Volta de Boris Johnson? Quem são os favoritos para substituir Liz Truss como premiê do Reino Unido


Nomes do gabinete de Truss e seus rivais na disputa anterior pela liderança do Partido Conservador aparecem como mais prováveis para sucedê-la

Por Redação
Atualização:

LONDRES - Antes mesmo da renúncia de Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido, nesta quinta-feira, 20, alguns nomes de seu gabinete e até ex-rivais eram citados para substituí-la. Entre os principais estão o de seus adversários na disputa ao cargo de líder do partido nos últimos meses, Rishi Sunak e Penny Mordaunt. Também se especula na imprensa britânica que Boris Johnson, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em julho, poderia retornar.

Um dos nomes destacados do partido, Jeremy Hunt, que foi nomeado secretário do Tesouro na semana passada e é creditado por restaurar alguma estabilidade econômica, disse que não concorreria ao cargo de líder do partido, informou a BBC.

Ao fim do dia (no horário local), o chefe do comitê 1922 (que cuida das eleições do Partido Conservador), Graham Brady, esclareceu como será a escolha do novo premiê, que deve ser apontado até no máximo dia 28. Os parlamentares terão até segunda-feira, 24, no início da tarde (10h de Brasília) para apontar um candidato. Para ser líder, um nome precisará receber no mínimo 100 indicações. Caso apenas um receba a quantidade necessária, ele será o novo líder do partido e primeiro-ministro no mesmo dia. Se houver mais de um nome com 100 indicações, haverá eleições virtuais e até 28 de outubro um conservador deverá ser escolhido por todos os filiados do partido.

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Liz Truss durante seu discurso de renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido Foto: Andy Rain/EPA/EFE

Entre os possíveis candidatos, estão:

Penny Mordaunt, líder da Câmara dos Comuns

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Mordaunt, de 49 anos, tornou-se líder da câmara baixa do Parlamento britânico depois de emergir brevemente como candidata na disputa pela liderança do Partido Conservador, vencida por Truss. Na época, a rápida ascensão de Mordaunt alarmou alguns críticos, que disseram que ela não era testada e pouco qualificada para primeira-ministra.

Filha de um paraquedista que serve na Royal Naval Reserve, Mordaunt foi secretária de defesa por dois meses e meio em 2019 e ocupou um cargo menor no gabinete responsável pelo desenvolvimento internacional.

Quem trabalhou com Mordaunt a descreve como encantadora e sincera, mas não interessada nas complexidades da política. Ela também tem pouca experiência econômica, enquanto o Reino Unido está se esforçando para manter a credibilidade econômica.

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Penny Mordaunt em discurso durante evento do Partido Conservador Foto: Toby Melville/Reuters

Rishi Sunak, ex-secretário do Tesouro derrotado por Truss

Sunak, 42, serviu como secretário do Tesouro durante o governo de Boris Johnson e foi visto por um tempo como seu sucessor mais provável.

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Mas ele terminou em segundo lugar na disputa pela liderança do partido, atrás de Truss, prejudicado por sua associação com os gastos da era da covid-19, aumentos de impostos e crise do custo de vida no Reino Unido, bem como sua participação na queda de Johnson, uma expulsão que muitos membros do partido dizem se arrependem.

Sunak, filho de imigrantes indianos formado em Oxford e Stanford, é considerado um exemplo de um Reino Unido multiétnico e mais moderno. Mas dois escândalos este ano mancharam sua reputação.

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Descobriu-se que sua esposa reivindicou um status fiscal que lhe permitia evitar o pagamento de impostos sobre parte de sua renda. Depois foi revelado que o Sunak continuou a ter um green card, permitindo que ele vivesse e trabalhasse nos Estados Unidos por meses depois de se tornar secretário.

O ex-secretário de Tesouro, Rishi Sunak Foto: Henry Nicholls/Reuters

Boris Johnson, ex-primeiro-ministro

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O ex-premiê de 58 anos ressurgiu nos últimos dias como um possível candidato, com pesquisas mostrando que ele tem uma grande preferência dos membros do partido.

O YouGov questionou na última terça-feira, 18, aos membros conservadores se defendiam uma renúncia de Truss. Além de 35% apoiar a sua renúncia, 63% achava que Johnson seria um bom substituto, com 32% colocando-o como seu principal candidato, seguido por Sunak com 23%.

