirby. “Tomamos medidas para proteger nossos interesses.”

Os Estados Unidos descreveram a ação dos aviões russos de “imprudente” e “pouco profissional”, mas a Rússia negou qualquer irregularidade e afirmou que seus caças Su-27 não fizeram qualquer contato com o drone. Já o embaixador russo nos EUA exigiu o fim dos voos militares perto do território da Rússia.

O que é o drone MQ-9 Reaper, quanto custa e qual é a sua função principal?

O Reaper é usado pela Força Aérea dos EUA para coletar inteligência e conduzir missões de vigilância, busca e resgate e ataques de precisão em alvos de alto valor e sensíveis ao tempo, de acordo com um informativo oficial.

Os drones realizaram missões no Iraque, no Afeganistão e na Síria, entre outros países, e são operados remotamente por uma equipe de 2 das 20 bases em 17 Estados americanos. Uma comanda a missão e controla o drone, enquanto a outra opera sensores e guia as armas.

A aeronave também pode conter até oito mísseis guiados por laser, 16 mísseis Hellfire e até 1.300 libras de combustível. Isso permite que ele permaneça no ar por 1,85 mil km e voe a até 50 mil pés. Em 2018, os MQ-9 Reapers voaram um total de 325 mil horas.

Imagem divulgada pela Força Aérea americana do um drone MQ-9 Reaper, semelhante ao derrubado no Mar Negro  Foto: U.S. Air Force via The New York Times - Agosto de 2020

A Força Aérea contratou a General Atomics para construir mais de 360 Reapers desde que o programa começou em 2007. Um único drone Reaper custa cerca de US$ 30 milhões (cerca de R$ 158 milhões) hoje, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso divulgado no ano passado.

O drone tem 11 metros de comprimento e uma envergadura de 20 metros e uma carga útil de 1,7 mil kg. O MQ-9 é uma versão atualizada do MQ-1 Predator, que foi introduzido na década de 90. O Reaper tem um motor cerca de oito vezes mais potente e tem 4 metros a mais com uma envergadura de quase 5 metros a mais do que seu antecessor. O drone atualizado também possui sensores e câmeras infravermelhos e um telêmetro a laser para localizar alvos.

Na designação do Departamento de Defesa, o “M” significa multifunção, o “Q” significa que é um sistema de aeronave pilotada remotamente e o “9″ mostra que é o nono na série de aeronaves pilotadas remotamente.

O que o drone estava fazendo quando foi derrubado?

“A aeronave estava realizando operações de rotina no espaço aéreo internacional” quando foi atingida pelo caça russo SU-27, disse o general James B. Hecker, um oficial militar sênior que supervisiona as operações da Força Aérea na região, em um comunicado. “Na verdade, esse ato inseguro e pouco profissional dos russos quase causou a queda de ambas as aeronaves.”

Um comunicado de imprensa do Comando Europeu dos EUA disse que o incidente é o mais recente de um “padrão de ações perigosas de pilotos russos ao interagir com aeronaves americanas e aliadas” sobre o Mar Negro.

“Isso não é novo”, disse Philip Breedlove, general aposentado da Força Aérea e ex-comandante supremo aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os confrontos russos e americanos no Mar Negro “estão acontecendo há algum tempo. Costumava acontecer quase rotineiramente”.

Seu navegador não suporta esse video.

Não ficou imediatamente claro onde ocorreu o incidente no Mar Negro ou qual missão o drone estava conduzindo. Oficiais militares dos EUA também não especificaram quais outras ações recentes de pilotos russos se encaixam no padrão de atividade perigosa que eles descreveram.

Um porta-voz do Pentágono, general de brigada Patrick Ryder, disse aos repórteres que os dois caças Su-27 foram vistos pela primeira vez perto do MQ-9 cerca de 30 a 40 minutos antes de os pilotos americanos derrubarem o Reaper. Ele se recusou a dizer se o drone estava armado, qual era sua missão ou onde no Mar Negro ele caiu.

Não está claro quando ou se o vídeo do incidente será divulgado publicamente. Ele deve primeiro passar por um processo de desclassificação.

Voos ‘hostis’

O governo americano responsabilizou a Rússia pelo incidente e chamou de “temerária e pouco profissional” a ação dos aviões russos, mas o Kremlin negou qualquer erro. O embaixador da Rússia nos EUA, Anatoli Antonov, classificou os voos americanos perto da fronteira russa como “hostis”.

