O papa Francisco e o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, concordaram neste sábado, 13, sobre “a necessidade de continuar com os esforços humanitários para apoiar a população” que sofre com a guerra na Ucrânia.
Francisco e Zelenski se reuniram no Vaticano, pela primeira vez desde o início da guerra. É um encontro esperado que ocorre após o pontífice revelar que está em curso uma missão para acabar com a guerra na Ucrânia, cujos detalhes não foram divulgados.
Em um comunicado divulgado após a reunião, o Vaticano explicou que a reunião durou cerca de 40 minutos e que “os temas da conversa se referem à situação humanitária e política na Ucrânia provocada pela guerra em curso”.
“O papa tem assegurado suas constantes orações, testemunhadas por seus muitos apelos públicos e contínua invocação ao Senhor pela paz, desde fevereiro do ano passado”, quando começou a invasão russa que desencadeou o conflito há mais de um ano.
Além disso, “ambos concordaram com a necessidade de continuar os esforços humanitários em apoio à população. O papa enfatizou particularmente a necessidade urgente de ‘gestos de humanidade’ em relação às pessoas mais frágeis, vítimas inocentes do conflito”.
O pontífice deu ao mandatário uma obra de bronze representando um ramo de oliveira, símbolo da paz, assim como a Mensagem pela Paz deste ano, o Documento sobre a Fraternidade Humana e o volume Uma Encíclica sobre a Paz na Ucrânia.
O mandatário ucraniano, por sua vez, presenteou-o com uma obra de arte feita com um colete à prova de balas e uma pintura intitulada Perda, sobre o assassinato de crianças durante o conflito.
Foi o primeiro encontro do papa com o mandatário ucraniano desde o início da guerra, embora ambos se conheçam porque Francisco recebeu Zelenski em audiência em 8 de fevereiro de 2020, quando já se discutiu “a situação humanitária e a busca pela paz” no contexto do “conflito que, desde 2014, assola a Ucrânia”.
Este novo encontro ocorreu em meio à missão de paz vaticana anunciada pelo pontífice no voo de volta de sua recente viagem à Hungria e da qual ainda não se conhecem os detalhes, embora uma fonte do Vaticano tenha dito à imprensa russa que o encontro “não está diretamente relacionado” com ela e que Zelenski solicitou o encontro com Francisco “há poucos dias”.
Além disso, ocorre quando se espera uma iminente contraofensiva ucraniana com a qual Kiev deseja reconquistar grande parte do território ocupado por Moscou.
Por tudo isso, a reunião gerou grandes expectativas, diante da possibilidade de se abrir uma espiral de diálogo no conflito.
Líderes italianos
As forças de segurança italianas realizaram uma grande operação em grandes partes de Roma para esta visita, que começou com um encontro com o presidente italiano Sergio Mattarella e com a primeira-ministra Giorgia Meloni.
Apesar de um histórico de boas relações com a Rússia, a Itália enviou armas e ajuda financeira à Ucrânia desde que o presidente Vladimir Putin lançou uma invasão ao país vizinho em fevereiro de 2022.
A Itália também apoiou as sanções ocidentais contra a Rússia.
Alemanha entra no percurso
Zelenski também anunciou que vai visitar a Alemanha neste domingo, 14, para se reunir com os líderes da maior economia da Europa – disse uma fonte do governo à AFP neste sábado, 13, em Berlim.
Esta viagem acontece um dia depois da visita de Zelenski a Roma, e após o anúncio de um novo plano de ajuda militar do governo alemão à Ucrânia, no valor de US$ 2,950 bilhões (cerca de R$ 14,5 bilhões). O pacote inclui a entrega de tanques, veículos blindados e sistemas de defesa aérea./EFE e AFP