Alemanha toma prejuízo em ano sem grandes feiras de negócios


As feiras são essenciais para aqueles que não podem pagar uma força de vendas internacional e desempenham um papel importante na economia alemã

Por Jack Ewing

Os diretores de funerárias terão de esperar, como também os fabricantes de brinquedos, os envolvidos em eventos equestres e veganos. Todos esses grupos e muitos outros já haviam reservado seu lugar nas feiras de negócios na Alemanha nos últimos meses. Mas os eventos, uma oportunidade de as pessoas realizarem negócios, observarem a concorrência e se relacionarem com outras do mesmo setor de atividade, estão em crise.

O cancelamento em massa das feiras de negócios é um desastre para os hotéis, restaurantes, motoristas de táxi em todo o mundo, mas especialmente na Alemanha. O país abriga quatro das 10 maiores feiras de negócios do mundo. E elas têm um papel central na vida econômica alemã desde a Idade Média, quando mercadores se reuniam em cidades como Leipzig para negociar vinho, pele, grãos e conversar.

Parte do complexo de feiras comerciais em Frankfurt, Alemanha, que abrange 400 mil metros quadrados. Foto: Felix Schmitt/The New York Times
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A primeira feira de Hanover, em 1947, uma exposição de máquinas e equipamentos industriais foi vista como um momento decisivo para o renascimento econômico da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. A feira atraiu mais de 700 clientes potenciais de todo o mundo e ajudou a reconectar o país com a economia internacional. A pandemia forçou os organizadores a anular a feira de Hanover este ano como também dezenas de eventos menores como a VeggieWorld em Munique, a feira de brinquedos de Nuremberg e a Horse & Hunt em Hanover.

Num bom ano, esses eventos geram cerca de US$ 33 bilhões de receitas para os centros de convenção, hotéis, restaurantes, empresas aéreas e outros provedores de serviços no país, de acordo com o Ifo Institute de Munique. Essa receita praticamente evaporou e houve prejuízos adicionais impossíveis de quantificar: encomendas perdidas, as parcerias não realizadas, como também novas conexões.

“As feiras são uma vitrine”, disse Jan Lorch, diretor de vendas da Vaude, fabricante de roupas e trajes esportivos que é uma presença regular na feira de esportes ISPO em Munique e na Eurobike em Fridrieshafehn. Lorch disse que, além serem uma oportunidade de se conectar com varejistas, as feiras permitem conhecer novidades como o mais recente software para a cadeia logística. “Você encontra muitas pessoas num curto período de tempo e aprende coisas que, do contrário, não teria conhecimento”.

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As convenções são um motor subestimado do crescimento econômico em todo o mundo, responsáveis por 1,3 milhões de empregos. As feiras de negócios geraram US$ 137 bilhões em 2018, o mesmo que a General Motors, segundo a Global Association of the Exhibition Industry em Paris. Mas este ano as receitas caíram dois terços após o cancelamento de eventos como o Mobile World Congress (que atraiu mais de 100 mil visitantes em 2019) em Barcelona, ou o Salão do Automóvel em Detroit (que teve mais de 750 mil visitantes).

Algumas feiras passaram a ser realizadas on-line por causa da pandemia. Depois dos cancelamentos da feira da indústria funerária Leben und Tod (Vida e Morte) que se realiza normalmente em Freburg, os organizadores recorreram à Internet. Realizaram apresentações via streaming sobre temas como “Medo de Morrer”, “Preparação do féretro: que sapato usar para a viagem derradeira?”.

Espaços estão vazios em diversos locais normalmente usados para grandes convenções, como este em Erfurt, Alemanha. Foto: Felix Schmitt/The New York Times
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Mas os eventos virtuais não lotam hotéis ou restaurantes nem oferecem trabalho para os carpinteiros que constroem os elaborados estandes da companhia que custam o mesmo que uma casa. “Muitas firmas estão à beira da insolvência”, disse Jan Kalbfleisch, diretor executivo da FAMAB, organização que representa empresas que projetam vitrines, fornecedores de comida e outros provedores de serviços.

Os programas de ajuda do governo “ajudam se suas vendas caírem 30%, mas não se a queda for de 80%”. Há sinais de que mesmo depois de a vacina estar disponível a pandemia deixará cicatrizes permanentes no setor. A Motor Show de Genebra foi cancelada em março e os organizadores já anularam o evento do próximo ano.

