Usar máscara por conta da pandemia é dar adeus ao batom? Talvez não


Uma das saídas é optar por batons de longa duração para evitar borrões e sujeira debaixo da máscara

Por Glynnis MacNicol
Atualização:

A pandemia mudou muitos aspectos de nossa vida, especialmente o que usamos: nos pés, em torno da cintura, no rosto e, sobretudo, nos lábios, que, depois de uma breve pausa (nos Estados Unidos e alguns países da Europa), voltarão a ficar cobertos pela máscara.

Faz muito tempo que adoro usar batom. No meu armário do banheiro, tenho nada menos que 25 batons em vários tons de vermelho. Algumas pessoas encontram sua cor e se apegam a ela. Penso nos batons da mesma forma que outras pessoas pensam nos sapatos: existem tons diferentes para ocasiões e horas do dia diferentes.

O uso de máscaras durante a pandemia cobriu os lábios de todo o mundo e escondeu a beleza dos batons... Por enquanto. Foto: Samuel Bristow/The New York Times
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Meus batons são todos devidamente organizados, de acordo com a marca (Pat McGrath, Nars, Chanel, Mac) e subdivididos em cores: vermelho verdadeiro, vermelho azulado, coral. Consigo notar a diferença entre o Ruby Woo e o Russian Red, da Mac. Invisto nisso.

Durante os primeiros meses da pandemia, que passei quase sempre de moletom, às vezes eu abria o armário, olhava para aqueles tubos brilhantes e sussurrava: "Um dia você vai voltar a passear." (Fiquei sozinha em casa o tempo todo.) Em outras palavras, eu passearia novamente. Com o passar dos meses, porém, comecei a me perguntar se isso realmente aconteceria. A vida parecia muito distante. Ou você usa máscara ou usa batom. Como sou uma cidadã responsável, escolhi a primeira opção.

Muitas outras pessoas fizeram o mesmo, ao que tudo indica. Durante a crise econômica depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, Leonard Lauder cunhou o termo "índice do batom". Sua crença era que, quanto pior vai a economia, mais batom as mulheres compram; compramos coisas pequenas quando as grandes estão fora do alcance. A pandemia acabou com essa tendência. Com a crise econômica em 2020, as vendas de batom também despencaram.

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E, então, veio a vacina! Seguida por diretrizes atualizadas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em abril, segundo as quais a máscara não era mais obrigatória em espaços ao ar livre. Oi, batom. Você voltou?

Batons à parte, muitos nos perguntamos outra coisa quando finalmente saímos de casa: quem sou eu agora? Estávamos tirando a máscara corajosamente, prontos para voltar a existir no mundo – ou pelo menos para tentar descobrir como existir.

Que partes de nosso antigo estilo haviam resistido e, entre elas, quais mantínhamos por uma obrigação da qual a pandemia talvez tivesse nos libertado? Fomos nós que deixamos todo o cinza entrar? Será que depois de um ano olhando nosso rosto de perto reavaliamos as vantagens do preenchimento labial? Alguém estava realmente pensando em voltar a usar salto alto? E finalmente: usar ou não usar batom?

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Naquele primeiro dia, quando consegui sair com a máscara no bolso, e não no rosto, automaticamente peguei meu querido Nars Jungle Red, quase sem pensar. Pela primeira vez em mais de um ano, voltei a me sentir eu mesma. Fiquei feliz. A pandemia havia me privado de muitas coisas (do toque, em primeiro lugar), mas não da minha devoção ao batom. Mais uma vez, eu era parte de uma tendência. De acordo com números divulgados em maio, assim que a máscara saiu de cena (nos Estados Unidos) as vendas de batom voltaram a subir, ao ritmo de 80 por cento em relação ao ano anterior, segundo a CNN Business.

"Nosso regime de beleza é uma das maneiras mais fáceis de autocuidado, e o batom, em particular, é fundamental. Leva apenas alguns minutos para aplicar e tem poder instantâneo para nos lembrar de que somos importantes", disse a maquiadora Molly Stern.

Esse feliz reencontro seria temporário. Mesmo antes que a variante delta do vírus, altamente contagiosa, tornasse mais rígidas as orientações sobre o uso de máscara, eu ainda era obrigada a usá-la de tempos em tempos; ao andar de metrô, por exemplo.

