Cortando um Banksy em 10.000 pedaços digitais


Um ex-executivo da Christie's se juntou a especialistas em criptomoedas para criar uma empresa que compra arte e vende os fragmentos como NFTs

Por Robin Pogrebin

No exemplo mais recente de ruptura no mercado de arte, um ex-executivo de leilões proeminente se uniu em maio a especialistas em criptomoedas para comprar a pintura de Banksy de 2005 Love Is in the Air por US$ 12,9 milhões e agora planeja vender 10.000 peças como NFTs, ou tokens não fungíveis.

O executivo, Loic Gouzer, que mudou o formato tradicional de leilão enquanto estava na Christie's - principalmente orquestrando a venda de uma pintura de Leonardo da Vinci de US$ 450,3 milhões em um leilão de arte contemporânea em 2017 - ajudou a fundar a empresa Particle, uma plataforma que mescla arte e tecnologia com o objetivo de alcançar um grupo mais amplo de potenciais compradores.

Loic Gouzer, um proeminente ex-executivo de leilões, comprou o quadro de Banksy 'Love Is in the Air' por $12,9 milhões e planeja vender 10.000 peças como NFTs. Foto: Nina Westervelt/The New York Times
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“Quando eu era criança e observava leilões e catálogos, sempre senti que era impossível participar financeiramente e que, por definição, estava excluído”, disse Gouzer em entrevista por telefone. “Fracionar o trabalho em 10.000 NFTs permite que um público muito mais amplo faça parte de uma experiência de colecionador.

“É claro que você pode apreciar a arte quando vai a um museu, mas o prazer da arte vem também de possuí-la”, ele disse. “É por isso que as pessoas colecionam.”

Se bem-sucedido, o empreendimento pode ajudar a alimentar uma crescente categoria de concorrência no mercado de arte, com consórcios de vários compradores desafiando a proeminência de colecionadores bilionários em um momento em que a pandemia acelerou o comércio online. Os NFTs se tornaram cada vez mais populares, respondendo por um terço das vendas online, ou 2% do mercado geral de arte, de acordo com o banco de dados Artprice.

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No mês passado, milhares de fãs de criptomoedas - que se autodenominam ConstitutionDAO - juntaram seu dinheiro para licitar uma impressão original da Constituição na Sotheby's (tendo arrecadado cerca de US$ 40 milhões, eles perderam para o colecionador e magnata dos fundos de hedge Ken Griffin, que pagou US$ 43,2 milhões). Em março passado, o artista digital Beeple (também conhecido como Mike Winkelmann) vendeu seu NFT Everydays: The First 5.000 Days por US $69 milhões em um leilão online da Christie's.

Colecionadores de longa data permanecem céticos em relação aos NFTs, e especialistas em arte dizem que a empresa Particle é apenas a mais recente iteração de um mundo de arte virtual que ainda precisa ser comprovado. “Uma obra de arte é um objeto único, e colecionadores que amam arte querem possuir o próprio objeto”, disse Megan Fox Kelly, presidente da Association of Professional Art Advisors. “O NFT é uma entidade separada do objeto. Acho que ainda estamos começando a entender como esses NFTs existem como obras de arte”, disse Kelly. “No momento, eles parecem ser veículos de investimento, com retornos potencialmente muito significativos, e as conversas em torno deles estão focadas nisso.”

A pintura física de Banksy Love Is in the Air, que apresenta a imagem de um lançador de bombas atirando um buquê de flores, será exibida a partir de sexta-feira no Instituto de Arte Contemporânea de Miami, durante a semana da Art Basel.

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O Banksy foi dividido em uma grade de 100 por 100, resultando em 10.000 quadrados únicos, ou Partículas, que serão vendidos como NFTs por cerca de US $1.500 cada. Cada partícula representa uma propriedade minoritária da pintura e virá com um cartão de colecionador que mostra toda a obra de arte, bem como a localização da partícula na pintura.

Gouzer disse que sua experiência em abril passado vendendo o primeiro NFT do artista Urs Fischer - um token digital exclusivo criptografado com a assinatura do artista e identificado individualmente em uma blockchain - por cerca de US$ 98.000 em seu aplicativo de leilões Fair Warning o levou a explorar vendas semelhantes. “Percebi que muitas pessoas estavam interessadas em arte, mas não tinham como fazer parte disso”, disse Gouzer.