O futuro da mostra, um dos principais eventos do setor automotivo, é incerto, em parte porque as montadoras começam a questionar se ela vale os enormes gastos feitos, que no caso das grandes montadoras chegam a milhões de dólares. A maior preocupação é que as empresas venham a descobrir que podem ganhar mesmo sem essas feiras. Como sabem muito bem os que participam desses eventos, eles implicam maratonas de reuniões rápidas, dormir pouco e passar muito tempo ingerindo bebida e comida ruins. “Há muita bebida. Você vive de café e paninis”, disse Kristof Magnusson, escritor que freqüenta regulamente a Feira do Livro de Frankfurt. “Depois do evento todo mundo adoece”.

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Segundo uma pesquisa do Ifo Institute quase a metade das empresas alemãs com pelo menos 500 funcionários pretende cortar os gastos com feiras de negócios e realizar mais reuniões on-line. Mas para Horst Penzkofer, economista do Instituto, elas continuam importantes para as pequenas empresas que não podem ter equipes de vendas internacionais. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

Os diretores de funerárias terão de esperar, como também os fabricantes de brinquedos, os envolvidos em eventos equestres e veganos. Todos esses grupos e muitos outros já haviam reservado seu lugar nas feiras de negócios na Alemanha nos últimos meses. Mas os eventos, uma oportunidade de as pessoas realizarem negócios, observarem a concorrência e se relacionarem com outras do mesmo setor de atividade, estão em crise.

O cancelamento em massa das feiras de negócios é um desastre para os hotéis, restaurantes, motoristas de táxi em todo o mundo, mas especialmente na Alemanha. O país abriga quatro das 10 maiores feiras de negócios do mundo. E elas têm um papel central na vida econômica alemã desde a Idade Média, quando mercadores se reuniam em cidades como Leipzig para negociar vinho, pele, grãos e conversar.

Parte do complexo de feiras comerciais em Frankfurt, Alemanha, que abrange 400 mil metros quadrados. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

A primeira feira de Hanover, em 1947, uma exposição de máquinas e equipamentos industriais foi vista como um momento decisivo para o renascimento econômico da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. A feira atraiu mais de 700 clientes potenciais de todo o mundo e ajudou a reconectar o país com a economia internacional. A pandemia forçou os organizadores a anular a feira de Hanover este ano como também dezenas de eventos menores como a VeggieWorld em Munique, a feira de brinquedos de Nuremberg e a Horse & Hunt em Hanover.

Num bom ano, esses eventos geram cerca de US$ 33 bilhões de receitas para os centros de convenção, hotéis, restaurantes, empresas aéreas e outros provedores de serviços no país, de acordo com o Ifo Institute de Munique. Essa receita praticamente evaporou e houve prejuízos adicionais impossíveis de quantificar: encomendas perdidas, as parcerias não realizadas, como também novas conexões.

“As feiras são uma vitrine”, disse Jan Lorch, diretor de vendas da Vaude, fabricante de roupas e trajes esportivos que é uma presença regular na feira de esportes ISPO em Munique e na Eurobike em Fridrieshafehn. Lorch disse que, além serem uma oportunidade de se conectar com varejistas, as feiras permitem conhecer novidades como o mais recente software para a cadeia logística. “Você encontra muitas pessoas num curto período de tempo e aprende coisas que, do contrário, não teria conhecimento”.

As convenções são um motor subestimado do crescimento econômico em todo o mundo, responsáveis por 1,3 milhões de empregos. As feiras de negócios geraram US$ 137 bilhões em 2018, o mesmo que a General Motors, segundo a Global Association of the Exhibition Industry em Paris. Mas este ano as receitas caíram dois terços após o cancelamento de eventos como o Mobile World Congress (que atraiu mais de 100 mil visitantes em 2019) em Barcelona, ou o Salão do Automóvel em Detroit (que teve mais de 750 mil visitantes).

Algumas feiras passaram a ser realizadas on-line por causa da pandemia. Depois dos cancelamentos da feira da indústria funerária Leben und Tod (Vida e Morte) que se realiza normalmente em Freburg, os organizadores recorreram à Internet. Realizaram apresentações via streaming sobre temas como “Medo de Morrer”, “Preparação do féretro: que sapato usar para a viagem derradeira?”.

