Como a Huawei perdeu o coração do público chinês


Quando uma executiva escreveu sobre sua prisão domiciliar no Canadá, um protesto sobre o tratamento de um ex-funcionário surgiu nas redes sociais

Por Li Yuan
Atualização:

No aniversário de sua prisão no Canadá, Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, Huawei, divulgou uma carta aberta em que descreve sua experiência de medo, dor, decepção, impotência, tormento e aceitação do desconhecido. A carta, postada no dia 2 de dezembro, não foi bem recebida na internet chinesa, onde Meng é conhecida como “princesa” - termo supostamente carinhoso - por ser a filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

Na plataforma da rede social Weibo, muitos usuários postaram os números 985, 996, 251 e 404 na seção de comentários à sua carta. Estes números referem-se a um ex-funcionário da Huawei que se formou em uma das principais universidades do país em um programa denominado 985, trabalhou das 9 da manhã às 9 da noite seis dias por semana, e ficou preso 251 dias, acusado de extorsão por pedir o pagamento de uma indenização ao ser demitido no fim do seu contrato de trabalho.

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Sua história viralizou na China, e gerou reações furiosas online. Isto resultou em mensagens de erro 404, de página não encontrada, quando artigos e comentários foram deletados, indicando que a censura chinesa trabalhava ativamente. O antigo funcionário, Li Hongyuan, foi libertado sem nenhuma acusação e recebeu US$ 15 mil como reparação do governo.

Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, está presa no Canadá. O complexo industrial da Huawei em Dongguan. Foto: Kevin Frayer/Getty Images

Ele compartilhou sua experiência online em novembro, quando então a reputação da Huawei começou a declinar. “De um lado, ela tinha à sua disposição uma mansão ensolarada no Canadá, enquanto o outro tinha apenas a cela fria e úmida da prisão em Shenzhen”, comentou o psicólogo Jiang Feng, no site de perguntas e respostas Zhihu.

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A ira refletiu certa preocupação da Huawei e dos profissionais de classe média da China. A Huawei não comentou o caso. Meng se encontra em prisão domiciliar em uma casa com seis dormitórios, enquanto aguarda sua possível extradição para os Estados Unidos, onde é acusada de conspiração para defraudar bancos em razão da ligação da Huawei com uma companhia iraniana.

No ano passado, a Huawei se defendeu das afirmações do governo americano de que a companhia opera cercada de segredos a fim de espionar para Pequim, alegação que a companhia negou. Mas na China, ela é considerada a joia da coroa da indústria tecnológica do país e é tratada com enorme boa vontade.

Muitos chineses abandonaram seus iPhones pelos celulares da Huawei. Depois da prisão de Meng, as vendas de smartphones da Huawei na China cresceram 66% em relação ao ano anterior. Agora, na repercussão da prisão de Li, as pessoas pregam o boicote dos seus produtos. Imagens de algemas com a marca Huawei estão circulando online como pulseira inteligente.

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Um dos “lados” é chamado “versão cama e comida grátis”, em uma referência à vida na cadeia. Muitos chineses dizem que se sentem impotentes por não poderem criticar o governo. Agora, acham que também não podem criticar uma corporação gigantesca. “Uma companhia grande demais para ser criticada é ainda mais assustadora do que uma companhia grande demais para falir”, afirmou Nie Huihua, professor de economia da Universidade Renmin de Pequim, ao site de notícias Jiemian. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

No aniversário de sua prisão no Canadá, Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, Huawei, divulgou uma carta aberta em que descreve sua experiência de medo, dor, decepção, impotência, tormento e aceitação do desconhecido. A carta, postada no dia 2 de dezembro, não foi bem recebida na internet chinesa, onde Meng é conhecida como “princesa” - termo supostamente carinhoso - por ser a filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

Na plataforma da rede social Weibo, muitos usuários postaram os números 985, 996, 251 e 404 na seção de comentários à sua carta. Estes números referem-se a um ex-funcionário da Huawei que se formou em uma das principais universidades do país em um programa denominado 985, trabalhou das 9 da manhã às 9 da noite seis dias por semana, e ficou preso 251 dias, acusado de extorsão por pedir o pagamento de uma indenização ao ser demitido no fim do seu contrato de trabalho.

