Vitória Trabalhista traz esperança para eleitores britânicos, mas exige cautela, dizem analistas


Cenário político e econômico atual do Reino Unido requer precauções por parte do partido liderado por Keir Starmer

Por Marina Torres
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL, LONDRES — Conquistando 412 dos 650 assentos na Casa dos Comuns, o partido trabalhista venceu com maioria esmagadora as eleições do Reino Unido, que aconteceram na quinta-feira, 4. O resultado, que já havia sido previsto mais cedo em boca de urna na noite anterior, trouxe expectativas e questionamentos sobre o futuro do novo governo por parte de eleitores e analistas.

Em Downing Street, residência e escritório oficial do primeiro-ministro, apoiadores e curiosos formam uma multidão ao observar a chegada de Keir Starmer e dos apontados a membros do parlamento britânico. Vindo diretamente da Escócia, a dupla de mãe e filha, Mauren e Monica, aguardam com empolgação perto do White Hall pela chegada dos membros do governo. “É um dia histórico!” afirma Mauren.

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Mauren e Monica são parte do eleitorado que levou os trabalhistas à vitória. Apoiadoras do partido há anos, elas contam que têm boas expectativas do que o próximo governo pode fazer pelo país. “Ele (Starmer) é um grande homem. A gente confia que ele possa tratar bem de assuntos como o sistema de saúde e de assistência social,” afirmam.

Do outro lado da rua, segurando um bandeira da União Europeia, Martyn e Vivian também aguardam pela passagem de membros do governo. Martyn afirma que carrega a bandeira em forma de protesto: da Romênia, país que luta para entrar no bloco econômico, ele exalta a importância do bloco e lamenta o Brexit, mas diz que está presente na posse por ter esperança dos dias que virão. A dupla conta que não se consideram apoiadores do Partido Trabalhista, mas que estão felizes com o resultado das eleições. “Nós só queríamos tirar os Tories (Partido Conservador),” comentam.

Depois de ser convidado pelo rei Charles III para formar governo no palácio de Buckingham, Starmer discursou do lado de fora da residência em Downing Street, prometendo construir um “governo de serviço”. O primeiro-ministro, no entanto, afirmou que as mudanças não serão sentidas de uma hora para outra: “A reconstrução vai ser feita de tijolo em tijolo”. Com ele, Rachel Reeves e Angela Rayner formam o governo como chanceler e vice-primeiro-ministro, respectivamente.

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Keir Starmer e esposa chegando em Downing Street e cumprimentando multidão que se reuniu para observar novo premiê britânico no dia após a vitória trabalhista. Foto: AP Photo/Vadim Ghirda

O que vem pela frente

A vitória do Partido Trabalhista nas eleições do Reino Unido traz esperança de um novo tempo para eleitores, mas também exige cautela, como explicam analistas. “Existe uma grande diferença entre o que o Partido Trabalhista quer e o que pode fazer. Fala-se muito sobre investir no sistema de saúde, zelar pela educação de nível superior e dar fim nas dívidas altas do governo, mas isso são apenas expectativas no momento,” defende Dr. Andrew Crines, do departamento de política da Universidade de Liverpool.

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Para Crines, o cenário político e econômico atual requer precauções por parte do partido trabalhista. “Eles pegaram o sistema em um estado precário e terão que tomar medidas muito seletivas para o que vem pela frente,” explica. Já para o Dr. Colin Ellis, da Bayes Business School em Londres, não é um grande momento econômico no país. “A economia está fraca e temos altas dívidas. Não é como a posse do partido trabalhista em 1997, dessa vez eles herdaram grandes desafios,” comenta.

A cautela pregada por especialistas tem base na crise que o país enfrenta nos últimos anos. Com o PIB patinando, de 1,6% em 2019 para 0,1% em 2023, e uma evidente crise no setor de saúde e cuidados, Keir Starmer herdou grandes desafios dos 14 anos de governo conservador. “Eles não têm muito o que fazer de novo agora. O desafio do momento é simplesmente conseguir manter as coisas girando. Depois disso, podemos falar em melhorias” completa Dr. Ellis.