Espaços estão vazios em diversos locais normalmente usados para grandes convenções, como este em Erfurt, Alemanha. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

Mas os eventos virtuais não lotam hotéis ou restaurantes nem oferecem trabalho para os carpinteiros que constroem os elaborados estandes da companhia que custam o mesmo que uma casa. “Muitas firmas estão à beira da insolvência”, disse Jan Kalbfleisch, diretor executivo da FAMAB, organização que representa empresas que projetam vitrines, fornecedores de comida e outros provedores de serviços.

Os programas de ajuda do governo “ajudam se suas vendas caírem 30%, mas não se a queda for de 80%”. Há sinais de que mesmo depois de a vacina estar disponível a pandemia deixará cicatrizes permanentes no setor. A Motor Show de Genebra foi cancelada em março e os organizadores já anularam o evento do próximo ano.

O futuro da mostra, um dos principais eventos do setor automotivo, é incerto, em parte porque as montadoras começam a questionar se ela vale os enormes gastos feitos, que no caso das grandes montadoras chegam a milhões de dólares. A maior preocupação é que as empresas venham a descobrir que podem ganhar mesmo sem essas feiras. Como sabem muito bem os que participam desses eventos, eles implicam maratonas de reuniões rápidas, dormir pouco e passar muito tempo ingerindo bebida e comida ruins. “Há muita bebida. Você vive de café e paninis”, disse Kristof Magnusson, escritor que freqüenta regulamente a Feira do Livro de Frankfurt. “Depois do evento todo mundo adoece”.

Segundo uma pesquisa do Ifo Institute quase a metade das empresas alemãs com pelo menos 500 funcionários pretende cortar os gastos com feiras de negócios e realizar mais reuniões on-line. Mas para Horst Penzkofer, economista do Instituto, elas continuam importantes para as pequenas empresas que não podem ter equipes de vendas internacionais. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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Os diretores de funerárias terão de esperar, como também os fabricantes de brinquedos, os envolvidos em eventos equestres e veganos. Todos esses grupos e muitos outros já haviam reservado seu lugar nas feiras de negócios na Alemanha nos últimos meses. Mas os eventos, uma oportunidade de as pessoas realizarem negócios, observarem a concorrência e se relacionarem com outras do mesmo setor de atividade, estão em crise.

O cancelamento em massa das feiras de negócios é um desastre para os hotéis, restaurantes, motoristas de táxi em todo o mundo, mas especialmente na Alemanha. O país abriga quatro das 10 maiores feiras de negócios do mundo. E elas têm um papel central na vida econômica alemã desde a Idade Média, quando mercadores se reuniam em cidades como Leipzig para negociar vinho, pele, grãos e conversar.

Parte do complexo de feiras comerciais em Frankfurt, Alemanha, que abrange 400 mil metros quadrados. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

A primeira feira de Hanover, em 1947, uma exposição de máquinas e equipamentos industriais foi vista como um momento decisivo para o renascimento econômico da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. A feira atraiu mais de 700 clientes potenciais de todo o mundo e ajudou a reconectar o país com a economia internacional. A pandemia forçou os organizadores a anular a feira de Hanover este ano como também dezenas de eventos menores como a VeggieWorld em Munique, a feira de brinquedos de Nuremberg e a Horse & Hunt em Hanover.

Num bom ano, esses eventos geram cerca de US$ 33 bilhões de receitas para os centros de convenção, hotéis, restaurantes, empresas aéreas e outros provedores de serviços no país, de acordo com o Ifo Institute de Munique. Essa receita praticamente evaporou e houve prejuízos adicionais impossíveis de quantificar: encomendas perdidas, as parcerias não realizadas, como também novas conexões.

“As feiras são uma vitrine”, disse Jan Lorch, diretor de vendas da Vaude, fabricante de roupas e trajes esportivos que é uma presença regular na feira de esportes ISPO em Munique e na Eurobike em Fridrieshafehn. Lorch disse que, além serem uma oportunidade de se conectar com varejistas, as feiras permitem conhecer novidades como o mais recente software para a cadeia logística. “Você encontra muitas pessoas num curto período de tempo e aprende coisas que, do contrário, não teria conhecimento”.