Sua história viralizou na China, e gerou reações furiosas online. Isto resultou em mensagens de erro 404, de página não encontrada, quando artigos e comentários foram deletados, indicando que a censura chinesa trabalhava ativamente. O antigo funcionário, Li Hongyuan, foi libertado sem nenhuma acusação e recebeu US$ 15 mil como reparação do governo.

Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, está presa no Canadá. O complexo industrial da Huawei em Dongguan. Foto: Kevin Frayer/Getty Images

Ele compartilhou sua experiência online em novembro, quando então a reputação da Huawei começou a declinar. “De um lado, ela tinha à sua disposição uma mansão ensolarada no Canadá, enquanto o outro tinha apenas a cela fria e úmida da prisão em Shenzhen”, comentou o psicólogo Jiang Feng, no site de perguntas e respostas Zhihu.

A ira refletiu certa preocupação da Huawei e dos profissionais de classe média da China. A Huawei não comentou o caso. Meng se encontra em prisão domiciliar em uma casa com seis dormitórios, enquanto aguarda sua possível extradição para os Estados Unidos, onde é acusada de conspiração para defraudar bancos em razão da ligação da Huawei com uma companhia iraniana.

No ano passado, a Huawei se defendeu das afirmações do governo americano de que a companhia opera cercada de segredos a fim de espionar para Pequim, alegação que a companhia negou. Mas na China, ela é considerada a joia da coroa da indústria tecnológica do país e é tratada com enorme boa vontade.

Muitos chineses abandonaram seus iPhones pelos celulares da Huawei. Depois da prisão de Meng, as vendas de smartphones da Huawei na China cresceram 66% em relação ao ano anterior. Agora, na repercussão da prisão de Li, as pessoas pregam o boicote dos seus produtos. Imagens de algemas com a marca Huawei estão circulando online como pulseira inteligente.

Um dos “lados” é chamado “versão cama e comida grátis”, em uma referência à vida na cadeia. Muitos chineses dizem que se sentem impotentes por não poderem criticar o governo. Agora, acham que também não podem criticar uma corporação gigantesca. “Uma companhia grande demais para ser criticada é ainda mais assustadora do que uma companhia grande demais para falir”, afirmou Nie Huihua, professor de economia da Universidade Renmin de Pequim, ao site de notícias Jiemian. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

No aniversário de sua prisão no Canadá, Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, Huawei, divulgou uma carta aberta em que descreve sua experiência de medo, dor, decepção, impotência, tormento e aceitação do desconhecido. A carta, postada no dia 2 de dezembro, não foi bem recebida na internet chinesa, onde Meng é conhecida como “princesa” - termo supostamente carinhoso - por ser a filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

Na plataforma da rede social Weibo, muitos usuários postaram os números 985, 996, 251 e 404 na seção de comentários à sua carta. Estes números referem-se a um ex-funcionário da Huawei que se formou em uma das principais universidades do país em um programa denominado 985, trabalhou das 9 da manhã às 9 da noite seis dias por semana, e ficou preso 251 dias, acusado de extorsão por pedir o pagamento de uma indenização ao ser demitido no fim do seu contrato de trabalho.

Sua história viralizou na China, e gerou reações furiosas online. Isto resultou em mensagens de erro 404, de página não encontrada, quando artigos e comentários foram deletados, indicando que a censura chinesa trabalhava ativamente. O antigo funcionário, Li Hongyuan, foi libertado sem nenhuma acusação e recebeu US$ 15 mil como reparação do governo.

Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, está presa no Canadá. O complexo industrial da Huawei em Dongguan. Foto: Kevin Frayer/Getty Images

Ele compartilhou sua experiência online em novembro, quando então a reputação da Huawei começou a declinar. “De um lado, ela tinha à sua disposição uma mansão ensolarada no Canadá, enquanto o outro tinha apenas a cela fria e úmida da prisão em Shenzhen”, comentou o psicólogo Jiang Feng, no site de perguntas e respostas Zhihu.