Segundo a BBC citando fontes anônimas, Boris Johnson ainda não confirmou ou negou que pretende concorrer novamente. A especulação de que o ex-premiê, que está de férias no Caribe, poderia concorrer foi dada pela The Times e pelo The Telegragh.

Especialistas ouvidos pela BBC alertaram que se o partido optar por Johnson, pode se encontrar preso na mesma armadilha que provocou a renúncia em julho, já que ainda há uma investigação parlamentar sobre se o premiê deliberadamente enganou o Parlamento sobre as festas em Downing Street.

Tendo conquistado uma vitória eleitoral esmagadora em 2019, Johnson poderia alegar que tinha um mandato para liderar o país sem realizar uma nova eleição geral, mas instalá-lo como primeiro-ministro novamente seria um grande risco para o Partido Conservador nas próximas eleições gerais.

Ben Wallace, secretário de Defesa

Wallace, 52, um ex-soldado, foi considerado a primeira escolha entre os membros do Partido Conservador para suceder Johnson. Mas ele decidiu não buscar o cargo de primeiro-ministro na época, reconhecendo ao The Telegraph em setembro que não desejava o cargo tanto assim.

Ele disse que estava apoiando Truss na disputa partidária, em parte porque ela havia prometido aumentar os gastos militares. Ele tem sido um firme defensor da Ucrânia em meio à invasão da Rússia e viajou para Kiev em setembro para se encontrar com seu colega ucraniano.

Wallace, que se opôs ao Brexit, atuou anteriormente como secretário de segurança e crime econômico e ministro da Irlanda do Norte.

O secretário de Defesa, Ben Wallace Foto: Toby Melville/Reuters

Suella Braverman, ex-secretária do Interior

Braverman, 42, é vista como uma candidata surpresa. Ela é uma linha-dura que era hostil a movimentos para permitir mais imigrantes no Reino Unido, e anteriormente atuou como procuradora-geral.

Ela foi demitida por Truss como secretária do Interior na quarta-feira, 19, depois de reconhecer que era culpada de uma violação técnica das regras de segurança de e-mail. Mas em sua carta de renúncia, ela disse que tinha “preocupações com a direção deste governo”, acusando-a de quebrar promessas aos eleitores e, em particular, de não conter a imigração.

Braverman é filha de imigrantes quenianos e mauricianos. No ano passado, enquanto procuradora-geral, ela ganhou as manchetes quando se tornou a primeira funcionária do gabinete do Reino Unido a tirar licença-maternidade remunerada sem renunciar ao cargo, depois que o Parlamento mudou uma lei que exigia que ela o fizesse./NYT

Suella Braverman foi demitida por Liz Truss na quarta-feira Foto: Adrian Dennis/AFP

LONDRES - Antes mesmo da renúncia de Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido, nesta quinta-feira, 20, alguns nomes de seu gabinete e até ex-rivais eram citados para substituí-la. Entre os principais estão o de seus adversários na disputa ao cargo de líder do partido nos últimos meses, Rishi Sunak e Penny Mordaunt. Também se especula na imprensa britânica que Boris Johnson, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em julho, poderia retornar.

Um dos nomes destacados do partido, Jeremy Hunt, que foi nomeado secretário do Tesouro na semana passada e é creditado por restaurar alguma estabilidade econômica, disse que não concorreria ao cargo de líder do partido, informou a BBC.

Ao fim do dia (no horário local), o chefe do comitê 1922 (que cuida das eleições do Partido Conservador), Graham Brady, esclareceu como será a escolha do novo premiê, que deve ser apontado até no máximo dia 28. Os parlamentares terão até segunda-feira, 24, no início da tarde (10h de Brasília) para apontar um candidato. Para ser líder, um nome precisará receber no mínimo 100 indicações. Caso apenas um receba a quantidade necessária, ele será o novo líder do partido e primeiro-ministro no mesmo dia. Se houver mais de um nome com 100 indicações, haverá eleições virtuais e até 28 de outubro um conservador deverá ser escolhido por todos os filiados do partido.

