Violência de colonos israelenses aumenta, e palestinos da Cisjordânia temem deslocamentos forçados


Ataques de colonos no território, que não é controlado pelo Hamas, vitimaram sete palestinos e fizeram com que 500 fossem expulsos de suas casas; israelenses dizem agir em legítima defesa

Por Susannah George e Sufian Taha
Atualização:

The Washington Post – A violência contra os palestinos na Cisjordânia atingiu níveis recordes depois do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, que têm chamado a atenção para a radicalização dos movimentos dos colonos para consolidar ainda mais sua presença em todo o território ocupado.

Yossi Dagan, líder do conselho de colonos que representa o norte da Cisjordânia, disse que confrontos com palestinos ocorrem em ‘legítima defesa. Ele cita um colono que teria sido atacado com pedras por um motim com dezenas de apoiadores do Hamas, de acordo com um vídeo publicado por ele no Facebook.

O B’Tselem, um grupo israelense de direitos humanos, diz que pelo menos sete palestinos foram assassinados por colonos israelenses desde o início da guerra em Gaza; mais de cem palestinos na Cisjordânia foram mortos pelo exército de Israel durante o mesmo período, segundo a Organização das Nações Unidas. E cerca de 500 palestinos foram expulsos de suas casas.

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Os ataques intensificaram as tensões na Cisjordânia, onde os apelos aos ativistas já cresceram após o aumento nos ataques israelenses e prisões. Os grupos de colonos dizem estar agindo em legítima defesa. Mesmo antes do dia 7 de outubro, soldados palestinos já tinham realizado ataques mortais este ano nas comunidades de judeus em todo o território.

Entretanto, as vítimas da violência dos colonos são majoritariamente civis. Atormentadas pelas memórias de deslocamento, as famílias palestinas temem estar vivendo outro período de expropriação forçada.

Situação está tensa na Cisjordânia durante todo ano de 2023, especialmente no campo de refugiados de Jenin e na cidade de Nablus; na foto, pessoas carregam corpo de homem morto durante ataque de israelenses em janeiro Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP
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Em uma rara condenação direta da violência, o presidente Biden disse na semana passada que os ataques de “colonos extremistas” equivalem a “despejar gasolina” em incêndios já em chamas. “Têm que parar”, disse ele. “Eles precisam ser responsabilizados.”

Mas a atenção internacional e as forças de segurança de Israel estão concentradas em Gaza, e os palestinos dizem ser frequentemente alvos dos policiais israelenses encarregados de protegê-los.

Depois que um colono atirou e matou Bilal Saleh, 38 anos, no sábado, no vilarejo de Sawiya, a polícia israelense no local pediu ao irmão dele, Hashem, para depor como testemunha ocular. Enquanto ele se aproximava de seu jipe, os repórteres do Washington Post viram policiais uniformizados puxá-lo de lado para fazer perguntas e depois algemá-lo. Hashem – cuja camisa tinha manchas de sangue do irmão – foi enfiado em um caminhão sem identificação com placa civil e levado embora com uma escolta militar.

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A polícia israelense disse à família de Hashem que ele estava detido por ser acusado de apoiar o Hamas.

Parentes e vizinhos do vilarejo disseram que os colonos com frequência importunavam os agricultores, mas o incidente mortal chocou a comunidade.

“Nunca pensei que eles atirariam em nós”, disse Hashem ao Washington Post antes de ser preso. “Mesmo depois de terem disparado, não soube que meu irmão tinha sido atingido até vê-lo no chão.”

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Segundo o B’Tselem, o grupo de direitos humanos, os colonos estão recorrendo a métodos comprovados ao longo dos anos de intimidação e violência para obrigar os palestinos a deixarem suas casas. Nas últimas semanas, as agressões têm sido mais intensas e frequentes.

“A quantidade aumentou e não foi só isso, mas também a gravidade dos ataques”, disse Dror Sadot, porta-voz do B’Tselem. Com os olhos da comunidade internacional voltados para Gaza, disse ela, muitos colonos sentem que podem agir “sem serem punidos”.

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“Agora parece um faroeste.”

Colonos armados começaram a vagar pela pequena comunidade beduína de Wadi Siq quase todos os dias depois de 7 de outubro, ameaçando os palestinos com um massacre caso eles se recusem a deixar o local, de acordo com Tariq Mustafa, que fugiu dali para um vilarejo vizinho com a família.

