Está estressado na pandemia? Preste atenção também nas cores do seu home office


As tintas que usamos para pintar nossas casas podem ajudar. Talvez por isto o cinza está fora e os tons terrosos são os preferidos

Por Steven Kurutz

Como vem ocorrendo com muitas coisas, a pandemia do novo coronavírus mudou a maneira como vemos as cores e especificamente as cores que queremos, ou não, que nos envolvam enquanto estamos refugiados em casa. Algumas tendências de cores aceleraram durante a pandemia.

E tonalidades que sempre foram populares de repente não são mais as certas. “Há uma enorme onda no sentido de abandonar o cinza”, disse Joa Studholme, encarregada da área de cores da Farrow & Ball, empresa de tintas inglesa. “Nada no cinza evoca bem-estar”.

Uma sala decorada com Aegean Teal,que Benjamin Moore declarou ser a cor de 2021. Foto: Benjamin Moore/The New York Times
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Segundo ela, a casa clássica em tempos de pandemia, “terá um hall mais escuro na cor verde musgo, salmão mais escuro ou então o bege na sala de estar e o azul claro na cozinha”. Studholme, 59 anos, estava pensando numa casa londrina, mas ela poderia estar falando de uma casinha de tijolos no Brooklyn, uma residência em Cape Cod ou uma velha casa de fazenda no interior, recém-pintadas para se trabalhar remotamente e serem um refúgio, preparadas para abrigar o trabalho remoto.

“Há uma tendência a se preferir tonalidades quentes em tempos difíceis. Isto tem a ver com calor e pés na terra e escolher cores muito saturadas. Alguma coisa que vai lhe dar um grande abraço”.

Para a Farrow & Ball, que lançou recentemente seu informe sobre tendências de cores para 2021, isso significa tonalidades calorosas e com as quais é criada uma empatia, como o marrom escuro, o amarelo da Índia e o salmão esmaecido.

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Outras marcas de tintas também têm a mesma opinião. É o caso da cor do ano para 2021, escolhida pela empresa Benjamin Moore, que combina azul, verde e tons de cinza, chamada Aegean Teal. Ou o bronze conectado da Sherwin Williams, uma cor neutra que faz parte da paleta Santuário como sua cor primária para 2021.

Em tempos normais, uma marca de tinta proclamando a elegância de uma cor entre milhares teria mais o cheiro de marketing. Um gesto trivial com o objetivo de vender mais tinta. Mas todos nós estamos passando tanto tempo dentro de casa e a cor afeta nosso humor e acalma a ansiedade, como a Artnews sublinhou recentemente, portanto encontrar a tonalidade certa para o momento é algo que adquire um significado diferente.

Uma nova pintura pode deixar seu home office mais agradável, se não mais produtivo, ou oferecer uma sensação desesperadamente necessária de natureza na sua sala de estar, ou apenas prover um pouco de prazer e ânimo em um tempo sombrio. “Uma das coisas que vem ocorrendo é que as pessoas estão vendo suas casas pela primeira vez e dizendo, ‘ela poderia dar uma sensação melhor, preciso fazer algumas mudanças’”, disse Amy Wax, consultora.

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Durante a crise financeira de 2008 e logo na sequência, os clientes de Emily Wax procuravam cores que fossem neutras e toda discussão com o proprietário de uma casa terminava com um mantra: no caso de eu ter de vender. “Agora, o que estou ouvindo é, ‘preciso de uma cor com a qual posso conviver bastante tempo”, disse Wax.

“É o efeito da pandemia”. “Nossas casas precisam rejuvenescer e nos inspirar agora”, disse Joa Studholme. Ela explicou seu atual enfoque: “Estou criando duas áreas diferentes na casa. Um lado claro e iluminado para trabalhar durante o dia, e se você tiver o luxo de um outro espaço, coloco tons mais escuros para a noite”.

Mudar do iluminado para o escuro acompanha o fluxo natural das horas “e lhe dá mais estrutura para o seu dia, uma sensação de bem-estar”, disse ela.

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Andrea Magno, diretora de desenvolvimento e marketing na empresa Benjamin Moore disse que as reuniões para decidir a cor da sua marca para 2021 começaram em dezembro de 2019. Na ocasião, Magno e sua equipe não pensavam no coronavírus e suas consequências para o mundo todo.

