WASHINGTON - Pouco depois do discurso de posse de Donald Trump, no qual o republicano criticou a elite de Washington por se aproveitar do governo “enquanto o povo arca com o custo”, o ex-presidente Barack Obama defendeu seu legado à frente da Casa Branca diante das críticas minutos antes.
Em um discurso final a funcionários do governo, o democrata disse que seus mandatos “provaram o poder da esperança” e da mudança. “Disse antes e direi agora: quando começamos essa jornada, tínhamos uma fé ampla no povo americano e na capacidade dele de mudar as coisas e trazer uma vida melhor para nossos filhos”, disse o agora ex-presidente. “A mudança veio de cima respondendo aos anseios de baixo.”
Obama disse que foi encarado com ceticismo, mas nunca deixou o otimismo de lado. “Vocês não foram ingênuos nem ignorantes diante dos desafios do país”, afirmou. “Vocês tiveram esperança frente à incerteza.”
Após se despedir dos colaboradores, o presidente partiu da Base Aérea Andrews para Palm Springs, na Califórnia, onde passará um período de repouso. Os ex-presidentes americanos têm direito a um último voo no Air Force One para um lugar de sua preferência quando deixam o cargo. O vice Joe Biden voltou para casa, em Delaware, de trem.
Mais cedo, Obama usou seus últimos momentos na sede do Executivo para apresentar a residência a Trump e se despediu dos americanos pelo Twitter. Ele anunciou a criação da Fundação Obama.
O último tuíte da conta de Casa Branca sob o comando de Obama traz uma foto do presidente e da primeira-dama Michelle no aniversário de 50 anos da Marcha de Selma, no Alabama, ao lado de ícones da luta pelos direitos civis nos EUA, entre eles o deputado John Lewis – amigo de Martin Luther King –, criticado recentemente por Trump. “Sim, nós podemos. Sim, nós fizemos”, dizia a legenda. / W. POST e AFP