Loic Gouzer é um ex-executivo que se uniu a especialistas em criptomoedas criptográficas para criar NFTs de um quadro de Banksy. Foto: Bryan Thomas/The New York Times
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Ex-presidente de arte pós-guerra e contemporânea da Christie’s, Gouzer iniciou o novo empreendimento com Shingo Lavine e Adam Lavine, cofundadores da ethos.io, recentemente renomeada como Voyager, que conecta instituições financeiras com ablockchain. Os outros fundadores são Philip Eytan, cofundador e presidente da Voyager, e Oscar Salazar, diretor de tecnologia fundador e arquiteto-chefe da Uber.

Os fundadores disseram que também estão respondendo ao desejo generalizado de propriedade. “Há uma diferença entre a pessoa que tem a imagem e fez seu download e a pessoa que a possui e diz 'É minha'”, disse Shingo Lavine, acrescentando sobre os compradores de NFT: “As pessoas estão aceitando essa nova narrativa de possuir coisas.”

Mas questões legais de pirataria e fraude no mercado de NFT não foram testadas nos tribunais, criando um elemento de risco. Também não está claro se outros países reconhecerão a validade de uma venda de NFT. “Como você tem esses outros mercados, com seus próprios contratos e questões cambiais, é muito mais complicado do ponto de vista legal”, disse Diana Wierbicki, sócia e chefe global de direito de arte da Withersworldwide.

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A empresa estabeleceu a Particle Foundation, uma organização sem fins lucrativos que manterá suas obras de arte adquiridas e pensará em exposições. Um por cento de suas compras será doado à fundação, que atuará como um chamado fragmento de proteção, garantindo que nenhuma pessoa possa reivindicar a posse da pintura física. “O trabalho nunca pode ser revendido”, disse Gouzer.

Os compradores interessados podem se inscrever a partir de 13 de dezembro e, enquanto isso, podem se inscrever na lista de espera em partitioncollection.com. A venda das unidades de Banksy começa na semana de 10 de janeiro e será realizada na plataforma de blockchain Avalanche. A Particle diz que tentará garantir que as unidades sejam distribuídas entre diferentes compradores, em vez de um comprador individual adquirir mais de uma.

“Não estamos vendendo a imagem da pintura”, disse Harold Eytan, CEO da Particle. “Estamos vendendo a você esse conceito de propriedade de um pedaço da pintura. Enquanto algumas plataformas permitem que você compre 'compartilhamentos' de obras de arte, estamos facilitando a compra de peças únicas das obras. Esta é uma experiência diferente, focada em colecionar e não em investir.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

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The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

No exemplo mais recente de ruptura no mercado de arte, um ex-executivo de leilões proeminente se uniu em maio a especialistas em criptomoedas para comprar a pintura de Banksy de 2005 Love Is in the Air por US$ 12,9 milhões e agora planeja vender 10.000 peças como NFTs, ou tokens não fungíveis.

O executivo, Loic Gouzer, que mudou o formato tradicional de leilão enquanto estava na Christie's - principalmente orquestrando a venda de uma pintura de Leonardo da Vinci de US$ 450,3 milhões em um leilão de arte contemporânea em 2017 - ajudou a fundar a empresa Particle, uma plataforma que mescla arte e tecnologia com o objetivo de alcançar um grupo mais amplo de potenciais compradores.

Loic Gouzer, um proeminente ex-executivo de leilões, comprou o quadro de Banksy 'Love Is in the Air' por $12,9 milhões e planeja vender 10.000 peças como NFTs. Foto: Nina Westervelt/The New York Times

“Quando eu era criança e observava leilões e catálogos, sempre senti que era impossível participar financeiramente e que, por definição, estava excluído”, disse Gouzer em entrevista por telefone. “Fracionar o trabalho em 10.000 NFTs permite que um público muito mais amplo faça parte de uma experiência de colecionador.

“É claro que você pode apreciar a arte quando vai a um museu, mas o prazer da arte vem também de possuí-la”, ele disse. “É por isso que as pessoas colecionam.”

