O futuro é grande. Então Courtney Barnett ainda canta sobre pequenas coisas


O terceiro álbum desta musicista australiana, "Things Take Time, Take Time", tem uma separação, terapia e pandemia, assim como morte e outras certezas

Por Brodie Lancaster
Atualização:

MELBOURNE, Austrália - Courtney Barnett tem passado muito tempo pensando sobre o futuro.

A compositora australiana indicada ao Grammy construiu uma reputação e um público transformando as minúcias de sua vida cotidiana em canções extensas e inteligentes. O título de seu terceiro álbum, "Things Take Time, Take Time", é tanto um lembrete quanto uma nova maneira de pensar para Barnett, 33. O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras.

Barnett parece tanto o entregador quanto o destinatário de seu gentil estímulo. Uma oradora contemplativa e sem pressa, ela projeta um ar de calma, mas escreve canções que traem sua turbulência interior, como o metafórico pato remando loucamente sob a superfície lisa do lago. Em 2014, ela começou a atrair mais atenção internacional, impulsionada por uma performance no “The Tonight Show”, onde tocou “Avant Gardener”, uma música que narra um dia mundano incendiado por um ataque de asma que a leva para uma ambulância.

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O terceiro álbum desta musicista australiana, "Things Take Time, Take Time", tem uma separação, terapia e pandemia, assim como morte e outras certezas Foto: McCausland/The New York Times

Em uma entrevista em setembro, ela descreveu como recentemente abriu sua cópia de  “Comfortable With Uncertainty", da professora budista Pema Chodron, em um capítulo intitulado "Comece onde você está (de novo e de novo)" e ficou impressionada com a mensagem: "Assim : 'Comece, comece aqui e agora' - por exemplo, não se concentre tanto no futuro ”, ela disse. “Tenho pensado nisso nos últimos anos. Há algo realmente pacífico em ser capaz de apenas pensar, ‘OK, vou apenas fazer aquilo - agora, por agora - que quero fazer, em vez de projetá-lo em um futuro impossível.”

Barnett estava conversando em um parque perto de sua casa em Melbourne. Era o 221º dia da cidade sob um estrito lockdown devido à COVID-19, e entrevistas em locais fechados estavam fora de questão, então ela pegou um fraco café com leite de soja e encontrou um lugar ao sol. Crianças que ficaram presas dentro de casa por meses disputavam atenção; uma mulher próxima fofocava com uma amiga vestindo uma camiseta que dizia “Treinador de Empatia”.

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As observações sobre como as pessoas interagem quando pensam que ninguém está vendo são recorrentes nas canções de Barnett. “Rae Street”, onde ela morou quando escreveu a música que abre seu novo álbum, está repleta delas. Seu apartamento ali lhe proporcionou solidão depois de anos alternando entre vans de turismo e morando com sua ex-companheira, Jen Cloher.

Durante uma breve pausa nos lockdowns no ano passado, a luta de Barnett para entender o que ela chamou de "os elementos desconhecidos de um futuro desconhecido" culminou em um ataque de pânico noturno.

“Eu fui para o pronto-socorro às 4 da manhã e fiquei com muita vergonha de entrar”, ela escreveu em um e-mail após nossa entrevista, “e então percebi que estava meio histérica e o sol estava nascendo. Isso realmente me impactou por um tempo.”

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Sobrecarregada e superestimulada, no dia seguinte ela deu dois passos significativos: Ela começou fazer terapia e decidiu começar a assistir “Família Soprano” pela primeira vez - sem saber que a cena de abertura mostra Tony Soprano em terapia após um ataque de pânico.

Barnett, como aquele amado chefe do crime de Jersey, tende a guardar as coisas para si. Enquanto ela estava promovendo seu álbum de 2018, "Tell Me How You Really Feel", os entrevistadores costumavam considerar o título como um convite, e Barnett tornou-se hábil em contornar suas demandas por uma introspecção profunda.

Grande parte desse tempo foi capturada pelo cineasta Danny Cohen, cuja câmera rodou de março de 2018 a fevereiro de 2021, enquanto Barnett experienciava a vida muitas vezes mundana, às vezes espetacular, de uma musicista em atividade: ela fez uma turnê internacional com sua banda; mudou suas guitarras, roupas e cadernos para diferentes sublocações em Melbourne (passando um breve período dormindo no mezanino do armazém onde a Milk! Records, a gravadora que ela fundou, opera); e se tornou a primeira artista solo feminina a ganhar o prêmio de melhor álbum de rock na premiação da Australian Recording Industry Association (ARIA). O resultado das filmagens foi um documentário chamado “Anonymous Club”, exibido no Sydney Film Festival este mês.