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E, embora meu batom Chanel Gabrielle tenha ficado lealmente ao meu lado durante atividades intermináveis, ele não foi feito para a vida sob a máscara. Eu o passava, colocava minha máscara e, pouco tempo depois, parecia que eu havia beijado como uma adolescente – batom espalhado por todo lugar, menos nos lábios. Seria necessário repensar minha estratégia, e eu teria de fazer concessões.

Foi então que comecei a usar batons de longa duração. E, depois de muita pesquisa nas lojas de maquiagem, muitos deles me mostraram da maneira mais difícil que não resistem à máscara.

Existem, no entanto, alguns batons que fazem jus, ou melhor, que conseguem resistir aos nossos tempos.

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Se você usa batom vermelho, certamente não se surpreenderá com o primeiro da lista. O Stay All Day in Beso, da Stila Cosmetics (US$ 22), existe há mais de uma década e tem fãs dedicadas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez. O vermelho é intenso. Quando você usa esse batom, realmente tem de ser sincera.

O segundo é o Stunna Lip Pain Longwear Fluid Lip Color, da Fenty (US$ 25). Uso o Uncensored. O segredo é tirar o excesso imediatamente depois da aplicação: quanto mais fina a camada, mais tempo durará (felizmente, não é preciso passar muito).

O terceiro é o Super Stay Matte Ink, da Maybelline. Tenho o Dancer. Se existe um batom para nossos tempos mascarados, é esse. (Também custa cerca de US$ 10.)

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Eis o significado do Super Stay nesse contexto: depois de colocá-lo, talvez ele nunca mais saia, pelo menos não com água e sabão, muito menos com o uso de máscara. (Dica profissional: você precisará usar um removedor de maquiagem à base de óleo; óleo de coco serve.)

Eu o apliquei pela primeira vez em 2019, e ainda estava de batom na manhã seguinte. Ele prontamente foi para o canto do armário do banheiro e não saiu mais de lá. Era batom demais para mim. Mas este ano ele voltou a ser usado e, desde então, tem sido o único que continuo a passar.

Agora sabemos que não há um retorno rápido e contínuo à vida de antes. Na melhor das hipóteses, tudo que podemos fazer agora é tomar pequenas decisões sobre o que podemos levar conosco e como fazer com que isso se encaixe neste novo mundo confuso e incerto. O batom permanece (literalmente, nesse caso).

Hoje em dia, tirar a máscara parece uma cena de algum tipo de filme de super-herói com identidade secreta. Aqui estou eu, na versão 2021, cumprindo todas as orientações de saúde. E meus lábios resistem da melhor maneira que podem.

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

A pandemia mudou muitos aspectos de nossa vida, especialmente o que usamos: nos pés, em torno da cintura, no rosto e, sobretudo, nos lábios, que, depois de uma breve pausa (nos Estados Unidos e alguns países da Europa), voltarão a ficar cobertos pela máscara.

Faz muito tempo que adoro usar batom. No meu armário do banheiro, tenho nada menos que 25 batons em vários tons de vermelho. Algumas pessoas encontram sua cor e se apegam a ela. Penso nos batons da mesma forma que outras pessoas pensam nos sapatos: existem tons diferentes para ocasiões e horas do dia diferentes.

O uso de máscaras durante a pandemia cobriu os lábios de todo o mundo e escondeu a beleza dos batons... Por enquanto. Foto: Samuel Bristow/The New York Times

Meus batons são todos devidamente organizados, de acordo com a marca (Pat McGrath, Nars, Chanel, Mac) e subdivididos em cores: vermelho verdadeiro, vermelho azulado, coral. Consigo notar a diferença entre o Ruby Woo e o Russian Red, da Mac. Invisto nisso.

Durante os primeiros meses da pandemia, que passei quase sempre de moletom, às vezes eu abria o armário, olhava para aqueles tubos brilhantes e sussurrava: "Um dia você vai voltar a passear." (Fiquei sozinha em casa o tempo todo.) Em outras palavras, eu passearia novamente. Com o passar dos meses, porém, comecei a me perguntar se isso realmente aconteceria. A vida parecia muito distante. Ou você usa máscara ou usa batom. Como sou uma cidadã responsável, escolhi a primeira opção.