Mauren Henry (esquerda) e Monica Walker (direita) foram a Downing Street acompanhar a chegada de Keir Starmer. Vindo diretamente da Escócia, dupla de mãe e filha votou no trabalhista. Foto: Marina Torres/Estadão
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Em seu manifesto, as melhorias propostas pelo partido trabalhista seguem linhas convencionais. Prometendo investimentos em serviços públicos de saúde, construção de moradias e um sistema de planejamento, o partido trabalhista garantiu sua eleição jogando seguro. “Eles são convencionais e propõe melhorias similares a do partido conservador, mas com motivos e formas diferentes,” afirma Dr Andrew Crines.

Do ponto de vista fiscal, Dr. Ellis concorda que os dois partidos têm formas parecidas. “Sunak foi eleito por conseguir a confiança do eleitorado sobre impostos. Já o partido trabalhista prometeu aumentar impostos, mas nada que possa refletir de maneira grandiosa para a população. Eles também deram a palavra que não aumentariam o imposto de renda, o que passa segurança para o público. O que fica para o partido trabalhista é dar continuidade no trabalho que estava sendo feito,” ele explica.

Vivian Thomson e Martyn Catteamol levaram bandeira da UE em protesto, exaltando a importância do bloco. Foto: Marina Torres/Estadão
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A derrota esmagadora do partido conservador, que foi de 372 assentos para 121 assentos na Casa do Comuns, deixa uma lição para aliados de Rishi Sunak, líder do partido conservador. Para o professor da Bayes School, o momento que segue é de reflexão. “Eles vão ter que sentar e pensar sobre o que irão fazer agora. É muito provável que se dirijam para uma metodologia de economia mais ortodoxa. Mas há muito trabalho a fazer,” comenta.

Em tom de despedida, na noite de quinta-feira, Rishi Sunak agradeceu aos apoiadores no X. “Às centenas de candidatos conservadores, aos milhares de voluntários e aos milhões de eleitores: obrigado por seu trabalho duro, por seu apoio e por seu voto,” escreveu.

ENVIADA ESPECIAL, LONDRES — Conquistando 412 dos 650 assentos na Casa dos Comuns, o partido trabalhista venceu com maioria esmagadora as eleições do Reino Unido, que aconteceram na quinta-feira, 4. O resultado, que já havia sido previsto mais cedo em boca de urna na noite anterior, trouxe expectativas e questionamentos sobre o futuro do novo governo por parte de eleitores e analistas.

Em Downing Street, residência e escritório oficial do primeiro-ministro, apoiadores e curiosos formam uma multidão ao observar a chegada de Keir Starmer e dos apontados a membros do parlamento britânico. Vindo diretamente da Escócia, a dupla de mãe e filha, Mauren e Monica, aguardam com empolgação perto do White Hall pela chegada dos membros do governo. “É um dia histórico!” afirma Mauren.

Mauren e Monica são parte do eleitorado que levou os trabalhistas à vitória. Apoiadoras do partido há anos, elas contam que têm boas expectativas do que o próximo governo pode fazer pelo país. “Ele (Starmer) é um grande homem. A gente confia que ele possa tratar bem de assuntos como o sistema de saúde e de assistência social,” afirmam.

Do outro lado da rua, segurando um bandeira da União Europeia, Martyn e Vivian também aguardam pela passagem de membros do governo. Martyn afirma que carrega a bandeira em forma de protesto: da Romênia, país que luta para entrar no bloco econômico, ele exalta a importância do bloco e lamenta o Brexit, mas diz que está presente na posse por ter esperança dos dias que virão. A dupla conta que não se consideram apoiadores do Partido Trabalhista, mas que estão felizes com o resultado das eleições. “Nós só queríamos tirar os Tories (Partido Conservador),” comentam.

Depois de ser convidado pelo rei Charles III para formar governo no palácio de Buckingham, Starmer discursou do lado de fora da residência em Downing Street, prometendo construir um “governo de serviço”. O primeiro-ministro, no entanto, afirmou que as mudanças não serão sentidas de uma hora para outra: “A reconstrução vai ser feita de tijolo em tijolo”. Com ele, Rachel Reeves e Angela Rayner formam o governo como chanceler e vice-primeiro-ministro, respectivamente.