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Ciente de sua relutância em se abrir quando solicitada, Cohen deu a Barnett um gravador e pediu que ela falasse quando tivesse algo a dizer, para expulsar os "pensamentos que você  guarda apenas para sua cabeça e não diz em voz alta" ele disse em uma entrevista. Ela acabou gravando cerca de 20 horas de áudio.

Em alguns clipes, Barnett remexe nas sementes de novas ideias para músicas. Ela confessa logo no início que a conversa que esperava ter sobre seu segundo álbum - centrada “em torno de fragilidade, depressão e saúde mental” - foi “posta de lado porque eu estava com muito medo de falar sobre qualquer coisa real ou pesada.”

O filme preenche a lacuna entre a Barnett que se sentia sobrecarregada pelos rigores da turnê e aquela que está emergindo do mais longo lockdown do mundo com um álbum que é totalmente mais esperançoso. “Things Take Time” é um estudo das certezas simples da vida e da grande coisa que vem depois dela. Mas nas mãos de Barnett, a morte não é algo a temer - apenas outra coisa para se refletir de vez em quando, não maior ou mais importante do que o amor ou a natureza ou a parentalidade ou a fé.

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O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras Foto: McCausland/The New York Times

Antes da pandemia, incêndios florestais catastróficos atingiram partes da Austrália. Sentindo que havia pouco para se ter esperança, "Eu escrevi 'Escreva uma lista de coisas pelas quais ansiar' então", disse Barnett sobre a faixa alegre e animada do novo álbum que tipifica sua "técnica de sobrevivência": ser "irritantemente otimista” diante de uma crise de extinção generalizada e da morte de sua avó e de um tio.

Ela acrescentou: “E então veio a COVID no ano seguinte. É como, bem, essa música é tão apropriada.” Ela tentou uma risada. “Parece um pouco mórbido”, ela explicou, mas o LP é sobre “como olhar para a vida e a morte de uma forma aberta, não assustadora. Grande parte do álbum parece assim para mim: um estudo estranhamente otimista da morte.”

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Quando um amigo sugeriu pela primeira vez que Barnett escrevesse uma lista de coisas pelas quais ansiar durante aquele verão triste e assustador, ela pensou em Joshua Tree, na Califórnia, onde escreveu várias canções que aparecem em seu novo álbum. Logo depois de nossa entrevista, ela voltou ao deserto e sentiu que os últimos anos formaram um círculo completo.

Perguntei a ela, por e-mail, como seria a lista se ela a escrevesse agora. Ela respondeu: “Acabei de escrever uma esta semana. 1. Amanhecer e café amanhã. 2. Fazer 34. 3. Tocando o novo álbum. 4. Natal em família 2022. 5. Ter um cachorro um dia.”

“Talvez a vida seja menos linear e mais uma celebração de pequenos momentos”, ela escreveu. “Não sei, isso provavelmente parece tão ingênuo.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

MELBOURNE, Austrália - Courtney Barnett tem passado muito tempo pensando sobre o futuro.

A compositora australiana indicada ao Grammy construiu uma reputação e um público transformando as minúcias de sua vida cotidiana em canções extensas e inteligentes. O título de seu terceiro álbum, "Things Take Time, Take Time", é tanto um lembrete quanto uma nova maneira de pensar para Barnett, 33. O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras.

Barnett parece tanto o entregador quanto o destinatário de seu gentil estímulo. Uma oradora contemplativa e sem pressa, ela projeta um ar de calma, mas escreve canções que traem sua turbulência interior, como o metafórico pato remando loucamente sob a superfície lisa do lago. Em 2014, ela começou a atrair mais atenção internacional, impulsionada por uma performance no “The Tonight Show”, onde tocou “Avant Gardener”, uma música que narra um dia mundano incendiado por um ataque de asma que a leva para uma ambulância.

O terceiro álbum desta musicista australiana, "Things Take Time, Take Time", tem uma separação, terapia e pandemia, assim como morte e outras certezas Foto: McCausland/The New York Times

Em uma entrevista em setembro, ela descreveu como recentemente abriu sua cópia de  “Comfortable With Uncertainty", da professora budista Pema Chodron, em um capítulo intitulado "Comece onde você está (de novo e de novo)" e ficou impressionada com a mensagem: "Assim : 'Comece, comece aqui e agora' - por exemplo, não se concentre tanto no futuro ”, ela disse. “Tenho pensado nisso nos últimos anos. Há algo realmente pacífico em ser capaz de apenas pensar, ‘OK, vou apenas fazer aquilo - agora, por agora - que quero fazer, em vez de projetá-lo em um futuro impossível.”

