Sinais de uma recente erupção vulcânica em Marte indicam existência de habitats para a vida


Marte não era considerado ativo, entretanto, há 53 mil anos, pode ter experimentado uma erupção vulcânica

Por Jonathan O’Callaghan

Marte já foi o lar de mares e oceanos, e talvez até vida. Mas posteriormente tudo isto pode ter secado no nosso planeta vizinho e sua atmosfera pode ter desaparecido, enquanto a maior parte da atividade abaixo de sua superfície cessou há muito tempo. Trata-se de um planeta morto. Será mesmo?

Pesquisas anteriores indicaram que há 2,5 milhões de anos, erupções vulcânicas teriam ocorrido no planeta. Mas um novo estudo sugere que há apenas 53 mil anos houve uma erupção em uma região chamada Cerberus Fossae, que seria a mais recente das que conhecemos em Marte.

Uma imagem do Mars Reconnaissance Orbiter da Nasa mostra o que pode ser uma evidência de uma recente erupção vulcânica piroclástica. Foto: NASA JPL MSSS The Murray Lab/The New York Times
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Isto permite crer que embaixo da sua superfície cor de ferrugem e marcada por vulcões gigantescos que posteriormente silenciaram, algum tipo de vulcanismo continue se manifestando na superfície a raros intervalos. “Se este depósito for de origem vulcânica, a região Cerberus Fossae talvez não esteja extinta e Marte pode estar ativo ainda hoje”, afirmam os cientistas da University of Arizona e a Smithsonian Institution em seu estudo – que foi postado online antes da revisão de pares e foi apresentado à revista Icarus.

O local da possível erupção, visto em imagens desde a órbita marciana, se encontra nas proximidades de um grande vulcão chamado Elysium Mons. A cerca de 1.600 quilômetros a leste do modulo estacionário InSight da Nasa, que desceu em Marte em 2018 para estudar a atividade tectônica no planeta vermelho. Com o aspecto de uma fratura da superfície, sua aparência é de uma fissura vulcânica recente, em que a atividade vulcânica da subsuperfície fez com que as cinzas e a poeira vulcânica superaquecidas explodissem na superfície.

Ela se assemelha aos depósitos causados por erupções piroclásticas que os cientistas detectaram na Lua, Mercúrio e na Terra. Originando-se do magma profundo abaixo da superfície, a erupção teria alcançado uma altura de vários quilômetros antes de recair sobre o solo.

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Calcula-se que a quantidade de material seja 100 vezes menor do que a do Monte Sta. Helena, em 1980, afirmou Steven Anderson, professor de ciências da terra da Universidade do Colorado Setentrional, em Greeley, que não participou do estudo. É a presença de material mais escuto aqui, juntamente com a sua aparência assimétrica ao redor da fissura, que sugere uma erupção. Conhecido como escarpa de falha, este tipo de fratura é “muito comum no Havaí” como magma perto dos vulcões e faz com que a superfície se expanda e quebre, segundo Robert Craddock da Smithsonian Institution, um coautor do trabalho.

Contando o número de crateras visíveis ao redor da fratura e no depósito em si, que tem aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro, a equipe data a possível erupção entre 53 mil e 210 mil anos atrás, ou a mais recente das erupções vulcânicas em Marte. “Acho extremamente interessante”, afirmou Anderson.

Se confirmada, a descoberta terá amplas implicações para Marte. Em termos geológicos, 53 mil anos é um piscar de olhos, sugerindo que Marte pode estar ativo ainda hoje. Também poderia ter implicações para a busca da vida no planeta. Esta atividade vulcânica poderia derreter o gelo da superfície, proporcionando um ambiente possivelmente habitável para seres vivos. “Para que a vida exista, são necessários energia, carbono, água e nutrientes” disse Anderson.

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“E um sistema vulcânico oferece todos estes elementos”. É possível que o módulo InSight da Nasa já tenha registrado atividade neste local. Usando um sismómetro, ele mediu centenas de “martemotos” ou vibrações da superfície marciana, Mas só foram localizados dois destes – ambos vieram da Cerberus Fossae.

