Consumidores se mostram resignados diante da coleta de dados na internet


Pesquisa mostra que entrevistados abrem mão da privacidade por achar que não há escolha

Por Sapna Maheshwari

Durante anos, marqueteiros e empresas de tecnologia invadiram cada vez mais nossos lares e hábitos, argumentando que tudo faria parte de uma troca voluntária. De acordo com esse raciocínio, quanto mais eles souberem a nosso respeito, melhores serão suas sugestões de produtos que realmente desejamos. Eles dizem que o consumidor troca satisfeito informações a seu respeito por anúncios relevantes. Mas o professor Joseph Turow, da Universidade da Pensilvânia, discorda. Pesquisas realizadas por ele e por outros revelaram que a maioria cede informações em troca de anúncios relevantes por resignação, e não por conveniência.

“As pessoas não se sentem nem um pouco à vontade diante da vigilância, mas não sabem o que fazer", disse o professor Turow a respeito da pesquisa, que envolveu um levantamento por telefone realizado com cerca de 1.500 pessoas em todo o território dos Estados Unidos em 2015 e 2018. “Para as pessoas, é muito difícil abandonar o Facebook quando todos os seus amigos estão no Facebook".

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“As pessoas não se sentem nem um pouco à vontade diante da vigilância, mas não sabem o que fazer", disse o professor Joseph Turow. Foto: Matt Edge para The New York Times

O professor Turow está entre os acadêmicos defensores da privacidade e autoridades reguladoras que há muito criticam a forma com que as empresas extraem informações pessoais. Em 2018, tornou-se ainda mais difícil ignorar essas vozes, com um número cada vez maior de consumidores descobrindo o quanto a coleta de dados pode ser extensa, incluindo revelações a respeito de como o Facebook permitiu o vazamento de dados, chegando a compartilhar mensagens particulares com empresas como Spotify e Netflix.

Os legisladores europeus aprovaram uma abrangente lei de privacidade conhecida como Regulamentação Geral de Proteção aos Dados. A esta seguiu-se uma lei estadual da Califórnia a respeito da privacidade, cujos defensores esperam usar como modelo para os restante dos Estados Unidos. A ascensão de dispositivos conectados à internet no lar transformou tudo (televisores, termômetros, etc.) em ferramentas para anúncios direcionados.

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“Sabemos que é necessário trabalhar para recuperar a confiança do público", disse em comunicado o diretor de privacidade do Facebook, Steve Satterfield. “Para proteger as informações das pessoas precisamos de equipes mais fortes, tecnologia melhor e políticas mais claras, áreas nas quais nos concentramos durante a maior parte de 2018.”

No levantamento realizado no ano passado, pesquisadores comandados pelo professor Turow descobriram que apenas uma minoria dos entrevistados compreende as políticas de privacidade dos sites. Mais da metade dos participantes foi incapaz de apontar corretamente como verdadeira ou falsa a seguinte afirmação: “Se um site tem política de privacidade, isso significa que ele não vai compartilhar informações dos usuários com outros sites ou empresas sem permissão" (a afirmação é falsa).

As descobertas são notáveis num momento em que as empresas afirmam que os indivíduos deveriam ser responsáveis por entender essas políticas e configurar as próprias preferências de privacidade. Em dezembro, o diretor executivo da agência de publicidade Initiative disse num post do LinkedIn que aconselharia seus clientes a deixar de anunciar no Facebook por causa do seu “comportamento nefasto” envolvendo os dados de usuários. Mas Michael Roth, diretor executivo do Interpublic Group, proprietário da Initiative, disse rapidamente ao Wall Street Journal que a empresa continuaria “trabalhando em proximidade com nossos parceiros de mídia", incluindo o Facebook.

Durante anos, marqueteiros e empresas de tecnologia invadiram cada vez mais nossos lares e hábitos, argumentando que tudo faria parte de uma troca voluntária. De acordo com esse raciocínio, quanto mais eles souberem a nosso respeito, melhores serão suas sugestões de produtos que realmente desejamos. Eles dizem que o consumidor troca satisfeito informações a seu respeito por anúncios relevantes. Mas o professor Joseph Turow, da Universidade da Pensilvânia, discorda. Pesquisas realizadas por ele e por outros revelaram que a maioria cede informações em troca de anúncios relevantes por resignação, e não por conveniência.

“As pessoas não se sentem nem um pouco à vontade diante da vigilância, mas não sabem o que fazer", disse o professor Turow a respeito da pesquisa, que envolveu um levantamento por telefone realizado com cerca de 1.500 pessoas em todo o território dos Estados Unidos em 2015 e 2018. “Para as pessoas, é muito difícil abandonar o Facebook quando todos os seus amigos estão no Facebook".

“As pessoas não se sentem nem um pouco à vontade diante da vigilância, mas não sabem o que fazer", disse o professor Joseph Turow. Foto: Matt Edge para The New York Times

O professor Turow está entre os acadêmicos defensores da privacidade e autoridades reguladoras que há muito criticam a forma com que as empresas extraem informações pessoais. Em 2018, tornou-se ainda mais difícil ignorar essas vozes, com um número cada vez maior de consumidores descobrindo o quanto a coleta de dados pode ser extensa, incluindo revelações a respeito de como o Facebook permitiu o vazamento de dados, chegando a compartilhar mensagens particulares com empresas como Spotify e Netflix.

