Como evitar que suas coleções pareçam uma bagunça


Há uma arte em organizar coleções como um profissional. Aqui estão algumas dicas

Por Tim McKeough
Atualização:

Seja lá o qual for seu interesse – pratos de cerâmica, espécimes de insetos emoldurados, bonequinhos de ação contemporâneos – uma coleção pode dar personalidade à sua casa. Talvez sua casa nem pareça completa sem uma coleção. Como disse Tom Stringer, designer de interiores de Chicago: “Elas são essenciais”.

Quando sua empresa projeta casas, disse Stringer, “o objetivo é contar as histórias das vidas e experiências das pessoas, e as coisas que elas vão pegando ao longo do caminho costumam ser o ponto de partida. É curioso que muitos clientes nem vejam o poder de suas coleções”.

Moda sustentável é um conceito definido por metodologias e processos de produção que não são prejudiciais ao meio ambiente. Foto: Dana Gallagher The New York Times
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Com muitos de nós passando mais tempo dentro de casa nos dias de hoje, pode ser um bom momento para repensar nossas coisas, tenham sido adquiridas ao acaso ou com a intenção de construir uma coleção. Como aproveitar essas coisas ao máximo – e evitar que pareçam uma bagunça? Pedimos conselhos a designers e colecionadores sobre como exibir objetos para causar um grande impacto decorativo.

Defina suas coleções

Existe uma linha tênue entre o colecionador e o acumulador, e a diferença geralmente está na intenção. O acumulador vai juntando quase tudo que lhe parece remotamente interessante, ou que possa ser necessário no futuro, ao passo que o colecionador tende a ser mais seletivo.

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“Como você define o que é coleção e o que é acumulação?”, perguntou Fritz Karch, colecionador, negociante de antiguidades, estilista, ex-editor de coleção da revista Martha Stewart Living e autor de Collected: Living With the Things You Love [“Colecionados: vivendo com as coisas que você ama”, em tradução livre]. “Tem a ver com uma espécie de discernimento e com a energia que você coloca como editor”.

Primeiro, defina os tipos de objetos que você quer exibir. Em seguida, escolha cada exemplar com um propósito. Se você vai mostrar cerâmica, não ponha à vista todas as tigelas que conseguir. Tente exibir uma variedade de exemplares interessantes, quem sabe numa variedade de tamanhos, texturas e cores.

E não cometa o erro de presumir que as coleções precisam ser caras para serem interessantes, disse Karch, que colecionou itens como caroços de frutas esculpidos e pegadores de panela artesanais. Siga suas paixões pessoais. “Construí coleções inteiras onde cada item valia um dólar”, disse ele.

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Agrupe objetos parecidos

Uma das maneiras mais fáceis e eficazes de exibir várias coleções é separá-las. Se você coleciona louças escandinavas, cachorros de cerâmica e cartões postais vintage, por exemplo, misturá-los ou espalhar algumas peças de cada coleção pela casa pode resultar numa sensação de bagunça. É melhor manter cada grupo de itens contidos e instalados em ambientes diferentes.

“Os números têm poder”, disse Rebecca Robertson, designer de interiores em Nova York que trabalhou no livro Collected com Karch e que decorou as paredes com objetos inusitados, como velhas ferramentas agrícolas e latas de torta antigas. “Quando você junta 25 coisas, realmente começa a cobrir a parede e chamar a atenção”.

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Jesse Carrier e Mara Miller, diretores da Carrier and Company, usaram essa técnica ao projetar a casa de um casal de ávidos colecionadores em Southampton, Nova York. Os designers instalaram uma coleção de bengalas numa caixa de vidro e uma grande jarra de cerâmica no hall de entrada hall, uma porcelana de Cantão azul e branca na sala de estar, dioramas e maquetes de barcos na sala de jantar e mapas emoldurados no escritório. “É mais impactante quando você vê as coisas juntas, não espalhadas”, disse Carrier. “É só uma maneira simples de as organizar visualmente”.

Ou destaque as semelhanças

Não é proibido misturar objetos de várias coleções diferentes, mas é preciso um pouco de preparação. Para uma exibição mista, Karch recomendou agrupar objetos com base em algum elemento comum – talvez uma mistura semelhante de cores, formas ou materiais. “Tem que haver alguma coisa que defina a aproximação de tudo”, disse ele.