Keir Starmer e esposa chegando em Downing Street e cumprimentando multidão que se reuniu para observar novo premiê britânico no dia após a vitória trabalhista. Foto: AP Photo/Vadim Ghirda

O que vem pela frente

A vitória do Partido Trabalhista nas eleições do Reino Unido traz esperança de um novo tempo para eleitores, mas também exige cautela, como explicam analistas. “Existe uma grande diferença entre o que o Partido Trabalhista quer e o que pode fazer. Fala-se muito sobre investir no sistema de saúde, zelar pela educação de nível superior e dar fim nas dívidas altas do governo, mas isso são apenas expectativas no momento,” defende Dr. Andrew Crines, do departamento de política da Universidade de Liverpool.

Para Crines, o cenário político e econômico atual requer precauções por parte do partido trabalhista. “Eles pegaram o sistema em um estado precário e terão que tomar medidas muito seletivas para o que vem pela frente,” explica. Já para o Dr. Colin Ellis, da Bayes Business School em Londres, não é um grande momento econômico no país. “A economia está fraca e temos altas dívidas. Não é como a posse do partido trabalhista em 1997, dessa vez eles herdaram grandes desafios,” comenta.

A cautela pregada por especialistas tem base na crise que o país enfrenta nos últimos anos. Com o PIB patinando, de 1,6% em 2019 para 0,1% em 2023, e uma evidente crise no setor de saúde e cuidados, Keir Starmer herdou grandes desafios dos 14 anos de governo conservador. “Eles não têm muito o que fazer de novo agora. O desafio do momento é simplesmente conseguir manter as coisas girando. Depois disso, podemos falar em melhorias” completa Dr. Ellis.

Mauren Henry (esquerda) e Monica Walker (direita) foram a Downing Street acompanhar a chegada de Keir Starmer. Vindo diretamente da Escócia, dupla de mãe e filha votou no trabalhista. Foto: Marina Torres/Estadão

Em seu manifesto, as melhorias propostas pelo partido trabalhista seguem linhas convencionais. Prometendo investimentos em serviços públicos de saúde, construção de moradias e um sistema de planejamento, o partido trabalhista garantiu sua eleição jogando seguro. “Eles são convencionais e propõe melhorias similares a do partido conservador, mas com motivos e formas diferentes,” afirma Dr Andrew Crines.

Do ponto de vista fiscal, Dr. Ellis concorda que os dois partidos têm formas parecidas. “Sunak foi eleito por conseguir a confiança do eleitorado sobre impostos. Já o partido trabalhista prometeu aumentar impostos, mas nada que possa refletir de maneira grandiosa para a população. Eles também deram a palavra que não aumentariam o imposto de renda, o que passa segurança para o público. O que fica para o partido trabalhista é dar continuidade no trabalho que estava sendo feito,” ele explica.

Vivian Thomson e Martyn Catteamol levaram bandeira da UE em protesto, exaltando a importância do bloco. Foto: Marina Torres/Estadão

A derrota esmagadora do partido conservador, que foi de 372 assentos para 121 assentos na Casa do Comuns, deixa uma lição para aliados de Rishi Sunak, líder do partido conservador. Para o professor da Bayes School, o momento que segue é de reflexão. “Eles vão ter que sentar e pensar sobre o que irão fazer agora. É muito provável que se dirijam para uma metodologia de economia mais ortodoxa. Mas há muito trabalho a fazer,” comenta.

Em tom de despedida, na noite de quinta-feira, Rishi Sunak agradeceu aos apoiadores no X. “Às centenas de candidatos conservadores, aos milhares de voluntários e aos milhões de eleitores: obrigado por seu trabalho duro, por seu apoio e por seu voto,” escreveu.

ENVIADA ESPECIAL, LONDRES — Conquistando 412 dos 650 assentos na Casa dos Comuns, o partido trabalhista venceu com maioria esmagadora as eleições do Reino Unido, que aconteceram na quinta-feira, 4. O resultado, que já havia sido previsto mais cedo em boca de urna na noite anterior, trouxe expectativas e questionamentos sobre o futuro do novo governo por parte de eleitores e analistas.

Em Downing Street, residência e escritório oficial do primeiro-ministro, apoiadores e curiosos formam uma multidão ao observar a chegada de Keir Starmer e dos apontados a membros do parlamento britânico. Vindo diretamente da Escócia, a dupla de mãe e filha, Mauren e Monica, aguardam com empolgação perto do White Hall pela chegada dos membros do governo. “É um dia histórico!” afirma Mauren.