Mas no primeiro semestre, as tendências de cores que eles previam – com as multitarefas em casa, a busca de uma satisfação dentro do seu lar em vez de restaurantes e espaços público, um enfoque mais introvertido da vida no geral – se ajustaram à nova realidade criada pela pandemia e foram turbinadas por ela.

Um armáriocom a cor Chestertown Buff, sugestão daBenjamin Moore. Foto: Benjamin Moore/The New York Times
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A tonalidade Aegean Teal “teve uma presença nisto. Não é tão forte e nem tão clara, ao passo que seu meio tom mais tênue produz uma fácil convivência com ela”. As pessoas estão ansiando por cor, acrescentou. “Eu adoro tonalidades neutras. Mas vemos essa necessidade de trazer alguma cor para dentro de casa”, afirmou ela.

Tara Mangini, 37 anos, fez isto caminhando por campos de flores selvagens e usando a natureza como inspiração. Ela e seu sócio, Percy Bright, dirigem a empresa de design Jersey Ice Cream Co. Trabalham com reformas de casas e vão de uma para outra restaurando-as para os clientes. Seu mais recente projeto é de uma casa de fazenda dos anos 1800 no vilarejo de Parksville, Estado de Nova York. “Saímos dos tons neste verão [no hemisfério norte]. As flores selvagens ali, os campos repletos de cores roxas e amarelas. E eu pensei, ‘está é a paleta de cores’”.

Eles também criaram as cores do gesso adicionando pigmentos à água que foi depois misturada com o material. Para a parede de um quarto de hóspedes da casa usaram uma fórmula que a deixou com uma cor rosa pêssego. A cor lembra o salmão esmaecido da Farrow & Ball e tem a mesma qualidade bronzeada das 12 cores da paleta da empresa Benjamin Moore. Mangini não conhecia as novas tonalidades da marca, mas não achou que foi uma coincidência.

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A cor age com relação a nós de maneiras misteriosas, e, coletivamente, disse ela, “por mais que eu imagine que sou uma pessoa que pensa individualmente, tenho a sensação que estou na mesma onda de todo mundo”. Mangini propôs uma tendência de cor bem pessoal, inspirada pelos momentos que passou ao ar livre. “O roxo ainda não está presente, mas acho que vem chegando. “Uma tonalidade de lavanda clara”. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Como vem ocorrendo com muitas coisas, a pandemia do novo coronavírus mudou a maneira como vemos as cores e especificamente as cores que queremos, ou não, que nos envolvam enquanto estamos refugiados em casa. Algumas tendências de cores aceleraram durante a pandemia.

E tonalidades que sempre foram populares de repente não são mais as certas. “Há uma enorme onda no sentido de abandonar o cinza”, disse Joa Studholme, encarregada da área de cores da Farrow & Ball, empresa de tintas inglesa. “Nada no cinza evoca bem-estar”.

Uma sala decorada com Aegean Teal,que Benjamin Moore declarou ser a cor de 2021. Foto: Benjamin Moore/The New York Times

Segundo ela, a casa clássica em tempos de pandemia, “terá um hall mais escuro na cor verde musgo, salmão mais escuro ou então o bege na sala de estar e o azul claro na cozinha”. Studholme, 59 anos, estava pensando numa casa londrina, mas ela poderia estar falando de uma casinha de tijolos no Brooklyn, uma residência em Cape Cod ou uma velha casa de fazenda no interior, recém-pintadas para se trabalhar remotamente e serem um refúgio, preparadas para abrigar o trabalho remoto.

“Há uma tendência a se preferir tonalidades quentes em tempos difíceis. Isto tem a ver com calor e pés na terra e escolher cores muito saturadas. Alguma coisa que vai lhe dar um grande abraço”.

Para a Farrow & Ball, que lançou recentemente seu informe sobre tendências de cores para 2021, isso significa tonalidades calorosas e com as quais é criada uma empatia, como o marrom escuro, o amarelo da Índia e o salmão esmaecido.

Outras marcas de tintas também têm a mesma opinião. É o caso da cor do ano para 2021, escolhida pela empresa Benjamin Moore, que combina azul, verde e tons de cinza, chamada Aegean Teal. Ou o bronze conectado da Sherwin Williams, uma cor neutra que faz parte da paleta Santuário como sua cor primária para 2021.