Liz Truss durante seu discurso de renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido Foto: Andy Rain/EPA/EFE

Entre os possíveis candidatos, estão:

Penny Mordaunt, líder da Câmara dos Comuns

Mordaunt, de 49 anos, tornou-se líder da câmara baixa do Parlamento britânico depois de emergir brevemente como candidata na disputa pela liderança do Partido Conservador, vencida por Truss. Na época, a rápida ascensão de Mordaunt alarmou alguns críticos, que disseram que ela não era testada e pouco qualificada para primeira-ministra.

Filha de um paraquedista que serve na Royal Naval Reserve, Mordaunt foi secretária de defesa por dois meses e meio em 2019 e ocupou um cargo menor no gabinete responsável pelo desenvolvimento internacional.

Quem trabalhou com Mordaunt a descreve como encantadora e sincera, mas não interessada nas complexidades da política. Ela também tem pouca experiência econômica, enquanto o Reino Unido está se esforçando para manter a credibilidade econômica.

Penny Mordaunt em discurso durante evento do Partido Conservador Foto: Toby Melville/Reuters

Rishi Sunak, ex-secretário do Tesouro derrotado por Truss

Sunak, 42, serviu como secretário do Tesouro durante o governo de Boris Johnson e foi visto por um tempo como seu sucessor mais provável.

Mas ele terminou em segundo lugar na disputa pela liderança do partido, atrás de Truss, prejudicado por sua associação com os gastos da era da covid-19, aumentos de impostos e crise do custo de vida no Reino Unido, bem como sua participação na queda de Johnson, uma expulsão que muitos membros do partido dizem se arrependem.

Sunak, filho de imigrantes indianos formado em Oxford e Stanford, é considerado um exemplo de um Reino Unido multiétnico e mais moderno. Mas dois escândalos este ano mancharam sua reputação.

Descobriu-se que sua esposa reivindicou um status fiscal que lhe permitia evitar o pagamento de impostos sobre parte de sua renda. Depois foi revelado que o Sunak continuou a ter um green card, permitindo que ele vivesse e trabalhasse nos Estados Unidos por meses depois de se tornar secretário.

O ex-secretário de Tesouro, Rishi Sunak Foto: Henry Nicholls/Reuters

Boris Johnson, ex-primeiro-ministro

O ex-premiê de 58 anos ressurgiu nos últimos dias como um possível candidato, com pesquisas mostrando que ele tem uma grande preferência dos membros do partido.

O YouGov questionou na última terça-feira, 18, aos membros conservadores se defendiam uma renúncia de Truss. Além de 35% apoiar a sua renúncia, 63% achava que Johnson seria um bom substituto, com 32% colocando-o como seu principal candidato, seguido por Sunak com 23%.

Segundo a BBC citando fontes anônimas, Boris Johnson ainda não confirmou ou negou que pretende concorrer novamente. A especulação de que o ex-premiê, que está de férias no Caribe, poderia concorrer foi dada pela The Times e pelo The Telegragh.

Especialistas ouvidos pela BBC alertaram que se o partido optar por Johnson, pode se encontrar preso na mesma armadilha que provocou a renúncia em julho, já que ainda há uma investigação parlamentar sobre se o premiê deliberadamente enganou o Parlamento sobre as festas em Downing Street.

Tendo conquistado uma vitória eleitoral esmagadora em 2019, Johnson poderia alegar que tinha um mandato para liderar o país sem realizar uma nova eleição geral, mas instalá-lo como primeiro-ministro novamente seria um grande risco para o Partido Conservador nas próximas eleições gerais.

Ben Wallace, secretário de Defesa

Wallace, 52, um ex-soldado, foi considerado a primeira escolha entre os membros do Partido Conservador para suceder Johnson. Mas ele decidiu não buscar o cargo de primeiro-ministro na época, reconhecendo ao The Telegraph em setembro que não desejava o cargo tanto assim.

Ele disse que estava apoiando Truss na disputa partidária, em parte porque ela havia prometido aumentar os gastos militares. Ele tem sido um firme defensor da Ucrânia em meio à invasão da Rússia e viajou para Kiev em setembro para se encontrar com seu colega ucraniano.

Wallace, que se opôs ao Brexit, atuou anteriormente como secretário de segurança e crime econômico e ministro da Irlanda do Norte.

