NASHVILLE – Câmeras de segurança registraram o momento em que o atirador invadiu a escola particular cristã na cidade de Nashville, nos Estados Unidos, onde matou seis pessoas na manhã de segunda-feira, 27.
Segundo as autoridades locais, Audrey Elizabeth Hale, de 28 anos, era um homem transgênero, ex-aluno da escola, e morreu no local após entrar em confronto com policiais.
As imagens mostram Audrey entrando na escola depois de disparar tiros de fuzil, e armado com dois fuzis e uma pistola, pelo menos.
Três das vítimas eram crianças de 9 anos: Evelyn Dieckhaus, Hallie Scruggs e William Kinney. Também foram mortos Cynthia Peak, 61, Katherine Koonce, 60, e Mike Hill, 61.
Segundo os elementos preliminares da investigação, ele entrou na escola por uma porta secundária, atravessou o térreo e subiu ao primeiro andar, atirando várias vezes. O Departamento de Polícia de Nashville registrou um chamado sobre a invasão às 10h13 (12h13 em Brasília).
Segundo a polícia, Audrey Hale era um designer gráfico e ilustrador e ex-aluno da escola onde ocorreu o ataque. A motivação para o crime, ainda desconhecida, poderia estar relacionada ao “rancor” do agressor em relação à escola.
O ataque aconteceu no colégio The Covenant School, uma escola presbiteriana para cerca de 200 alunos da pré-escola até cerca de 11 anos de idade e marca o mais recente de uma série de ataques em massa nos EUA, um país cada vez mais marcado por massacres em escolas.
Segundo a organização Everytown for Gun Safety, pelo menos 30 incidentes envolvendo armas de fogo foram reportados em escolas americanas desde o início deste ano, deixando ao menos 8 mortos e 23 feridos.
A maioria destes ataques são realizados por homens, o que torna o incidente desta segunda-feira incomum, segundo o Violence Project, que mantém uma base de dados sobre tiroteios que datam de 1966. Em um conjunto de 172 ataques em massa, definidos como envolvendo quatro vítimas ou mais e coletados antes deste caso, apenas quatro agressores eram mulheres ou meninas. Em dois casos, as mulheres atuaram ao lado de um homem.
A série de ataque a tiros ocorre no momento em que comunidades de todo o país se recuperam de uma onda de violência escolar, incluindo o massacre em uma escola primária em Uvalde, no Texas, no ano passado. Após o ataque, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu novamente ao Congresso que aprove o projeto que proíbe fuzis na mão dos civis.
Biden pediu a aprovação deste projeto em diversos discursos públicos e visitas recentes, incluindo uma a Monterey Park, na Califórnia, onde um atirador matou 11 pessoas em um estúdio de dança em janeiro. Os comentários desta segunda-feira voltam a destacar o problema dos ataques em massa nos EUA e expõem a sua dificuldade de aprovação da lei, já que o presidente passou a ter minoria no Congresso.
O incidente durou cerca de 14 minutos. Os policiais receberam o chamado de emergência sobre a atiradora às 10h13 do horário local e mataram a atiradora às 10h27, segundo a porta-voz da polícia, Don Aaron. Ao chegarem na escola, eles ouviram tiros no segundo andar. As vítimas foram declaradas mortas no Hospital Infantil Monroe Carell Junior e no Centro Médico da Universidade Vanderbilt.
Não havia policiais presentes ou designados para a escola no momento do tiroteio porque a administração é da igreja.
Este não é o primeiro ataque violento em Nashville na história recente. No Natal de 2020, um veículo foi detonado por um homem-bomba no coração do centro histórico da cidade, ferindo 3 pessoas e forçando mais de 60 empresas a fecharem. Em abril de 2018, um homem abriu fogo e matou quatro pessoas em uma Waffle House. Em setembro de 2017, um atirador mascarado matou uma pessoa e feriu outras sete em um ataque a uma igreja. /AP, AFP, NYT