Zelenski diz que Casa Branca não disse nada sobre vazamentos de documentos sigilosos


Grande volume de segredos vazados online por meio da plataforma de mensagens Discord revelou avaliações sombrias dos EUA sobre a guerra da Ucrânia

Por Redação
Atualização:

KIEV - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse nesta terça-feira, 2, que não teve nenhuma conversa com a Casa Branca sobre o vazamento maciço de documentos secretos de inteligência dos EUA. Em entrevista ao jornal The Washington Post, ele disse ter tido conhecimento sobre as revelações – prejudiciais para ambos, Washington e Kiev – como todo mundo, pelo noticiário.

“Não recebi informações da Casa Branca ou do Pentágono de antemão”, disse Zelenski. “Não tínhamos essa informação. Eu pessoalmente não. É definitivamente uma história ruim. Não é benéfico para a reputação da Casa Branca e acredito que não é benéfico para a reputação dos EUA.”

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O grande volume de segredos vazados online por meio da plataforma de mensagens Discord revelou avaliações sombrias dos EUA sobre a guerra da Ucrânia com a Rússia, incluindo a falta de armamento de Kiev antes de uma contra-ofensiva altamente antecipada, e que Washington solicitou que a Ucrânia adiasse seus ataques planejados contra a Rússia para marcar o aniversário de invasão de Moscou em fevereiro.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, concede entrevista ao 'Washington Post'  Foto: The Washington Post by Ed Ram

O secretário de Estado, Antony Blinken, discutiu os vazamentos do Discord com o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, durante uma ligação em abril, de acordo com uma autoridade dos EUA familiarizada com o assunto. A ligação, que aconteceu depois que a notícia do vazamento foi divulgada, estava marcada para discutir a recente reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir discussões diplomáticas delicadas.

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Naquela ocasião, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, também fez várias ligações com seus colegas para falar sobre o assunto, embora não esteja claro se ela discutiu o assunto com seu colega ucraniano.

O vazamento criou atrito entre a Ucrânia e os EUA, seu maior apoiador na guerra. A incapacidade de Washington de proteger informações confidenciais pode levar Kiev a compartilhar menos inteligência com os EUA, indicaram algumas autoridades ucranianas em particular. Mas algumas das revelações nos documentos são de inteligência de sinais, indicando que os EUA estão espionando altos funcionários ucranianos, incluindo Zelenski.

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Questionado se isso afetou a confiança entre os países, Zelenski disse: “Não posso arriscar nosso Estado”. Ele indicou que expor seus sentimentos privados não valia o dano potencial ao apoio dos EUA ao esforço de guerra da Ucrânia.

“Onde posso falar francamente, eu o faço. Mas há riscos elevados”, acrescentou. “Se fosse minha guerra contra o [presidente russo Vladimir] Putin, e houvesse dois de nós no campo de batalha, eu diria a todos o que penso deles. Mas aqui a história é um pouco diferente. Temos de ser responsáveis.”

Complicações

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Um funcionário da Casa Branca disse que o governo está “em constante comunicação com nossos colegas ucranianos sobre uma série de questões, incluindo sobre as divulgações não autorizadas”. Mas o funcionário, que falou sob condição de anonimato para discutir um assunto delicado, disse que não comentaria os detalhes dessas discussões.

Zelenski, que se envolveu no primeiro escândalo de impeachment do presidente Donald Trump, observou que não foi a primeira vez que sua vida foi complicada pelas revelações dos EUA e que agora ele estava mais focado em preparar a Ucrânia para retomar o território ocupado pelas forças russas.

“Não sei se é uma manipulação ou um acidente”, disse ele. “Apesar de tais movimentos de informação, tenho de preparar o estado para a desocupação, não para outras etapas. E esta é a minha tarefa. Você se lembra de como nossa conversa com Trump saiu? Eles imprimiram. Bem, para ser sincero, também não dei minha permissão para isso.”

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Vestindo um moletom preto com o símbolo amarelo do tridente ucraniano, Zelenski se reuniu com um grupo de jornalistas e editores do Washington Post por uma hora em uma sala de conferências com grandes monitores montados em três paredes - a sala que ele normalmente usa para suas reuniões por vídeo com estrangeiros líderes.

Ele às vezes parecia exasperado ao comentar sobre os vazamentos e disse que os considera um “programa de TV” no qual algumas pessoas podem se interessar, mas que, em última análise, ajuda a Rússia em um momento crítico. As autoridades ucranianas e os parceiros ocidentais do país anunciaram uma contra-ofensiva planejada para começar este mês, com a chance de Kiev de retomar a iniciativa no campo de batalha com novas armas ocidentais, incluindo tanques de guerra.