“Saiam daqui, vão para a Jordânia”, gritavam os colonos em árabe antes de pôr abaixo as tendas. Um deles foi embora com o carro de Mustafa, obrigando-o a ir caminhando com a esposa e três filhos até a cidade mais próxima. Mustafa disse ter ligado para a polícia israelense, mas o policial desligou quando ele tentou informar o ocorrido.

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Local atacado por colonos israelenses na vila de Wadi al Seeq, na Cisjordânia, em 24 de outubro Foto: Thomas Coex / AFP

Ele disse que cerca de 40 pessoas foram forçadas a sair da região, um vale pitoresco a leste de Ramallah. Ele acha que nunca mais poderá voltar para casa.

“A guerra em Gaza deu um sinal verde para os colonos”, disse ele. “Antes, eles gritavam para irmos para Ramallah. Agora estão dizendo para irmos para a Jordânia.”

Os assentamentos começaram a receber armas do governo israelense, parte de uma iniciativa liderada pelo ministro de extrema-direita da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, para armar “centenas” de comunidades; os grupos locais de voluntários armados estão crescendo e se tornando mais formalizados.

“Vamos virar tudo de cabeça para baixo para que as cidades sejam protegidas”, disse Ben Gvir, que ganhou destaque como defensor do movimento radical de colonos.

“Precisamos partir do pressuposto de que o que aconteceu [perto de Gaza] pode acontecer qualquer dia desses aqui”, disse Erik Claster, morador de Efrat, um assentamento ao sul de Belém, e integrante da força de defesa voluntária do local. “Estamos cercados aqui”, disse ele, apontando para os vilarejos palestinos depois do assentamento no topo da colina.

A Kitat Konenut de Efrat, ou equipe de resposta rápida, estava reunida num centro comunitário, ao lado de um shopping center, no fim da semana passada, antes de se dispersar pelas ruas residenciais para treinamentos em diferentes cenários de ataque. O comandante dava ordens pelo rádio: “Terroristas num veículo” e “Vários terroristas a pé”.

Claster faz parte da unidade de voluntários há anos, porém agora leva suas atribuições mais a sério. Como a maioria dos outros homens, ele comprou equipamentos novos, inclusive coletes à prova de bala e uma mira telescópica melhor para rifle. Ele disse que muitos na comunidade já têm suas próprias armas de fogo, e aqueles com pistolas estão querendo conseguir rifles.

A segurança mais rígida é visível em todos os cantos de Efrat, um assentamento relativamente grande com mais de dez mil pessoas. Soldados extras protegem a entrada e a saída. Um grupo de garis palestinos foi seguido pela segurança do assentamento enquanto trabalhavam.

Em um assentamento menor fora de Ramallah, foi dito aos repórteres do Post que eles não poderiam entrar “com um motorista árabe ou profissionais árabes devido a regras de segurança”, antes de uma visita programada.

A população de judeus na Cisjordânia ultrapassou meio milhão no início deste ano – em terras antes idealizadas como parte de um Estado palestino – e os assentamentos continuam a crescer sob o governo de direita de Israel. Os palestinos acusam a parte mais radical do movimento de usar cinicamente o ataque do Hamas para promover seu objetivo de longa data de tomar mais terras.

The Washington Post – A violência contra os palestinos na Cisjordânia atingiu níveis recordes depois do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, que têm chamado a atenção para a radicalização dos movimentos dos colonos para consolidar ainda mais sua presença em todo o território ocupado.

Yossi Dagan, líder do conselho de colonos que representa o norte da Cisjordânia, disse que confrontos com palestinos ocorrem em ‘legítima defesa. Ele cita um colono que teria sido atacado com pedras por um motim com dezenas de apoiadores do Hamas, de acordo com um vídeo publicado por ele no Facebook.

O B’Tselem, um grupo israelense de direitos humanos, diz que pelo menos sete palestinos foram assassinados por colonos israelenses desde o início da guerra em Gaza; mais de cem palestinos na Cisjordânia foram mortos pelo exército de Israel durante o mesmo período, segundo a Organização das Nações Unidas. E cerca de 500 palestinos foram expulsos de suas casas.

Os ataques intensificaram as tensões na Cisjordânia, onde os apelos aos ativistas já cresceram após o aumento nos ataques israelenses e prisões. Os grupos de colonos dizem estar agindo em legítima defesa. Mesmo antes do dia 7 de outubro, soldados palestinos já tinham realizado ataques mortais este ano nas comunidades de judeus em todo o território.

