Na Sicília, a arte lembra e avisa que a Máfia já esteve ali


Após morte de Giovanni Falcone, artistas resolveram fazer essa espécie de memorial para que o passado não se repita

Por James Imam

PALERMO, SICÍLIA - Até recentemente, esta cidade era famosa como uma das capitais mundiais do crime organizado. Os mafiosos em guerra mataram rivais nas ruas e construíram prédios de apartamentos feios com dinheiro público, enquanto grande parte do centro histórico foi deixado às moscas.

Desde então, as autoridades de Palermo conseguiram reprimir a Máfia, e a cidade, capital da Sicília, parece um lugar diferente. Os pôsteres anti-Máfia são uma visão comum na fachada dos prédios, e as ruas agora estão cheias de turistas. Mas a transformação de Palermo é frágil, e muitos temem que a Máfia possa tentar um retorno.

Detalhe da instalação criada por Velasco Vitali, 'Pack', que retrata mais de 50 cães, em tamanho natural, feitos de metal enferrujado, concreto esfarelado e papel manchado, em exibição na Igreja de San Domenico, em Palermo. Foto: Gianni Cipriano/The New York Times
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Um ponto-chave na recuperação de Palermo foi o assassinato de Giovanni Falcone, juiz que foi pioneiro em novos métodos para combater a influência da Máfia e abriu o caminho para a restauração da lei e da ordem. A organização criminosa se vingou em 1992, matando Falcone em um ataque que horrorizou os moradores e os uniu contra ela.

Para marcar o 30º aniversário do assassinato de Falcone, Palermo apresentou uma série de instalações de arte, que recorda os anos sombrios da cidade e incentiva os moradores a resistir à influência do crime organizado.

As obras fazem parte de um programa de arte pública chamado Spazi Capaci, e foram inauguradas no dia em que Palermo também recebeu uma cerimônia em homenagem a Falcone, com a participação de dezenas de dignitários, incluindo o presidente Sergio Mattarella, da Itália. Mas a iniciativa de arte estava longe de ser uma simples exposição. Em vez disso, vários trabalhos geraram debate acalorado.

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O projeto Spazi Capaci foi organizado pela Fundação Falcone, organização anti-Máfia financiada pelo Ministério da Educação da Itália e por doadores particulares. “Sempre soubemos que a cultura é uma das melhores armas contra a Máfia. Só a repressão não é suficiente. Também precisamos de trabalho social e cultural para isso”, disse Maria Falcone, irmã do juiz assassinado e presidente da Fundação Falcone.

Uma das obras de arte públicas, a Árvore de Todo Mundo, de Gregor Prugger - abeto alto, caído, com estatuetas de madeira de vítimas da Máfia enxertadas em seus galhos nus - impressiona na igreja sem telhado de Santa Maria dello Spasimo. No outro extremo do prédio, fica o Triunfo da Memória, de Peter Demetz, que consiste em um painel de madeira esculpido representando Falcone e Paolo Borsellino, outro magistrado que foi morto pela Máfia. A escultura é enquadrada por um suporte de metal enferrujado e montada em frente a um painel LED branco. “Eu queria representar Falcone e Borsellino olhando para um futuro mais brilhante e frágil. A obra nos lembra de que precisamos ser fortes, porque a fragilidade é o alimento da Máfia”, comentou Demetz.

Do outro lado da cidade, na Igreja de San Domenico, onde fica a tumba de Falcone, a coleção escultural de Velasco Vitali com mais de 50 cães em tamanho real - feitas de metal enferrujado, concreto e papel manchado - estava empilhada perto da entrada. Intitulada Matilha, a obra itinerante foi exposta em vários locais ao redor de Palermo no ano passado, antes de ser transferida para a igreja. “Assim que o trabalho cruza o limiar da igreja, o significado muda. O contraste entre o sublime e o profano evoca a natureza feia da humanidade, sua capacidade de reduzir a vida a escombros”, afirmou Vitali antes que o trabalho fosse instalado.