Se bem-sucedido, o empreendimento pode ajudar a alimentar uma crescente categoria de concorrência no mercado de arte, com consórcios de vários compradores desafiando a proeminência de colecionadores bilionários em um momento em que a pandemia acelerou o comércio online. Os NFTs se tornaram cada vez mais populares, respondendo por um terço das vendas online, ou 2% do mercado geral de arte, de acordo com o banco de dados Artprice.

No mês passado, milhares de fãs de criptomoedas - que se autodenominam ConstitutionDAO - juntaram seu dinheiro para licitar uma impressão original da Constituição na Sotheby's (tendo arrecadado cerca de US$ 40 milhões, eles perderam para o colecionador e magnata dos fundos de hedge Ken Griffin, que pagou US$ 43,2 milhões). Em março passado, o artista digital Beeple (também conhecido como Mike Winkelmann) vendeu seu NFT Everydays: The First 5.000 Days por US $69 milhões em um leilão online da Christie's.

Colecionadores de longa data permanecem céticos em relação aos NFTs, e especialistas em arte dizem que a empresa Particle é apenas a mais recente iteração de um mundo de arte virtual que ainda precisa ser comprovado. “Uma obra de arte é um objeto único, e colecionadores que amam arte querem possuir o próprio objeto”, disse Megan Fox Kelly, presidente da Association of Professional Art Advisors. “O NFT é uma entidade separada do objeto. Acho que ainda estamos começando a entender como esses NFTs existem como obras de arte”, disse Kelly. “No momento, eles parecem ser veículos de investimento, com retornos potencialmente muito significativos, e as conversas em torno deles estão focadas nisso.”

A pintura física de Banksy Love Is in the Air, que apresenta a imagem de um lançador de bombas atirando um buquê de flores, será exibida a partir de sexta-feira no Instituto de Arte Contemporânea de Miami, durante a semana da Art Basel.

O Banksy foi dividido em uma grade de 100 por 100, resultando em 10.000 quadrados únicos, ou Partículas, que serão vendidos como NFTs por cerca de US $1.500 cada. Cada partícula representa uma propriedade minoritária da pintura e virá com um cartão de colecionador que mostra toda a obra de arte, bem como a localização da partícula na pintura.

Gouzer disse que sua experiência em abril passado vendendo o primeiro NFT do artista Urs Fischer - um token digital exclusivo criptografado com a assinatura do artista e identificado individualmente em uma blockchain - por cerca de US$ 98.000 em seu aplicativo de leilões Fair Warning o levou a explorar vendas semelhantes. “Percebi que muitas pessoas estavam interessadas em arte, mas não tinham como fazer parte disso”, disse Gouzer.

Loic Gouzer é um ex-executivo que se uniu a especialistas em criptomoedas criptográficas para criar NFTs de um quadro de Banksy. Foto: Bryan Thomas/The New York Times

Ex-presidente de arte pós-guerra e contemporânea da Christie’s, Gouzer iniciou o novo empreendimento com Shingo Lavine e Adam Lavine, cofundadores da ethos.io, recentemente renomeada como Voyager, que conecta instituições financeiras com ablockchain. Os outros fundadores são Philip Eytan, cofundador e presidente da Voyager, e Oscar Salazar, diretor de tecnologia fundador e arquiteto-chefe da Uber.

Os fundadores disseram que também estão respondendo ao desejo generalizado de propriedade. “Há uma diferença entre a pessoa que tem a imagem e fez seu download e a pessoa que a possui e diz 'É minha'”, disse Shingo Lavine, acrescentando sobre os compradores de NFT: “As pessoas estão aceitando essa nova narrativa de possuir coisas.”

Mas questões legais de pirataria e fraude no mercado de NFT não foram testadas nos tribunais, criando um elemento de risco. Também não está claro se outros países reconhecerão a validade de uma venda de NFT. “Como você tem esses outros mercados, com seus próprios contratos e questões cambiais, é muito mais complicado do ponto de vista legal”, disse Diana Wierbicki, sócia e chefe global de direito de arte da Withersworldwide.