“Nós esperamos que os Estados Unidos se abstenham de mais especulações na mídia e interrompam os voos perto das fronteiras russas”, escreveu o embaixador Antonov em um comunicado divulgado no Telegram. “Consideramos qualquer ação com o uso de armamento dos Estados Unidos como abertamente hostil.

O Kremlin alega que acidente aconteceu “na zona da península da Crimeia”, território ucraniano anexado pela Rússia em 2014. De acordo com Moscou, o drone avançava “na direção” da fronteira russa.

Embaixador russo, Anatoly Antonov, deixa Departamento de Estado em Washington após reunião para tratar de incidente envolvendo drone americano  Foto: Patrick Semansky/AP - 15/3/2023

Vários diplomatas da Otan confirmaram o incidente, mas destacaram que não esperam uma escalada do confronto. Uma fonte militar ocidental, que falou com a AFP na condição de anonimato, afirmou que os canais diplomáticos entre Rússia e EUA podem ajudar a mitigar as consequências.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia aumenta o temor de um confronto direto entre Moscou e Otan, organização cujos países membros fornecem armas a Kiev.

Quais são as implicações?

Breedlove disse que, embora ainda não haja evidências de que a colisão foi deliberada, a derrubada intencional de um drone dos EUA teria consequências potencialmente preocupantes.

Os EUA e a Otan, embora armando a Ucrânia e fornecendo inteligência regular a Kiev, dizem que não têm envolvimento direto na guerra. Moscou caracterizou essas ações como uma tentativa ocidental de destruir a Rússia.

“Isso pode ser tão simples quanto falta de habilidade de pilotagem, falta de profissionalismo”, disse Breedlove.O Comando Europeu dos EUA declarou em um comunicado à imprensa que as ações da tripulação russa podem causar “escalada não intencional”.

Os EUA e seus aliados planejam continuar operando no espaço aéreo internacional, acrescentou Hecker, oficial sênior da Força Aérea. O Ministério da Defesa da Rússia negou ter atingido o MQ-9, alegando que os pilotos russos observaram o drone em “voo descontrolado” antes de cair no mar.

“Os caças russos não usaram armas aerotransportadas, não entraram em contato com o veículo aéreo não tripulado e retornaram com segurança ao aeródromo de sua base”, disseram autoridades em uma declaração.

Em Washington, o embaixador russo nos EUA foi convocado pelo Departamento de Estado. Ned Price, porta-voz do departamento, disse a repórteres que Lynne M. Tracy, embaixadora dos EUA na Rússia, transmitiu as “fortes objeções” do governo Biden ao Ministério das Relações Exteriores de Moscou.

Nada havia sido recuperado do drone no local do acidente até esta quarta-feira.

WASHINGTON - Os EUA divulgaram um vídeo que mostra um avião russo realizando uma “interceptação insegura e não profissional” contra o drone MQ-9 Reaper, da Força Aérea americana, no espaço aéreo internacional sobre o Mar Negro na última terça-feira.

Nas imagens, o caça Su-27 aparece despejando combustível e atingindo a hélice do MQ-9. Segundo os EUA, a conexão com o drone foi perdida após a colisão. A aeronave não tripulada acabou caindo no mar. A emissora ABC destacou que, quando a transmissão de vídeo foi retomada depois do episódio, uma parte da hélice do MQ-9 apareceu danificada.

O pessoal da Força Aérea que opera remotamente o drone, chamado MQ-9 Reaper, o derrubou depois que Su-27s russos despejaram combustível na aeronave e um deles colidiu com a hélice do Reaper, segundo as autoridades americanas.

Seu navegador não suporta esse video.

Câmera em drone americano mostra momento em que jato russo se aproxima e jorra um líquido contra a aeronave

A Rússia negou responsabilidade no episódio, dizendo que sua aeronave não entrou em contato com o drone americano. Acredita-se que o incidente seja o primeiro confronto direto entre EUA e Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, no ano passado.

Após o incidente, a Ucrânia acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de querer “expandir” o conflito, que aumentou as tensões entre Moscou e Washington.

Um dia após o incidente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro de Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, conversaram por telefone, numa tentativa de evitar que o incidente assuma proporções maiores.