Os legisladores europeus aprovaram uma abrangente lei de privacidade conhecida como Regulamentação Geral de Proteção aos Dados. A esta seguiu-se uma lei estadual da Califórnia a respeito da privacidade, cujos defensores esperam usar como modelo para os restante dos Estados Unidos. A ascensão de dispositivos conectados à internet no lar transformou tudo (televisores, termômetros, etc.) em ferramentas para anúncios direcionados.

“Sabemos que é necessário trabalhar para recuperar a confiança do público", disse em comunicado o diretor de privacidade do Facebook, Steve Satterfield. “Para proteger as informações das pessoas precisamos de equipes mais fortes, tecnologia melhor e políticas mais claras, áreas nas quais nos concentramos durante a maior parte de 2018.”

No levantamento realizado no ano passado, pesquisadores comandados pelo professor Turow descobriram que apenas uma minoria dos entrevistados compreende as políticas de privacidade dos sites. Mais da metade dos participantes foi incapaz de apontar corretamente como verdadeira ou falsa a seguinte afirmação: “Se um site tem política de privacidade, isso significa que ele não vai compartilhar informações dos usuários com outros sites ou empresas sem permissão" (a afirmação é falsa).

As descobertas são notáveis num momento em que as empresas afirmam que os indivíduos deveriam ser responsáveis por entender essas políticas e configurar as próprias preferências de privacidade. Em dezembro, o diretor executivo da agência de publicidade Initiative disse num post do LinkedIn que aconselharia seus clientes a deixar de anunciar no Facebook por causa do seu “comportamento nefasto” envolvendo os dados de usuários. Mas Michael Roth, diretor executivo do Interpublic Group, proprietário da Initiative, disse rapidamente ao Wall Street Journal que a empresa continuaria “trabalhando em proximidade com nossos parceiros de mídia", incluindo o Facebook.

Durante anos, marqueteiros e empresas de tecnologia invadiram cada vez mais nossos lares e hábitos, argumentando que tudo faria parte de uma troca voluntária. De acordo com esse raciocínio, quanto mais eles souberem a nosso respeito, melhores serão suas sugestões de produtos que realmente desejamos. Eles dizem que o consumidor troca satisfeito informações a seu respeito por anúncios relevantes. Mas o professor Joseph Turow, da Universidade da Pensilvânia, discorda. Pesquisas realizadas por ele e por outros revelaram que a maioria cede informações em troca de anúncios relevantes por resignação, e não por conveniência.

“As pessoas não se sentem nem um pouco à vontade diante da vigilância, mas não sabem o que fazer", disse o professor Turow a respeito da pesquisa, que envolveu um levantamento por telefone realizado com cerca de 1.500 pessoas em todo o território dos Estados Unidos em 2015 e 2018. “Para as pessoas, é muito difícil abandonar o Facebook quando todos os seus amigos estão no Facebook".

“As pessoas não se sentem nem um pouco à vontade diante da vigilância, mas não sabem o que fazer", disse o professor Joseph Turow. Foto: Matt Edge para The New York Times

O professor Turow está entre os acadêmicos defensores da privacidade e autoridades reguladoras que há muito criticam a forma com que as empresas extraem informações pessoais. Em 2018, tornou-se ainda mais difícil ignorar essas vozes, com um número cada vez maior de consumidores descobrindo o quanto a coleta de dados pode ser extensa, incluindo revelações a respeito de como o Facebook permitiu o vazamento de dados, chegando a compartilhar mensagens particulares com empresas como Spotify e Netflix.

Os legisladores europeus aprovaram uma abrangente lei de privacidade conhecida como Regulamentação Geral de Proteção aos Dados. A esta seguiu-se uma lei estadual da Califórnia a respeito da privacidade, cujos defensores esperam usar como modelo para os restante dos Estados Unidos. A ascensão de dispositivos conectados à internet no lar transformou tudo (televisores, termômetros, etc.) em ferramentas para anúncios direcionados.

“Sabemos que é necessário trabalhar para recuperar a confiança do público", disse em comunicado o diretor de privacidade do Facebook, Steve Satterfield. “Para proteger as informações das pessoas precisamos de equipes mais fortes, tecnologia melhor e políticas mais claras, áreas nas quais nos concentramos durante a maior parte de 2018.”

No levantamento realizado no ano passado, pesquisadores comandados pelo professor Turow descobriram que apenas uma minoria dos entrevistados compreende as políticas de privacidade dos sites. Mais da metade dos participantes foi incapaz de apontar corretamente como verdadeira ou falsa a seguinte afirmação: “Se um site tem política de privacidade, isso significa que ele não vai compartilhar informações dos usuários com outros sites ou empresas sem permissão" (a afirmação é falsa).

As descobertas são notáveis num momento em que as empresas afirmam que os indivíduos deveriam ser responsáveis por entender essas políticas e configurar as próprias preferências de privacidade. Em dezembro, o diretor executivo da agência de publicidade Initiative disse num post do LinkedIn que aconselharia seus clientes a deixar de anunciar no Facebook por causa do seu “comportamento nefasto” envolvendo os dados de usuários. Mas Michael Roth, diretor executivo do Interpublic Group, proprietário da Initiative, disse rapidamente ao Wall Street Journal que a empresa continuaria “trabalhando em proximidade com nossos parceiros de mídia", incluindo o Facebook.

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