A empresa estabeleceu a Particle Foundation, uma organização sem fins lucrativos que manterá suas obras de arte adquiridas e pensará em exposições. Um por cento de suas compras será doado à fundação, que atuará como um chamado fragmento de proteção, garantindo que nenhuma pessoa possa reivindicar a posse da pintura física. “O trabalho nunca pode ser revendido”, disse Gouzer.

Os compradores interessados podem se inscrever a partir de 13 de dezembro e, enquanto isso, podem se inscrever na lista de espera em partitioncollection.com. A venda das unidades de Banksy começa na semana de 10 de janeiro e será realizada na plataforma de blockchain Avalanche. A Particle diz que tentará garantir que as unidades sejam distribuídas entre diferentes compradores, em vez de um comprador individual adquirir mais de uma.

“Não estamos vendendo a imagem da pintura”, disse Harold Eytan, CEO da Particle. “Estamos vendendo a você esse conceito de propriedade de um pedaço da pintura. Enquanto algumas plataformas permitem que você compre 'compartilhamentos' de obras de arte, estamos facilitando a compra de peças únicas das obras. Esta é uma experiência diferente, focada em colecionar e não em investir.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

No exemplo mais recente de ruptura no mercado de arte, um ex-executivo de leilões proeminente se uniu em maio a especialistas em criptomoedas para comprar a pintura de Banksy de 2005 Love Is in the Air por US$ 12,9 milhões e agora planeja vender 10.000 peças como NFTs, ou tokens não fungíveis.

O executivo, Loic Gouzer, que mudou o formato tradicional de leilão enquanto estava na Christie's - principalmente orquestrando a venda de uma pintura de Leonardo da Vinci de US$ 450,3 milhões em um leilão de arte contemporânea em 2017 - ajudou a fundar a empresa Particle, uma plataforma que mescla arte e tecnologia com o objetivo de alcançar um grupo mais amplo de potenciais compradores.

Loic Gouzer, um proeminente ex-executivo de leilões, comprou o quadro de Banksy 'Love Is in the Air' por $12,9 milhões e planeja vender 10.000 peças como NFTs. Foto: Nina Westervelt/The New York Times

“Quando eu era criança e observava leilões e catálogos, sempre senti que era impossível participar financeiramente e que, por definição, estava excluído”, disse Gouzer em entrevista por telefone. “Fracionar o trabalho em 10.000 NFTs permite que um público muito mais amplo faça parte de uma experiência de colecionador.

“É claro que você pode apreciar a arte quando vai a um museu, mas o prazer da arte vem também de possuí-la”, ele disse. “É por isso que as pessoas colecionam.”

Se bem-sucedido, o empreendimento pode ajudar a alimentar uma crescente categoria de concorrência no mercado de arte, com consórcios de vários compradores desafiando a proeminência de colecionadores bilionários em um momento em que a pandemia acelerou o comércio online. Os NFTs se tornaram cada vez mais populares, respondendo por um terço das vendas online, ou 2% do mercado geral de arte, de acordo com o banco de dados Artprice.

No mês passado, milhares de fãs de criptomoedas - que se autodenominam ConstitutionDAO - juntaram seu dinheiro para licitar uma impressão original da Constituição na Sotheby's (tendo arrecadado cerca de US$ 40 milhões, eles perderam para o colecionador e magnata dos fundos de hedge Ken Griffin, que pagou US$ 43,2 milhões). Em março passado, o artista digital Beeple (também conhecido como Mike Winkelmann) vendeu seu NFT Everydays: The First 5.000 Days por US $69 milhões em um leilão online da Christie's.

Colecionadores de longa data permanecem céticos em relação aos NFTs, e especialistas em arte dizem que a empresa Particle é apenas a mais recente iteração de um mundo de arte virtual que ainda precisa ser comprovado. “Uma obra de arte é um objeto único, e colecionadores que amam arte querem possuir o próprio objeto”, disse Megan Fox Kelly, presidente da Association of Professional Art Advisors. “O NFT é uma entidade separada do objeto. Acho que ainda estamos começando a entender como esses NFTs existem como obras de arte”, disse Kelly. “No momento, eles parecem ser veículos de investimento, com retornos potencialmente muito significativos, e as conversas em torno deles estão focadas nisso.”

A pintura física de Banksy Love Is in the Air, que apresenta a imagem de um lançador de bombas atirando um buquê de flores, será exibida a partir de sexta-feira no Instituto de Arte Contemporânea de Miami, durante a semana da Art Basel.