KIEV - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse nesta terça-feira, 2, que não teve nenhuma conversa com a Casa Branca sobre o vazamento maciço de documentos secretos de inteligência dos EUA. Em entrevista ao jornal The Washington Post, ele disse ter tido conhecimento sobre as revelações – prejudiciais para ambos, Washington e Kiev – como todo mundo, pelo noticiário.

“Não recebi informações da Casa Branca ou do Pentágono de antemão”, disse Zelenski. “Não tínhamos essa informação. Eu pessoalmente não. É definitivamente uma história ruim. Não é benéfico para a reputação da Casa Branca e acredito que não é benéfico para a reputação dos EUA.”

O grande volume de segredos vazados online por meio da plataforma de mensagens Discord revelou avaliações sombrias dos EUA sobre a guerra da Ucrânia com a Rússia, incluindo a falta de armamento de Kiev antes de uma contra-ofensiva altamente antecipada, e que Washington solicitou que a Ucrânia adiasse seus ataques planejados contra a Rússia para marcar o aniversário de invasão de Moscou em fevereiro.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, concede entrevista ao 'Washington Post'  Foto: The Washington Post by Ed Ram

O secretário de Estado, Antony Blinken, discutiu os vazamentos do Discord com o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, durante uma ligação em abril, de acordo com uma autoridade dos EUA familiarizada com o assunto. A ligação, que aconteceu depois que a notícia do vazamento foi divulgada, estava marcada para discutir a recente reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir discussões diplomáticas delicadas.

Naquela ocasião, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, também fez várias ligações com seus colegas para falar sobre o assunto, embora não esteja claro se ela discutiu o assunto com seu colega ucraniano.

O vazamento criou atrito entre a Ucrânia e os EUA, seu maior apoiador na guerra. A incapacidade de Washington de proteger informações confidenciais pode levar Kiev a compartilhar menos inteligência com os EUA, indicaram algumas autoridades ucranianas em particular. Mas algumas das revelações nos documentos são de inteligência de sinais, indicando que os EUA estão espionando altos funcionários ucranianos, incluindo Zelenski.

Questionado se isso afetou a confiança entre os países, Zelenski disse: “Não posso arriscar nosso Estado”. Ele indicou que expor seus sentimentos privados não valia o dano potencial ao apoio dos EUA ao esforço de guerra da Ucrânia.

“Onde posso falar francamente, eu o faço. Mas há riscos elevados”, acrescentou. “Se fosse minha guerra contra o [presidente russo Vladimir] Putin, e houvesse dois de nós no campo de batalha, eu diria a todos o que penso deles. Mas aqui a história é um pouco diferente. Temos de ser responsáveis.”

Complicações

Um funcionário da Casa Branca disse que o governo está “em constante comunicação com nossos colegas ucranianos sobre uma série de questões, incluindo sobre as divulgações não autorizadas”. Mas o funcionário, que falou sob condição de anonimato para discutir um assunto delicado, disse que não comentaria os detalhes dessas discussões.

Zelenski, que se envolveu no primeiro escândalo de impeachment do presidente Donald Trump, observou que não foi a primeira vez que sua vida foi complicada pelas revelações dos EUA e que agora ele estava mais focado em preparar a Ucrânia para retomar o território ocupado pelas forças russas.

“Não sei se é uma manipulação ou um acidente”, disse ele. “Apesar de tais movimentos de informação, tenho de preparar o estado para a desocupação, não para outras etapas. E esta é a minha tarefa. Você se lembra de como nossa conversa com Trump saiu? Eles imprimiram. Bem, para ser sincero, também não dei minha permissão para isso.”

Vestindo um moletom preto com o símbolo amarelo do tridente ucraniano, Zelenski se reuniu com um grupo de jornalistas e editores do Washington Post por uma hora em uma sala de conferências com grandes monitores montados em três paredes - a sala que ele normalmente usa para suas reuniões por vídeo com estrangeiros líderes.

Ele às vezes parecia exasperado ao comentar sobre os vazamentos e disse que os considera um “programa de TV” no qual algumas pessoas podem se interessar, mas que, em última análise, ajuda a Rússia em um momento crítico. As autoridades ucranianas e os parceiros ocidentais do país anunciaram uma contra-ofensiva planejada para começar este mês, com a chance de Kiev de retomar a iniciativa no campo de batalha com novas armas ocidentais, incluindo tanques de guerra.