O secretário de Defesa, Ben Wallace Foto: Toby Melville/Reuters

Suella Braverman, ex-secretária do Interior

Braverman, 42, é vista como uma candidata surpresa. Ela é uma linha-dura que era hostil a movimentos para permitir mais imigrantes no Reino Unido, e anteriormente atuou como procuradora-geral.

Ela foi demitida por Truss como secretária do Interior na quarta-feira, 19, depois de reconhecer que era culpada de uma violação técnica das regras de segurança de e-mail. Mas em sua carta de renúncia, ela disse que tinha “preocupações com a direção deste governo”, acusando-a de quebrar promessas aos eleitores e, em particular, de não conter a imigração.

Braverman é filha de imigrantes quenianos e mauricianos. No ano passado, enquanto procuradora-geral, ela ganhou as manchetes quando se tornou a primeira funcionária do gabinete do Reino Unido a tirar licença-maternidade remunerada sem renunciar ao cargo, depois que o Parlamento mudou uma lei que exigia que ela o fizesse./NYT

Suella Braverman foi demitida por Liz Truss na quarta-feira Foto: Adrian Dennis/AFP

LONDRES - Antes mesmo da renúncia de Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido, nesta quinta-feira, 20, alguns nomes de seu gabinete e até ex-rivais eram citados para substituí-la. Entre os principais estão o de seus adversários na disputa ao cargo de líder do partido nos últimos meses, Rishi Sunak e Penny Mordaunt. Também se especula na imprensa britânica que Boris Johnson, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em julho, poderia retornar.

Um dos nomes destacados do partido, Jeremy Hunt, que foi nomeado secretário do Tesouro na semana passada e é creditado por restaurar alguma estabilidade econômica, disse que não concorreria ao cargo de líder do partido, informou a BBC.

Ao fim do dia (no horário local), o chefe do comitê 1922 (que cuida das eleições do Partido Conservador), Graham Brady, esclareceu como será a escolha do novo premiê, que deve ser apontado até no máximo dia 28. Os parlamentares terão até segunda-feira, 24, no início da tarde (10h de Brasília) para apontar um candidato. Para ser líder, um nome precisará receber no mínimo 100 indicações. Caso apenas um receba a quantidade necessária, ele será o novo líder do partido e primeiro-ministro no mesmo dia. Se houver mais de um nome com 100 indicações, haverá eleições virtuais e até 28 de outubro um conservador deverá ser escolhido por todos os filiados do partido.

Liz Truss durante seu discurso de renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido Foto: Andy Rain/EPA/EFE

Entre os possíveis candidatos, estão:

Penny Mordaunt, líder da Câmara dos Comuns

Mordaunt, de 49 anos, tornou-se líder da câmara baixa do Parlamento britânico depois de emergir brevemente como candidata na disputa pela liderança do Partido Conservador, vencida por Truss. Na época, a rápida ascensão de Mordaunt alarmou alguns críticos, que disseram que ela não era testada e pouco qualificada para primeira-ministra.

Filha de um paraquedista que serve na Royal Naval Reserve, Mordaunt foi secretária de defesa por dois meses e meio em 2019 e ocupou um cargo menor no gabinete responsável pelo desenvolvimento internacional.

Quem trabalhou com Mordaunt a descreve como encantadora e sincera, mas não interessada nas complexidades da política. Ela também tem pouca experiência econômica, enquanto o Reino Unido está se esforçando para manter a credibilidade econômica.

Penny Mordaunt em discurso durante evento do Partido Conservador Foto: Toby Melville/Reuters

Rishi Sunak, ex-secretário do Tesouro derrotado por Truss

Sunak, 42, serviu como secretário do Tesouro durante o governo de Boris Johnson e foi visto por um tempo como seu sucessor mais provável.

Mas ele terminou em segundo lugar na disputa pela liderança do partido, atrás de Truss, prejudicado por sua associação com os gastos da era da covid-19, aumentos de impostos e crise do custo de vida no Reino Unido, bem como sua participação na queda de Johnson, uma expulsão que muitos membros do partido dizem se arrependem.

Sunak, filho de imigrantes indianos formado em Oxford e Stanford, é considerado um exemplo de um Reino Unido multiétnico e mais moderno. Mas dois escândalos este ano mancharam sua reputação.