Em tempos normais, uma marca de tinta proclamando a elegância de uma cor entre milhares teria mais o cheiro de marketing. Um gesto trivial com o objetivo de vender mais tinta. Mas todos nós estamos passando tanto tempo dentro de casa e a cor afeta nosso humor e acalma a ansiedade, como a Artnews sublinhou recentemente, portanto encontrar a tonalidade certa para o momento é algo que adquire um significado diferente.

Uma nova pintura pode deixar seu home office mais agradável, se não mais produtivo, ou oferecer uma sensação desesperadamente necessária de natureza na sua sala de estar, ou apenas prover um pouco de prazer e ânimo em um tempo sombrio. “Uma das coisas que vem ocorrendo é que as pessoas estão vendo suas casas pela primeira vez e dizendo, ‘ela poderia dar uma sensação melhor, preciso fazer algumas mudanças’”, disse Amy Wax, consultora.

Durante a crise financeira de 2008 e logo na sequência, os clientes de Emily Wax procuravam cores que fossem neutras e toda discussão com o proprietário de uma casa terminava com um mantra: no caso de eu ter de vender. “Agora, o que estou ouvindo é, ‘preciso de uma cor com a qual posso conviver bastante tempo”, disse Wax.

“É o efeito da pandemia”. “Nossas casas precisam rejuvenescer e nos inspirar agora”, disse Joa Studholme. Ela explicou seu atual enfoque: “Estou criando duas áreas diferentes na casa. Um lado claro e iluminado para trabalhar durante o dia, e se você tiver o luxo de um outro espaço, coloco tons mais escuros para a noite”.

Mudar do iluminado para o escuro acompanha o fluxo natural das horas “e lhe dá mais estrutura para o seu dia, uma sensação de bem-estar”, disse ela.

Andrea Magno, diretora de desenvolvimento e marketing na empresa Benjamin Moore disse que as reuniões para decidir a cor da sua marca para 2021 começaram em dezembro de 2019. Na ocasião, Magno e sua equipe não pensavam no coronavírus e suas consequências para o mundo todo.

Mas no primeiro semestre, as tendências de cores que eles previam – com as multitarefas em casa, a busca de uma satisfação dentro do seu lar em vez de restaurantes e espaços público, um enfoque mais introvertido da vida no geral – se ajustaram à nova realidade criada pela pandemia e foram turbinadas por ela.

Um armáriocom a cor Chestertown Buff, sugestão daBenjamin Moore. Foto: Benjamin Moore/The New York Times

A tonalidade Aegean Teal “teve uma presença nisto. Não é tão forte e nem tão clara, ao passo que seu meio tom mais tênue produz uma fácil convivência com ela”. As pessoas estão ansiando por cor, acrescentou. “Eu adoro tonalidades neutras. Mas vemos essa necessidade de trazer alguma cor para dentro de casa”, afirmou ela.

Tara Mangini, 37 anos, fez isto caminhando por campos de flores selvagens e usando a natureza como inspiração. Ela e seu sócio, Percy Bright, dirigem a empresa de design Jersey Ice Cream Co. Trabalham com reformas de casas e vão de uma para outra restaurando-as para os clientes. Seu mais recente projeto é de uma casa de fazenda dos anos 1800 no vilarejo de Parksville, Estado de Nova York. “Saímos dos tons neste verão [no hemisfério norte]. As flores selvagens ali, os campos repletos de cores roxas e amarelas. E eu pensei, ‘está é a paleta de cores’”.

Eles também criaram as cores do gesso adicionando pigmentos à água que foi depois misturada com o material. Para a parede de um quarto de hóspedes da casa usaram uma fórmula que a deixou com uma cor rosa pêssego. A cor lembra o salmão esmaecido da Farrow & Ball e tem a mesma qualidade bronzeada das 12 cores da paleta da empresa Benjamin Moore. Mangini não conhecia as novas tonalidades da marca, mas não achou que foi uma coincidência.