KIEV - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse nesta terça-feira, 2, que não teve nenhuma conversa com a Casa Branca sobre o vazamento maciço de documentos secretos de inteligência dos EUA. Em entrevista ao jornal The Washington Post, ele disse ter tido conhecimento sobre as revelações – prejudiciais para ambos, Washington e Kiev – como todo mundo, pelo noticiário.

“Não recebi informações da Casa Branca ou do Pentágono de antemão”, disse Zelenski. “Não tínhamos essa informação. Eu pessoalmente não. É definitivamente uma história ruim. Não é benéfico para a reputação da Casa Branca e acredito que não é benéfico para a reputação dos EUA.”

O grande volume de segredos vazados online por meio da plataforma de mensagens Discord revelou avaliações sombrias dos EUA sobre a guerra da Ucrânia com a Rússia, incluindo a falta de armamento de Kiev antes de uma contra-ofensiva altamente antecipada, e que Washington solicitou que a Ucrânia adiasse seus ataques planejados contra a Rússia para marcar o aniversário de invasão de Moscou em fevereiro.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, concede entrevista ao 'Washington Post'  Foto: The Washington Post by Ed Ram

O secretário de Estado, Antony Blinken, discutiu os vazamentos do Discord com o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, durante uma ligação em abril, de acordo com uma autoridade dos EUA familiarizada com o assunto. A ligação, que aconteceu depois que a notícia do vazamento foi divulgada, estava marcada para discutir a recente reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir discussões diplomáticas delicadas.

Naquela ocasião, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, também fez várias ligações com seus colegas para falar sobre o assunto, embora não esteja claro se ela discutiu o assunto com seu colega ucraniano.

O vazamento criou atrito entre a Ucrânia e os EUA, seu maior apoiador na guerra. A incapacidade de Washington de proteger informações confidenciais pode levar Kiev a compartilhar menos inteligência com os EUA, indicaram algumas autoridades ucranianas em particular. Mas algumas das revelações nos documentos são de inteligência de sinais, indicando que os EUA estão espionando altos funcionários ucranianos, incluindo Zelenski.

Questionado se isso afetou a confiança entre os países, Zelenski disse: “Não posso arriscar nosso Estado”. Ele indicou que expor seus sentimentos privados não valia o dano potencial ao apoio dos EUA ao esforço de guerra da Ucrânia.

“Onde posso falar francamente, eu o faço. Mas há riscos elevados”, acrescentou. “Se fosse minha guerra contra o [presidente russo Vladimir] Putin, e houvesse dois de nós no campo de batalha, eu diria a todos o que penso deles. Mas aqui a história é um pouco diferente. Temos de ser responsáveis.”

Complicações

Um funcionário da Casa Branca disse que o governo está “em constante comunicação com nossos colegas ucranianos sobre uma série de questões, incluindo sobre as divulgações não autorizadas”. Mas o funcionário, que falou sob condição de anonimato para discutir um assunto delicado, disse que não comentaria os detalhes dessas discussões.

Zelenski, que se envolveu no primeiro escândalo de impeachment do presidente Donald Trump, observou que não foi a primeira vez que sua vida foi complicada pelas revelações dos EUA e que agora ele estava mais focado em preparar a Ucrânia para retomar o território ocupado pelas forças russas.

“Não sei se é uma manipulação ou um acidente”, disse ele. “Apesar de tais movimentos de informação, tenho de preparar o estado para a desocupação, não para outras etapas. E esta é a minha tarefa. Você se lembra de como nossa conversa com Trump saiu? Eles imprimiram. Bem, para ser sincero, também não dei minha permissão para isso.”

Vestindo um moletom preto com o símbolo amarelo do tridente ucraniano, Zelenski se reuniu com um grupo de jornalistas e editores do Washington Post por uma hora em uma sala de conferências com grandes monitores montados em três paredes - a sala que ele normalmente usa para suas reuniões por vídeo com estrangeiros líderes.

Ele às vezes parecia exasperado ao comentar sobre os vazamentos e disse que os considera um “programa de TV” no qual algumas pessoas podem se interessar, mas que, em última análise, ajuda a Rússia em um momento crítico. As autoridades ucranianas e os parceiros ocidentais do país anunciaram uma contra-ofensiva planejada para começar este mês, com a chance de Kiev de retomar a iniciativa no campo de batalha com novas armas ocidentais, incluindo tanques de guerra.