Mauren e Monica são parte do eleitorado que levou os trabalhistas à vitória. Apoiadoras do partido há anos, elas contam que têm boas expectativas do que o próximo governo pode fazer pelo país. “Ele (Starmer) é um grande homem. A gente confia que ele possa tratar bem de assuntos como o sistema de saúde e de assistência social,” afirmam.

Do outro lado da rua, segurando um bandeira da União Europeia, Martyn e Vivian também aguardam pela passagem de membros do governo. Martyn afirma que carrega a bandeira em forma de protesto: da Romênia, país que luta para entrar no bloco econômico, ele exalta a importância do bloco e lamenta o Brexit, mas diz que está presente na posse por ter esperança dos dias que virão. A dupla conta que não se consideram apoiadores do Partido Trabalhista, mas que estão felizes com o resultado das eleições. “Nós só queríamos tirar os Tories (Partido Conservador),” comentam.

Depois de ser convidado pelo rei Charles III para formar governo no palácio de Buckingham, Starmer discursou do lado de fora da residência em Downing Street, prometendo construir um “governo de serviço”. O primeiro-ministro, no entanto, afirmou que as mudanças não serão sentidas de uma hora para outra: “A reconstrução vai ser feita de tijolo em tijolo”. Com ele, Rachel Reeves e Angela Rayner formam o governo como chanceler e vice-primeiro-ministro, respectivamente.

Keir Starmer e esposa chegando em Downing Street e cumprimentando multidão que se reuniu para observar novo premiê britânico no dia após a vitória trabalhista. Foto: AP Photo/Vadim Ghirda

O que vem pela frente

A vitória do Partido Trabalhista nas eleições do Reino Unido traz esperança de um novo tempo para eleitores, mas também exige cautela, como explicam analistas. “Existe uma grande diferença entre o que o Partido Trabalhista quer e o que pode fazer. Fala-se muito sobre investir no sistema de saúde, zelar pela educação de nível superior e dar fim nas dívidas altas do governo, mas isso são apenas expectativas no momento,” defende Dr. Andrew Crines, do departamento de política da Universidade de Liverpool.

Para Crines, o cenário político e econômico atual requer precauções por parte do partido trabalhista. “Eles pegaram o sistema em um estado precário e terão que tomar medidas muito seletivas para o que vem pela frente,” explica. Já para o Dr. Colin Ellis, da Bayes Business School em Londres, não é um grande momento econômico no país. “A economia está fraca e temos altas dívidas. Não é como a posse do partido trabalhista em 1997, dessa vez eles herdaram grandes desafios,” comenta.

A cautela pregada por especialistas tem base na crise que o país enfrenta nos últimos anos. Com o PIB patinando, de 1,6% em 2019 para 0,1% em 2023, e uma evidente crise no setor de saúde e cuidados, Keir Starmer herdou grandes desafios dos 14 anos de governo conservador. “Eles não têm muito o que fazer de novo agora. O desafio do momento é simplesmente conseguir manter as coisas girando. Depois disso, podemos falar em melhorias” completa Dr. Ellis.

Mauren Henry (esquerda) e Monica Walker (direita) foram a Downing Street acompanhar a chegada de Keir Starmer. Vindo diretamente da Escócia, dupla de mãe e filha votou no trabalhista. Foto: Marina Torres/Estadão

Em seu manifesto, as melhorias propostas pelo partido trabalhista seguem linhas convencionais. Prometendo investimentos em serviços públicos de saúde, construção de moradias e um sistema de planejamento, o partido trabalhista garantiu sua eleição jogando seguro. “Eles são convencionais e propõe melhorias similares a do partido conservador, mas com motivos e formas diferentes,” afirma Dr Andrew Crines.

Do ponto de vista fiscal, Dr. Ellis concorda que os dois partidos têm formas parecidas. “Sunak foi eleito por conseguir a confiança do eleitorado sobre impostos. Já o partido trabalhista prometeu aumentar impostos, mas nada que possa refletir de maneira grandiosa para a população. Eles também deram a palavra que não aumentariam o imposto de renda, o que passa segurança para o público. O que fica para o partido trabalhista é dar continuidade no trabalho que estava sendo feito,” ele explica.