Descobriu-se que sua esposa reivindicou um status fiscal que lhe permitia evitar o pagamento de impostos sobre parte de sua renda. Depois foi revelado que o Sunak continuou a ter um green card, permitindo que ele vivesse e trabalhasse nos Estados Unidos por meses depois de se tornar secretário.

O ex-secretário de Tesouro, Rishi Sunak Foto: Henry Nicholls/Reuters

Boris Johnson, ex-primeiro-ministro

O ex-premiê de 58 anos ressurgiu nos últimos dias como um possível candidato, com pesquisas mostrando que ele tem uma grande preferência dos membros do partido.

O YouGov questionou na última terça-feira, 18, aos membros conservadores se defendiam uma renúncia de Truss. Além de 35% apoiar a sua renúncia, 63% achava que Johnson seria um bom substituto, com 32% colocando-o como seu principal candidato, seguido por Sunak com 23%.

Segundo a BBC citando fontes anônimas, Boris Johnson ainda não confirmou ou negou que pretende concorrer novamente. A especulação de que o ex-premiê, que está de férias no Caribe, poderia concorrer foi dada pela The Times e pelo The Telegragh.

Especialistas ouvidos pela BBC alertaram que se o partido optar por Johnson, pode se encontrar preso na mesma armadilha que provocou a renúncia em julho, já que ainda há uma investigação parlamentar sobre se o premiê deliberadamente enganou o Parlamento sobre as festas em Downing Street.

Tendo conquistado uma vitória eleitoral esmagadora em 2019, Johnson poderia alegar que tinha um mandato para liderar o país sem realizar uma nova eleição geral, mas instalá-lo como primeiro-ministro novamente seria um grande risco para o Partido Conservador nas próximas eleições gerais.

Ben Wallace, secretário de Defesa

Wallace, 52, um ex-soldado, foi considerado a primeira escolha entre os membros do Partido Conservador para suceder Johnson. Mas ele decidiu não buscar o cargo de primeiro-ministro na época, reconhecendo ao The Telegraph em setembro que não desejava o cargo tanto assim.

Ele disse que estava apoiando Truss na disputa partidária, em parte porque ela havia prometido aumentar os gastos militares. Ele tem sido um firme defensor da Ucrânia em meio à invasão da Rússia e viajou para Kiev em setembro para se encontrar com seu colega ucraniano.

Wallace, que se opôs ao Brexit, atuou anteriormente como secretário de segurança e crime econômico e ministro da Irlanda do Norte.

O secretário de Defesa, Ben Wallace Foto: Toby Melville/Reuters

Suella Braverman, ex-secretária do Interior

Braverman, 42, é vista como uma candidata surpresa. Ela é uma linha-dura que era hostil a movimentos para permitir mais imigrantes no Reino Unido, e anteriormente atuou como procuradora-geral.

Ela foi demitida por Truss como secretária do Interior na quarta-feira, 19, depois de reconhecer que era culpada de uma violação técnica das regras de segurança de e-mail. Mas em sua carta de renúncia, ela disse que tinha “preocupações com a direção deste governo”, acusando-a de quebrar promessas aos eleitores e, em particular, de não conter a imigração.

Braverman é filha de imigrantes quenianos e mauricianos. No ano passado, enquanto procuradora-geral, ela ganhou as manchetes quando se tornou a primeira funcionária do gabinete do Reino Unido a tirar licença-maternidade remunerada sem renunciar ao cargo, depois que o Parlamento mudou uma lei que exigia que ela o fizesse./NYT

Suella Braverman foi demitida por Liz Truss na quarta-feira Foto: Adrian Dennis/AFP

LONDRES - Antes mesmo da renúncia de Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido, nesta quinta-feira, 20, alguns nomes de seu gabinete e até ex-rivais eram citados para substituí-la. Entre os principais estão o de seus adversários na disputa ao cargo de líder do partido nos últimos meses, Rishi Sunak e Penny Mordaunt. Também se especula na imprensa britânica que Boris Johnson, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em julho, poderia retornar.

Um dos nomes destacados do partido, Jeremy Hunt, que foi nomeado secretário do Tesouro na semana passada e é creditado por restaurar alguma estabilidade econômica, disse que não concorreria ao cargo de líder do partido, informou a BBC.