Barnett estava conversando em um parque perto de sua casa em Melbourne. Era o 221º dia da cidade sob um estrito lockdown devido à COVID-19, e entrevistas em locais fechados estavam fora de questão, então ela pegou um fraco café com leite de soja e encontrou um lugar ao sol. Crianças que ficaram presas dentro de casa por meses disputavam atenção; uma mulher próxima fofocava com uma amiga vestindo uma camiseta que dizia “Treinador de Empatia”.

As observações sobre como as pessoas interagem quando pensam que ninguém está vendo são recorrentes nas canções de Barnett. “Rae Street”, onde ela morou quando escreveu a música que abre seu novo álbum, está repleta delas. Seu apartamento ali lhe proporcionou solidão depois de anos alternando entre vans de turismo e morando com sua ex-companheira, Jen Cloher.

Durante uma breve pausa nos lockdowns no ano passado, a luta de Barnett para entender o que ela chamou de "os elementos desconhecidos de um futuro desconhecido" culminou em um ataque de pânico noturno.

“Eu fui para o pronto-socorro às 4 da manhã e fiquei com muita vergonha de entrar”, ela escreveu em um e-mail após nossa entrevista, “e então percebi que estava meio histérica e o sol estava nascendo. Isso realmente me impactou por um tempo.”

Sobrecarregada e superestimulada, no dia seguinte ela deu dois passos significativos: Ela começou fazer terapia e decidiu começar a assistir “Família Soprano” pela primeira vez - sem saber que a cena de abertura mostra Tony Soprano em terapia após um ataque de pânico.

Barnett, como aquele amado chefe do crime de Jersey, tende a guardar as coisas para si. Enquanto ela estava promovendo seu álbum de 2018, "Tell Me How You Really Feel", os entrevistadores costumavam considerar o título como um convite, e Barnett tornou-se hábil em contornar suas demandas por uma introspecção profunda.

Grande parte desse tempo foi capturada pelo cineasta Danny Cohen, cuja câmera rodou de março de 2018 a fevereiro de 2021, enquanto Barnett experienciava a vida muitas vezes mundana, às vezes espetacular, de uma musicista em atividade: ela fez uma turnê internacional com sua banda; mudou suas guitarras, roupas e cadernos para diferentes sublocações em Melbourne (passando um breve período dormindo no mezanino do armazém onde a Milk! Records, a gravadora que ela fundou, opera); e se tornou a primeira artista solo feminina a ganhar o prêmio de melhor álbum de rock na premiação da Australian Recording Industry Association (ARIA). O resultado das filmagens foi um documentário chamado “Anonymous Club”, exibido no Sydney Film Festival este mês.

Ciente de sua relutância em se abrir quando solicitada, Cohen deu a Barnett um gravador e pediu que ela falasse quando tivesse algo a dizer, para expulsar os "pensamentos que você  guarda apenas para sua cabeça e não diz em voz alta" ele disse em uma entrevista. Ela acabou gravando cerca de 20 horas de áudio.

Em alguns clipes, Barnett remexe nas sementes de novas ideias para músicas. Ela confessa logo no início que a conversa que esperava ter sobre seu segundo álbum - centrada “em torno de fragilidade, depressão e saúde mental” - foi “posta de lado porque eu estava com muito medo de falar sobre qualquer coisa real ou pesada.”

O filme preenche a lacuna entre a Barnett que se sentia sobrecarregada pelos rigores da turnê e aquela que está emergindo do mais longo lockdown do mundo com um álbum que é totalmente mais esperançoso. “Things Take Time” é um estudo das certezas simples da vida e da grande coisa que vem depois dela. Mas nas mãos de Barnett, a morte não é algo a temer - apenas outra coisa para se refletir de vez em quando, não maior ou mais importante do que o amor ou a natureza ou a parentalidade ou a fé.

O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras Foto: McCausland/The New York Times

Antes da pandemia, incêndios florestais catastróficos atingiram partes da Austrália. Sentindo que havia pouco para se ter esperança, "Eu escrevi 'Escreva uma lista de coisas pelas quais ansiar' então", disse Barnett sobre a faixa alegre e animada do novo álbum que tipifica sua "técnica de sobrevivência": ser "irritantemente otimista” diante de uma crise de extinção generalizada e da morte de sua avó e de um tio.