Vivian Thomson e Martyn Catteamol levaram bandeira da UE em protesto, exaltando a importância do bloco. Foto: Marina Torres/Estadão

A derrota esmagadora do partido conservador, que foi de 372 assentos para 121 assentos na Casa do Comuns, deixa uma lição para aliados de Rishi Sunak, líder do partido conservador. Para o professor da Bayes School, o momento que segue é de reflexão. “Eles vão ter que sentar e pensar sobre o que irão fazer agora. É muito provável que se dirijam para uma metodologia de economia mais ortodoxa. Mas há muito trabalho a fazer,” comenta.

Em tom de despedida, na noite de quinta-feira, Rishi Sunak agradeceu aos apoiadores no X. “Às centenas de candidatos conservadores, aos milhares de voluntários e aos milhões de eleitores: obrigado por seu trabalho duro, por seu apoio e por seu voto,” escreveu.

ENVIADA ESPECIAL, LONDRES — Conquistando 412 dos 650 assentos na Casa dos Comuns, o partido trabalhista venceu com maioria esmagadora as eleições do Reino Unido, que aconteceram na quinta-feira, 4. O resultado, que já havia sido previsto mais cedo em boca de urna na noite anterior, trouxe expectativas e questionamentos sobre o futuro do novo governo por parte de eleitores e analistas.

Em Downing Street, residência e escritório oficial do primeiro-ministro, apoiadores e curiosos formam uma multidão ao observar a chegada de Keir Starmer e dos apontados a membros do parlamento britânico. Vindo diretamente da Escócia, a dupla de mãe e filha, Mauren e Monica, aguardam com empolgação perto do White Hall pela chegada dos membros do governo. “É um dia histórico!” afirma Mauren.

Mauren e Monica são parte do eleitorado que levou os trabalhistas à vitória. Apoiadoras do partido há anos, elas contam que têm boas expectativas do que o próximo governo pode fazer pelo país. “Ele (Starmer) é um grande homem. A gente confia que ele possa tratar bem de assuntos como o sistema de saúde e de assistência social,” afirmam.

Do outro lado da rua, segurando um bandeira da União Europeia, Martyn e Vivian também aguardam pela passagem de membros do governo. Martyn afirma que carrega a bandeira em forma de protesto: da Romênia, país que luta para entrar no bloco econômico, ele exalta a importância do bloco e lamenta o Brexit, mas diz que está presente na posse por ter esperança dos dias que virão. A dupla conta que não se consideram apoiadores do Partido Trabalhista, mas que estão felizes com o resultado das eleições. “Nós só queríamos tirar os Tories (Partido Conservador),” comentam.

Depois de ser convidado pelo rei Charles III para formar governo no palácio de Buckingham, Starmer discursou do lado de fora da residência em Downing Street, prometendo construir um “governo de serviço”. O primeiro-ministro, no entanto, afirmou que as mudanças não serão sentidas de uma hora para outra: “A reconstrução vai ser feita de tijolo em tijolo”. Com ele, Rachel Reeves e Angela Rayner formam o governo como chanceler e vice-primeiro-ministro, respectivamente.

Keir Starmer e esposa chegando em Downing Street e cumprimentando multidão que se reuniu para observar novo premiê britânico no dia após a vitória trabalhista. Foto: AP Photo/Vadim Ghirda

O que vem pela frente

A vitória do Partido Trabalhista nas eleições do Reino Unido traz esperança de um novo tempo para eleitores, mas também exige cautela, como explicam analistas. “Existe uma grande diferença entre o que o Partido Trabalhista quer e o que pode fazer. Fala-se muito sobre investir no sistema de saúde, zelar pela educação de nível superior e dar fim nas dívidas altas do governo, mas isso são apenas expectativas no momento,” defende Dr. Andrew Crines, do departamento de política da Universidade de Liverpool.

Para Crines, o cenário político e econômico atual requer precauções por parte do partido trabalhista. “Eles pegaram o sistema em um estado precário e terão que tomar medidas muito seletivas para o que vem pela frente,” explica. Já para o Dr. Colin Ellis, da Bayes Business School em Londres, não é um grande momento econômico no país. “A economia está fraca e temos altas dívidas. Não é como a posse do partido trabalhista em 1997, dessa vez eles herdaram grandes desafios,” comenta.