Entretanto, as vítimas da violência dos colonos são majoritariamente civis. Atormentadas pelas memórias de deslocamento, as famílias palestinas temem estar vivendo outro período de expropriação forçada.

Situação está tensa na Cisjordânia durante todo ano de 2023, especialmente no campo de refugiados de Jenin e na cidade de Nablus; na foto, pessoas carregam corpo de homem morto durante ataque de israelenses em janeiro Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Em uma rara condenação direta da violência, o presidente Biden disse na semana passada que os ataques de “colonos extremistas” equivalem a “despejar gasolina” em incêndios já em chamas. “Têm que parar”, disse ele. “Eles precisam ser responsabilizados.”

Mas a atenção internacional e as forças de segurança de Israel estão concentradas em Gaza, e os palestinos dizem ser frequentemente alvos dos policiais israelenses encarregados de protegê-los.

Depois que um colono atirou e matou Bilal Saleh, 38 anos, no sábado, no vilarejo de Sawiya, a polícia israelense no local pediu ao irmão dele, Hashem, para depor como testemunha ocular. Enquanto ele se aproximava de seu jipe, os repórteres do Washington Post viram policiais uniformizados puxá-lo de lado para fazer perguntas e depois algemá-lo. Hashem – cuja camisa tinha manchas de sangue do irmão – foi enfiado em um caminhão sem identificação com placa civil e levado embora com uma escolta militar.

A polícia israelense disse à família de Hashem que ele estava detido por ser acusado de apoiar o Hamas.

Parentes e vizinhos do vilarejo disseram que os colonos com frequência importunavam os agricultores, mas o incidente mortal chocou a comunidade.

“Nunca pensei que eles atirariam em nós”, disse Hashem ao Washington Post antes de ser preso. “Mesmo depois de terem disparado, não soube que meu irmão tinha sido atingido até vê-lo no chão.”

Segundo o B’Tselem, o grupo de direitos humanos, os colonos estão recorrendo a métodos comprovados ao longo dos anos de intimidação e violência para obrigar os palestinos a deixarem suas casas. Nas últimas semanas, as agressões têm sido mais intensas e frequentes.

“A quantidade aumentou e não foi só isso, mas também a gravidade dos ataques”, disse Dror Sadot, porta-voz do B’Tselem. Com os olhos da comunidade internacional voltados para Gaza, disse ela, muitos colonos sentem que podem agir “sem serem punidos”.

“Agora parece um faroeste.”

Colonos armados começaram a vagar pela pequena comunidade beduína de Wadi Siq quase todos os dias depois de 7 de outubro, ameaçando os palestinos com um massacre caso eles se recusem a deixar o local, de acordo com Tariq Mustafa, que fugiu dali para um vilarejo vizinho com a família.

“Saiam daqui, vão para a Jordânia”, gritavam os colonos em árabe antes de pôr abaixo as tendas. Um deles foi embora com o carro de Mustafa, obrigando-o a ir caminhando com a esposa e três filhos até a cidade mais próxima. Mustafa disse ter ligado para a polícia israelense, mas o policial desligou quando ele tentou informar o ocorrido.

Local atacado por colonos israelenses na vila de Wadi al Seeq, na Cisjordânia, em 24 de outubro Foto: Thomas Coex / AFP

Ele disse que cerca de 40 pessoas foram forçadas a sair da região, um vale pitoresco a leste de Ramallah. Ele acha que nunca mais poderá voltar para casa.

“A guerra em Gaza deu um sinal verde para os colonos”, disse ele. “Antes, eles gritavam para irmos para Ramallah. Agora estão dizendo para irmos para a Jordânia.”

Os assentamentos começaram a receber armas do governo israelense, parte de uma iniciativa liderada pelo ministro de extrema-direita da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, para armar “centenas” de comunidades; os grupos locais de voluntários armados estão crescendo e se tornando mais formalizados.

“Vamos virar tudo de cabeça para baixo para que as cidades sejam protegidas”, disse Ben Gvir, que ganhou destaque como defensor do movimento radical de colonos.

“Precisamos partir do pressuposto de que o que aconteceu [perto de Gaza] pode acontecer qualquer dia desses aqui”, disse Erik Claster, morador de Efrat, um assentamento ao sul de Belém, e integrante da força de defesa voluntária do local. “Estamos cercados aqui”, disse ele, apontando para os vilarejos palestinos depois do assentamento no topo da colina.

