Como os sapos fêmeas lutam contra os machos pretendentes ansiosos


A forma como eles se comportam durante o período do acasalamento pode chegar a matar as fêmeas afogadas

Por Elizabeth Preston

THE NEW YORK TIMES - LIFE/STYLE - Na primavera, alguns sapos machos se amontoam sobre potenciais parceiras em um frenesi tão intenso que as fêmeas podem se afogar.

É por isso que as fêmeas desenvolveram truques para escapar. Um novo estudo mostra que sapos fêmeas usam manobras evasivas para afastar os machos. Elas também disfarçam suas identidades e às vezes até fingem suas próprias mortes.

Fêmea de sapo com outros machos por cima dela, fenômeno chamado de bola de acasalamento. Foto: Carolin Dittrich/Divulgação
continua após a publicidade

Carolin Dittrich, pesquisadora de pós-doutorado do Instituto Konrad Lorenz de Etologia, em Viena, fez a descoberta ao estudar o sapo comum europeu. Durante cerca de duas semanas a cada primavera, esses anfíbios se reúnem em lagos para um evento reprodutivo chamado de reprodução explosiva.

Os machos podem usar as pontas espinhosas dos polegares para agarrar uma fêmea que já tem um parceiro - ou vários parceiros. Você pode ver seis ou sete machos ligados a uma fêmea.

“Pode parecer nojento”, disse Dittrich. Uma fêmea apanhada neste emaranhado, chamado bola de acasalamento, pode morrer - talvez por afogamento ou esmagada.

continua após a publicidade

Dittrich questionou se os sapos machos preferem fêmeas com corpos maiores. Ela trouxe sapos selvagens para o laboratório, colocou duas fêmeas em um tanque com cada macho e ligou uma câmera de vídeo.

Em um dos primeiros vídeos, um macho arrastou uma fêmea que estava rígida e com os membros estendidos. A Dra. Dittrich não encontrou nenhum sapo morto em seus tanques, mas a fêmea parecia nitidamente sem vida. “Fiquei muito surpresa e um pouco preocupada”, disse ela.

Depois de alguns minutos, o macho desistiu e passou para a outra fêmea no tanque. Quando os novos parceiros esbarraram na fêmea imóvel, ela se recuperou e nadou para longe.

continua após a publicidade

Nos experimentos, um terço das fêmeas fingiu estar morta quando um macho as agarrou.

Fingir-se de morta - algo também chamado de tanatose, ou imobilidade tônica - é comum no reino animal, geralmente para evitar um predador. Fazer isso para evitar o acasalamento é muito mais raro.

“Não sabemos se é uma decisão consciente fingir-se de morta”, disse Dittrich.

continua após a publicidade

Além disso, nas experiências da Dra. Dittrich, mais de 80% das fêmeas rolaram na água para se livrarem dos seus parceiros. E quase metade das fêmeas emitiu sons que pareciam o barulho que um macho faz quando é acidentalmente agarrado por outro macho. As fêmeas pareciam estar se passando por machos, disse Dittrich, para que seus pretendentes procurassem outro lugar.

Suas manobras evasivas, muitas vezes usadas em combinação, funcionaram. Das 54 fêmeas agarradas por um macho, 25 conseguiram se livrar dele.

Dittrich encontrou algumas referências a tais comportamentos, uma delas com mais de 250 anos, na literatura científica. Ela disse que pesquisadores mais modernos descreveram as fêmeas como passivas em eventos de reprodução, mas os seus resultados sugerem que as fêmeas não são indefesas.

continua após a publicidade

Quanto à pergunta original da Dra. Dittrich - os sapos machos preferem fêmeas maiores? - a resposta é não. “Eles agarram tudo o que podem”, disse ela. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

THE NEW YORK TIMES - LIFE/STYLE - Na primavera, alguns sapos machos se amontoam sobre potenciais parceiras em um frenesi tão intenso que as fêmeas podem se afogar.

É por isso que as fêmeas desenvolveram truques para escapar. Um novo estudo mostra que sapos fêmeas usam manobras evasivas para afastar os machos. Elas também disfarçam suas identidades e às vezes até fingem suas próprias mortes.

Fêmea de sapo com outros machos por cima dela, fenômeno chamado de bola de acasalamento. Foto: Carolin Dittrich/Divulgação

Carolin Dittrich, pesquisadora de pós-doutorado do Instituto Konrad Lorenz de Etologia, em Viena, fez a descoberta ao estudar o sapo comum europeu. Durante cerca de duas semanas a cada primavera, esses anfíbios se reúnem em lagos para um evento reprodutivo chamado de reprodução explosiva.

Os machos podem usar as pontas espinhosas dos polegares para agarrar uma fêmea que já tem um parceiro - ou vários parceiros. Você pode ver seis ou sete machos ligados a uma fêmea.

“Pode parecer nojento”, disse Dittrich. Uma fêmea apanhada neste emaranhado, chamado bola de acasalamento, pode morrer - talvez por afogamento ou esmagada.

Dittrich questionou se os sapos machos preferem fêmeas com corpos maiores. Ela trouxe sapos selvagens para o laboratório, colocou duas fêmeas em um tanque com cada macho e ligou uma câmera de vídeo.