A cor age com relação a nós de maneiras misteriosas, e, coletivamente, disse ela, “por mais que eu imagine que sou uma pessoa que pensa individualmente, tenho a sensação que estou na mesma onda de todo mundo”. Mangini propôs uma tendência de cor bem pessoal, inspirada pelos momentos que passou ao ar livre. “O roxo ainda não está presente, mas acho que vem chegando. “Uma tonalidade de lavanda clara”. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Como vem ocorrendo com muitas coisas, a pandemia do novo coronavírus mudou a maneira como vemos as cores e especificamente as cores que queremos, ou não, que nos envolvam enquanto estamos refugiados em casa. Algumas tendências de cores aceleraram durante a pandemia.

E tonalidades que sempre foram populares de repente não são mais as certas. “Há uma enorme onda no sentido de abandonar o cinza”, disse Joa Studholme, encarregada da área de cores da Farrow & Ball, empresa de tintas inglesa. “Nada no cinza evoca bem-estar”.

Uma sala decorada com Aegean Teal,que Benjamin Moore declarou ser a cor de 2021. Foto: Benjamin Moore/The New York Times

Segundo ela, a casa clássica em tempos de pandemia, “terá um hall mais escuro na cor verde musgo, salmão mais escuro ou então o bege na sala de estar e o azul claro na cozinha”. Studholme, 59 anos, estava pensando numa casa londrina, mas ela poderia estar falando de uma casinha de tijolos no Brooklyn, uma residência em Cape Cod ou uma velha casa de fazenda no interior, recém-pintadas para se trabalhar remotamente e serem um refúgio, preparadas para abrigar o trabalho remoto.

“Há uma tendência a se preferir tonalidades quentes em tempos difíceis. Isto tem a ver com calor e pés na terra e escolher cores muito saturadas. Alguma coisa que vai lhe dar um grande abraço”.

Para a Farrow & Ball, que lançou recentemente seu informe sobre tendências de cores para 2021, isso significa tonalidades calorosas e com as quais é criada uma empatia, como o marrom escuro, o amarelo da Índia e o salmão esmaecido.

Outras marcas de tintas também têm a mesma opinião. É o caso da cor do ano para 2021, escolhida pela empresa Benjamin Moore, que combina azul, verde e tons de cinza, chamada Aegean Teal. Ou o bronze conectado da Sherwin Williams, uma cor neutra que faz parte da paleta Santuário como sua cor primária para 2021.

Em tempos normais, uma marca de tinta proclamando a elegância de uma cor entre milhares teria mais o cheiro de marketing. Um gesto trivial com o objetivo de vender mais tinta. Mas todos nós estamos passando tanto tempo dentro de casa e a cor afeta nosso humor e acalma a ansiedade, como a Artnews sublinhou recentemente, portanto encontrar a tonalidade certa para o momento é algo que adquire um significado diferente.

Uma nova pintura pode deixar seu home office mais agradável, se não mais produtivo, ou oferecer uma sensação desesperadamente necessária de natureza na sua sala de estar, ou apenas prover um pouco de prazer e ânimo em um tempo sombrio. “Uma das coisas que vem ocorrendo é que as pessoas estão vendo suas casas pela primeira vez e dizendo, ‘ela poderia dar uma sensação melhor, preciso fazer algumas mudanças’”, disse Amy Wax, consultora.

Durante a crise financeira de 2008 e logo na sequência, os clientes de Emily Wax procuravam cores que fossem neutras e toda discussão com o proprietário de uma casa terminava com um mantra: no caso de eu ter de vender. “Agora, o que estou ouvindo é, ‘preciso de uma cor com a qual posso conviver bastante tempo”, disse Wax.

“É o efeito da pandemia”. “Nossas casas precisam rejuvenescer e nos inspirar agora”, disse Joa Studholme. Ela explicou seu atual enfoque: “Estou criando duas áreas diferentes na casa. Um lado claro e iluminado para trabalhar durante o dia, e se você tiver o luxo de um outro espaço, coloco tons mais escuros para a noite”.

Mudar do iluminado para o escuro acompanha o fluxo natural das horas “e lhe dá mais estrutura para o seu dia, uma sensação de bem-estar”, disse ela.

Andrea Magno, diretora de desenvolvimento e marketing na empresa Benjamin Moore disse que as reuniões para decidir a cor da sua marca para 2021 começaram em dezembro de 2019. Na ocasião, Magno e sua equipe não pensavam no coronavírus e suas consequências para o mundo todo.