As convenções são um motor subestimado do crescimento econômico em todo o mundo, responsáveis por 1,3 milhões de empregos. As feiras de negócios geraram US$ 137 bilhões em 2018, o mesmo que a General Motors, segundo a Global Association of the Exhibition Industry em Paris. Mas este ano as receitas caíram dois terços após o cancelamento de eventos como o Mobile World Congress (que atraiu mais de 100 mil visitantes em 2019) em Barcelona, ou o Salão do Automóvel em Detroit (que teve mais de 750 mil visitantes).

Algumas feiras passaram a ser realizadas on-line por causa da pandemia. Depois dos cancelamentos da feira da indústria funerária Leben und Tod (Vida e Morte) que se realiza normalmente em Freburg, os organizadores recorreram à Internet. Realizaram apresentações via streaming sobre temas como “Medo de Morrer”, “Preparação do féretro: que sapato usar para a viagem derradeira?”.

Espaços estão vazios em diversos locais normalmente usados para grandes convenções, como este em Erfurt, Alemanha. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

Mas os eventos virtuais não lotam hotéis ou restaurantes nem oferecem trabalho para os carpinteiros que constroem os elaborados estandes da companhia que custam o mesmo que uma casa. “Muitas firmas estão à beira da insolvência”, disse Jan Kalbfleisch, diretor executivo da FAMAB, organização que representa empresas que projetam vitrines, fornecedores de comida e outros provedores de serviços.

Os programas de ajuda do governo “ajudam se suas vendas caírem 30%, mas não se a queda for de 80%”. Há sinais de que mesmo depois de a vacina estar disponível a pandemia deixará cicatrizes permanentes no setor. A Motor Show de Genebra foi cancelada em março e os organizadores já anularam o evento do próximo ano.

O futuro da mostra, um dos principais eventos do setor automotivo, é incerto, em parte porque as montadoras começam a questionar se ela vale os enormes gastos feitos, que no caso das grandes montadoras chegam a milhões de dólares. A maior preocupação é que as empresas venham a descobrir que podem ganhar mesmo sem essas feiras. Como sabem muito bem os que participam desses eventos, eles implicam maratonas de reuniões rápidas, dormir pouco e passar muito tempo ingerindo bebida e comida ruins. “Há muita bebida. Você vive de café e paninis”, disse Kristof Magnusson, escritor que freqüenta regulamente a Feira do Livro de Frankfurt. “Depois do evento todo mundo adoece”.

Segundo uma pesquisa do Ifo Institute quase a metade das empresas alemãs com pelo menos 500 funcionários pretende cortar os gastos com feiras de negócios e realizar mais reuniões on-line. Mas para Horst Penzkofer, economista do Instituto, elas continuam importantes para as pequenas empresas que não podem ter equipes de vendas internacionais. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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Os diretores de funerárias terão de esperar, como também os fabricantes de brinquedos, os envolvidos em eventos equestres e veganos. Todos esses grupos e muitos outros já haviam reservado seu lugar nas feiras de negócios na Alemanha nos últimos meses. Mas os eventos, uma oportunidade de as pessoas realizarem negócios, observarem a concorrência e se relacionarem com outras do mesmo setor de atividade, estão em crise.

O cancelamento em massa das feiras de negócios é um desastre para os hotéis, restaurantes, motoristas de táxi em todo o mundo, mas especialmente na Alemanha. O país abriga quatro das 10 maiores feiras de negócios do mundo. E elas têm um papel central na vida econômica alemã desde a Idade Média, quando mercadores se reuniam em cidades como Leipzig para negociar vinho, pele, grãos e conversar.

Parte do complexo de feiras comerciais em Frankfurt, Alemanha, que abrange 400 mil metros quadrados. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

A primeira feira de Hanover, em 1947, uma exposição de máquinas e equipamentos industriais foi vista como um momento decisivo para o renascimento econômico da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. A feira atraiu mais de 700 clientes potenciais de todo o mundo e ajudou a reconectar o país com a economia internacional. A pandemia forçou os organizadores a anular a feira de Hanover este ano como também dezenas de eventos menores como a VeggieWorld em Munique, a feira de brinquedos de Nuremberg e a Horse & Hunt em Hanover.

Num bom ano, esses eventos geram cerca de US$ 33 bilhões de receitas para os centros de convenção, hotéis, restaurantes, empresas aéreas e outros provedores de serviços no país, de acordo com o Ifo Institute de Munique. Essa receita praticamente evaporou e houve prejuízos adicionais impossíveis de quantificar: encomendas perdidas, as parcerias não realizadas, como também novas conexões.