Em comunicado, Moscou disse que Shoigu deixou claro que à Rússia não interessa uma escalada no Mar Negro, mas que “responderá proporcionalmente” a “todas as provocações”. Austin, por sua vez, pediu que a Rússia opere seus aparatos de forma “segura e profissional” e indicou que os EUA continuarão a enviar seus drones “aonde a lei internacional permitir”.

Ao mesmo tempo, a Rússia anunciou sua intenção de recuperar os destroços da aeronave, apesar do alerta de Washington contra qualquer tentativa de apreensão dos fragmentos. “Não sei se conseguiremos recuperá-lo, mas temos que tentar e vamos trabalhar nisso”, disse o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, em declarações à TV.

Já o porta-voz da Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, criticou a Rússia por se recusar a assumir a responsabilidade pelo acidente e disse que os EUA estão tentando recuperar os restos do drone. “Obviamente, não queremos ver ninguém colocando as mãos nele além de nós”, disse Kirby. “Tomamos medidas para proteger nossos interesses.”

Os Estados Unidos descreveram a ação dos aviões russos de “imprudente” e “pouco profissional”, mas a Rússia negou qualquer irregularidade e afirmou que seus caças Su-27 não fizeram qualquer contato com o drone. Já o embaixador russo nos EUA exigiu o fim dos voos militares perto do território da Rússia.

O que é o drone MQ-9 Reaper, quanto custa e qual é a sua função principal?

O Reaper é usado pela Força Aérea dos EUA para coletar inteligência e conduzir missões de vigilância, busca e resgate e ataques de precisão em alvos de alto valor e sensíveis ao tempo, de acordo com um informativo oficial.

Os drones realizaram missões no Iraque, no Afeganistão e na Síria, entre outros países, e são operados remotamente por uma equipe de 2 das 20 bases em 17 Estados americanos. Uma comanda a missão e controla o drone, enquanto a outra opera sensores e guia as armas.

A aeronave também pode conter até oito mísseis guiados por laser, 16 mísseis Hellfire e até 1.300 libras de combustível. Isso permite que ele permaneça no ar por 1,85 mil km e voe a até 50 mil pés. Em 2018, os MQ-9 Reapers voaram um total de 325 mil horas.

Imagem divulgada pela Força Aérea americana do um drone MQ-9 Reaper, semelhante ao derrubado no Mar Negro  Foto: U.S. Air Force via The New York Times - Agosto de 2020

A Força Aérea contratou a General Atomics para construir mais de 360 Reapers desde que o programa começou em 2007. Um único drone Reaper custa cerca de US$ 30 milhões (cerca de R$ 158 milhões) hoje, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso divulgado no ano passado.

O drone tem 11 metros de comprimento e uma envergadura de 20 metros e uma carga útil de 1,7 mil kg. O MQ-9 é uma versão atualizada do MQ-1 Predator, que foi introduzido na década de 90. O Reaper tem um motor cerca de oito vezes mais potente e tem 4 metros a mais com uma envergadura de quase 5 metros a mais do que seu antecessor. O drone atualizado também possui sensores e câmeras infravermelhos e um telêmetro a laser para localizar alvos.

Na designação do Departamento de Defesa, o “M” significa multifunção, o “Q” significa que é um sistema de aeronave pilotada remotamente e o “9″ mostra que é o nono na série de aeronaves pilotadas remotamente.

O que o drone estava fazendo quando foi derrubado?

“A aeronave estava realizando operações de rotina no espaço aéreo internacional” quando foi atingida pelo caça russo SU-27, disse o general James B. Hecker, um oficial militar sênior que supervisiona as operações da Força Aérea na região, em um comunicado. “Na verdade, esse ato inseguro e pouco profissional dos russos quase causou a queda de ambas as aeronaves.”

Um comunicado de imprensa do Comando Europeu dos EUA disse que o incidente é o mais recente de um “padrão de ações perigosas de pilotos russos ao interagir com aeronaves americanas e aliadas” sobre o Mar Negro.

“Isso não é novo”, disse Philip Breedlove, general aposentado da Força Aérea e ex-comandante supremo aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os confrontos russos e americanos no Mar Negro “estão acontecendo há algum tempo. Costumava acontecer quase rotineiramente”.

Seu navegador não suporta esse video.

Não ficou imediatamente claro onde ocorreu o incidente no Mar Negro ou qual missão o drone estava conduzindo. Oficiais militares dos EUA também não especificaram quais outras ações recentes de pilotos russos se encaixam no padrão de atividade perigosa que eles descreveram.