A Kitat Konenut de Efrat, ou equipe de resposta rápida, estava reunida num centro comunitário, ao lado de um shopping center, no fim da semana passada, antes de se dispersar pelas ruas residenciais para treinamentos em diferentes cenários de ataque. O comandante dava ordens pelo rádio: “Terroristas num veículo” e “Vários terroristas a pé”.

Claster faz parte da unidade de voluntários há anos, porém agora leva suas atribuições mais a sério. Como a maioria dos outros homens, ele comprou equipamentos novos, inclusive coletes à prova de bala e uma mira telescópica melhor para rifle. Ele disse que muitos na comunidade já têm suas próprias armas de fogo, e aqueles com pistolas estão querendo conseguir rifles.

A segurança mais rígida é visível em todos os cantos de Efrat, um assentamento relativamente grande com mais de dez mil pessoas. Soldados extras protegem a entrada e a saída. Um grupo de garis palestinos foi seguido pela segurança do assentamento enquanto trabalhavam.

Em um assentamento menor fora de Ramallah, foi dito aos repórteres do Post que eles não poderiam entrar “com um motorista árabe ou profissionais árabes devido a regras de segurança”, antes de uma visita programada.

A população de judeus na Cisjordânia ultrapassou meio milhão no início deste ano – em terras antes idealizadas como parte de um Estado palestino – e os assentamentos continuam a crescer sob o governo de direita de Israel. Os palestinos acusam a parte mais radical do movimento de usar cinicamente o ataque do Hamas para promover seu objetivo de longa data de tomar mais terras.

The Washington Post – A violência contra os palestinos na Cisjordânia atingiu níveis recordes depois do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, que têm chamado a atenção para a radicalização dos movimentos dos colonos para consolidar ainda mais sua presença em todo o território ocupado.

Yossi Dagan, líder do conselho de colonos que representa o norte da Cisjordânia, disse que confrontos com palestinos ocorrem em ‘legítima defesa. Ele cita um colono que teria sido atacado com pedras por um motim com dezenas de apoiadores do Hamas, de acordo com um vídeo publicado por ele no Facebook.

O B’Tselem, um grupo israelense de direitos humanos, diz que pelo menos sete palestinos foram assassinados por colonos israelenses desde o início da guerra em Gaza; mais de cem palestinos na Cisjordânia foram mortos pelo exército de Israel durante o mesmo período, segundo a Organização das Nações Unidas. E cerca de 500 palestinos foram expulsos de suas casas.

Os ataques intensificaram as tensões na Cisjordânia, onde os apelos aos ativistas já cresceram após o aumento nos ataques israelenses e prisões. Os grupos de colonos dizem estar agindo em legítima defesa. Mesmo antes do dia 7 de outubro, soldados palestinos já tinham realizado ataques mortais este ano nas comunidades de judeus em todo o território.

Entretanto, as vítimas da violência dos colonos são majoritariamente civis. Atormentadas pelas memórias de deslocamento, as famílias palestinas temem estar vivendo outro período de expropriação forçada.

Situação está tensa na Cisjordânia durante todo ano de 2023, especialmente no campo de refugiados de Jenin e na cidade de Nablus; na foto, pessoas carregam corpo de homem morto durante ataque de israelenses em janeiro Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP

Em uma rara condenação direta da violência, o presidente Biden disse na semana passada que os ataques de “colonos extremistas” equivalem a “despejar gasolina” em incêndios já em chamas. “Têm que parar”, disse ele. “Eles precisam ser responsabilizados.”

Mas a atenção internacional e as forças de segurança de Israel estão concentradas em Gaza, e os palestinos dizem ser frequentemente alvos dos policiais israelenses encarregados de protegê-los.

Depois que um colono atirou e matou Bilal Saleh, 38 anos, no sábado, no vilarejo de Sawiya, a polícia israelense no local pediu ao irmão dele, Hashem, para depor como testemunha ocular. Enquanto ele se aproximava de seu jipe, os repórteres do Washington Post viram policiais uniformizados puxá-lo de lado para fazer perguntas e depois algemá-lo. Hashem – cuja camisa tinha manchas de sangue do irmão – foi enfiado em um caminhão sem identificação com placa civil e levado embora com uma escolta militar.

A polícia israelense disse à família de Hashem que ele estava detido por ser acusado de apoiar o Hamas.