Ao fim do dia (no horário local), o chefe do comitê 1922 (que cuida das eleições do Partido Conservador), Graham Brady, esclareceu como será a escolha do novo premiê, que deve ser apontado até no máximo dia 28. Os parlamentares terão até segunda-feira, 24, no início da tarde (10h de Brasília) para apontar um candidato. Para ser líder, um nome precisará receber no mínimo 100 indicações. Caso apenas um receba a quantidade necessária, ele será o novo líder do partido e primeiro-ministro no mesmo dia. Se houver mais de um nome com 100 indicações, haverá eleições virtuais e até 28 de outubro um conservador deverá ser escolhido por todos os filiados do partido.

Liz Truss durante seu discurso de renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido Foto: Andy Rain/EPA/EFE

Entre os possíveis candidatos, estão:

Penny Mordaunt, líder da Câmara dos Comuns

Mordaunt, de 49 anos, tornou-se líder da câmara baixa do Parlamento britânico depois de emergir brevemente como candidata na disputa pela liderança do Partido Conservador, vencida por Truss. Na época, a rápida ascensão de Mordaunt alarmou alguns críticos, que disseram que ela não era testada e pouco qualificada para primeira-ministra.

Filha de um paraquedista que serve na Royal Naval Reserve, Mordaunt foi secretária de defesa por dois meses e meio em 2019 e ocupou um cargo menor no gabinete responsável pelo desenvolvimento internacional.

Quem trabalhou com Mordaunt a descreve como encantadora e sincera, mas não interessada nas complexidades da política. Ela também tem pouca experiência econômica, enquanto o Reino Unido está se esforçando para manter a credibilidade econômica.

Penny Mordaunt em discurso durante evento do Partido Conservador Foto: Toby Melville/Reuters

Rishi Sunak, ex-secretário do Tesouro derrotado por Truss

Sunak, 42, serviu como secretário do Tesouro durante o governo de Boris Johnson e foi visto por um tempo como seu sucessor mais provável.

Mas ele terminou em segundo lugar na disputa pela liderança do partido, atrás de Truss, prejudicado por sua associação com os gastos da era da covid-19, aumentos de impostos e crise do custo de vida no Reino Unido, bem como sua participação na queda de Johnson, uma expulsão que muitos membros do partido dizem se arrependem.

Sunak, filho de imigrantes indianos formado em Oxford e Stanford, é considerado um exemplo de um Reino Unido multiétnico e mais moderno. Mas dois escândalos este ano mancharam sua reputação.

Descobriu-se que sua esposa reivindicou um status fiscal que lhe permitia evitar o pagamento de impostos sobre parte de sua renda. Depois foi revelado que o Sunak continuou a ter um green card, permitindo que ele vivesse e trabalhasse nos Estados Unidos por meses depois de se tornar secretário.

O ex-secretário de Tesouro, Rishi Sunak Foto: Henry Nicholls/Reuters

Boris Johnson, ex-primeiro-ministro

O ex-premiê de 58 anos ressurgiu nos últimos dias como um possível candidato, com pesquisas mostrando que ele tem uma grande preferência dos membros do partido.

O YouGov questionou na última terça-feira, 18, aos membros conservadores se defendiam uma renúncia de Truss. Além de 35% apoiar a sua renúncia, 63% achava que Johnson seria um bom substituto, com 32% colocando-o como seu principal candidato, seguido por Sunak com 23%.

Segundo a BBC citando fontes anônimas, Boris Johnson ainda não confirmou ou negou que pretende concorrer novamente. A especulação de que o ex-premiê, que está de férias no Caribe, poderia concorrer foi dada pela The Times e pelo The Telegragh.

Especialistas ouvidos pela BBC alertaram que se o partido optar por Johnson, pode se encontrar preso na mesma armadilha que provocou a renúncia em julho, já que ainda há uma investigação parlamentar sobre se o premiê deliberadamente enganou o Parlamento sobre as festas em Downing Street.

Tendo conquistado uma vitória eleitoral esmagadora em 2019, Johnson poderia alegar que tinha um mandato para liderar o país sem realizar uma nova eleição geral, mas instalá-lo como primeiro-ministro novamente seria um grande risco para o Partido Conservador nas próximas eleições gerais.