“As feiras são uma vitrine”, disse Jan Lorch, diretor de vendas da Vaude, fabricante de roupas e trajes esportivos que é uma presença regular na feira de esportes ISPO em Munique e na Eurobike em Fridrieshafehn. Lorch disse que, além serem uma oportunidade de se conectar com varejistas, as feiras permitem conhecer novidades como o mais recente software para a cadeia logística. “Você encontra muitas pessoas num curto período de tempo e aprende coisas que, do contrário, não teria conhecimento”.

As convenções são um motor subestimado do crescimento econômico em todo o mundo, responsáveis por 1,3 milhões de empregos. As feiras de negócios geraram US$ 137 bilhões em 2018, o mesmo que a General Motors, segundo a Global Association of the Exhibition Industry em Paris. Mas este ano as receitas caíram dois terços após o cancelamento de eventos como o Mobile World Congress (que atraiu mais de 100 mil visitantes em 2019) em Barcelona, ou o Salão do Automóvel em Detroit (que teve mais de 750 mil visitantes).

Algumas feiras passaram a ser realizadas on-line por causa da pandemia. Depois dos cancelamentos da feira da indústria funerária Leben und Tod (Vida e Morte) que se realiza normalmente em Freburg, os organizadores recorreram à Internet. Realizaram apresentações via streaming sobre temas como “Medo de Morrer”, “Preparação do féretro: que sapato usar para a viagem derradeira?”.

Espaços estão vazios em diversos locais normalmente usados para grandes convenções, como este em Erfurt, Alemanha. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

Mas os eventos virtuais não lotam hotéis ou restaurantes nem oferecem trabalho para os carpinteiros que constroem os elaborados estandes da companhia que custam o mesmo que uma casa. “Muitas firmas estão à beira da insolvência”, disse Jan Kalbfleisch, diretor executivo da FAMAB, organização que representa empresas que projetam vitrines, fornecedores de comida e outros provedores de serviços.

Os programas de ajuda do governo “ajudam se suas vendas caírem 30%, mas não se a queda for de 80%”. Há sinais de que mesmo depois de a vacina estar disponível a pandemia deixará cicatrizes permanentes no setor. A Motor Show de Genebra foi cancelada em março e os organizadores já anularam o evento do próximo ano.

O futuro da mostra, um dos principais eventos do setor automotivo, é incerto, em parte porque as montadoras começam a questionar se ela vale os enormes gastos feitos, que no caso das grandes montadoras chegam a milhões de dólares. A maior preocupação é que as empresas venham a descobrir que podem ganhar mesmo sem essas feiras. Como sabem muito bem os que participam desses eventos, eles implicam maratonas de reuniões rápidas, dormir pouco e passar muito tempo ingerindo bebida e comida ruins. “Há muita bebida. Você vive de café e paninis”, disse Kristof Magnusson, escritor que freqüenta regulamente a Feira do Livro de Frankfurt. “Depois do evento todo mundo adoece”.

Segundo uma pesquisa do Ifo Institute quase a metade das empresas alemãs com pelo menos 500 funcionários pretende cortar os gastos com feiras de negócios e realizar mais reuniões on-line. Mas para Horst Penzkofer, economista do Instituto, elas continuam importantes para as pequenas empresas que não podem ter equipes de vendas internacionais. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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Os diretores de funerárias terão de esperar, como também os fabricantes de brinquedos, os envolvidos em eventos equestres e veganos. Todos esses grupos e muitos outros já haviam reservado seu lugar nas feiras de negócios na Alemanha nos últimos meses. Mas os eventos, uma oportunidade de as pessoas realizarem negócios, observarem a concorrência e se relacionarem com outras do mesmo setor de atividade, estão em crise.

O cancelamento em massa das feiras de negócios é um desastre para os hotéis, restaurantes, motoristas de táxi em todo o mundo, mas especialmente na Alemanha. O país abriga quatro das 10 maiores feiras de negócios do mundo. E elas têm um papel central na vida econômica alemã desde a Idade Média, quando mercadores se reuniam em cidades como Leipzig para negociar vinho, pele, grãos e conversar.