O Banksy foi dividido em uma grade de 100 por 100, resultando em 10.000 quadrados únicos, ou Partículas, que serão vendidos como NFTs por cerca de US $1.500 cada. Cada partícula representa uma propriedade minoritária da pintura e virá com um cartão de colecionador que mostra toda a obra de arte, bem como a localização da partícula na pintura.

Gouzer disse que sua experiência em abril passado vendendo o primeiro NFT do artista Urs Fischer - um token digital exclusivo criptografado com a assinatura do artista e identificado individualmente em uma blockchain - por cerca de US$ 98.000 em seu aplicativo de leilões Fair Warning o levou a explorar vendas semelhantes. “Percebi que muitas pessoas estavam interessadas em arte, mas não tinham como fazer parte disso”, disse Gouzer.

Loic Gouzer é um ex-executivo que se uniu a especialistas em criptomoedas criptográficas para criar NFTs de um quadro de Banksy. Foto: Bryan Thomas/The New York Times

Ex-presidente de arte pós-guerra e contemporânea da Christie’s, Gouzer iniciou o novo empreendimento com Shingo Lavine e Adam Lavine, cofundadores da ethos.io, recentemente renomeada como Voyager, que conecta instituições financeiras com ablockchain. Os outros fundadores são Philip Eytan, cofundador e presidente da Voyager, e Oscar Salazar, diretor de tecnologia fundador e arquiteto-chefe da Uber.

Os fundadores disseram que também estão respondendo ao desejo generalizado de propriedade. “Há uma diferença entre a pessoa que tem a imagem e fez seu download e a pessoa que a possui e diz 'É minha'”, disse Shingo Lavine, acrescentando sobre os compradores de NFT: “As pessoas estão aceitando essa nova narrativa de possuir coisas.”

Mas questões legais de pirataria e fraude no mercado de NFT não foram testadas nos tribunais, criando um elemento de risco. Também não está claro se outros países reconhecerão a validade de uma venda de NFT. “Como você tem esses outros mercados, com seus próprios contratos e questões cambiais, é muito mais complicado do ponto de vista legal”, disse Diana Wierbicki, sócia e chefe global de direito de arte da Withersworldwide.

A empresa estabeleceu a Particle Foundation, uma organização sem fins lucrativos que manterá suas obras de arte adquiridas e pensará em exposições. Um por cento de suas compras será doado à fundação, que atuará como um chamado fragmento de proteção, garantindo que nenhuma pessoa possa reivindicar a posse da pintura física. “O trabalho nunca pode ser revendido”, disse Gouzer.

Os compradores interessados podem se inscrever a partir de 13 de dezembro e, enquanto isso, podem se inscrever na lista de espera em partitioncollection.com. A venda das unidades de Banksy começa na semana de 10 de janeiro e será realizada na plataforma de blockchain Avalanche. A Particle diz que tentará garantir que as unidades sejam distribuídas entre diferentes compradores, em vez de um comprador individual adquirir mais de uma.

“Não estamos vendendo a imagem da pintura”, disse Harold Eytan, CEO da Particle. “Estamos vendendo a você esse conceito de propriedade de um pedaço da pintura. Enquanto algumas plataformas permitem que você compre 'compartilhamentos' de obras de arte, estamos facilitando a compra de peças únicas das obras. Esta é uma experiência diferente, focada em colecionar e não em investir.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

No exemplo mais recente de ruptura no mercado de arte, um ex-executivo de leilões proeminente se uniu em maio a especialistas em criptomoedas para comprar a pintura de Banksy de 2005 Love Is in the Air por US$ 12,9 milhões e agora planeja vender 10.000 peças como NFTs, ou tokens não fungíveis.

O executivo, Loic Gouzer, que mudou o formato tradicional de leilão enquanto estava na Christie's - principalmente orquestrando a venda de uma pintura de Leonardo da Vinci de US$ 450,3 milhões em um leilão de arte contemporânea em 2017 - ajudou a fundar a empresa Particle, uma plataforma que mescla arte e tecnologia com o objetivo de alcançar um grupo mais amplo de potenciais compradores.