“Evidentemente, é plausível que a atividade tectônica esteja relacionada à atividade vulcânica”, disse Suzanne Smrekar do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, que é a vice-principal investigadora da missão InSight. É possível que a InSight busque dentro em breve atividade semelhante.

“É um estudo muito interessante”, afirmou a cientista." A atividade atual em Marte constitui indubitavelmente um mistério e a sua compreensão é fundamental para a investigação de sua evolução e habitabilidade”. No entanto, permanecem algumas perguntas. Lu Pan, cientista planetária da Universidade de Copenague na Dinamarca, não está tão segura do método de datação da equipe.

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“Se se quiser datar uma superfície muito recente, será preciso basear-se na população de pequenas crateras de impacto”, afirmou. “E além disso é preciso criar este grande banco de dados de pequenas crateras de impacto”. Entretanto, mesmo numa hipótese conservadora, David Horvath da Universidade de Arizona, o autor principal do estudo, disse que a erupção teria acontecido há apenas um milhão de anos. Somente isto teria insuflado nova vida à nossa compreensão de Marte. “Definitivamente, isso deixa em aberto a possibilidade de que, bem abaixo da superfície, ele pode estar ativo hoje”, afirmou. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Marte já foi o lar de mares e oceanos, e talvez até vida. Mas posteriormente tudo isto pode ter secado no nosso planeta vizinho e sua atmosfera pode ter desaparecido, enquanto a maior parte da atividade abaixo de sua superfície cessou há muito tempo. Trata-se de um planeta morto. Será mesmo?

Pesquisas anteriores indicaram que há 2,5 milhões de anos, erupções vulcânicas teriam ocorrido no planeta. Mas um novo estudo sugere que há apenas 53 mil anos houve uma erupção em uma região chamada Cerberus Fossae, que seria a mais recente das que conhecemos em Marte.

Uma imagem do Mars Reconnaissance Orbiter da Nasa mostra o que pode ser uma evidência de uma recente erupção vulcânica piroclástica. Foto: NASA JPL MSSS The Murray Lab/The New York Times

Isto permite crer que embaixo da sua superfície cor de ferrugem e marcada por vulcões gigantescos que posteriormente silenciaram, algum tipo de vulcanismo continue se manifestando na superfície a raros intervalos. “Se este depósito for de origem vulcânica, a região Cerberus Fossae talvez não esteja extinta e Marte pode estar ativo ainda hoje”, afirmam os cientistas da University of Arizona e a Smithsonian Institution em seu estudo – que foi postado online antes da revisão de pares e foi apresentado à revista Icarus.

O local da possível erupção, visto em imagens desde a órbita marciana, se encontra nas proximidades de um grande vulcão chamado Elysium Mons. A cerca de 1.600 quilômetros a leste do modulo estacionário InSight da Nasa, que desceu em Marte em 2018 para estudar a atividade tectônica no planeta vermelho. Com o aspecto de uma fratura da superfície, sua aparência é de uma fissura vulcânica recente, em que a atividade vulcânica da subsuperfície fez com que as cinzas e a poeira vulcânica superaquecidas explodissem na superfície.

Ela se assemelha aos depósitos causados por erupções piroclásticas que os cientistas detectaram na Lua, Mercúrio e na Terra. Originando-se do magma profundo abaixo da superfície, a erupção teria alcançado uma altura de vários quilômetros antes de recair sobre o solo.

Calcula-se que a quantidade de material seja 100 vezes menor do que a do Monte Sta. Helena, em 1980, afirmou Steven Anderson, professor de ciências da terra da Universidade do Colorado Setentrional, em Greeley, que não participou do estudo. É a presença de material mais escuto aqui, juntamente com a sua aparência assimétrica ao redor da fissura, que sugere uma erupção. Conhecido como escarpa de falha, este tipo de fratura é “muito comum no Havaí” como magma perto dos vulcões e faz com que a superfície se expanda e quebre, segundo Robert Craddock da Smithsonian Institution, um coautor do trabalho.