Um porta-voz do Pentágono, general de brigada Patrick Ryder, disse aos repórteres que os dois caças Su-27 foram vistos pela primeira vez perto do MQ-9 cerca de 30 a 40 minutos antes de os pilotos americanos derrubarem o Reaper. Ele se recusou a dizer se o drone estava armado, qual era sua missão ou onde no Mar Negro ele caiu.

Não está claro quando ou se o vídeo do incidente será divulgado publicamente. Ele deve primeiro passar por um processo de desclassificação.

Voos ‘hostis’

O governo americano responsabilizou a Rússia pelo incidente e chamou de “temerária e pouco profissional” a ação dos aviões russos, mas o Kremlin negou qualquer erro. O embaixador da Rússia nos EUA, Anatoli Antonov, classificou os voos americanos perto da fronteira russa como “hostis”.

“Nós esperamos que os Estados Unidos se abstenham de mais especulações na mídia e interrompam os voos perto das fronteiras russas”, escreveu o embaixador Antonov em um comunicado divulgado no Telegram. “Consideramos qualquer ação com o uso de armamento dos Estados Unidos como abertamente hostil.

O Kremlin alega que acidente aconteceu “na zona da península da Crimeia”, território ucraniano anexado pela Rússia em 2014. De acordo com Moscou, o drone avançava “na direção” da fronteira russa.

Embaixador russo, Anatoly Antonov, deixa Departamento de Estado em Washington após reunião para tratar de incidente envolvendo drone americano  Foto: Patrick Semansky/AP - 15/3/2023

Vários diplomatas da Otan confirmaram o incidente, mas destacaram que não esperam uma escalada do confronto. Uma fonte militar ocidental, que falou com a AFP na condição de anonimato, afirmou que os canais diplomáticos entre Rússia e EUA podem ajudar a mitigar as consequências.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia aumenta o temor de um confronto direto entre Moscou e Otan, organização cujos países membros fornecem armas a Kiev.

Quais são as implicações?

Breedlove disse que, embora ainda não haja evidências de que a colisão foi deliberada, a derrubada intencional de um drone dos EUA teria consequências potencialmente preocupantes.

Os EUA e a Otan, embora armando a Ucrânia e fornecendo inteligência regular a Kiev, dizem que não têm envolvimento direto na guerra. Moscou caracterizou essas ações como uma tentativa ocidental de destruir a Rússia.

“Isso pode ser tão simples quanto falta de habilidade de pilotagem, falta de profissionalismo”, disse Breedlove.O Comando Europeu dos EUA declarou em um comunicado à imprensa que as ações da tripulação russa podem causar “escalada não intencional”.

Os EUA e seus aliados planejam continuar operando no espaço aéreo internacional, acrescentou Hecker, oficial sênior da Força Aérea. O Ministério da Defesa da Rússia negou ter atingido o MQ-9, alegando que os pilotos russos observaram o drone em “voo descontrolado” antes de cair no mar.

“Os caças russos não usaram armas aerotransportadas, não entraram em contato com o veículo aéreo não tripulado e retornaram com segurança ao aeródromo de sua base”, disseram autoridades em uma declaração.

Em Washington, o embaixador russo nos EUA foi convocado pelo Departamento de Estado. Ned Price, porta-voz do departamento, disse a repórteres que Lynne M. Tracy, embaixadora dos EUA na Rússia, transmitiu as “fortes objeções” do governo Biden ao Ministério das Relações Exteriores de Moscou.

Nada havia sido recuperado do drone no local do acidente até esta quarta-feira.

WASHINGTON - Os EUA divulgaram um vídeo que mostra um avião russo realizando uma “interceptação insegura e não profissional” contra o drone MQ-9 Reaper, da Força Aérea americana, no espaço aéreo internacional sobre o Mar Negro na última terça-feira.

Nas imagens, o caça Su-27 aparece despejando combustível e atingindo a hélice do MQ-9. Segundo os EUA, a conexão com o drone foi perdida após a colisão. A aeronave não tripulada acabou caindo no mar. A emissora ABC destacou que, quando a transmissão de vídeo foi retomada depois do episódio, uma parte da hélice do MQ-9 apareceu danificada.

O pessoal da Força Aérea que opera remotamente o drone, chamado MQ-9 Reaper, o derrubou depois que Su-27s russos despejaram combustível na aeronave e um deles colidiu com a hélice do Reaper, segundo as autoridades americanas.