Em um dos primeiros vídeos, um macho arrastou uma fêmea que estava rígida e com os membros estendidos. A Dra. Dittrich não encontrou nenhum sapo morto em seus tanques, mas a fêmea parecia nitidamente sem vida. “Fiquei muito surpresa e um pouco preocupada”, disse ela.

Depois de alguns minutos, o macho desistiu e passou para a outra fêmea no tanque. Quando os novos parceiros esbarraram na fêmea imóvel, ela se recuperou e nadou para longe.

Nos experimentos, um terço das fêmeas fingiu estar morta quando um macho as agarrou.

Fingir-se de morta - algo também chamado de tanatose, ou imobilidade tônica - é comum no reino animal, geralmente para evitar um predador. Fazer isso para evitar o acasalamento é muito mais raro.

“Não sabemos se é uma decisão consciente fingir-se de morta”, disse Dittrich.

Além disso, nas experiências da Dra. Dittrich, mais de 80% das fêmeas rolaram na água para se livrarem dos seus parceiros. E quase metade das fêmeas emitiu sons que pareciam o barulho que um macho faz quando é acidentalmente agarrado por outro macho. As fêmeas pareciam estar se passando por machos, disse Dittrich, para que seus pretendentes procurassem outro lugar.

Suas manobras evasivas, muitas vezes usadas em combinação, funcionaram. Das 54 fêmeas agarradas por um macho, 25 conseguiram se livrar dele.

Dittrich encontrou algumas referências a tais comportamentos, uma delas com mais de 250 anos, na literatura científica. Ela disse que pesquisadores mais modernos descreveram as fêmeas como passivas em eventos de reprodução, mas os seus resultados sugerem que as fêmeas não são indefesas.

Quanto à pergunta original da Dra. Dittrich - os sapos machos preferem fêmeas maiores? - a resposta é não. “Eles agarram tudo o que podem”, disse ela. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

THE NEW YORK TIMES - LIFE/STYLE - Na primavera, alguns sapos machos se amontoam sobre potenciais parceiras em um frenesi tão intenso que as fêmeas podem se afogar.

É por isso que as fêmeas desenvolveram truques para escapar. Um novo estudo mostra que sapos fêmeas usam manobras evasivas para afastar os machos. Elas também disfarçam suas identidades e às vezes até fingem suas próprias mortes.

Fêmea de sapo com outros machos por cima dela, fenômeno chamado de bola de acasalamento. Foto: Carolin Dittrich/Divulgação

Carolin Dittrich, pesquisadora de pós-doutorado do Instituto Konrad Lorenz de Etologia, em Viena, fez a descoberta ao estudar o sapo comum europeu. Durante cerca de duas semanas a cada primavera, esses anfíbios se reúnem em lagos para um evento reprodutivo chamado de reprodução explosiva.

Os machos podem usar as pontas espinhosas dos polegares para agarrar uma fêmea que já tem um parceiro - ou vários parceiros. Você pode ver seis ou sete machos ligados a uma fêmea.

“Pode parecer nojento”, disse Dittrich. Uma fêmea apanhada neste emaranhado, chamado bola de acasalamento, pode morrer - talvez por afogamento ou esmagada.

Dittrich questionou se os sapos machos preferem fêmeas com corpos maiores. Ela trouxe sapos selvagens para o laboratório, colocou duas fêmeas em um tanque com cada macho e ligou uma câmera de vídeo.

Em um dos primeiros vídeos, um macho arrastou uma fêmea que estava rígida e com os membros estendidos. A Dra. Dittrich não encontrou nenhum sapo morto em seus tanques, mas a fêmea parecia nitidamente sem vida. “Fiquei muito surpresa e um pouco preocupada”, disse ela.

Depois de alguns minutos, o macho desistiu e passou para a outra fêmea no tanque. Quando os novos parceiros esbarraram na fêmea imóvel, ela se recuperou e nadou para longe.

Nos experimentos, um terço das fêmeas fingiu estar morta quando um macho as agarrou.

Fingir-se de morta - algo também chamado de tanatose, ou imobilidade tônica - é comum no reino animal, geralmente para evitar um predador. Fazer isso para evitar o acasalamento é muito mais raro.

“Não sabemos se é uma decisão consciente fingir-se de morta”, disse Dittrich.

Além disso, nas experiências da Dra. Dittrich, mais de 80% das fêmeas rolaram na água para se livrarem dos seus parceiros. E quase metade das fêmeas emitiu sons que pareciam o barulho que um macho faz quando é acidentalmente agarrado por outro macho. As fêmeas pareciam estar se passando por machos, disse Dittrich, para que seus pretendentes procurassem outro lugar.

Suas manobras evasivas, muitas vezes usadas em combinação, funcionaram. Das 54 fêmeas agarradas por um macho, 25 conseguiram se livrar dele.

Dittrich encontrou algumas referências a tais comportamentos, uma delas com mais de 250 anos, na literatura científica. Ela disse que pesquisadores mais modernos descreveram as fêmeas como passivas em eventos de reprodução, mas os seus resultados sugerem que as fêmeas não são indefesas.

Quanto à pergunta original da Dra. Dittrich - os sapos machos preferem fêmeas maiores? - a resposta é não. “Eles agarram tudo o que podem”, disse ela. /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.