Contando o número de crateras visíveis ao redor da fratura e no depósito em si, que tem aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro, a equipe data a possível erupção entre 53 mil e 210 mil anos atrás, ou a mais recente das erupções vulcânicas em Marte. “Acho extremamente interessante”, afirmou Anderson.

Se confirmada, a descoberta terá amplas implicações para Marte. Em termos geológicos, 53 mil anos é um piscar de olhos, sugerindo que Marte pode estar ativo ainda hoje. Também poderia ter implicações para a busca da vida no planeta. Esta atividade vulcânica poderia derreter o gelo da superfície, proporcionando um ambiente possivelmente habitável para seres vivos. “Para que a vida exista, são necessários energia, carbono, água e nutrientes” disse Anderson.

“E um sistema vulcânico oferece todos estes elementos”. É possível que o módulo InSight da Nasa já tenha registrado atividade neste local. Usando um sismómetro, ele mediu centenas de “martemotos” ou vibrações da superfície marciana, Mas só foram localizados dois destes – ambos vieram da Cerberus Fossae.

“Evidentemente, é plausível que a atividade tectônica esteja relacionada à atividade vulcânica”, disse Suzanne Smrekar do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, que é a vice-principal investigadora da missão InSight. É possível que a InSight busque dentro em breve atividade semelhante.

“É um estudo muito interessante”, afirmou a cientista." A atividade atual em Marte constitui indubitavelmente um mistério e a sua compreensão é fundamental para a investigação de sua evolução e habitabilidade”. No entanto, permanecem algumas perguntas. Lu Pan, cientista planetária da Universidade de Copenague na Dinamarca, não está tão segura do método de datação da equipe.

“Se se quiser datar uma superfície muito recente, será preciso basear-se na população de pequenas crateras de impacto”, afirmou. “E além disso é preciso criar este grande banco de dados de pequenas crateras de impacto”. Entretanto, mesmo numa hipótese conservadora, David Horvath da Universidade de Arizona, o autor principal do estudo, disse que a erupção teria acontecido há apenas um milhão de anos. Somente isto teria insuflado nova vida à nossa compreensão de Marte. “Definitivamente, isso deixa em aberto a possibilidade de que, bem abaixo da superfície, ele pode estar ativo hoje”, afirmou. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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Marte já foi o lar de mares e oceanos, e talvez até vida. Mas posteriormente tudo isto pode ter secado no nosso planeta vizinho e sua atmosfera pode ter desaparecido, enquanto a maior parte da atividade abaixo de sua superfície cessou há muito tempo. Trata-se de um planeta morto. Será mesmo?

Pesquisas anteriores indicaram que há 2,5 milhões de anos, erupções vulcânicas teriam ocorrido no planeta. Mas um novo estudo sugere que há apenas 53 mil anos houve uma erupção em uma região chamada Cerberus Fossae, que seria a mais recente das que conhecemos em Marte.

Uma imagem do Mars Reconnaissance Orbiter da Nasa mostra o que pode ser uma evidência de uma recente erupção vulcânica piroclástica. Foto: NASA JPL MSSS The Murray Lab/The New York Times

Isto permite crer que embaixo da sua superfície cor de ferrugem e marcada por vulcões gigantescos que posteriormente silenciaram, algum tipo de vulcanismo continue se manifestando na superfície a raros intervalos. “Se este depósito for de origem vulcânica, a região Cerberus Fossae talvez não esteja extinta e Marte pode estar ativo ainda hoje”, afirmam os cientistas da University of Arizona e a Smithsonian Institution em seu estudo – que foi postado online antes da revisão de pares e foi apresentado à revista Icarus.

O local da possível erupção, visto em imagens desde a órbita marciana, se encontra nas proximidades de um grande vulcão chamado Elysium Mons. A cerca de 1.600 quilômetros a leste do modulo estacionário InSight da Nasa, que desceu em Marte em 2018 para estudar a atividade tectônica no planeta vermelho. Com o aspecto de uma fratura da superfície, sua aparência é de uma fissura vulcânica recente, em que a atividade vulcânica da subsuperfície fez com que as cinzas e a poeira vulcânica superaquecidas explodissem na superfície.