KIEV - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse nesta terça-feira, 2, que não teve nenhuma conversa com a Casa Branca sobre o vazamento maciço de documentos secretos de inteligência dos EUA. Em entrevista ao jornal The Washington Post, ele disse ter tido conhecimento sobre as revelações – prejudiciais para ambos, Washington e Kiev – como todo mundo, pelo noticiário.

“Não recebi informações da Casa Branca ou do Pentágono de antemão”, disse Zelenski. “Não tínhamos essa informação. Eu pessoalmente não. É definitivamente uma história ruim. Não é benéfico para a reputação da Casa Branca e acredito que não é benéfico para a reputação dos EUA.”

O grande volume de segredos vazados online por meio da plataforma de mensagens Discord revelou avaliações sombrias dos EUA sobre a guerra da Ucrânia com a Rússia, incluindo a falta de armamento de Kiev antes de uma contra-ofensiva altamente antecipada, e que Washington solicitou que a Ucrânia adiasse seus ataques planejados contra a Rússia para marcar o aniversário de invasão de Moscou em fevereiro.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, concede entrevista ao 'Washington Post'  Foto: The Washington Post by Ed Ram

O secretário de Estado, Antony Blinken, discutiu os vazamentos do Discord com o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, durante uma ligação em abril, de acordo com uma autoridade dos EUA familiarizada com o assunto. A ligação, que aconteceu depois que a notícia do vazamento foi divulgada, estava marcada para discutir a recente reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir discussões diplomáticas delicadas.

Naquela ocasião, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, também fez várias ligações com seus colegas para falar sobre o assunto, embora não esteja claro se ela discutiu o assunto com seu colega ucraniano.

O vazamento criou atrito entre a Ucrânia e os EUA, seu maior apoiador na guerra. A incapacidade de Washington de proteger informações confidenciais pode levar Kiev a compartilhar menos inteligência com os EUA, indicaram algumas autoridades ucranianas em particular. Mas algumas das revelações nos documentos são de inteligência de sinais, indicando que os EUA estão espionando altos funcionários ucranianos, incluindo Zelenski.

Questionado se isso afetou a confiança entre os países, Zelenski disse: “Não posso arriscar nosso Estado”. Ele indicou que expor seus sentimentos privados não valia o dano potencial ao apoio dos EUA ao esforço de guerra da Ucrânia.

“Onde posso falar francamente, eu o faço. Mas há riscos elevados”, acrescentou. “Se fosse minha guerra contra o [presidente russo Vladimir] Putin, e houvesse dois de nós no campo de batalha, eu diria a todos o que penso deles. Mas aqui a história é um pouco diferente. Temos de ser responsáveis.”

Complicações

Um funcionário da Casa Branca disse que o governo está “em constante comunicação com nossos colegas ucranianos sobre uma série de questões, incluindo sobre as divulgações não autorizadas”. Mas o funcionário, que falou sob condição de anonimato para discutir um assunto delicado, disse que não comentaria os detalhes dessas discussões.

Zelenski, que se envolveu no primeiro escândalo de impeachment do presidente Donald Trump, observou que não foi a primeira vez que sua vida foi complicada pelas revelações dos EUA e que agora ele estava mais focado em preparar a Ucrânia para retomar o território ocupado pelas forças russas.

“Não sei se é uma manipulação ou um acidente”, disse ele. “Apesar de tais movimentos de informação, tenho de preparar o estado para a desocupação, não para outras etapas. E esta é a minha tarefa. Você se lembra de como nossa conversa com Trump saiu? Eles imprimiram. Bem, para ser sincero, também não dei minha permissão para isso.”

Vestindo um moletom preto com o símbolo amarelo do tridente ucraniano, Zelenski se reuniu com um grupo de jornalistas e editores do Washington Post por uma hora em uma sala de conferências com grandes monitores montados em três paredes - a sala que ele normalmente usa para suas reuniões por vídeo com estrangeiros líderes.

Ele às vezes parecia exasperado ao comentar sobre os vazamentos e disse que os considera um “programa de TV” no qual algumas pessoas podem se interessar, mas que, em última análise, ajuda a Rússia em um momento crítico. As autoridades ucranianas e os parceiros ocidentais do país anunciaram uma contra-ofensiva planejada para começar este mês, com a chance de Kiev de retomar a iniciativa no campo de batalha com novas armas ocidentais, incluindo tanques de guerra.