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A 'Árvore de Todo Mundo', instalação de Gregor Prugger.  Foto: Gianni Cipriano/The New York Times

Falcone ajudou a libertar Palermo da Máfia, colaborando com traidores, investigando contas bancárias e compartilhando informações através das fronteiras. Suas descobertas culminaram em um julgamento épico que resultou em mais de 300 veredictos de culpa em 1987.

Quando os mafiosos mataram o juiz por vingança, Palermo ficou horrorizada. Houve grandes protestos em toda a cidade, e muitos moradores penduravam folhas brancas exibindo mensagens anti-Máfia na varanda. Segundo Leoluca Orlando, prefeito de Palermo, que ocupou o cargo cinco vezes desde 1985 e é famoso pelo combate à Máfia, o assassinato de Falcone foi um “divisor de águas” para a cidade, porque uniu os habitantes em uma “revolta popular”.

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Depois de vencer uma segunda eleição em 1993, Orlando limitou a influência da Máfia com novas leis, revogando contratos públicos concedidos a empresas ligadas à organização. Também aumentou o financiamento para a cultura, incluindo projetos como transformar a Igreja de Santa Maria dello Spasimo, que estava destruída, em um centro de artes e reabrir o Teatro Massimo, a ópera de Palermo, depois de uma reforma de 23 anos durante a qual a Máfia desviou fundos públicos. “Se tem autoestima, você não é só contra a Máfia - você se opõe diametralmente à Máfia”, disse Orlando.

Embora os mafiosos de Palermo tenham abandonado há muito tempo a tática de matar figuras públicas do alto escalão, a Máfia continua sendo uma ameaça, de acordo com Lorena di Galante, diretora do Centro de Investigação Anti-Máfia da Itália: “A estrutura tradicional do clã da Máfia siciliana permanece intacta e ainda pratica extorsão, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, infiltração de administrações públicas e imobiliárias.”

Os moradores de Palermo foram às ruas, formando uma grande multidão para a cerimônia de homenagem. As instalações de arte também atraíram transeuntes interessados. Na Igreja de San Domenico, onde crianças deixaram flores e mensagens pessoais no túmulo de Falcone, os visitantes pararam para olhar os cães, alguns discutindo o significado da obra.

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Davide Formisano, de 32 anos, que trabalha na igreja, observou que a instalação de Vitali gerou opiniões contrastantes: “Muitos gostam do trabalho, alguns são contra, outros ficaram irritados, alguns ficaram surpresos. Teve até quem dissesse que é heresia. Mas é ótimo que se esteja debatendo a arte e conversando sobre a Máfia. Afinal, foi por isso que Giovanni Falcone lutou.”

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

PALERMO, SICÍLIA - Até recentemente, esta cidade era famosa como uma das capitais mundiais do crime organizado. Os mafiosos em guerra mataram rivais nas ruas e construíram prédios de apartamentos feios com dinheiro público, enquanto grande parte do centro histórico foi deixado às moscas.

Desde então, as autoridades de Palermo conseguiram reprimir a Máfia, e a cidade, capital da Sicília, parece um lugar diferente. Os pôsteres anti-Máfia são uma visão comum na fachada dos prédios, e as ruas agora estão cheias de turistas. Mas a transformação de Palermo é frágil, e muitos temem que a Máfia possa tentar um retorno.

Detalhe da instalação criada por Velasco Vitali, 'Pack', que retrata mais de 50 cães, em tamanho natural, feitos de metal enferrujado, concreto esfarelado e papel manchado, em exibição na Igreja de San Domenico, em Palermo. Foto: Gianni Cipriano/The New York Times

Um ponto-chave na recuperação de Palermo foi o assassinato de Giovanni Falcone, juiz que foi pioneiro em novos métodos para combater a influência da Máfia e abriu o caminho para a restauração da lei e da ordem. A organização criminosa se vingou em 1992, matando Falcone em um ataque que horrorizou os moradores e os uniu contra ela.