Ela se assemelha aos depósitos causados por erupções piroclásticas que os cientistas detectaram na Lua, Mercúrio e na Terra. Originando-se do magma profundo abaixo da superfície, a erupção teria alcançado uma altura de vários quilômetros antes de recair sobre o solo.

Calcula-se que a quantidade de material seja 100 vezes menor do que a do Monte Sta. Helena, em 1980, afirmou Steven Anderson, professor de ciências da terra da Universidade do Colorado Setentrional, em Greeley, que não participou do estudo. É a presença de material mais escuto aqui, juntamente com a sua aparência assimétrica ao redor da fissura, que sugere uma erupção. Conhecido como escarpa de falha, este tipo de fratura é “muito comum no Havaí” como magma perto dos vulcões e faz com que a superfície se expanda e quebre, segundo Robert Craddock da Smithsonian Institution, um coautor do trabalho.

Contando o número de crateras visíveis ao redor da fratura e no depósito em si, que tem aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro, a equipe data a possível erupção entre 53 mil e 210 mil anos atrás, ou a mais recente das erupções vulcânicas em Marte. “Acho extremamente interessante”, afirmou Anderson.

Se confirmada, a descoberta terá amplas implicações para Marte. Em termos geológicos, 53 mil anos é um piscar de olhos, sugerindo que Marte pode estar ativo ainda hoje. Também poderia ter implicações para a busca da vida no planeta. Esta atividade vulcânica poderia derreter o gelo da superfície, proporcionando um ambiente possivelmente habitável para seres vivos. “Para que a vida exista, são necessários energia, carbono, água e nutrientes” disse Anderson.

“E um sistema vulcânico oferece todos estes elementos”. É possível que o módulo InSight da Nasa já tenha registrado atividade neste local. Usando um sismómetro, ele mediu centenas de “martemotos” ou vibrações da superfície marciana, Mas só foram localizados dois destes – ambos vieram da Cerberus Fossae.

“Evidentemente, é plausível que a atividade tectônica esteja relacionada à atividade vulcânica”, disse Suzanne Smrekar do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, que é a vice-principal investigadora da missão InSight. É possível que a InSight busque dentro em breve atividade semelhante.

“É um estudo muito interessante”, afirmou a cientista." A atividade atual em Marte constitui indubitavelmente um mistério e a sua compreensão é fundamental para a investigação de sua evolução e habitabilidade”. No entanto, permanecem algumas perguntas. Lu Pan, cientista planetária da Universidade de Copenague na Dinamarca, não está tão segura do método de datação da equipe.

“Se se quiser datar uma superfície muito recente, será preciso basear-se na população de pequenas crateras de impacto”, afirmou. “E além disso é preciso criar este grande banco de dados de pequenas crateras de impacto”. Entretanto, mesmo numa hipótese conservadora, David Horvath da Universidade de Arizona, o autor principal do estudo, disse que a erupção teria acontecido há apenas um milhão de anos. Somente isto teria insuflado nova vida à nossa compreensão de Marte. “Definitivamente, isso deixa em aberto a possibilidade de que, bem abaixo da superfície, ele pode estar ativo hoje”, afirmou. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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Marte já foi o lar de mares e oceanos, e talvez até vida. Mas posteriormente tudo isto pode ter secado no nosso planeta vizinho e sua atmosfera pode ter desaparecido, enquanto a maior parte da atividade abaixo de sua superfície cessou há muito tempo. Trata-se de um planeta morto. Será mesmo?

Pesquisas anteriores indicaram que há 2,5 milhões de anos, erupções vulcânicas teriam ocorrido no planeta. Mas um novo estudo sugere que há apenas 53 mil anos houve uma erupção em uma região chamada Cerberus Fossae, que seria a mais recente das que conhecemos em Marte.