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Em sua casa de campo em Salisbury, Connecticut, Matthew Patrick Smyth, designer de Nova York, agrupou algumas de suas coisas favoritas em mesas, combinando objetos com acabamentos semelhantes. No quarto principal da casa, uma mesa contém uma maquete de palco pintada de preto, uma escultura de bronze escura de Bruno Romeda e artefatos africanos de pedra, terracota e bronze.

“As cores e texturas funcionam juntas porque há uma qualidade fosca em todas elas”, disse Smyth, cuja casa será apresentada em seu próximo livro, Through a Designer’s Eye [“Pelos olhos de um designer”, em tradução livre] no mês que vem. Para fazer uma parede no estilo galeria, você pode amarrar peças totalmente diferentes usando a mesma cor em torno de cada item.

Crie um quadro mais coeso

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Depois de selecionar os objetos que serão exibidos juntos, crie um quadro visual para que a unidade pareça ainda mais coesa. Uma forma de emoldurar um grupo de objetos é exibi-los numa única estante, étagère ou armário com portas de vidro. Se você quiser exibir os objetos numa mesa de centro ou lateral, uma boa ideia é colocá-los numa bandeja.

Outro truque de colecionador, disse Robertson, é colocar itens debaixo de uma cloche ou dentro de uma caixa de vidro: “No minuto em que você coloca uma cúpula em cima de alguma coisa, ou a coloca dentro de uma caixa de vidro, parece muito mais especial”.

Para exibir uma coleção de espécimes de borboletas e insetos nas paredes de uma casa em Chicago, Stringer criou uma instalação dentro de um retângulo criado por moldagem arquitetônica. “Quando você traça um limite em torno das coisas, elas ficam parecendo mais importantes”, disse ele.

​Brinque com a composição

Se sua exibição não ficar tão interessante quanto você esperava, brinque com a composição movendo as peças. Lisa Congdon, artista e colecionadora de Portland, Oregon, às vezes monta suprimentos de escritório vintage como peças interligadas de um quebra-cabeça colorido. Em casa, ela empilha suas louças escandinavas de maneiras criativas, deixando algumas peças de cabeça para baixo ou usando-as como pedestais para outras.

“No mundo dos colecionadores, sempre falamos em agrupar as coisas”, disse Congdon. “Você pode fazer isso empilhando ou colocando coisas mais altas na frente de coisas mais baixas. Faça isso como se estivesse compondo uma pintura ou fazendo uma colcha. Você quer que o olho viaje”. Para uma instalação de parede, Congdon sugeriu brincar com o arranjo no chão.

“Pegue um grande pedaço de papel-jornal, estique no chão e faça o seu arranjo”, disse ela. Quando estiver satisfeito, trace os contornos das peças no papel, cole-o na parede e ponha os pregos, usando os contornos como mapa. Por fim, rasgue o papel e pendure sua coleção.

Outra regra para designers é que coleções menores costumam ter uma aparência melhor quando exibidas em números ímpares – “grupos de três, cinco ou sete”, disse Smyth. Portanto, se você tiver quatro ou seis vasos esculturais que parecem estranhos juntos, tente remover um para ver se a composição geral melhora.

Planeje o futuro

Poucas coleções são estáticas, pois continuamos a tropeçar em objetos irresistíveis mesmo quando não estamos procurando, então pense em como as exibições podem evoluir ao longo do tempo. Geralmente é fácil adicionar itens às paredes, porque a maioria dos arranjos tem uma aparência um tanto aleatória e nenhuma peça isolada vai prejudicar o equilíbrio geral. Já as instalações em grade e simétricas não são tão tolerantes assim.

Para objetos exibidos em prateleiras, muitas vezes é uma boa ideia deixar um pouco de espaço extra entre os primeiros objetos que você adquire, para acomodar futuras aquisições. Outra opção é seguir o exemplo de Stringer: quando um cliente lhe mostrou uma extensa coleção de pratos de cerâmica azuis e brancos, ele primeiro cobriu uma arca e só depois começou a montar os pratos na parede ao redor.