Loic Gouzer, um proeminente ex-executivo de leilões, comprou o quadro de Banksy 'Love Is in the Air' por $12,9 milhões e planeja vender 10.000 peças como NFTs. Foto: Nina Westervelt/The New York Times

“Quando eu era criança e observava leilões e catálogos, sempre senti que era impossível participar financeiramente e que, por definição, estava excluído”, disse Gouzer em entrevista por telefone. “Fracionar o trabalho em 10.000 NFTs permite que um público muito mais amplo faça parte de uma experiência de colecionador.

“É claro que você pode apreciar a arte quando vai a um museu, mas o prazer da arte vem também de possuí-la”, ele disse. “É por isso que as pessoas colecionam.”

Se bem-sucedido, o empreendimento pode ajudar a alimentar uma crescente categoria de concorrência no mercado de arte, com consórcios de vários compradores desafiando a proeminência de colecionadores bilionários em um momento em que a pandemia acelerou o comércio online. Os NFTs se tornaram cada vez mais populares, respondendo por um terço das vendas online, ou 2% do mercado geral de arte, de acordo com o banco de dados Artprice.

No mês passado, milhares de fãs de criptomoedas - que se autodenominam ConstitutionDAO - juntaram seu dinheiro para licitar uma impressão original da Constituição na Sotheby's (tendo arrecadado cerca de US$ 40 milhões, eles perderam para o colecionador e magnata dos fundos de hedge Ken Griffin, que pagou US$ 43,2 milhões). Em março passado, o artista digital Beeple (também conhecido como Mike Winkelmann) vendeu seu NFT Everydays: The First 5.000 Days por US $69 milhões em um leilão online da Christie's.

Colecionadores de longa data permanecem céticos em relação aos NFTs, e especialistas em arte dizem que a empresa Particle é apenas a mais recente iteração de um mundo de arte virtual que ainda precisa ser comprovado. “Uma obra de arte é um objeto único, e colecionadores que amam arte querem possuir o próprio objeto”, disse Megan Fox Kelly, presidente da Association of Professional Art Advisors. “O NFT é uma entidade separada do objeto. Acho que ainda estamos começando a entender como esses NFTs existem como obras de arte”, disse Kelly. “No momento, eles parecem ser veículos de investimento, com retornos potencialmente muito significativos, e as conversas em torno deles estão focadas nisso.”

A pintura física de Banksy Love Is in the Air, que apresenta a imagem de um lançador de bombas atirando um buquê de flores, será exibida a partir de sexta-feira no Instituto de Arte Contemporânea de Miami, durante a semana da Art Basel.

O Banksy foi dividido em uma grade de 100 por 100, resultando em 10.000 quadrados únicos, ou Partículas, que serão vendidos como NFTs por cerca de US $1.500 cada. Cada partícula representa uma propriedade minoritária da pintura e virá com um cartão de colecionador que mostra toda a obra de arte, bem como a localização da partícula na pintura.

Gouzer disse que sua experiência em abril passado vendendo o primeiro NFT do artista Urs Fischer - um token digital exclusivo criptografado com a assinatura do artista e identificado individualmente em uma blockchain - por cerca de US$ 98.000 em seu aplicativo de leilões Fair Warning o levou a explorar vendas semelhantes. “Percebi que muitas pessoas estavam interessadas em arte, mas não tinham como fazer parte disso”, disse Gouzer.

Loic Gouzer é um ex-executivo que se uniu a especialistas em criptomoedas criptográficas para criar NFTs de um quadro de Banksy. Foto: Bryan Thomas/The New York Times

Ex-presidente de arte pós-guerra e contemporânea da Christie’s, Gouzer iniciou o novo empreendimento com Shingo Lavine e Adam Lavine, cofundadores da ethos.io, recentemente renomeada como Voyager, que conecta instituições financeiras com ablockchain. Os outros fundadores são Philip Eytan, cofundador e presidente da Voyager, e Oscar Salazar, diretor de tecnologia fundador e arquiteto-chefe da Uber.

Os fundadores disseram que também estão respondendo ao desejo generalizado de propriedade. “Há uma diferença entre a pessoa que tem a imagem e fez seu download e a pessoa que a possui e diz 'É minha'”, disse Shingo Lavine, acrescentando sobre os compradores de NFT: “As pessoas estão aceitando essa nova narrativa de possuir coisas.”