Para marcar o 30º aniversário do assassinato de Falcone, Palermo apresentou uma série de instalações de arte, que recorda os anos sombrios da cidade e incentiva os moradores a resistir à influência do crime organizado.

As obras fazem parte de um programa de arte pública chamado Spazi Capaci, e foram inauguradas no dia em que Palermo também recebeu uma cerimônia em homenagem a Falcone, com a participação de dezenas de dignitários, incluindo o presidente Sergio Mattarella, da Itália. Mas a iniciativa de arte estava longe de ser uma simples exposição. Em vez disso, vários trabalhos geraram debate acalorado.

O projeto Spazi Capaci foi organizado pela Fundação Falcone, organização anti-Máfia financiada pelo Ministério da Educação da Itália e por doadores particulares. “Sempre soubemos que a cultura é uma das melhores armas contra a Máfia. Só a repressão não é suficiente. Também precisamos de trabalho social e cultural para isso”, disse Maria Falcone, irmã do juiz assassinado e presidente da Fundação Falcone.

Uma das obras de arte públicas, a Árvore de Todo Mundo, de Gregor Prugger - abeto alto, caído, com estatuetas de madeira de vítimas da Máfia enxertadas em seus galhos nus - impressiona na igreja sem telhado de Santa Maria dello Spasimo. No outro extremo do prédio, fica o Triunfo da Memória, de Peter Demetz, que consiste em um painel de madeira esculpido representando Falcone e Paolo Borsellino, outro magistrado que foi morto pela Máfia. A escultura é enquadrada por um suporte de metal enferrujado e montada em frente a um painel LED branco. “Eu queria representar Falcone e Borsellino olhando para um futuro mais brilhante e frágil. A obra nos lembra de que precisamos ser fortes, porque a fragilidade é o alimento da Máfia”, comentou Demetz.

Do outro lado da cidade, na Igreja de San Domenico, onde fica a tumba de Falcone, a coleção escultural de Velasco Vitali com mais de 50 cães em tamanho real - feitas de metal enferrujado, concreto e papel manchado - estava empilhada perto da entrada. Intitulada Matilha, a obra itinerante foi exposta em vários locais ao redor de Palermo no ano passado, antes de ser transferida para a igreja. “Assim que o trabalho cruza o limiar da igreja, o significado muda. O contraste entre o sublime e o profano evoca a natureza feia da humanidade, sua capacidade de reduzir a vida a escombros”, afirmou Vitali antes que o trabalho fosse instalado.

A 'Árvore de Todo Mundo', instalação de Gregor Prugger.  Foto: Gianni Cipriano/The New York Times

Falcone ajudou a libertar Palermo da Máfia, colaborando com traidores, investigando contas bancárias e compartilhando informações através das fronteiras. Suas descobertas culminaram em um julgamento épico que resultou em mais de 300 veredictos de culpa em 1987.

Quando os mafiosos mataram o juiz por vingança, Palermo ficou horrorizada. Houve grandes protestos em toda a cidade, e muitos moradores penduravam folhas brancas exibindo mensagens anti-Máfia na varanda. Segundo Leoluca Orlando, prefeito de Palermo, que ocupou o cargo cinco vezes desde 1985 e é famoso pelo combate à Máfia, o assassinato de Falcone foi um “divisor de águas” para a cidade, porque uniu os habitantes em uma “revolta popular”.

Depois de vencer uma segunda eleição em 1993, Orlando limitou a influência da Máfia com novas leis, revogando contratos públicos concedidos a empresas ligadas à organização. Também aumentou o financiamento para a cultura, incluindo projetos como transformar a Igreja de Santa Maria dello Spasimo, que estava destruída, em um centro de artes e reabrir o Teatro Massimo, a ópera de Palermo, depois de uma reforma de 23 anos durante a qual a Máfia desviou fundos públicos. “Se tem autoestima, você não é só contra a Máfia - você se opõe diametralmente à Máfia”, disse Orlando.