Mas no primeiro semestre, as tendências de cores que eles previam – com as multitarefas em casa, a busca de uma satisfação dentro do seu lar em vez de restaurantes e espaços público, um enfoque mais introvertido da vida no geral – se ajustaram à nova realidade criada pela pandemia e foram turbinadas por ela.

Um armáriocom a cor Chestertown Buff, sugestão daBenjamin Moore. Foto: Benjamin Moore/The New York Times

A tonalidade Aegean Teal “teve uma presença nisto. Não é tão forte e nem tão clara, ao passo que seu meio tom mais tênue produz uma fácil convivência com ela”. As pessoas estão ansiando por cor, acrescentou. “Eu adoro tonalidades neutras. Mas vemos essa necessidade de trazer alguma cor para dentro de casa”, afirmou ela.

Tara Mangini, 37 anos, fez isto caminhando por campos de flores selvagens e usando a natureza como inspiração. Ela e seu sócio, Percy Bright, dirigem a empresa de design Jersey Ice Cream Co. Trabalham com reformas de casas e vão de uma para outra restaurando-as para os clientes. Seu mais recente projeto é de uma casa de fazenda dos anos 1800 no vilarejo de Parksville, Estado de Nova York. “Saímos dos tons neste verão [no hemisfério norte]. As flores selvagens ali, os campos repletos de cores roxas e amarelas. E eu pensei, ‘está é a paleta de cores’”.

Eles também criaram as cores do gesso adicionando pigmentos à água que foi depois misturada com o material. Para a parede de um quarto de hóspedes da casa usaram uma fórmula que a deixou com uma cor rosa pêssego. A cor lembra o salmão esmaecido da Farrow & Ball e tem a mesma qualidade bronzeada das 12 cores da paleta da empresa Benjamin Moore. Mangini não conhecia as novas tonalidades da marca, mas não achou que foi uma coincidência.

A cor age com relação a nós de maneiras misteriosas, e, coletivamente, disse ela, “por mais que eu imagine que sou uma pessoa que pensa individualmente, tenho a sensação que estou na mesma onda de todo mundo”. Mangini propôs uma tendência de cor bem pessoal, inspirada pelos momentos que passou ao ar livre. “O roxo ainda não está presente, mas acho que vem chegando. “Uma tonalidade de lavanda clara”. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Como vem ocorrendo com muitas coisas, a pandemia do novo coronavírus mudou a maneira como vemos as cores e especificamente as cores que queremos, ou não, que nos envolvam enquanto estamos refugiados em casa. Algumas tendências de cores aceleraram durante a pandemia.

E tonalidades que sempre foram populares de repente não são mais as certas. “Há uma enorme onda no sentido de abandonar o cinza”, disse Joa Studholme, encarregada da área de cores da Farrow & Ball, empresa de tintas inglesa. “Nada no cinza evoca bem-estar”.

Uma sala decorada com Aegean Teal,que Benjamin Moore declarou ser a cor de 2021. Foto: Benjamin Moore/The New York Times

Segundo ela, a casa clássica em tempos de pandemia, “terá um hall mais escuro na cor verde musgo, salmão mais escuro ou então o bege na sala de estar e o azul claro na cozinha”. Studholme, 59 anos, estava pensando numa casa londrina, mas ela poderia estar falando de uma casinha de tijolos no Brooklyn, uma residência em Cape Cod ou uma velha casa de fazenda no interior, recém-pintadas para se trabalhar remotamente e serem um refúgio, preparadas para abrigar o trabalho remoto.

“Há uma tendência a se preferir tonalidades quentes em tempos difíceis. Isto tem a ver com calor e pés na terra e escolher cores muito saturadas. Alguma coisa que vai lhe dar um grande abraço”.

Para a Farrow & Ball, que lançou recentemente seu informe sobre tendências de cores para 2021, isso significa tonalidades calorosas e com as quais é criada uma empatia, como o marrom escuro, o amarelo da Índia e o salmão esmaecido.

Outras marcas de tintas também têm a mesma opinião. É o caso da cor do ano para 2021, escolhida pela empresa Benjamin Moore, que combina azul, verde e tons de cinza, chamada Aegean Teal. Ou o bronze conectado da Sherwin Williams, uma cor neutra que faz parte da paleta Santuário como sua cor primária para 2021.