Mas questões legais de pirataria e fraude no mercado de NFT não foram testadas nos tribunais, criando um elemento de risco. Também não está claro se outros países reconhecerão a validade de uma venda de NFT. “Como você tem esses outros mercados, com seus próprios contratos e questões cambiais, é muito mais complicado do ponto de vista legal”, disse Diana Wierbicki, sócia e chefe global de direito de arte da Withersworldwide.

A empresa estabeleceu a Particle Foundation, uma organização sem fins lucrativos que manterá suas obras de arte adquiridas e pensará em exposições. Um por cento de suas compras será doado à fundação, que atuará como um chamado fragmento de proteção, garantindo que nenhuma pessoa possa reivindicar a posse da pintura física. “O trabalho nunca pode ser revendido”, disse Gouzer.

Os compradores interessados podem se inscrever a partir de 13 de dezembro e, enquanto isso, podem se inscrever na lista de espera em partitioncollection.com. A venda das unidades de Banksy começa na semana de 10 de janeiro e será realizada na plataforma de blockchain Avalanche. A Particle diz que tentará garantir que as unidades sejam distribuídas entre diferentes compradores, em vez de um comprador individual adquirir mais de uma.

“Não estamos vendendo a imagem da pintura”, disse Harold Eytan, CEO da Particle. “Estamos vendendo a você esse conceito de propriedade de um pedaço da pintura. Enquanto algumas plataformas permitem que você compre 'compartilhamentos' de obras de arte, estamos facilitando a compra de peças únicas das obras. Esta é uma experiência diferente, focada em colecionar e não em investir.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

No exemplo mais recente de ruptura no mercado de arte, um ex-executivo de leilões proeminente se uniu em maio a especialistas em criptomoedas para comprar a pintura de Banksy de 2005 Love Is in the Air por US$ 12,9 milhões e agora planeja vender 10.000 peças como NFTs, ou tokens não fungíveis.

O executivo, Loic Gouzer, que mudou o formato tradicional de leilão enquanto estava na Christie's - principalmente orquestrando a venda de uma pintura de Leonardo da Vinci de US$ 450,3 milhões em um leilão de arte contemporânea em 2017 - ajudou a fundar a empresa Particle, uma plataforma que mescla arte e tecnologia com o objetivo de alcançar um grupo mais amplo de potenciais compradores.

Loic Gouzer, um proeminente ex-executivo de leilões, comprou o quadro de Banksy 'Love Is in the Air' por $12,9 milhões e planeja vender 10.000 peças como NFTs. Foto: Nina Westervelt/The New York Times

“Quando eu era criança e observava leilões e catálogos, sempre senti que era impossível participar financeiramente e que, por definição, estava excluído”, disse Gouzer em entrevista por telefone. “Fracionar o trabalho em 10.000 NFTs permite que um público muito mais amplo faça parte de uma experiência de colecionador.

“É claro que você pode apreciar a arte quando vai a um museu, mas o prazer da arte vem também de possuí-la”, ele disse. “É por isso que as pessoas colecionam.”

Se bem-sucedido, o empreendimento pode ajudar a alimentar uma crescente categoria de concorrência no mercado de arte, com consórcios de vários compradores desafiando a proeminência de colecionadores bilionários em um momento em que a pandemia acelerou o comércio online. Os NFTs se tornaram cada vez mais populares, respondendo por um terço das vendas online, ou 2% do mercado geral de arte, de acordo com o banco de dados Artprice.

No mês passado, milhares de fãs de criptomoedas - que se autodenominam ConstitutionDAO - juntaram seu dinheiro para licitar uma impressão original da Constituição na Sotheby's (tendo arrecadado cerca de US$ 40 milhões, eles perderam para o colecionador e magnata dos fundos de hedge Ken Griffin, que pagou US$ 43,2 milhões). Em março passado, o artista digital Beeple (também conhecido como Mike Winkelmann) vendeu seu NFT Everydays: The First 5.000 Days por US $69 milhões em um leilão online da Christie's.