Seu navegador não suporta esse video.

Câmera em drone americano mostra momento em que jato russo se aproxima e jorra um líquido contra a aeronave

A Rússia negou responsabilidade no episódio, dizendo que sua aeronave não entrou em contato com o drone americano. Acredita-se que o incidente seja o primeiro confronto direto entre EUA e Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, no ano passado.

Após o incidente, a Ucrânia acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de querer “expandir” o conflito, que aumentou as tensões entre Moscou e Washington.

Um dia após o incidente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o ministro de Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, conversaram por telefone, numa tentativa de evitar que o incidente assuma proporções maiores.

Em comunicado, Moscou disse que Shoigu deixou claro que à Rússia não interessa uma escalada no Mar Negro, mas que “responderá proporcionalmente” a “todas as provocações”. Austin, por sua vez, pediu que a Rússia opere seus aparatos de forma “segura e profissional” e indicou que os EUA continuarão a enviar seus drones “aonde a lei internacional permitir”.

Ao mesmo tempo, a Rússia anunciou sua intenção de recuperar os destroços da aeronave, apesar do alerta de Washington contra qualquer tentativa de apreensão dos fragmentos. “Não sei se conseguiremos recuperá-lo, mas temos que tentar e vamos trabalhar nisso”, disse o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, em declarações à TV.

Já o porta-voz da Segurança Interna da Casa Branca, John Kirby, criticou a Rússia por se recusar a assumir a responsabilidade pelo acidente e disse que os EUA estão tentando recuperar os restos do drone. “Obviamente, não queremos ver ninguém colocando as mãos nele além de nós”, disse Kirby. “Tomamos medidas para proteger nossos interesses.”

Os Estados Unidos descreveram a ação dos aviões russos de “imprudente” e “pouco profissional”, mas a Rússia negou qualquer irregularidade e afirmou que seus caças Su-27 não fizeram qualquer contato com o drone. Já o embaixador russo nos EUA exigiu o fim dos voos militares perto do território da Rússia.

O que é o drone MQ-9 Reaper, quanto custa e qual é a sua função principal?

O Reaper é usado pela Força Aérea dos EUA para coletar inteligência e conduzir missões de vigilância, busca e resgate e ataques de precisão em alvos de alto valor e sensíveis ao tempo, de acordo com um informativo oficial.

Os drones realizaram missões no Iraque, no Afeganistão e na Síria, entre outros países, e são operados remotamente por uma equipe de 2 das 20 bases em 17 Estados americanos. Uma comanda a missão e controla o drone, enquanto a outra opera sensores e guia as armas.

A aeronave também pode conter até oito mísseis guiados por laser, 16 mísseis Hellfire e até 1.300 libras de combustível. Isso permite que ele permaneça no ar por 1,85 mil km e voe a até 50 mil pés. Em 2018, os MQ-9 Reapers voaram um total de 325 mil horas.

Imagem divulgada pela Força Aérea americana do um drone MQ-9 Reaper, semelhante ao derrubado no Mar Negro  Foto: U.S. Air Force via The New York Times - Agosto de 2020

A Força Aérea contratou a General Atomics para construir mais de 360 Reapers desde que o programa começou em 2007. Um único drone Reaper custa cerca de US$ 30 milhões (cerca de R$ 158 milhões) hoje, de acordo com um relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso divulgado no ano passado.

O drone tem 11 metros de comprimento e uma envergadura de 20 metros e uma carga útil de 1,7 mil kg. O MQ-9 é uma versão atualizada do MQ-1 Predator, que foi introduzido na década de 90. O Reaper tem um motor cerca de oito vezes mais potente e tem 4 metros a mais com uma envergadura de quase 5 metros a mais do que seu antecessor. O drone atualizado também possui sensores e câmeras infravermelhos e um telêmetro a laser para localizar alvos.

Na designação do Departamento de Defesa, o “M” significa multifunção, o “Q” significa que é um sistema de aeronave pilotada remotamente e o “9″ mostra que é o nono na série de aeronaves pilotadas remotamente.

O que o drone estava fazendo quando foi derrubado?

“A aeronave estava realizando operações de rotina no espaço aéreo internacional” quando foi atingida pelo caça russo SU-27, disse o general James B. Hecker, um oficial militar sênior que supervisiona as operações da Força Aérea na região, em um comunicado. “Na verdade, esse ato inseguro e pouco profissional dos russos quase causou a queda de ambas as aeronaves.”