A cautela pregada por especialistas tem base na crise que o país enfrenta nos últimos anos. Com o PIB patinando, de 1,6% em 2019 para 0,1% em 2023, e uma evidente crise no setor de saúde e cuidados, Keir Starmer herdou grandes desafios dos 14 anos de governo conservador. “Eles não têm muito o que fazer de novo agora. O desafio do momento é simplesmente conseguir manter as coisas girando. Depois disso, podemos falar em melhorias” completa Dr. Ellis.

Mauren Henry (esquerda) e Monica Walker (direita) foram a Downing Street acompanhar a chegada de Keir Starmer. Vindo diretamente da Escócia, dupla de mãe e filha votou no trabalhista. Foto: Marina Torres/Estadão

Em seu manifesto, as melhorias propostas pelo partido trabalhista seguem linhas convencionais. Prometendo investimentos em serviços públicos de saúde, construção de moradias e um sistema de planejamento, o partido trabalhista garantiu sua eleição jogando seguro. “Eles são convencionais e propõe melhorias similares a do partido conservador, mas com motivos e formas diferentes,” afirma Dr Andrew Crines.

Do ponto de vista fiscal, Dr. Ellis concorda que os dois partidos têm formas parecidas. “Sunak foi eleito por conseguir a confiança do eleitorado sobre impostos. Já o partido trabalhista prometeu aumentar impostos, mas nada que possa refletir de maneira grandiosa para a população. Eles também deram a palavra que não aumentariam o imposto de renda, o que passa segurança para o público. O que fica para o partido trabalhista é dar continuidade no trabalho que estava sendo feito,” ele explica.

Vivian Thomson e Martyn Catteamol levaram bandeira da UE em protesto, exaltando a importância do bloco. Foto: Marina Torres/Estadão

A derrota esmagadora do partido conservador, que foi de 372 assentos para 121 assentos na Casa do Comuns, deixa uma lição para aliados de Rishi Sunak, líder do partido conservador. Para o professor da Bayes School, o momento que segue é de reflexão. “Eles vão ter que sentar e pensar sobre o que irão fazer agora. É muito provável que se dirijam para uma metodologia de economia mais ortodoxa. Mas há muito trabalho a fazer,” comenta.

Em tom de despedida, na noite de quinta-feira, Rishi Sunak agradeceu aos apoiadores no X. “Às centenas de candidatos conservadores, aos milhares de voluntários e aos milhões de eleitores: obrigado por seu trabalho duro, por seu apoio e por seu voto,” escreveu.

ENVIADA ESPECIAL, LONDRES — Conquistando 412 dos 650 assentos na Casa dos Comuns, o partido trabalhista venceu com maioria esmagadora as eleições do Reino Unido, que aconteceram na quinta-feira, 4. O resultado, que já havia sido previsto mais cedo em boca de urna na noite anterior, trouxe expectativas e questionamentos sobre o futuro do novo governo por parte de eleitores e analistas.

Em Downing Street, residência e escritório oficial do primeiro-ministro, apoiadores e curiosos formam uma multidão ao observar a chegada de Keir Starmer e dos apontados a membros do parlamento britânico. Vindo diretamente da Escócia, a dupla de mãe e filha, Mauren e Monica, aguardam com empolgação perto do White Hall pela chegada dos membros do governo. “É um dia histórico!” afirma Mauren.

Mauren e Monica são parte do eleitorado que levou os trabalhistas à vitória. Apoiadoras do partido há anos, elas contam que têm boas expectativas do que o próximo governo pode fazer pelo país. “Ele (Starmer) é um grande homem. A gente confia que ele possa tratar bem de assuntos como o sistema de saúde e de assistência social,” afirmam.

Do outro lado da rua, segurando um bandeira da União Europeia, Martyn e Vivian também aguardam pela passagem de membros do governo. Martyn afirma que carrega a bandeira em forma de protesto: da Romênia, país que luta para entrar no bloco econômico, ele exalta a importância do bloco e lamenta o Brexit, mas diz que está presente na posse por ter esperança dos dias que virão. A dupla conta que não se consideram apoiadores do Partido Trabalhista, mas que estão felizes com o resultado das eleições. “Nós só queríamos tirar os Tories (Partido Conservador),” comentam.