Em tempos normais, uma marca de tinta proclamando a elegância de uma cor entre milhares teria mais o cheiro de marketing. Um gesto trivial com o objetivo de vender mais tinta. Mas todos nós estamos passando tanto tempo dentro de casa e a cor afeta nosso humor e acalma a ansiedade, como a Artnews sublinhou recentemente, portanto encontrar a tonalidade certa para o momento é algo que adquire um significado diferente.

Uma nova pintura pode deixar seu home office mais agradável, se não mais produtivo, ou oferecer uma sensação desesperadamente necessária de natureza na sua sala de estar, ou apenas prover um pouco de prazer e ânimo em um tempo sombrio. “Uma das coisas que vem ocorrendo é que as pessoas estão vendo suas casas pela primeira vez e dizendo, ‘ela poderia dar uma sensação melhor, preciso fazer algumas mudanças’”, disse Amy Wax, consultora.

Durante a crise financeira de 2008 e logo na sequência, os clientes de Emily Wax procuravam cores que fossem neutras e toda discussão com o proprietário de uma casa terminava com um mantra: no caso de eu ter de vender. “Agora, o que estou ouvindo é, ‘preciso de uma cor com a qual posso conviver bastante tempo”, disse Wax.

“É o efeito da pandemia”. “Nossas casas precisam rejuvenescer e nos inspirar agora”, disse Joa Studholme. Ela explicou seu atual enfoque: “Estou criando duas áreas diferentes na casa. Um lado claro e iluminado para trabalhar durante o dia, e se você tiver o luxo de um outro espaço, coloco tons mais escuros para a noite”.

Mudar do iluminado para o escuro acompanha o fluxo natural das horas “e lhe dá mais estrutura para o seu dia, uma sensação de bem-estar”, disse ela.

Andrea Magno, diretora de desenvolvimento e marketing na empresa Benjamin Moore disse que as reuniões para decidir a cor da sua marca para 2021 começaram em dezembro de 2019. Na ocasião, Magno e sua equipe não pensavam no coronavírus e suas consequências para o mundo todo.

Mas no primeiro semestre, as tendências de cores que eles previam – com as multitarefas em casa, a busca de uma satisfação dentro do seu lar em vez de restaurantes e espaços público, um enfoque mais introvertido da vida no geral – se ajustaram à nova realidade criada pela pandemia e foram turbinadas por ela.

Um armáriocom a cor Chestertown Buff, sugestão daBenjamin Moore. Foto: Benjamin Moore/The New York Times

A tonalidade Aegean Teal “teve uma presença nisto. Não é tão forte e nem tão clara, ao passo que seu meio tom mais tênue produz uma fácil convivência com ela”. As pessoas estão ansiando por cor, acrescentou. “Eu adoro tonalidades neutras. Mas vemos essa necessidade de trazer alguma cor para dentro de casa”, afirmou ela.

Tara Mangini, 37 anos, fez isto caminhando por campos de flores selvagens e usando a natureza como inspiração. Ela e seu sócio, Percy Bright, dirigem a empresa de design Jersey Ice Cream Co. Trabalham com reformas de casas e vão de uma para outra restaurando-as para os clientes. Seu mais recente projeto é de uma casa de fazenda dos anos 1800 no vilarejo de Parksville, Estado de Nova York. “Saímos dos tons neste verão [no hemisfério norte]. As flores selvagens ali, os campos repletos de cores roxas e amarelas. E eu pensei, ‘está é a paleta de cores’”.

Eles também criaram as cores do gesso adicionando pigmentos à água que foi depois misturada com o material. Para a parede de um quarto de hóspedes da casa usaram uma fórmula que a deixou com uma cor rosa pêssego. A cor lembra o salmão esmaecido da Farrow & Ball e tem a mesma qualidade bronzeada das 12 cores da paleta da empresa Benjamin Moore. Mangini não conhecia as novas tonalidades da marca, mas não achou que foi uma coincidência.

A cor age com relação a nós de maneiras misteriosas, e, coletivamente, disse ela, “por mais que eu imagine que sou uma pessoa que pensa individualmente, tenho a sensação que estou na mesma onda de todo mundo”. Mangini propôs uma tendência de cor bem pessoal, inspirada pelos momentos que passou ao ar livre. “O roxo ainda não está presente, mas acho que vem chegando. “Uma tonalidade de lavanda clara”. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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