Colecionadores de longa data permanecem céticos em relação aos NFTs, e especialistas em arte dizem que a empresa Particle é apenas a mais recente iteração de um mundo de arte virtual que ainda precisa ser comprovado. “Uma obra de arte é um objeto único, e colecionadores que amam arte querem possuir o próprio objeto”, disse Megan Fox Kelly, presidente da Association of Professional Art Advisors. “O NFT é uma entidade separada do objeto. Acho que ainda estamos começando a entender como esses NFTs existem como obras de arte”, disse Kelly. “No momento, eles parecem ser veículos de investimento, com retornos potencialmente muito significativos, e as conversas em torno deles estão focadas nisso.”

A pintura física de Banksy Love Is in the Air, que apresenta a imagem de um lançador de bombas atirando um buquê de flores, será exibida a partir de sexta-feira no Instituto de Arte Contemporânea de Miami, durante a semana da Art Basel.

O Banksy foi dividido em uma grade de 100 por 100, resultando em 10.000 quadrados únicos, ou Partículas, que serão vendidos como NFTs por cerca de US $1.500 cada. Cada partícula representa uma propriedade minoritária da pintura e virá com um cartão de colecionador que mostra toda a obra de arte, bem como a localização da partícula na pintura.

Gouzer disse que sua experiência em abril passado vendendo o primeiro NFT do artista Urs Fischer - um token digital exclusivo criptografado com a assinatura do artista e identificado individualmente em uma blockchain - por cerca de US$ 98.000 em seu aplicativo de leilões Fair Warning o levou a explorar vendas semelhantes. “Percebi que muitas pessoas estavam interessadas em arte, mas não tinham como fazer parte disso”, disse Gouzer.

Loic Gouzer é um ex-executivo que se uniu a especialistas em criptomoedas criptográficas para criar NFTs de um quadro de Banksy. Foto: Bryan Thomas/The New York Times

Ex-presidente de arte pós-guerra e contemporânea da Christie’s, Gouzer iniciou o novo empreendimento com Shingo Lavine e Adam Lavine, cofundadores da ethos.io, recentemente renomeada como Voyager, que conecta instituições financeiras com ablockchain. Os outros fundadores são Philip Eytan, cofundador e presidente da Voyager, e Oscar Salazar, diretor de tecnologia fundador e arquiteto-chefe da Uber.

Os fundadores disseram que também estão respondendo ao desejo generalizado de propriedade. “Há uma diferença entre a pessoa que tem a imagem e fez seu download e a pessoa que a possui e diz 'É minha'”, disse Shingo Lavine, acrescentando sobre os compradores de NFT: “As pessoas estão aceitando essa nova narrativa de possuir coisas.”

Mas questões legais de pirataria e fraude no mercado de NFT não foram testadas nos tribunais, criando um elemento de risco. Também não está claro se outros países reconhecerão a validade de uma venda de NFT. “Como você tem esses outros mercados, com seus próprios contratos e questões cambiais, é muito mais complicado do ponto de vista legal”, disse Diana Wierbicki, sócia e chefe global de direito de arte da Withersworldwide.

A empresa estabeleceu a Particle Foundation, uma organização sem fins lucrativos que manterá suas obras de arte adquiridas e pensará em exposições. Um por cento de suas compras será doado à fundação, que atuará como um chamado fragmento de proteção, garantindo que nenhuma pessoa possa reivindicar a posse da pintura física. “O trabalho nunca pode ser revendido”, disse Gouzer.

Os compradores interessados podem se inscrever a partir de 13 de dezembro e, enquanto isso, podem se inscrever na lista de espera em partitioncollection.com. A venda das unidades de Banksy começa na semana de 10 de janeiro e será realizada na plataforma de blockchain Avalanche. A Particle diz que tentará garantir que as unidades sejam distribuídas entre diferentes compradores, em vez de um comprador individual adquirir mais de uma.

“Não estamos vendendo a imagem da pintura”, disse Harold Eytan, CEO da Particle. “Estamos vendendo a você esse conceito de propriedade de um pedaço da pintura. Enquanto algumas plataformas permitem que você compre 'compartilhamentos' de obras de arte, estamos facilitando a compra de peças únicas das obras. Esta é uma experiência diferente, focada em colecionar e não em investir.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

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