Embora os mafiosos de Palermo tenham abandonado há muito tempo a tática de matar figuras públicas do alto escalão, a Máfia continua sendo uma ameaça, de acordo com Lorena di Galante, diretora do Centro de Investigação Anti-Máfia da Itália: “A estrutura tradicional do clã da Máfia siciliana permanece intacta e ainda pratica extorsão, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, infiltração de administrações públicas e imobiliárias.”

Os moradores de Palermo foram às ruas, formando uma grande multidão para a cerimônia de homenagem. As instalações de arte também atraíram transeuntes interessados. Na Igreja de San Domenico, onde crianças deixaram flores e mensagens pessoais no túmulo de Falcone, os visitantes pararam para olhar os cães, alguns discutindo o significado da obra.

Davide Formisano, de 32 anos, que trabalha na igreja, observou que a instalação de Vitali gerou opiniões contrastantes: “Muitos gostam do trabalho, alguns são contra, outros ficaram irritados, alguns ficaram surpresos. Teve até quem dissesse que é heresia. Mas é ótimo que se esteja debatendo a arte e conversando sobre a Máfia. Afinal, foi por isso que Giovanni Falcone lutou.”

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

PALERMO, SICÍLIA - Até recentemente, esta cidade era famosa como uma das capitais mundiais do crime organizado. Os mafiosos em guerra mataram rivais nas ruas e construíram prédios de apartamentos feios com dinheiro público, enquanto grande parte do centro histórico foi deixado às moscas.

Desde então, as autoridades de Palermo conseguiram reprimir a Máfia, e a cidade, capital da Sicília, parece um lugar diferente. Os pôsteres anti-Máfia são uma visão comum na fachada dos prédios, e as ruas agora estão cheias de turistas. Mas a transformação de Palermo é frágil, e muitos temem que a Máfia possa tentar um retorno.

Detalhe da instalação criada por Velasco Vitali, 'Pack', que retrata mais de 50 cães, em tamanho natural, feitos de metal enferrujado, concreto esfarelado e papel manchado, em exibição na Igreja de San Domenico, em Palermo. Foto: Gianni Cipriano/The New York Times

Um ponto-chave na recuperação de Palermo foi o assassinato de Giovanni Falcone, juiz que foi pioneiro em novos métodos para combater a influência da Máfia e abriu o caminho para a restauração da lei e da ordem. A organização criminosa se vingou em 1992, matando Falcone em um ataque que horrorizou os moradores e os uniu contra ela.

Para marcar o 30º aniversário do assassinato de Falcone, Palermo apresentou uma série de instalações de arte, que recorda os anos sombrios da cidade e incentiva os moradores a resistir à influência do crime organizado.

As obras fazem parte de um programa de arte pública chamado Spazi Capaci, e foram inauguradas no dia em que Palermo também recebeu uma cerimônia em homenagem a Falcone, com a participação de dezenas de dignitários, incluindo o presidente Sergio Mattarella, da Itália. Mas a iniciativa de arte estava longe de ser uma simples exposição. Em vez disso, vários trabalhos geraram debate acalorado.

O projeto Spazi Capaci foi organizado pela Fundação Falcone, organização anti-Máfia financiada pelo Ministério da Educação da Itália e por doadores particulares. “Sempre soubemos que a cultura é uma das melhores armas contra a Máfia. Só a repressão não é suficiente. Também precisamos de trabalho social e cultural para isso”, disse Maria Falcone, irmã do juiz assassinado e presidente da Fundação Falcone.