Muitas outras pessoas fizeram o mesmo, ao que tudo indica. Durante a crise econômica depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, Leonard Lauder cunhou o termo "índice do batom". Sua crença era que, quanto pior vai a economia, mais batom as mulheres compram; compramos coisas pequenas quando as grandes estão fora do alcance. A pandemia acabou com essa tendência. Com a crise econômica em 2020, as vendas de batom também despencaram.

E, então, veio a vacina! Seguida por diretrizes atualizadas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em abril, segundo as quais a máscara não era mais obrigatória em espaços ao ar livre. Oi, batom. Você voltou?

Batons à parte, muitos nos perguntamos outra coisa quando finalmente saímos de casa: quem sou eu agora? Estávamos tirando a máscara corajosamente, prontos para voltar a existir no mundo – ou pelo menos para tentar descobrir como existir.

Que partes de nosso antigo estilo haviam resistido e, entre elas, quais mantínhamos por uma obrigação da qual a pandemia talvez tivesse nos libertado? Fomos nós que deixamos todo o cinza entrar? Será que depois de um ano olhando nosso rosto de perto reavaliamos as vantagens do preenchimento labial? Alguém estava realmente pensando em voltar a usar salto alto? E finalmente: usar ou não usar batom?

Naquele primeiro dia, quando consegui sair com a máscara no bolso, e não no rosto, automaticamente peguei meu querido Nars Jungle Red, quase sem pensar. Pela primeira vez em mais de um ano, voltei a me sentir eu mesma. Fiquei feliz. A pandemia havia me privado de muitas coisas (do toque, em primeiro lugar), mas não da minha devoção ao batom. Mais uma vez, eu era parte de uma tendência. De acordo com números divulgados em maio, assim que a máscara saiu de cena (nos Estados Unidos) as vendas de batom voltaram a subir, ao ritmo de 80 por cento em relação ao ano anterior, segundo a CNN Business.

"Nosso regime de beleza é uma das maneiras mais fáceis de autocuidado, e o batom, em particular, é fundamental. Leva apenas alguns minutos para aplicar e tem poder instantâneo para nos lembrar de que somos importantes", disse a maquiadora Molly Stern.

Esse feliz reencontro seria temporário. Mesmo antes que a variante delta do vírus, altamente contagiosa, tornasse mais rígidas as orientações sobre o uso de máscara, eu ainda era obrigada a usá-la de tempos em tempos; ao andar de metrô, por exemplo.

E, embora meu batom Chanel Gabrielle tenha ficado lealmente ao meu lado durante atividades intermináveis, ele não foi feito para a vida sob a máscara. Eu o passava, colocava minha máscara e, pouco tempo depois, parecia que eu havia beijado como uma adolescente – batom espalhado por todo lugar, menos nos lábios. Seria necessário repensar minha estratégia, e eu teria de fazer concessões.

Foi então que comecei a usar batons de longa duração. E, depois de muita pesquisa nas lojas de maquiagem, muitos deles me mostraram da maneira mais difícil que não resistem à máscara.

Existem, no entanto, alguns batons que fazem jus, ou melhor, que conseguem resistir aos nossos tempos.

Se você usa batom vermelho, certamente não se surpreenderá com o primeiro da lista. O Stay All Day in Beso, da Stila Cosmetics (US$ 22), existe há mais de uma década e tem fãs dedicadas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez. O vermelho é intenso. Quando você usa esse batom, realmente tem de ser sincera.

O segundo é o Stunna Lip Pain Longwear Fluid Lip Color, da Fenty (US$ 25). Uso o Uncensored. O segredo é tirar o excesso imediatamente depois da aplicação: quanto mais fina a camada, mais tempo durará (felizmente, não é preciso passar muito).

O terceiro é o Super Stay Matte Ink, da Maybelline. Tenho o Dancer. Se existe um batom para nossos tempos mascarados, é esse. (Também custa cerca de US$ 10.)

Eis o significado do Super Stay nesse contexto: depois de colocá-lo, talvez ele nunca mais saia, pelo menos não com água e sabão, muito menos com o uso de máscara. (Dica profissional: você precisará usar um removedor de maquiagem à base de óleo; óleo de coco serve.)