A ira refletiu certa preocupação da Huawei e dos profissionais de classe média da China. A Huawei não comentou o caso. Meng se encontra em prisão domiciliar em uma casa com seis dormitórios, enquanto aguarda sua possível extradição para os Estados Unidos, onde é acusada de conspiração para defraudar bancos em razão da ligação da Huawei com uma companhia iraniana.

No ano passado, a Huawei se defendeu das afirmações do governo americano de que a companhia opera cercada de segredos a fim de espionar para Pequim, alegação que a companhia negou. Mas na China, ela é considerada a joia da coroa da indústria tecnológica do país e é tratada com enorme boa vontade.

Muitos chineses abandonaram seus iPhones pelos celulares da Huawei. Depois da prisão de Meng, as vendas de smartphones da Huawei na China cresceram 66% em relação ao ano anterior. Agora, na repercussão da prisão de Li, as pessoas pregam o boicote dos seus produtos. Imagens de algemas com a marca Huawei estão circulando online como pulseira inteligente.

Um dos “lados” é chamado “versão cama e comida grátis”, em uma referência à vida na cadeia. Muitos chineses dizem que se sentem impotentes por não poderem criticar o governo. Agora, acham que também não podem criticar uma corporação gigantesca. “Uma companhia grande demais para ser criticada é ainda mais assustadora do que uma companhia grande demais para falir”, afirmou Nie Huihua, professor de economia da Universidade Renmin de Pequim, ao site de notícias Jiemian. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

No aniversário de sua prisão no Canadá, Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, Huawei, divulgou uma carta aberta em que descreve sua experiência de medo, dor, decepção, impotência, tormento e aceitação do desconhecido. A carta, postada no dia 2 de dezembro, não foi bem recebida na internet chinesa, onde Meng é conhecida como “princesa” - termo supostamente carinhoso - por ser a filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

Na plataforma da rede social Weibo, muitos usuários postaram os números 985, 996, 251 e 404 na seção de comentários à sua carta. Estes números referem-se a um ex-funcionário da Huawei que se formou em uma das principais universidades do país em um programa denominado 985, trabalhou das 9 da manhã às 9 da noite seis dias por semana, e ficou preso 251 dias, acusado de extorsão por pedir o pagamento de uma indenização ao ser demitido no fim do seu contrato de trabalho.

Sua história viralizou na China, e gerou reações furiosas online. Isto resultou em mensagens de erro 404, de página não encontrada, quando artigos e comentários foram deletados, indicando que a censura chinesa trabalhava ativamente. O antigo funcionário, Li Hongyuan, foi libertado sem nenhuma acusação e recebeu US$ 15 mil como reparação do governo.

Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, está presa no Canadá. O complexo industrial da Huawei em Dongguan. Foto: Kevin Frayer/Getty Images

Ele compartilhou sua experiência online em novembro, quando então a reputação da Huawei começou a declinar. “De um lado, ela tinha à sua disposição uma mansão ensolarada no Canadá, enquanto o outro tinha apenas a cela fria e úmida da prisão em Shenzhen”, comentou o psicólogo Jiang Feng, no site de perguntas e respostas Zhihu.

A ira refletiu certa preocupação da Huawei e dos profissionais de classe média da China. A Huawei não comentou o caso. Meng se encontra em prisão domiciliar em uma casa com seis dormitórios, enquanto aguarda sua possível extradição para os Estados Unidos, onde é acusada de conspiração para defraudar bancos em razão da ligação da Huawei com uma companhia iraniana.

No ano passado, a Huawei se defendeu das afirmações do governo americano de que a companhia opera cercada de segredos a fim de espionar para Pequim, alegação que a companhia negou. Mas na China, ela é considerada a joia da coroa da indústria tecnológica do país e é tratada com enorme boa vontade.