Depois de ser convidado pelo rei Charles III para formar governo no palácio de Buckingham, Starmer discursou do lado de fora da residência em Downing Street, prometendo construir um “governo de serviço”. O primeiro-ministro, no entanto, afirmou que as mudanças não serão sentidas de uma hora para outra: “A reconstrução vai ser feita de tijolo em tijolo”. Com ele, Rachel Reeves e Angela Rayner formam o governo como chanceler e vice-primeiro-ministro, respectivamente.

Keir Starmer e esposa chegando em Downing Street e cumprimentando multidão que se reuniu para observar novo premiê britânico no dia após a vitória trabalhista. Foto: AP Photo/Vadim Ghirda

O que vem pela frente

A vitória do Partido Trabalhista nas eleições do Reino Unido traz esperança de um novo tempo para eleitores, mas também exige cautela, como explicam analistas. “Existe uma grande diferença entre o que o Partido Trabalhista quer e o que pode fazer. Fala-se muito sobre investir no sistema de saúde, zelar pela educação de nível superior e dar fim nas dívidas altas do governo, mas isso são apenas expectativas no momento,” defende Dr. Andrew Crines, do departamento de política da Universidade de Liverpool.

Para Crines, o cenário político e econômico atual requer precauções por parte do partido trabalhista. “Eles pegaram o sistema em um estado precário e terão que tomar medidas muito seletivas para o que vem pela frente,” explica. Já para o Dr. Colin Ellis, da Bayes Business School em Londres, não é um grande momento econômico no país. “A economia está fraca e temos altas dívidas. Não é como a posse do partido trabalhista em 1997, dessa vez eles herdaram grandes desafios,” comenta.

A cautela pregada por especialistas tem base na crise que o país enfrenta nos últimos anos. Com o PIB patinando, de 1,6% em 2019 para 0,1% em 2023, e uma evidente crise no setor de saúde e cuidados, Keir Starmer herdou grandes desafios dos 14 anos de governo conservador. “Eles não têm muito o que fazer de novo agora. O desafio do momento é simplesmente conseguir manter as coisas girando. Depois disso, podemos falar em melhorias” completa Dr. Ellis.

Mauren Henry (esquerda) e Monica Walker (direita) foram a Downing Street acompanhar a chegada de Keir Starmer. Vindo diretamente da Escócia, dupla de mãe e filha votou no trabalhista. Foto: Marina Torres/Estadão

Em seu manifesto, as melhorias propostas pelo partido trabalhista seguem linhas convencionais. Prometendo investimentos em serviços públicos de saúde, construção de moradias e um sistema de planejamento, o partido trabalhista garantiu sua eleição jogando seguro. “Eles são convencionais e propõe melhorias similares a do partido conservador, mas com motivos e formas diferentes,” afirma Dr Andrew Crines.

Do ponto de vista fiscal, Dr. Ellis concorda que os dois partidos têm formas parecidas. “Sunak foi eleito por conseguir a confiança do eleitorado sobre impostos. Já o partido trabalhista prometeu aumentar impostos, mas nada que possa refletir de maneira grandiosa para a população. Eles também deram a palavra que não aumentariam o imposto de renda, o que passa segurança para o público. O que fica para o partido trabalhista é dar continuidade no trabalho que estava sendo feito,” ele explica.

Vivian Thomson e Martyn Catteamol levaram bandeira da UE em protesto, exaltando a importância do bloco. Foto: Marina Torres/Estadão

A derrota esmagadora do partido conservador, que foi de 372 assentos para 121 assentos na Casa do Comuns, deixa uma lição para aliados de Rishi Sunak, líder do partido conservador. Para o professor da Bayes School, o momento que segue é de reflexão. “Eles vão ter que sentar e pensar sobre o que irão fazer agora. É muito provável que se dirijam para uma metodologia de economia mais ortodoxa. Mas há muito trabalho a fazer,” comenta.

Em tom de despedida, na noite de quinta-feira, Rishi Sunak agradeceu aos apoiadores no X. “Às centenas de candidatos conservadores, aos milhares de voluntários e aos milhões de eleitores: obrigado por seu trabalho duro, por seu apoio e por seu voto,” escreveu.

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