Eu o apliquei pela primeira vez em 2019, e ainda estava de batom na manhã seguinte. Ele prontamente foi para o canto do armário do banheiro e não saiu mais de lá. Era batom demais para mim. Mas este ano ele voltou a ser usado e, desde então, tem sido o único que continuo a passar.

Agora sabemos que não há um retorno rápido e contínuo à vida de antes. Na melhor das hipóteses, tudo que podemos fazer agora é tomar pequenas decisões sobre o que podemos levar conosco e como fazer com que isso se encaixe neste novo mundo confuso e incerto. O batom permanece (literalmente, nesse caso).

Hoje em dia, tirar a máscara parece uma cena de algum tipo de filme de super-herói com identidade secreta. Aqui estou eu, na versão 2021, cumprindo todas as orientações de saúde. E meus lábios resistem da melhor maneira que podem.

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

A pandemia mudou muitos aspectos de nossa vida, especialmente o que usamos: nos pés, em torno da cintura, no rosto e, sobretudo, nos lábios, que, depois de uma breve pausa (nos Estados Unidos e alguns países da Europa), voltarão a ficar cobertos pela máscara.

Faz muito tempo que adoro usar batom. No meu armário do banheiro, tenho nada menos que 25 batons em vários tons de vermelho. Algumas pessoas encontram sua cor e se apegam a ela. Penso nos batons da mesma forma que outras pessoas pensam nos sapatos: existem tons diferentes para ocasiões e horas do dia diferentes.

O uso de máscaras durante a pandemia cobriu os lábios de todo o mundo e escondeu a beleza dos batons... Por enquanto. Foto: Samuel Bristow/The New York Times

Meus batons são todos devidamente organizados, de acordo com a marca (Pat McGrath, Nars, Chanel, Mac) e subdivididos em cores: vermelho verdadeiro, vermelho azulado, coral. Consigo notar a diferença entre o Ruby Woo e o Russian Red, da Mac. Invisto nisso.

Durante os primeiros meses da pandemia, que passei quase sempre de moletom, às vezes eu abria o armário, olhava para aqueles tubos brilhantes e sussurrava: "Um dia você vai voltar a passear." (Fiquei sozinha em casa o tempo todo.) Em outras palavras, eu passearia novamente. Com o passar dos meses, porém, comecei a me perguntar se isso realmente aconteceria. A vida parecia muito distante. Ou você usa máscara ou usa batom. Como sou uma cidadã responsável, escolhi a primeira opção.

Muitas outras pessoas fizeram o mesmo, ao que tudo indica. Durante a crise econômica depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, Leonard Lauder cunhou o termo "índice do batom". Sua crença era que, quanto pior vai a economia, mais batom as mulheres compram; compramos coisas pequenas quando as grandes estão fora do alcance. A pandemia acabou com essa tendência. Com a crise econômica em 2020, as vendas de batom também despencaram.

E, então, veio a vacina! Seguida por diretrizes atualizadas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em abril, segundo as quais a máscara não era mais obrigatória em espaços ao ar livre. Oi, batom. Você voltou?

Batons à parte, muitos nos perguntamos outra coisa quando finalmente saímos de casa: quem sou eu agora? Estávamos tirando a máscara corajosamente, prontos para voltar a existir no mundo – ou pelo menos para tentar descobrir como existir.

Que partes de nosso antigo estilo haviam resistido e, entre elas, quais mantínhamos por uma obrigação da qual a pandemia talvez tivesse nos libertado? Fomos nós que deixamos todo o cinza entrar? Será que depois de um ano olhando nosso rosto de perto reavaliamos as vantagens do preenchimento labial? Alguém estava realmente pensando em voltar a usar salto alto? E finalmente: usar ou não usar batom?

Naquele primeiro dia, quando consegui sair com a máscara no bolso, e não no rosto, automaticamente peguei meu querido Nars Jungle Red, quase sem pensar. Pela primeira vez em mais de um ano, voltei a me sentir eu mesma. Fiquei feliz. A pandemia havia me privado de muitas coisas (do toque, em primeiro lugar), mas não da minha devoção ao batom. Mais uma vez, eu era parte de uma tendência. De acordo com números divulgados em maio, assim que a máscara saiu de cena (nos Estados Unidos) as vendas de batom voltaram a subir, ao ritmo de 80 por cento em relação ao ano anterior, segundo a CNN Business.