Uma imagem do Mars Reconnaissance Orbiter da Nasa mostra o que pode ser uma evidência de uma recente erupção vulcânica piroclástica. Foto: NASA JPL MSSS The Murray Lab/The New York Times

Isto permite crer que embaixo da sua superfície cor de ferrugem e marcada por vulcões gigantescos que posteriormente silenciaram, algum tipo de vulcanismo continue se manifestando na superfície a raros intervalos. “Se este depósito for de origem vulcânica, a região Cerberus Fossae talvez não esteja extinta e Marte pode estar ativo ainda hoje”, afirmam os cientistas da University of Arizona e a Smithsonian Institution em seu estudo – que foi postado online antes da revisão de pares e foi apresentado à revista Icarus.

O local da possível erupção, visto em imagens desde a órbita marciana, se encontra nas proximidades de um grande vulcão chamado Elysium Mons. A cerca de 1.600 quilômetros a leste do modulo estacionário InSight da Nasa, que desceu em Marte em 2018 para estudar a atividade tectônica no planeta vermelho. Com o aspecto de uma fratura da superfície, sua aparência é de uma fissura vulcânica recente, em que a atividade vulcânica da subsuperfície fez com que as cinzas e a poeira vulcânica superaquecidas explodissem na superfície.

Ela se assemelha aos depósitos causados por erupções piroclásticas que os cientistas detectaram na Lua, Mercúrio e na Terra. Originando-se do magma profundo abaixo da superfície, a erupção teria alcançado uma altura de vários quilômetros antes de recair sobre o solo.

Calcula-se que a quantidade de material seja 100 vezes menor do que a do Monte Sta. Helena, em 1980, afirmou Steven Anderson, professor de ciências da terra da Universidade do Colorado Setentrional, em Greeley, que não participou do estudo. É a presença de material mais escuto aqui, juntamente com a sua aparência assimétrica ao redor da fissura, que sugere uma erupção. Conhecido como escarpa de falha, este tipo de fratura é “muito comum no Havaí” como magma perto dos vulcões e faz com que a superfície se expanda e quebre, segundo Robert Craddock da Smithsonian Institution, um coautor do trabalho.

Contando o número de crateras visíveis ao redor da fratura e no depósito em si, que tem aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro, a equipe data a possível erupção entre 53 mil e 210 mil anos atrás, ou a mais recente das erupções vulcânicas em Marte. “Acho extremamente interessante”, afirmou Anderson.

Se confirmada, a descoberta terá amplas implicações para Marte. Em termos geológicos, 53 mil anos é um piscar de olhos, sugerindo que Marte pode estar ativo ainda hoje. Também poderia ter implicações para a busca da vida no planeta. Esta atividade vulcânica poderia derreter o gelo da superfície, proporcionando um ambiente possivelmente habitável para seres vivos. “Para que a vida exista, são necessários energia, carbono, água e nutrientes” disse Anderson.

“E um sistema vulcânico oferece todos estes elementos”. É possível que o módulo InSight da Nasa já tenha registrado atividade neste local. Usando um sismómetro, ele mediu centenas de “martemotos” ou vibrações da superfície marciana, Mas só foram localizados dois destes – ambos vieram da Cerberus Fossae.

“Evidentemente, é plausível que a atividade tectônica esteja relacionada à atividade vulcânica”, disse Suzanne Smrekar do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, que é a vice-principal investigadora da missão InSight. É possível que a InSight busque dentro em breve atividade semelhante.

“É um estudo muito interessante”, afirmou a cientista." A atividade atual em Marte constitui indubitavelmente um mistério e a sua compreensão é fundamental para a investigação de sua evolução e habitabilidade”. No entanto, permanecem algumas perguntas. Lu Pan, cientista planetária da Universidade de Copenague na Dinamarca, não está tão segura do método de datação da equipe.

“Se se quiser datar uma superfície muito recente, será preciso basear-se na população de pequenas crateras de impacto”, afirmou. “E além disso é preciso criar este grande banco de dados de pequenas crateras de impacto”. Entretanto, mesmo numa hipótese conservadora, David Horvath da Universidade de Arizona, o autor principal do estudo, disse que a erupção teria acontecido há apenas um milhão de anos. Somente isto teria insuflado nova vida à nossa compreensão de Marte. “Definitivamente, isso deixa em aberto a possibilidade de que, bem abaixo da superfície, ele pode estar ativo hoje”, afirmou. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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