“É o que acontece quando a coleção de um cliente sai de controle”, disse ele. “É um sinal de que eles precisam continuar até que toda a parede esteja preenchida, ou que devem começar a colecionar alguma outra coisa”. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Seja lá o qual for seu interesse – pratos de cerâmica, espécimes de insetos emoldurados, bonequinhos de ação contemporâneos – uma coleção pode dar personalidade à sua casa. Talvez sua casa nem pareça completa sem uma coleção. Como disse Tom Stringer, designer de interiores de Chicago: “Elas são essenciais”.

Quando sua empresa projeta casas, disse Stringer, “o objetivo é contar as histórias das vidas e experiências das pessoas, e as coisas que elas vão pegando ao longo do caminho costumam ser o ponto de partida. É curioso que muitos clientes nem vejam o poder de suas coleções”.

Moda sustentável é um conceito definido por metodologias e processos de produção que não são prejudiciais ao meio ambiente. Foto: Dana Gallagher The New York Times

Com muitos de nós passando mais tempo dentro de casa nos dias de hoje, pode ser um bom momento para repensar nossas coisas, tenham sido adquiridas ao acaso ou com a intenção de construir uma coleção. Como aproveitar essas coisas ao máximo – e evitar que pareçam uma bagunça? Pedimos conselhos a designers e colecionadores sobre como exibir objetos para causar um grande impacto decorativo.

Defina suas coleções

Existe uma linha tênue entre o colecionador e o acumulador, e a diferença geralmente está na intenção. O acumulador vai juntando quase tudo que lhe parece remotamente interessante, ou que possa ser necessário no futuro, ao passo que o colecionador tende a ser mais seletivo.

“Como você define o que é coleção e o que é acumulação?”, perguntou Fritz Karch, colecionador, negociante de antiguidades, estilista, ex-editor de coleção da revista Martha Stewart Living e autor de Collected: Living With the Things You Love [“Colecionados: vivendo com as coisas que você ama”, em tradução livre]. “Tem a ver com uma espécie de discernimento e com a energia que você coloca como editor”.

Primeiro, defina os tipos de objetos que você quer exibir. Em seguida, escolha cada exemplar com um propósito. Se você vai mostrar cerâmica, não ponha à vista todas as tigelas que conseguir. Tente exibir uma variedade de exemplares interessantes, quem sabe numa variedade de tamanhos, texturas e cores.

E não cometa o erro de presumir que as coleções precisam ser caras para serem interessantes, disse Karch, que colecionou itens como caroços de frutas esculpidos e pegadores de panela artesanais. Siga suas paixões pessoais. “Construí coleções inteiras onde cada item valia um dólar”, disse ele.

Agrupe objetos parecidos

Uma das maneiras mais fáceis e eficazes de exibir várias coleções é separá-las. Se você coleciona louças escandinavas, cachorros de cerâmica e cartões postais vintage, por exemplo, misturá-los ou espalhar algumas peças de cada coleção pela casa pode resultar numa sensação de bagunça. É melhor manter cada grupo de itens contidos e instalados em ambientes diferentes.

“Os números têm poder”, disse Rebecca Robertson, designer de interiores em Nova York que trabalhou no livro Collected com Karch e que decorou as paredes com objetos inusitados, como velhas ferramentas agrícolas e latas de torta antigas. “Quando você junta 25 coisas, realmente começa a cobrir a parede e chamar a atenção”.

Jesse Carrier e Mara Miller, diretores da Carrier and Company, usaram essa técnica ao projetar a casa de um casal de ávidos colecionadores em Southampton, Nova York. Os designers instalaram uma coleção de bengalas numa caixa de vidro e uma grande jarra de cerâmica no hall de entrada hall, uma porcelana de Cantão azul e branca na sala de estar, dioramas e maquetes de barcos na sala de jantar e mapas emoldurados no escritório. “É mais impactante quando você vê as coisas juntas, não espalhadas”, disse Carrier. “É só uma maneira simples de as organizar visualmente”.

Ou destaque as semelhanças

Não é proibido misturar objetos de várias coleções diferentes, mas é preciso um pouco de preparação. Para uma exibição mista, Karch recomendou agrupar objetos com base em algum elemento comum – talvez uma mistura semelhante de cores, formas ou materiais. “Tem que haver alguma coisa que defina a aproximação de tudo”, disse ele.