"Nosso regime de beleza é uma das maneiras mais fáceis de autocuidado, e o batom, em particular, é fundamental. Leva apenas alguns minutos para aplicar e tem poder instantâneo para nos lembrar de que somos importantes", disse a maquiadora Molly Stern.

Esse feliz reencontro seria temporário. Mesmo antes que a variante delta do vírus, altamente contagiosa, tornasse mais rígidas as orientações sobre o uso de máscara, eu ainda era obrigada a usá-la de tempos em tempos; ao andar de metrô, por exemplo.

E, embora meu batom Chanel Gabrielle tenha ficado lealmente ao meu lado durante atividades intermináveis, ele não foi feito para a vida sob a máscara. Eu o passava, colocava minha máscara e, pouco tempo depois, parecia que eu havia beijado como uma adolescente – batom espalhado por todo lugar, menos nos lábios. Seria necessário repensar minha estratégia, e eu teria de fazer concessões.

Foi então que comecei a usar batons de longa duração. E, depois de muita pesquisa nas lojas de maquiagem, muitos deles me mostraram da maneira mais difícil que não resistem à máscara.

Existem, no entanto, alguns batons que fazem jus, ou melhor, que conseguem resistir aos nossos tempos.

Se você usa batom vermelho, certamente não se surpreenderá com o primeiro da lista. O Stay All Day in Beso, da Stila Cosmetics (US$ 22), existe há mais de uma década e tem fãs dedicadas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez. O vermelho é intenso. Quando você usa esse batom, realmente tem de ser sincera.

O segundo é o Stunna Lip Pain Longwear Fluid Lip Color, da Fenty (US$ 25). Uso o Uncensored. O segredo é tirar o excesso imediatamente depois da aplicação: quanto mais fina a camada, mais tempo durará (felizmente, não é preciso passar muito).

O terceiro é o Super Stay Matte Ink, da Maybelline. Tenho o Dancer. Se existe um batom para nossos tempos mascarados, é esse. (Também custa cerca de US$ 10.)

Eis o significado do Super Stay nesse contexto: depois de colocá-lo, talvez ele nunca mais saia, pelo menos não com água e sabão, muito menos com o uso de máscara. (Dica profissional: você precisará usar um removedor de maquiagem à base de óleo; óleo de coco serve.)

Eu o apliquei pela primeira vez em 2019, e ainda estava de batom na manhã seguinte. Ele prontamente foi para o canto do armário do banheiro e não saiu mais de lá. Era batom demais para mim. Mas este ano ele voltou a ser usado e, desde então, tem sido o único que continuo a passar.

Agora sabemos que não há um retorno rápido e contínuo à vida de antes. Na melhor das hipóteses, tudo que podemos fazer agora é tomar pequenas decisões sobre o que podemos levar conosco e como fazer com que isso se encaixe neste novo mundo confuso e incerto. O batom permanece (literalmente, nesse caso).

Hoje em dia, tirar a máscara parece uma cena de algum tipo de filme de super-herói com identidade secreta. Aqui estou eu, na versão 2021, cumprindo todas as orientações de saúde. E meus lábios resistem da melhor maneira que podem.

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

A pandemia mudou muitos aspectos de nossa vida, especialmente o que usamos: nos pés, em torno da cintura, no rosto e, sobretudo, nos lábios, que, depois de uma breve pausa (nos Estados Unidos e alguns países da Europa), voltarão a ficar cobertos pela máscara.

Faz muito tempo que adoro usar batom. No meu armário do banheiro, tenho nada menos que 25 batons em vários tons de vermelho. Algumas pessoas encontram sua cor e se apegam a ela. Penso nos batons da mesma forma que outras pessoas pensam nos sapatos: existem tons diferentes para ocasiões e horas do dia diferentes.