Parentes e vizinhos do vilarejo disseram que os colonos com frequência importunavam os agricultores, mas o incidente mortal chocou a comunidade.

“Nunca pensei que eles atirariam em nós”, disse Hashem ao Washington Post antes de ser preso. “Mesmo depois de terem disparado, não soube que meu irmão tinha sido atingido até vê-lo no chão.”

Segundo o B’Tselem, o grupo de direitos humanos, os colonos estão recorrendo a métodos comprovados ao longo dos anos de intimidação e violência para obrigar os palestinos a deixarem suas casas. Nas últimas semanas, as agressões têm sido mais intensas e frequentes.

“A quantidade aumentou e não foi só isso, mas também a gravidade dos ataques”, disse Dror Sadot, porta-voz do B’Tselem. Com os olhos da comunidade internacional voltados para Gaza, disse ela, muitos colonos sentem que podem agir “sem serem punidos”.

“Agora parece um faroeste.”

Colonos armados começaram a vagar pela pequena comunidade beduína de Wadi Siq quase todos os dias depois de 7 de outubro, ameaçando os palestinos com um massacre caso eles se recusem a deixar o local, de acordo com Tariq Mustafa, que fugiu dali para um vilarejo vizinho com a família.

“Saiam daqui, vão para a Jordânia”, gritavam os colonos em árabe antes de pôr abaixo as tendas. Um deles foi embora com o carro de Mustafa, obrigando-o a ir caminhando com a esposa e três filhos até a cidade mais próxima. Mustafa disse ter ligado para a polícia israelense, mas o policial desligou quando ele tentou informar o ocorrido.

Local atacado por colonos israelenses na vila de Wadi al Seeq, na Cisjordânia, em 24 de outubro Foto: Thomas Coex / AFP

Ele disse que cerca de 40 pessoas foram forçadas a sair da região, um vale pitoresco a leste de Ramallah. Ele acha que nunca mais poderá voltar para casa.

“A guerra em Gaza deu um sinal verde para os colonos”, disse ele. “Antes, eles gritavam para irmos para Ramallah. Agora estão dizendo para irmos para a Jordânia.”

Os assentamentos começaram a receber armas do governo israelense, parte de uma iniciativa liderada pelo ministro de extrema-direita da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, para armar “centenas” de comunidades; os grupos locais de voluntários armados estão crescendo e se tornando mais formalizados.

“Vamos virar tudo de cabeça para baixo para que as cidades sejam protegidas”, disse Ben Gvir, que ganhou destaque como defensor do movimento radical de colonos.

“Precisamos partir do pressuposto de que o que aconteceu [perto de Gaza] pode acontecer qualquer dia desses aqui”, disse Erik Claster, morador de Efrat, um assentamento ao sul de Belém, e integrante da força de defesa voluntária do local. “Estamos cercados aqui”, disse ele, apontando para os vilarejos palestinos depois do assentamento no topo da colina.

A Kitat Konenut de Efrat, ou equipe de resposta rápida, estava reunida num centro comunitário, ao lado de um shopping center, no fim da semana passada, antes de se dispersar pelas ruas residenciais para treinamentos em diferentes cenários de ataque. O comandante dava ordens pelo rádio: “Terroristas num veículo” e “Vários terroristas a pé”.

Claster faz parte da unidade de voluntários há anos, porém agora leva suas atribuições mais a sério. Como a maioria dos outros homens, ele comprou equipamentos novos, inclusive coletes à prova de bala e uma mira telescópica melhor para rifle. Ele disse que muitos na comunidade já têm suas próprias armas de fogo, e aqueles com pistolas estão querendo conseguir rifles.

A segurança mais rígida é visível em todos os cantos de Efrat, um assentamento relativamente grande com mais de dez mil pessoas. Soldados extras protegem a entrada e a saída. Um grupo de garis palestinos foi seguido pela segurança do assentamento enquanto trabalhavam.

Em um assentamento menor fora de Ramallah, foi dito aos repórteres do Post que eles não poderiam entrar “com um motorista árabe ou profissionais árabes devido a regras de segurança”, antes de uma visita programada.

A população de judeus na Cisjordânia ultrapassou meio milhão no início deste ano – em terras antes idealizadas como parte de um Estado palestino – e os assentamentos continuam a crescer sob o governo de direita de Israel. Os palestinos acusam a parte mais radical do movimento de usar cinicamente o ataque do Hamas para promover seu objetivo de longa data de tomar mais terras.

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