KIEV - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse nesta terça-feira, 2, que não teve nenhuma conversa com a Casa Branca sobre o vazamento maciço de documentos secretos de inteligência dos EUA. Em entrevista ao jornal The Washington Post, ele disse ter tido conhecimento sobre as revelações – prejudiciais para ambos, Washington e Kiev – como todo mundo, pelo noticiário.

“Não recebi informações da Casa Branca ou do Pentágono de antemão”, disse Zelenski. “Não tínhamos essa informação. Eu pessoalmente não. É definitivamente uma história ruim. Não é benéfico para a reputação da Casa Branca e acredito que não é benéfico para a reputação dos EUA.”

O grande volume de segredos vazados online por meio da plataforma de mensagens Discord revelou avaliações sombrias dos EUA sobre a guerra da Ucrânia com a Rússia, incluindo a falta de armamento de Kiev antes de uma contra-ofensiva altamente antecipada, e que Washington solicitou que a Ucrânia adiasse seus ataques planejados contra a Rússia para marcar o aniversário de invasão de Moscou em fevereiro.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, concede entrevista ao 'Washington Post'  Foto: The Washington Post by Ed Ram

O secretário de Estado, Antony Blinken, discutiu os vazamentos do Discord com o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, durante uma ligação em abril, de acordo com uma autoridade dos EUA familiarizada com o assunto. A ligação, que aconteceu depois que a notícia do vazamento foi divulgada, estava marcada para discutir a recente reunião de ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir discussões diplomáticas delicadas.

Naquela ocasião, a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, também fez várias ligações com seus colegas para falar sobre o assunto, embora não esteja claro se ela discutiu o assunto com seu colega ucraniano.

O vazamento criou atrito entre a Ucrânia e os EUA, seu maior apoiador na guerra. A incapacidade de Washington de proteger informações confidenciais pode levar Kiev a compartilhar menos inteligência com os EUA, indicaram algumas autoridades ucranianas em particular. Mas algumas das revelações nos documentos são de inteligência de sinais, indicando que os EUA estão espionando altos funcionários ucranianos, incluindo Zelenski.

Questionado se isso afetou a confiança entre os países, Zelenski disse: “Não posso arriscar nosso Estado”. Ele indicou que expor seus sentimentos privados não valia o dano potencial ao apoio dos EUA ao esforço de guerra da Ucrânia.

“Onde posso falar francamente, eu o faço. Mas há riscos elevados”, acrescentou. “Se fosse minha guerra contra o [presidente russo Vladimir] Putin, e houvesse dois de nós no campo de batalha, eu diria a todos o que penso deles. Mas aqui a história é um pouco diferente. Temos de ser responsáveis.”

Complicações

Um funcionário da Casa Branca disse que o governo está “em constante comunicação com nossos colegas ucranianos sobre uma série de questões, incluindo sobre as divulgações não autorizadas”. Mas o funcionário, que falou sob condição de anonimato para discutir um assunto delicado, disse que não comentaria os detalhes dessas discussões.

Zelenski, que se envolveu no primeiro escândalo de impeachment do presidente Donald Trump, observou que não foi a primeira vez que sua vida foi complicada pelas revelações dos EUA e que agora ele estava mais focado em preparar a Ucrânia para retomar o território ocupado pelas forças russas.

“Não sei se é uma manipulação ou um acidente”, disse ele. “Apesar de tais movimentos de informação, tenho de preparar o estado para a desocupação, não para outras etapas. E esta é a minha tarefa. Você se lembra de como nossa conversa com Trump saiu? Eles imprimiram. Bem, para ser sincero, também não dei minha permissão para isso.”

Vestindo um moletom preto com o símbolo amarelo do tridente ucraniano, Zelenski se reuniu com um grupo de jornalistas e editores do Washington Post por uma hora em uma sala de conferências com grandes monitores montados em três paredes - a sala que ele normalmente usa para suas reuniões por vídeo com estrangeiros líderes.

Ele às vezes parecia exasperado ao comentar sobre os vazamentos e disse que os considera um “programa de TV” no qual algumas pessoas podem se interessar, mas que, em última análise, ajuda a Rússia em um momento crítico. As autoridades ucranianas e os parceiros ocidentais do país anunciaram uma contra-ofensiva planejada para começar este mês, com a chance de Kiev de retomar a iniciativa no campo de batalha com novas armas ocidentais, incluindo tanques de guerra.

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