O uso de máscaras durante a pandemia cobriu os lábios de todo o mundo e escondeu a beleza dos batons... Por enquanto. Foto: Samuel Bristow/The New York Times

Meus batons são todos devidamente organizados, de acordo com a marca (Pat McGrath, Nars, Chanel, Mac) e subdivididos em cores: vermelho verdadeiro, vermelho azulado, coral. Consigo notar a diferença entre o Ruby Woo e o Russian Red, da Mac. Invisto nisso.

Durante os primeiros meses da pandemia, que passei quase sempre de moletom, às vezes eu abria o armário, olhava para aqueles tubos brilhantes e sussurrava: "Um dia você vai voltar a passear." (Fiquei sozinha em casa o tempo todo.) Em outras palavras, eu passearia novamente. Com o passar dos meses, porém, comecei a me perguntar se isso realmente aconteceria. A vida parecia muito distante. Ou você usa máscara ou usa batom. Como sou uma cidadã responsável, escolhi a primeira opção.

Muitas outras pessoas fizeram o mesmo, ao que tudo indica. Durante a crise econômica depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, Leonard Lauder cunhou o termo "índice do batom". Sua crença era que, quanto pior vai a economia, mais batom as mulheres compram; compramos coisas pequenas quando as grandes estão fora do alcance. A pandemia acabou com essa tendência. Com a crise econômica em 2020, as vendas de batom também despencaram.

E, então, veio a vacina! Seguida por diretrizes atualizadas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em abril, segundo as quais a máscara não era mais obrigatória em espaços ao ar livre. Oi, batom. Você voltou?

Batons à parte, muitos nos perguntamos outra coisa quando finalmente saímos de casa: quem sou eu agora? Estávamos tirando a máscara corajosamente, prontos para voltar a existir no mundo – ou pelo menos para tentar descobrir como existir.

Que partes de nosso antigo estilo haviam resistido e, entre elas, quais mantínhamos por uma obrigação da qual a pandemia talvez tivesse nos libertado? Fomos nós que deixamos todo o cinza entrar? Será que depois de um ano olhando nosso rosto de perto reavaliamos as vantagens do preenchimento labial? Alguém estava realmente pensando em voltar a usar salto alto? E finalmente: usar ou não usar batom?

Naquele primeiro dia, quando consegui sair com a máscara no bolso, e não no rosto, automaticamente peguei meu querido Nars Jungle Red, quase sem pensar. Pela primeira vez em mais de um ano, voltei a me sentir eu mesma. Fiquei feliz. A pandemia havia me privado de muitas coisas (do toque, em primeiro lugar), mas não da minha devoção ao batom. Mais uma vez, eu era parte de uma tendência. De acordo com números divulgados em maio, assim que a máscara saiu de cena (nos Estados Unidos) as vendas de batom voltaram a subir, ao ritmo de 80 por cento em relação ao ano anterior, segundo a CNN Business.

"Nosso regime de beleza é uma das maneiras mais fáceis de autocuidado, e o batom, em particular, é fundamental. Leva apenas alguns minutos para aplicar e tem poder instantâneo para nos lembrar de que somos importantes", disse a maquiadora Molly Stern.

Esse feliz reencontro seria temporário. Mesmo antes que a variante delta do vírus, altamente contagiosa, tornasse mais rígidas as orientações sobre o uso de máscara, eu ainda era obrigada a usá-la de tempos em tempos; ao andar de metrô, por exemplo.

E, embora meu batom Chanel Gabrielle tenha ficado lealmente ao meu lado durante atividades intermináveis, ele não foi feito para a vida sob a máscara. Eu o passava, colocava minha máscara e, pouco tempo depois, parecia que eu havia beijado como uma adolescente – batom espalhado por todo lugar, menos nos lábios. Seria necessário repensar minha estratégia, e eu teria de fazer concessões.

Foi então que comecei a usar batons de longa duração. E, depois de muita pesquisa nas lojas de maquiagem, muitos deles me mostraram da maneira mais difícil que não resistem à máscara.

Existem, no entanto, alguns batons que fazem jus, ou melhor, que conseguem resistir aos nossos tempos.

Se você usa batom vermelho, certamente não se surpreenderá com o primeiro da lista. O Stay All Day in Beso, da Stila Cosmetics (US$ 22), existe há mais de uma década e tem fãs dedicadas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez. O vermelho é intenso. Quando você usa esse batom, realmente tem de ser sincera.