Ben Wallace, secretário de Defesa

Wallace, 52, um ex-soldado, foi considerado a primeira escolha entre os membros do Partido Conservador para suceder Johnson. Mas ele decidiu não buscar o cargo de primeiro-ministro na época, reconhecendo ao The Telegraph em setembro que não desejava o cargo tanto assim.

Ele disse que estava apoiando Truss na disputa partidária, em parte porque ela havia prometido aumentar os gastos militares. Ele tem sido um firme defensor da Ucrânia em meio à invasão da Rússia e viajou para Kiev em setembro para se encontrar com seu colega ucraniano.

Wallace, que se opôs ao Brexit, atuou anteriormente como secretário de segurança e crime econômico e ministro da Irlanda do Norte.

O secretário de Defesa, Ben Wallace Foto: Toby Melville/Reuters

Suella Braverman, ex-secretária do Interior

Braverman, 42, é vista como uma candidata surpresa. Ela é uma linha-dura que era hostil a movimentos para permitir mais imigrantes no Reino Unido, e anteriormente atuou como procuradora-geral.

Ela foi demitida por Truss como secretária do Interior na quarta-feira, 19, depois de reconhecer que era culpada de uma violação técnica das regras de segurança de e-mail. Mas em sua carta de renúncia, ela disse que tinha “preocupações com a direção deste governo”, acusando-a de quebrar promessas aos eleitores e, em particular, de não conter a imigração.

Braverman é filha de imigrantes quenianos e mauricianos. No ano passado, enquanto procuradora-geral, ela ganhou as manchetes quando se tornou a primeira funcionária do gabinete do Reino Unido a tirar licença-maternidade remunerada sem renunciar ao cargo, depois que o Parlamento mudou uma lei que exigia que ela o fizesse./NYT

Suella Braverman foi demitida por Liz Truss na quarta-feira Foto: Adrian Dennis/AFP

LONDRES - Antes mesmo da renúncia de Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido, nesta quinta-feira, 20, alguns nomes de seu gabinete e até ex-rivais eram citados para substituí-la. Entre os principais estão o de seus adversários na disputa ao cargo de líder do partido nos últimos meses, Rishi Sunak e Penny Mordaunt. Também se especula na imprensa britânica que Boris Johnson, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em julho, poderia retornar.

Um dos nomes destacados do partido, Jeremy Hunt, que foi nomeado secretário do Tesouro na semana passada e é creditado por restaurar alguma estabilidade econômica, disse que não concorreria ao cargo de líder do partido, informou a BBC.

Ao fim do dia (no horário local), o chefe do comitê 1922 (que cuida das eleições do Partido Conservador), Graham Brady, esclareceu como será a escolha do novo premiê, que deve ser apontado até no máximo dia 28. Os parlamentares terão até segunda-feira, 24, no início da tarde (10h de Brasília) para apontar um candidato. Para ser líder, um nome precisará receber no mínimo 100 indicações. Caso apenas um receba a quantidade necessária, ele será o novo líder do partido e primeiro-ministro no mesmo dia. Se houver mais de um nome com 100 indicações, haverá eleições virtuais e até 28 de outubro um conservador deverá ser escolhido por todos os filiados do partido.

Liz Truss durante seu discurso de renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido Foto: Andy Rain/EPA/EFE

Entre os possíveis candidatos, estão:

Penny Mordaunt, líder da Câmara dos Comuns

Mordaunt, de 49 anos, tornou-se líder da câmara baixa do Parlamento britânico depois de emergir brevemente como candidata na disputa pela liderança do Partido Conservador, vencida por Truss. Na época, a rápida ascensão de Mordaunt alarmou alguns críticos, que disseram que ela não era testada e pouco qualificada para primeira-ministra.

Filha de um paraquedista que serve na Royal Naval Reserve, Mordaunt foi secretária de defesa por dois meses e meio em 2019 e ocupou um cargo menor no gabinete responsável pelo desenvolvimento internacional.

Quem trabalhou com Mordaunt a descreve como encantadora e sincera, mas não interessada nas complexidades da política. Ela também tem pouca experiência econômica, enquanto o Reino Unido está se esforçando para manter a credibilidade econômica.

Penny Mordaunt em discurso durante evento do Partido Conservador Foto: Toby Melville/Reuters

Rishi Sunak, ex-secretário do Tesouro derrotado por Truss

Sunak, 42, serviu como secretário do Tesouro durante o governo de Boris Johnson e foi visto por um tempo como seu sucessor mais provável.

