Quem tem lá seus 40 anos deve ter ouvido a expressão 'chofer de praça', sinônimo de taxista. O paraibano Nélson Pitas é um desses antigos motoristas. Saiu do Nordeste em 1974 e se fixou em São Paulo no fim do ano seguinte. 'Sempre mexi nos meus carros. No primeiro, um Volkswagen Fusca, eu coloquei volante de madeira e luz na bola do câmbio. Depois tive um Chevrolet Opala com rodas gaúchas', relembra.Hoje ele se orgulha de sua Chevrolet Zafira 2005. Mais que 'tunada' por fora, ela é cheia de equipamentos por dentro. 'Para agradar ao cliente', como Pitas faz questão de dizer. Tudo pelo freguês 'Além do som, o carro tem DVD. Sempre carrego os lançamentos das videolocadoras', diz. Na minivan, há também uma geladeira. 'Posso servir uma cerveja, refrigerante ou 'uisquinho', mas não cobro a mais por isso.' Pitas carrega ainda balas, revistas e dois celulares extras, pré-pagos, para os clientes fazerem ligações a cobrar. E também uma câmera digital, para quem quiser uma recordação de seu carro. Por dentro, a Zafira ganhou bancos revestidos de couro, novo painel com 220 leds, tapetes de alumínio e acessórios da Shutt (volante, pedais e manoplas de câmbio e do freio de mão). O equipamento de áudio traz itens de primeira, como módulos Banda e Rockford Fosgate, mais alto-falantes da marca Selenium. Como caiu na praça Nos anos 70, Pitas trabalhava em São Paulo como motorista particular quando surgiu uma nova oportunidade. 'Num jogo de sinuca, um taxista que eu nem conhecia me propôs usar seu carro nas horas em que ele descansava. Foi uma maravilha. O taxímetro era para mim como uma máquina de fazer dinheiro, pois de onde vim a cobrança era só por corrida', recorda. Não largou mais a profissão e hoje é figura conhecida em seu ponto, no Sumarezinho.