O segundo é o Stunna Lip Pain Longwear Fluid Lip Color, da Fenty (US$ 25). Uso o Uncensored. O segredo é tirar o excesso imediatamente depois da aplicação: quanto mais fina a camada, mais tempo durará (felizmente, não é preciso passar muito).

O terceiro é o Super Stay Matte Ink, da Maybelline. Tenho o Dancer. Se existe um batom para nossos tempos mascarados, é esse. (Também custa cerca de US$ 10.)

Eis o significado do Super Stay nesse contexto: depois de colocá-lo, talvez ele nunca mais saia, pelo menos não com água e sabão, muito menos com o uso de máscara. (Dica profissional: você precisará usar um removedor de maquiagem à base de óleo; óleo de coco serve.)

Eu o apliquei pela primeira vez em 2019, e ainda estava de batom na manhã seguinte. Ele prontamente foi para o canto do armário do banheiro e não saiu mais de lá. Era batom demais para mim. Mas este ano ele voltou a ser usado e, desde então, tem sido o único que continuo a passar.

Agora sabemos que não há um retorno rápido e contínuo à vida de antes. Na melhor das hipóteses, tudo que podemos fazer agora é tomar pequenas decisões sobre o que podemos levar conosco e como fazer com que isso se encaixe neste novo mundo confuso e incerto. O batom permanece (literalmente, nesse caso).

Hoje em dia, tirar a máscara parece uma cena de algum tipo de filme de super-herói com identidade secreta. Aqui estou eu, na versão 2021, cumprindo todas as orientações de saúde. E meus lábios resistem da melhor maneira que podem.

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

A pandemia mudou muitos aspectos de nossa vida, especialmente o que usamos: nos pés, em torno da cintura, no rosto e, sobretudo, nos lábios, que, depois de uma breve pausa (nos Estados Unidos e alguns países da Europa), voltarão a ficar cobertos pela máscara.

Faz muito tempo que adoro usar batom. No meu armário do banheiro, tenho nada menos que 25 batons em vários tons de vermelho. Algumas pessoas encontram sua cor e se apegam a ela. Penso nos batons da mesma forma que outras pessoas pensam nos sapatos: existem tons diferentes para ocasiões e horas do dia diferentes.

O uso de máscaras durante a pandemia cobriu os lábios de todo o mundo e escondeu a beleza dos batons... Por enquanto. Foto: Samuel Bristow/The New York Times

Meus batons são todos devidamente organizados, de acordo com a marca (Pat McGrath, Nars, Chanel, Mac) e subdivididos em cores: vermelho verdadeiro, vermelho azulado, coral. Consigo notar a diferença entre o Ruby Woo e o Russian Red, da Mac. Invisto nisso.

Durante os primeiros meses da pandemia, que passei quase sempre de moletom, às vezes eu abria o armário, olhava para aqueles tubos brilhantes e sussurrava: "Um dia você vai voltar a passear." (Fiquei sozinha em casa o tempo todo.) Em outras palavras, eu passearia novamente. Com o passar dos meses, porém, comecei a me perguntar se isso realmente aconteceria. A vida parecia muito distante. Ou você usa máscara ou usa batom. Como sou uma cidadã responsável, escolhi a primeira opção.

Muitas outras pessoas fizeram o mesmo, ao que tudo indica. Durante a crise econômica depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, Leonard Lauder cunhou o termo "índice do batom". Sua crença era que, quanto pior vai a economia, mais batom as mulheres compram; compramos coisas pequenas quando as grandes estão fora do alcance. A pandemia acabou com essa tendência. Com a crise econômica em 2020, as vendas de batom também despencaram.

E, então, veio a vacina! Seguida por diretrizes atualizadas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em abril, segundo as quais a máscara não era mais obrigatória em espaços ao ar livre. Oi, batom. Você voltou?

Batons à parte, muitos nos perguntamos outra coisa quando finalmente saímos de casa: quem sou eu agora? Estávamos tirando a máscara corajosamente, prontos para voltar a existir no mundo – ou pelo menos para tentar descobrir como existir.