Em sua casa de campo em Salisbury, Connecticut, Matthew Patrick Smyth, designer de Nova York, agrupou algumas de suas coisas favoritas em mesas, combinando objetos com acabamentos semelhantes. No quarto principal da casa, uma mesa contém uma maquete de palco pintada de preto, uma escultura de bronze escura de Bruno Romeda e artefatos africanos de pedra, terracota e bronze.

“As cores e texturas funcionam juntas porque há uma qualidade fosca em todas elas”, disse Smyth, cuja casa será apresentada em seu próximo livro, Through a Designer’s Eye [“Pelos olhos de um designer”, em tradução livre] no mês que vem. Para fazer uma parede no estilo galeria, você pode amarrar peças totalmente diferentes usando a mesma cor em torno de cada item.

Crie um quadro mais coeso

Depois de selecionar os objetos que serão exibidos juntos, crie um quadro visual para que a unidade pareça ainda mais coesa. Uma forma de emoldurar um grupo de objetos é exibi-los numa única estante, étagère ou armário com portas de vidro. Se você quiser exibir os objetos numa mesa de centro ou lateral, uma boa ideia é colocá-los numa bandeja.

Outro truque de colecionador, disse Robertson, é colocar itens debaixo de uma cloche ou dentro de uma caixa de vidro: “No minuto em que você coloca uma cúpula em cima de alguma coisa, ou a coloca dentro de uma caixa de vidro, parece muito mais especial”.

Para exibir uma coleção de espécimes de borboletas e insetos nas paredes de uma casa em Chicago, Stringer criou uma instalação dentro de um retângulo criado por moldagem arquitetônica. “Quando você traça um limite em torno das coisas, elas ficam parecendo mais importantes”, disse ele.

​Brinque com a composição

Se sua exibição não ficar tão interessante quanto você esperava, brinque com a composição movendo as peças. Lisa Congdon, artista e colecionadora de Portland, Oregon, às vezes monta suprimentos de escritório vintage como peças interligadas de um quebra-cabeça colorido. Em casa, ela empilha suas louças escandinavas de maneiras criativas, deixando algumas peças de cabeça para baixo ou usando-as como pedestais para outras.

“No mundo dos colecionadores, sempre falamos em agrupar as coisas”, disse Congdon. “Você pode fazer isso empilhando ou colocando coisas mais altas na frente de coisas mais baixas. Faça isso como se estivesse compondo uma pintura ou fazendo uma colcha. Você quer que o olho viaje”. Para uma instalação de parede, Congdon sugeriu brincar com o arranjo no chão.

“Pegue um grande pedaço de papel-jornal, estique no chão e faça o seu arranjo”, disse ela. Quando estiver satisfeito, trace os contornos das peças no papel, cole-o na parede e ponha os pregos, usando os contornos como mapa. Por fim, rasgue o papel e pendure sua coleção.

Outra regra para designers é que coleções menores costumam ter uma aparência melhor quando exibidas em números ímpares – “grupos de três, cinco ou sete”, disse Smyth. Portanto, se você tiver quatro ou seis vasos esculturais que parecem estranhos juntos, tente remover um para ver se a composição geral melhora.

Planeje o futuro

Poucas coleções são estáticas, pois continuamos a tropeçar em objetos irresistíveis mesmo quando não estamos procurando, então pense em como as exibições podem evoluir ao longo do tempo. Geralmente é fácil adicionar itens às paredes, porque a maioria dos arranjos tem uma aparência um tanto aleatória e nenhuma peça isolada vai prejudicar o equilíbrio geral. Já as instalações em grade e simétricas não são tão tolerantes assim.

Para objetos exibidos em prateleiras, muitas vezes é uma boa ideia deixar um pouco de espaço extra entre os primeiros objetos que você adquire, para acomodar futuras aquisições. Outra opção é seguir o exemplo de Stringer: quando um cliente lhe mostrou uma extensa coleção de pratos de cerâmica azuis e brancos, ele primeiro cobriu uma arca e só depois começou a montar os pratos na parede ao redor.