Parte do complexo de feiras comerciais em Frankfurt, Alemanha, que abrange 400 mil metros quadrados. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

A primeira feira de Hanover, em 1947, uma exposição de máquinas e equipamentos industriais foi vista como um momento decisivo para o renascimento econômico da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. A feira atraiu mais de 700 clientes potenciais de todo o mundo e ajudou a reconectar o país com a economia internacional. A pandemia forçou os organizadores a anular a feira de Hanover este ano como também dezenas de eventos menores como a VeggieWorld em Munique, a feira de brinquedos de Nuremberg e a Horse & Hunt em Hanover.

Num bom ano, esses eventos geram cerca de US$ 33 bilhões de receitas para os centros de convenção, hotéis, restaurantes, empresas aéreas e outros provedores de serviços no país, de acordo com o Ifo Institute de Munique. Essa receita praticamente evaporou e houve prejuízos adicionais impossíveis de quantificar: encomendas perdidas, as parcerias não realizadas, como também novas conexões.

“As feiras são uma vitrine”, disse Jan Lorch, diretor de vendas da Vaude, fabricante de roupas e trajes esportivos que é uma presença regular na feira de esportes ISPO em Munique e na Eurobike em Fridrieshafehn. Lorch disse que, além serem uma oportunidade de se conectar com varejistas, as feiras permitem conhecer novidades como o mais recente software para a cadeia logística. “Você encontra muitas pessoas num curto período de tempo e aprende coisas que, do contrário, não teria conhecimento”.

As convenções são um motor subestimado do crescimento econômico em todo o mundo, responsáveis por 1,3 milhões de empregos. As feiras de negócios geraram US$ 137 bilhões em 2018, o mesmo que a General Motors, segundo a Global Association of the Exhibition Industry em Paris. Mas este ano as receitas caíram dois terços após o cancelamento de eventos como o Mobile World Congress (que atraiu mais de 100 mil visitantes em 2019) em Barcelona, ou o Salão do Automóvel em Detroit (que teve mais de 750 mil visitantes).

Algumas feiras passaram a ser realizadas on-line por causa da pandemia. Depois dos cancelamentos da feira da indústria funerária Leben und Tod (Vida e Morte) que se realiza normalmente em Freburg, os organizadores recorreram à Internet. Realizaram apresentações via streaming sobre temas como “Medo de Morrer”, “Preparação do féretro: que sapato usar para a viagem derradeira?”.

Espaços estão vazios em diversos locais normalmente usados para grandes convenções, como este em Erfurt, Alemanha. Foto: Felix Schmitt/The New York Times

Mas os eventos virtuais não lotam hotéis ou restaurantes nem oferecem trabalho para os carpinteiros que constroem os elaborados estandes da companhia que custam o mesmo que uma casa. “Muitas firmas estão à beira da insolvência”, disse Jan Kalbfleisch, diretor executivo da FAMAB, organização que representa empresas que projetam vitrines, fornecedores de comida e outros provedores de serviços.

Os programas de ajuda do governo “ajudam se suas vendas caírem 30%, mas não se a queda for de 80%”. Há sinais de que mesmo depois de a vacina estar disponível a pandemia deixará cicatrizes permanentes no setor. A Motor Show de Genebra foi cancelada em março e os organizadores já anularam o evento do próximo ano.

O futuro da mostra, um dos principais eventos do setor automotivo, é incerto, em parte porque as montadoras começam a questionar se ela vale os enormes gastos feitos, que no caso das grandes montadoras chegam a milhões de dólares. A maior preocupação é que as empresas venham a descobrir que podem ganhar mesmo sem essas feiras. Como sabem muito bem os que participam desses eventos, eles implicam maratonas de reuniões rápidas, dormir pouco e passar muito tempo ingerindo bebida e comida ruins. “Há muita bebida. Você vive de café e paninis”, disse Kristof Magnusson, escritor que freqüenta regulamente a Feira do Livro de Frankfurt. “Depois do evento todo mundo adoece”.

Segundo uma pesquisa do Ifo Institute quase a metade das empresas alemãs com pelo menos 500 funcionários pretende cortar os gastos com feiras de negócios e realizar mais reuniões on-line. Mas para Horst Penzkofer, economista do Instituto, elas continuam importantes para as pequenas empresas que não podem ter equipes de vendas internacionais. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

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