Que partes de nosso antigo estilo haviam resistido e, entre elas, quais mantínhamos por uma obrigação da qual a pandemia talvez tivesse nos libertado? Fomos nós que deixamos todo o cinza entrar? Será que depois de um ano olhando nosso rosto de perto reavaliamos as vantagens do preenchimento labial? Alguém estava realmente pensando em voltar a usar salto alto? E finalmente: usar ou não usar batom?

Naquele primeiro dia, quando consegui sair com a máscara no bolso, e não no rosto, automaticamente peguei meu querido Nars Jungle Red, quase sem pensar. Pela primeira vez em mais de um ano, voltei a me sentir eu mesma. Fiquei feliz. A pandemia havia me privado de muitas coisas (do toque, em primeiro lugar), mas não da minha devoção ao batom. Mais uma vez, eu era parte de uma tendência. De acordo com números divulgados em maio, assim que a máscara saiu de cena (nos Estados Unidos) as vendas de batom voltaram a subir, ao ritmo de 80 por cento em relação ao ano anterior, segundo a CNN Business.

"Nosso regime de beleza é uma das maneiras mais fáceis de autocuidado, e o batom, em particular, é fundamental. Leva apenas alguns minutos para aplicar e tem poder instantâneo para nos lembrar de que somos importantes", disse a maquiadora Molly Stern.

Esse feliz reencontro seria temporário. Mesmo antes que a variante delta do vírus, altamente contagiosa, tornasse mais rígidas as orientações sobre o uso de máscara, eu ainda era obrigada a usá-la de tempos em tempos; ao andar de metrô, por exemplo.

E, embora meu batom Chanel Gabrielle tenha ficado lealmente ao meu lado durante atividades intermináveis, ele não foi feito para a vida sob a máscara. Eu o passava, colocava minha máscara e, pouco tempo depois, parecia que eu havia beijado como uma adolescente – batom espalhado por todo lugar, menos nos lábios. Seria necessário repensar minha estratégia, e eu teria de fazer concessões.

Foi então que comecei a usar batons de longa duração. E, depois de muita pesquisa nas lojas de maquiagem, muitos deles me mostraram da maneira mais difícil que não resistem à máscara.

Existem, no entanto, alguns batons que fazem jus, ou melhor, que conseguem resistir aos nossos tempos.

Se você usa batom vermelho, certamente não se surpreenderá com o primeiro da lista. O Stay All Day in Beso, da Stila Cosmetics (US$ 22), existe há mais de uma década e tem fãs dedicadas, como a deputada Alexandria Ocasio-Cortez. O vermelho é intenso. Quando você usa esse batom, realmente tem de ser sincera.

O segundo é o Stunna Lip Pain Longwear Fluid Lip Color, da Fenty (US$ 25). Uso o Uncensored. O segredo é tirar o excesso imediatamente depois da aplicação: quanto mais fina a camada, mais tempo durará (felizmente, não é preciso passar muito).

O terceiro é o Super Stay Matte Ink, da Maybelline. Tenho o Dancer. Se existe um batom para nossos tempos mascarados, é esse. (Também custa cerca de US$ 10.)

Eis o significado do Super Stay nesse contexto: depois de colocá-lo, talvez ele nunca mais saia, pelo menos não com água e sabão, muito menos com o uso de máscara. (Dica profissional: você precisará usar um removedor de maquiagem à base de óleo; óleo de coco serve.)

Eu o apliquei pela primeira vez em 2019, e ainda estava de batom na manhã seguinte. Ele prontamente foi para o canto do armário do banheiro e não saiu mais de lá. Era batom demais para mim. Mas este ano ele voltou a ser usado e, desde então, tem sido o único que continuo a passar.

Agora sabemos que não há um retorno rápido e contínuo à vida de antes. Na melhor das hipóteses, tudo que podemos fazer agora é tomar pequenas decisões sobre o que podemos levar conosco e como fazer com que isso se encaixe neste novo mundo confuso e incerto. O batom permanece (literalmente, nesse caso).

Hoje em dia, tirar a máscara parece uma cena de algum tipo de filme de super-herói com identidade secreta. Aqui estou eu, na versão 2021, cumprindo todas as orientações de saúde. E meus lábios resistem da melhor maneira que podem.

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