“É o que acontece quando a coleção de um cliente sai de controle”, disse ele. “É um sinal de que eles precisam continuar até que toda a parede esteja preenchida, ou que devem começar a colecionar alguma outra coisa”. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Seja lá o qual for seu interesse – pratos de cerâmica, espécimes de insetos emoldurados, bonequinhos de ação contemporâneos – uma coleção pode dar personalidade à sua casa. Talvez sua casa nem pareça completa sem uma coleção. Como disse Tom Stringer, designer de interiores de Chicago: “Elas são essenciais”.

Quando sua empresa projeta casas, disse Stringer, “o objetivo é contar as histórias das vidas e experiências das pessoas, e as coisas que elas vão pegando ao longo do caminho costumam ser o ponto de partida. É curioso que muitos clientes nem vejam o poder de suas coleções”.

Moda sustentável é um conceito definido por metodologias e processos de produção que não são prejudiciais ao meio ambiente. Foto: Dana Gallagher The New York Times

Com muitos de nós passando mais tempo dentro de casa nos dias de hoje, pode ser um bom momento para repensar nossas coisas, tenham sido adquiridas ao acaso ou com a intenção de construir uma coleção. Como aproveitar essas coisas ao máximo – e evitar que pareçam uma bagunça? Pedimos conselhos a designers e colecionadores sobre como exibir objetos para causar um grande impacto decorativo.

Defina suas coleções

Existe uma linha tênue entre o colecionador e o acumulador, e a diferença geralmente está na intenção. O acumulador vai juntando quase tudo que lhe parece remotamente interessante, ou que possa ser necessário no futuro, ao passo que o colecionador tende a ser mais seletivo.

“Como você define o que é coleção e o que é acumulação?”, perguntou Fritz Karch, colecionador, negociante de antiguidades, estilista, ex-editor de coleção da revista Martha Stewart Living e autor de Collected: Living With the Things You Love [“Colecionados: vivendo com as coisas que você ama”, em tradução livre]. “Tem a ver com uma espécie de discernimento e com a energia que você coloca como editor”.

Primeiro, defina os tipos de objetos que você quer exibir. Em seguida, escolha cada exemplar com um propósito. Se você vai mostrar cerâmica, não ponha à vista todas as tigelas que conseguir. Tente exibir uma variedade de exemplares interessantes, quem sabe numa variedade de tamanhos, texturas e cores.

E não cometa o erro de presumir que as coleções precisam ser caras para serem interessantes, disse Karch, que colecionou itens como caroços de frutas esculpidos e pegadores de panela artesanais. Siga suas paixões pessoais. “Construí coleções inteiras onde cada item valia um dólar”, disse ele.

Agrupe objetos parecidos

Uma das maneiras mais fáceis e eficazes de exibir várias coleções é separá-las. Se você coleciona louças escandinavas, cachorros de cerâmica e cartões postais vintage, por exemplo, misturá-los ou espalhar algumas peças de cada coleção pela casa pode resultar numa sensação de bagunça. É melhor manter cada grupo de itens contidos e instalados em ambientes diferentes.

“Os números têm poder”, disse Rebecca Robertson, designer de interiores em Nova York que trabalhou no livro Collected com Karch e que decorou as paredes com objetos inusitados, como velhas ferramentas agrícolas e latas de torta antigas. “Quando você junta 25 coisas, realmente começa a cobrir a parede e chamar a atenção”.

Jesse Carrier e Mara Miller, diretores da Carrier and Company, usaram essa técnica ao projetar a casa de um casal de ávidos colecionadores em Southampton, Nova York. Os designers instalaram uma coleção de bengalas numa caixa de vidro e uma grande jarra de cerâmica no hall de entrada hall, uma porcelana de Cantão azul e branca na sala de estar, dioramas e maquetes de barcos na sala de jantar e mapas emoldurados no escritório. “É mais impactante quando você vê as coisas juntas, não espalhadas”, disse Carrier. “É só uma maneira simples de as organizar visualmente”.

Ou destaque as semelhanças

Não é proibido misturar objetos de várias coleções diferentes, mas é preciso um pouco de preparação. Para uma exibição mista, Karch recomendou agrupar objetos com base em algum elemento comum – talvez uma mistura semelhante de cores, formas ou materiais. “Tem que haver alguma coisa que defina a aproximação de tudo”, disse ele.