Um comunicado de imprensa do Comando Europeu dos EUA disse que o incidente é o mais recente de um “padrão de ações perigosas de pilotos russos ao interagir com aeronaves americanas e aliadas” sobre o Mar Negro.

“Isso não é novo”, disse Philip Breedlove, general aposentado da Força Aérea e ex-comandante supremo aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os confrontos russos e americanos no Mar Negro “estão acontecendo há algum tempo. Costumava acontecer quase rotineiramente”.

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Não ficou imediatamente claro onde ocorreu o incidente no Mar Negro ou qual missão o drone estava conduzindo. Oficiais militares dos EUA também não especificaram quais outras ações recentes de pilotos russos se encaixam no padrão de atividade perigosa que eles descreveram.

Um porta-voz do Pentágono, general de brigada Patrick Ryder, disse aos repórteres que os dois caças Su-27 foram vistos pela primeira vez perto do MQ-9 cerca de 30 a 40 minutos antes de os pilotos americanos derrubarem o Reaper. Ele se recusou a dizer se o drone estava armado, qual era sua missão ou onde no Mar Negro ele caiu.

Não está claro quando ou se o vídeo do incidente será divulgado publicamente. Ele deve primeiro passar por um processo de desclassificação.

Voos ‘hostis’

O governo americano responsabilizou a Rússia pelo incidente e chamou de “temerária e pouco profissional” a ação dos aviões russos, mas o Kremlin negou qualquer erro. O embaixador da Rússia nos EUA, Anatoli Antonov, classificou os voos americanos perto da fronteira russa como “hostis”.

“Nós esperamos que os Estados Unidos se abstenham de mais especulações na mídia e interrompam os voos perto das fronteiras russas”, escreveu o embaixador Antonov em um comunicado divulgado no Telegram. “Consideramos qualquer ação com o uso de armamento dos Estados Unidos como abertamente hostil.

O Kremlin alega que acidente aconteceu “na zona da península da Crimeia”, território ucraniano anexado pela Rússia em 2014. De acordo com Moscou, o drone avançava “na direção” da fronteira russa.

Embaixador russo, Anatoly Antonov, deixa Departamento de Estado em Washington após reunião para tratar de incidente envolvendo drone americano  Foto: Patrick Semansky/AP - 15/3/2023

Vários diplomatas da Otan confirmaram o incidente, mas destacaram que não esperam uma escalada do confronto. Uma fonte militar ocidental, que falou com a AFP na condição de anonimato, afirmou que os canais diplomáticos entre Rússia e EUA podem ajudar a mitigar as consequências.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia aumenta o temor de um confronto direto entre Moscou e Otan, organização cujos países membros fornecem armas a Kiev.

Quais são as implicações?

Breedlove disse que, embora ainda não haja evidências de que a colisão foi deliberada, a derrubada intencional de um drone dos EUA teria consequências potencialmente preocupantes.

Os EUA e a Otan, embora armando a Ucrânia e fornecendo inteligência regular a Kiev, dizem que não têm envolvimento direto na guerra. Moscou caracterizou essas ações como uma tentativa ocidental de destruir a Rússia.

“Isso pode ser tão simples quanto falta de habilidade de pilotagem, falta de profissionalismo”, disse Breedlove.O Comando Europeu dos EUA declarou em um comunicado à imprensa que as ações da tripulação russa podem causar “escalada não intencional”.

Os EUA e seus aliados planejam continuar operando no espaço aéreo internacional, acrescentou Hecker, oficial sênior da Força Aérea. O Ministério da Defesa da Rússia negou ter atingido o MQ-9, alegando que os pilotos russos observaram o drone em “voo descontrolado” antes de cair no mar.

“Os caças russos não usaram armas aerotransportadas, não entraram em contato com o veículo aéreo não tripulado e retornaram com segurança ao aeródromo de sua base”, disseram autoridades em uma declaração.

Em Washington, o embaixador russo nos EUA foi convocado pelo Departamento de Estado. Ned Price, porta-voz do departamento, disse a repórteres que Lynne M. Tracy, embaixadora dos EUA na Rússia, transmitiu as “fortes objeções” do governo Biden ao Ministério das Relações Exteriores de Moscou.

Nada havia sido recuperado do drone no local do acidente até esta quarta-feira.

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