Muitos chineses abandonaram seus iPhones pelos celulares da Huawei. Depois da prisão de Meng, as vendas de smartphones da Huawei na China cresceram 66% em relação ao ano anterior. Agora, na repercussão da prisão de Li, as pessoas pregam o boicote dos seus produtos. Imagens de algemas com a marca Huawei estão circulando online como pulseira inteligente.

Um dos “lados” é chamado “versão cama e comida grátis”, em uma referência à vida na cadeia. Muitos chineses dizem que se sentem impotentes por não poderem criticar o governo. Agora, acham que também não podem criticar uma corporação gigantesca. “Uma companhia grande demais para ser criticada é ainda mais assustadora do que uma companhia grande demais para falir”, afirmou Nie Huihua, professor de economia da Universidade Renmin de Pequim, ao site de notícias Jiemian. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

No aniversário de sua prisão no Canadá, Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa das telecomunicações, Huawei, divulgou uma carta aberta em que descreve sua experiência de medo, dor, decepção, impotência, tormento e aceitação do desconhecido. A carta, postada no dia 2 de dezembro, não foi bem recebida na internet chinesa, onde Meng é conhecida como “princesa” - termo supostamente carinhoso - por ser a filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.

Na plataforma da rede social Weibo, muitos usuários postaram os números 985, 996, 251 e 404 na seção de comentários à sua carta. Estes números referem-se a um ex-funcionário da Huawei que se formou em uma das principais universidades do país em um programa denominado 985, trabalhou das 9 da manhã às 9 da noite seis dias por semana, e ficou preso 251 dias, acusado de extorsão por pedir o pagamento de uma indenização ao ser demitido no fim do seu contrato de trabalho.

Sua história viralizou na China, e gerou reações furiosas online. Isto resultou em mensagens de erro 404, de página não encontrada, quando artigos e comentários foram deletados, indicando que a censura chinesa trabalhava ativamente. O antigo funcionário, Li Hongyuan, foi libertado sem nenhuma acusação e recebeu US$ 15 mil como reparação do governo.

Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, está presa no Canadá. O complexo industrial da Huawei em Dongguan. Foto: Kevin Frayer/Getty Images

Ele compartilhou sua experiência online em novembro, quando então a reputação da Huawei começou a declinar. “De um lado, ela tinha à sua disposição uma mansão ensolarada no Canadá, enquanto o outro tinha apenas a cela fria e úmida da prisão em Shenzhen”, comentou o psicólogo Jiang Feng, no site de perguntas e respostas Zhihu.

A ira refletiu certa preocupação da Huawei e dos profissionais de classe média da China. A Huawei não comentou o caso. Meng se encontra em prisão domiciliar em uma casa com seis dormitórios, enquanto aguarda sua possível extradição para os Estados Unidos, onde é acusada de conspiração para defraudar bancos em razão da ligação da Huawei com uma companhia iraniana.

No ano passado, a Huawei se defendeu das afirmações do governo americano de que a companhia opera cercada de segredos a fim de espionar para Pequim, alegação que a companhia negou. Mas na China, ela é considerada a joia da coroa da indústria tecnológica do país e é tratada com enorme boa vontade.

Muitos chineses abandonaram seus iPhones pelos celulares da Huawei. Depois da prisão de Meng, as vendas de smartphones da Huawei na China cresceram 66% em relação ao ano anterior. Agora, na repercussão da prisão de Li, as pessoas pregam o boicote dos seus produtos. Imagens de algemas com a marca Huawei estão circulando online como pulseira inteligente.

Um dos “lados” é chamado “versão cama e comida grátis”, em uma referência à vida na cadeia. Muitos chineses dizem que se sentem impotentes por não poderem criticar o governo. Agora, acham que também não podem criticar uma corporação gigantesca. “Uma companhia grande demais para ser criticada é ainda mais assustadora do que uma companhia grande demais para falir”, afirmou Nie Huihua, professor de economia da Universidade Renmin de Pequim, ao site de notícias Jiemian. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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