Em sua casa de campo em Salisbury, Connecticut, Matthew Patrick Smyth, designer de Nova York, agrupou algumas de suas coisas favoritas em mesas, combinando objetos com acabamentos semelhantes. No quarto principal da casa, uma mesa contém uma maquete de palco pintada de preto, uma escultura de bronze escura de Bruno Romeda e artefatos africanos de pedra, terracota e bronze.

“As cores e texturas funcionam juntas porque há uma qualidade fosca em todas elas”, disse Smyth, cuja casa será apresentada em seu próximo livro, Through a Designer’s Eye [“Pelos olhos de um designer”, em tradução livre] no mês que vem. Para fazer uma parede no estilo galeria, você pode amarrar peças totalmente diferentes usando a mesma cor em torno de cada item.

Crie um quadro mais coeso

Depois de selecionar os objetos que serão exibidos juntos, crie um quadro visual para que a unidade pareça ainda mais coesa. Uma forma de emoldurar um grupo de objetos é exibi-los numa única estante, étagère ou armário com portas de vidro. Se você quiser exibir os objetos numa mesa de centro ou lateral, uma boa ideia é colocá-los numa bandeja.

Outro truque de colecionador, disse Robertson, é colocar itens debaixo de uma cloche ou dentro de uma caixa de vidro: “No minuto em que você coloca uma cúpula em cima de alguma coisa, ou a coloca dentro de uma caixa de vidro, parece muito mais especial”.

Para exibir uma coleção de espécimes de borboletas e insetos nas paredes de uma casa em Chicago, Stringer criou uma instalação dentro de um retângulo criado por moldagem arquitetônica. “Quando você traça um limite em torno das coisas, elas ficam parecendo mais importantes”, disse ele.

​Brinque com a composição

Se sua exibição não ficar tão interessante quanto você esperava, brinque com a composição movendo as peças. Lisa Congdon, artista e colecionadora de Portland, Oregon, às vezes monta suprimentos de escritório vintage como peças interligadas de um quebra-cabeça colorido. Em casa, ela empilha suas louças escandinavas de maneiras criativas, deixando algumas peças de cabeça para baixo ou usando-as como pedestais para outras.

“No mundo dos colecionadores, sempre falamos em agrupar as coisas”, disse Congdon. “Você pode fazer isso empilhando ou colocando coisas mais altas na frente de coisas mais baixas. Faça isso como se estivesse compondo uma pintura ou fazendo uma colcha. Você quer que o olho viaje”. Para uma instalação de parede, Congdon sugeriu brincar com o arranjo no chão.

“Pegue um grande pedaço de papel-jornal, estique no chão e faça o seu arranjo”, disse ela. Quando estiver satisfeito, trace os contornos das peças no papel, cole-o na parede e ponha os pregos, usando os contornos como mapa. Por fim, rasgue o papel e pendure sua coleção.

Outra regra para designers é que coleções menores costumam ter uma aparência melhor quando exibidas em números ímpares – “grupos de três, cinco ou sete”, disse Smyth. Portanto, se você tiver quatro ou seis vasos esculturais que parecem estranhos juntos, tente remover um para ver se a composição geral melhora.

Planeje o futuro

Poucas coleções são estáticas, pois continuamos a tropeçar em objetos irresistíveis mesmo quando não estamos procurando, então pense em como as exibições podem evoluir ao longo do tempo. Geralmente é fácil adicionar itens às paredes, porque a maioria dos arranjos tem uma aparência um tanto aleatória e nenhuma peça isolada vai prejudicar o equilíbrio geral. Já as instalações em grade e simétricas não são tão tolerantes assim.

Para objetos exibidos em prateleiras, muitas vezes é uma boa ideia deixar um pouco de espaço extra entre os primeiros objetos que você adquire, para acomodar futuras aquisições. Outra opção é seguir o exemplo de Stringer: quando um cliente lhe mostrou uma extensa coleção de pratos de cerâmica azuis e brancos, ele primeiro cobriu uma arca e só depois começou a montar os pratos na parede ao redor.

“É o que acontece quando a coleção de um cliente sai de controle”, disse ele. “É um sinal de que eles precisam continuar até que toda a parede esteja preenchida, ou que devem começar a colecionar alguma outra coisa”. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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