Mas ele terminou em segundo lugar na disputa pela liderança do partido, atrás de Truss, prejudicado por sua associação com os gastos da era da covid-19, aumentos de impostos e crise do custo de vida no Reino Unido, bem como sua participação na queda de Johnson, uma expulsão que muitos membros do partido dizem se arrependem.

Sunak, filho de imigrantes indianos formado em Oxford e Stanford, é considerado um exemplo de um Reino Unido multiétnico e mais moderno. Mas dois escândalos este ano mancharam sua reputação.

Descobriu-se que sua esposa reivindicou um status fiscal que lhe permitia evitar o pagamento de impostos sobre parte de sua renda. Depois foi revelado que o Sunak continuou a ter um green card, permitindo que ele vivesse e trabalhasse nos Estados Unidos por meses depois de se tornar secretário.

O ex-secretário de Tesouro, Rishi Sunak Foto: Henry Nicholls/Reuters

Boris Johnson, ex-primeiro-ministro

O ex-premiê de 58 anos ressurgiu nos últimos dias como um possível candidato, com pesquisas mostrando que ele tem uma grande preferência dos membros do partido.

O YouGov questionou na última terça-feira, 18, aos membros conservadores se defendiam uma renúncia de Truss. Além de 35% apoiar a sua renúncia, 63% achava que Johnson seria um bom substituto, com 32% colocando-o como seu principal candidato, seguido por Sunak com 23%.

Segundo a BBC citando fontes anônimas, Boris Johnson ainda não confirmou ou negou que pretende concorrer novamente. A especulação de que o ex-premiê, que está de férias no Caribe, poderia concorrer foi dada pela The Times e pelo The Telegragh.

Especialistas ouvidos pela BBC alertaram que se o partido optar por Johnson, pode se encontrar preso na mesma armadilha que provocou a renúncia em julho, já que ainda há uma investigação parlamentar sobre se o premiê deliberadamente enganou o Parlamento sobre as festas em Downing Street.

Tendo conquistado uma vitória eleitoral esmagadora em 2019, Johnson poderia alegar que tinha um mandato para liderar o país sem realizar uma nova eleição geral, mas instalá-lo como primeiro-ministro novamente seria um grande risco para o Partido Conservador nas próximas eleições gerais.

Ben Wallace, secretário de Defesa

Wallace, 52, um ex-soldado, foi considerado a primeira escolha entre os membros do Partido Conservador para suceder Johnson. Mas ele decidiu não buscar o cargo de primeiro-ministro na época, reconhecendo ao The Telegraph em setembro que não desejava o cargo tanto assim.

Ele disse que estava apoiando Truss na disputa partidária, em parte porque ela havia prometido aumentar os gastos militares. Ele tem sido um firme defensor da Ucrânia em meio à invasão da Rússia e viajou para Kiev em setembro para se encontrar com seu colega ucraniano.

Wallace, que se opôs ao Brexit, atuou anteriormente como secretário de segurança e crime econômico e ministro da Irlanda do Norte.

O secretário de Defesa, Ben Wallace Foto: Toby Melville/Reuters

Suella Braverman, ex-secretária do Interior

Braverman, 42, é vista como uma candidata surpresa. Ela é uma linha-dura que era hostil a movimentos para permitir mais imigrantes no Reino Unido, e anteriormente atuou como procuradora-geral.

Ela foi demitida por Truss como secretária do Interior na quarta-feira, 19, depois de reconhecer que era culpada de uma violação técnica das regras de segurança de e-mail. Mas em sua carta de renúncia, ela disse que tinha “preocupações com a direção deste governo”, acusando-a de quebrar promessas aos eleitores e, em particular, de não conter a imigração.

Braverman é filha de imigrantes quenianos e mauricianos. No ano passado, enquanto procuradora-geral, ela ganhou as manchetes quando se tornou a primeira funcionária do gabinete do Reino Unido a tirar licença-maternidade remunerada sem renunciar ao cargo, depois que o Parlamento mudou uma lei que exigia que ela o fizesse./NYT

Suella Braverman foi demitida por Liz Truss na quarta-feira Foto: Adrian Dennis/AFP

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