Uma das obras de arte públicas, a Árvore de Todo Mundo, de Gregor Prugger - abeto alto, caído, com estatuetas de madeira de vítimas da Máfia enxertadas em seus galhos nus - impressiona na igreja sem telhado de Santa Maria dello Spasimo. No outro extremo do prédio, fica o Triunfo da Memória, de Peter Demetz, que consiste em um painel de madeira esculpido representando Falcone e Paolo Borsellino, outro magistrado que foi morto pela Máfia. A escultura é enquadrada por um suporte de metal enferrujado e montada em frente a um painel LED branco. “Eu queria representar Falcone e Borsellino olhando para um futuro mais brilhante e frágil. A obra nos lembra de que precisamos ser fortes, porque a fragilidade é o alimento da Máfia”, comentou Demetz.

Do outro lado da cidade, na Igreja de San Domenico, onde fica a tumba de Falcone, a coleção escultural de Velasco Vitali com mais de 50 cães em tamanho real - feitas de metal enferrujado, concreto e papel manchado - estava empilhada perto da entrada. Intitulada Matilha, a obra itinerante foi exposta em vários locais ao redor de Palermo no ano passado, antes de ser transferida para a igreja. “Assim que o trabalho cruza o limiar da igreja, o significado muda. O contraste entre o sublime e o profano evoca a natureza feia da humanidade, sua capacidade de reduzir a vida a escombros”, afirmou Vitali antes que o trabalho fosse instalado.

A 'Árvore de Todo Mundo', instalação de Gregor Prugger.  Foto: Gianni Cipriano/The New York Times

Falcone ajudou a libertar Palermo da Máfia, colaborando com traidores, investigando contas bancárias e compartilhando informações através das fronteiras. Suas descobertas culminaram em um julgamento épico que resultou em mais de 300 veredictos de culpa em 1987.

Quando os mafiosos mataram o juiz por vingança, Palermo ficou horrorizada. Houve grandes protestos em toda a cidade, e muitos moradores penduravam folhas brancas exibindo mensagens anti-Máfia na varanda. Segundo Leoluca Orlando, prefeito de Palermo, que ocupou o cargo cinco vezes desde 1985 e é famoso pelo combate à Máfia, o assassinato de Falcone foi um “divisor de águas” para a cidade, porque uniu os habitantes em uma “revolta popular”.

Depois de vencer uma segunda eleição em 1993, Orlando limitou a influência da Máfia com novas leis, revogando contratos públicos concedidos a empresas ligadas à organização. Também aumentou o financiamento para a cultura, incluindo projetos como transformar a Igreja de Santa Maria dello Spasimo, que estava destruída, em um centro de artes e reabrir o Teatro Massimo, a ópera de Palermo, depois de uma reforma de 23 anos durante a qual a Máfia desviou fundos públicos. “Se tem autoestima, você não é só contra a Máfia - você se opõe diametralmente à Máfia”, disse Orlando.

Embora os mafiosos de Palermo tenham abandonado há muito tempo a tática de matar figuras públicas do alto escalão, a Máfia continua sendo uma ameaça, de acordo com Lorena di Galante, diretora do Centro de Investigação Anti-Máfia da Itália: “A estrutura tradicional do clã da Máfia siciliana permanece intacta e ainda pratica extorsão, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, infiltração de administrações públicas e imobiliárias.”

Os moradores de Palermo foram às ruas, formando uma grande multidão para a cerimônia de homenagem. As instalações de arte também atraíram transeuntes interessados. Na Igreja de San Domenico, onde crianças deixaram flores e mensagens pessoais no túmulo de Falcone, os visitantes pararam para olhar os cães, alguns discutindo o significado da obra.

Davide Formisano, de 32 anos, que trabalha na igreja, observou que a instalação de Vitali gerou opiniões contrastantes: “Muitos gostam do trabalho, alguns são contra, outros ficaram irritados, alguns ficaram surpresos. Teve até quem dissesse que é heresia. Mas é ótimo que se esteja debatendo a arte e conversando sobre a Máfia. Afinal, foi por isso que Giovanni Falcone lutou.”

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