Ela acrescentou: “E então veio a COVID no ano seguinte. É como, bem, essa música é tão apropriada.” Ela tentou uma risada. “Parece um pouco mórbido”, ela explicou, mas o LP é sobre “como olhar para a vida e a morte de uma forma aberta, não assustadora. Grande parte do álbum parece assim para mim: um estudo estranhamente otimista da morte.”

Quando um amigo sugeriu pela primeira vez que Barnett escrevesse uma lista de coisas pelas quais ansiar durante aquele verão triste e assustador, ela pensou em Joshua Tree, na Califórnia, onde escreveu várias canções que aparecem em seu novo álbum. Logo depois de nossa entrevista, ela voltou ao deserto e sentiu que os últimos anos formaram um círculo completo.

Perguntei a ela, por e-mail, como seria a lista se ela a escrevesse agora. Ela respondeu: “Acabei de escrever uma esta semana. 1. Amanhecer e café amanhã. 2. Fazer 34. 3. Tocando o novo álbum. 4. Natal em família 2022. 5. Ter um cachorro um dia.”

“Talvez a vida seja menos linear e mais uma celebração de pequenos momentos”, ela escreveu. “Não sei, isso provavelmente parece tão ingênuo.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

MELBOURNE, Austrália - Courtney Barnett tem passado muito tempo pensando sobre o futuro.

A compositora australiana indicada ao Grammy construiu uma reputação e um público transformando as minúcias de sua vida cotidiana em canções extensas e inteligentes. O título de seu terceiro álbum, "Things Take Time, Take Time", é tanto um lembrete quanto uma nova maneira de pensar para Barnett, 33. O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras.

Barnett parece tanto o entregador quanto o destinatário de seu gentil estímulo. Uma oradora contemplativa e sem pressa, ela projeta um ar de calma, mas escreve canções que traem sua turbulência interior, como o metafórico pato remando loucamente sob a superfície lisa do lago. Em 2014, ela começou a atrair mais atenção internacional, impulsionada por uma performance no “The Tonight Show”, onde tocou “Avant Gardener”, uma música que narra um dia mundano incendiado por um ataque de asma que a leva para uma ambulância.

O terceiro álbum desta musicista australiana, "Things Take Time, Take Time", tem uma separação, terapia e pandemia, assim como morte e outras certezas Foto: McCausland/The New York Times

Em uma entrevista em setembro, ela descreveu como recentemente abriu sua cópia de  “Comfortable With Uncertainty", da professora budista Pema Chodron, em um capítulo intitulado "Comece onde você está (de novo e de novo)" e ficou impressionada com a mensagem: "Assim : 'Comece, comece aqui e agora' - por exemplo, não se concentre tanto no futuro ”, ela disse. “Tenho pensado nisso nos últimos anos. Há algo realmente pacífico em ser capaz de apenas pensar, ‘OK, vou apenas fazer aquilo - agora, por agora - que quero fazer, em vez de projetá-lo em um futuro impossível.”

Barnett estava conversando em um parque perto de sua casa em Melbourne. Era o 221º dia da cidade sob um estrito lockdown devido à COVID-19, e entrevistas em locais fechados estavam fora de questão, então ela pegou um fraco café com leite de soja e encontrou um lugar ao sol. Crianças que ficaram presas dentro de casa por meses disputavam atenção; uma mulher próxima fofocava com uma amiga vestindo uma camiseta que dizia “Treinador de Empatia”.

As observações sobre como as pessoas interagem quando pensam que ninguém está vendo são recorrentes nas canções de Barnett. “Rae Street”, onde ela morou quando escreveu a música que abre seu novo álbum, está repleta delas. Seu apartamento ali lhe proporcionou solidão depois de anos alternando entre vans de turismo e morando com sua ex-companheira, Jen Cloher.

Durante uma breve pausa nos lockdowns no ano passado, a luta de Barnett para entender o que ela chamou de "os elementos desconhecidos de um futuro desconhecido" culminou em um ataque de pânico noturno.

“Eu fui para o pronto-socorro às 4 da manhã e fiquei com muita vergonha de entrar”, ela escreveu em um e-mail após nossa entrevista, “e então percebi que estava meio histérica e o sol estava nascendo. Isso realmente me impactou por um tempo.”

Sobrecarregada e superestimulada, no dia seguinte ela deu dois passos significativos: Ela começou fazer terapia e decidiu começar a assistir “Família Soprano” pela primeira vez - sem saber que a cena de abertura mostra Tony Soprano em terapia após um ataque de pânico.

Barnett, como aquele amado chefe do crime de Jersey, tende a guardar as coisas para si. Enquanto ela estava promovendo seu álbum de 2018, "Tell Me How You Really Feel", os entrevistadores costumavam considerar o título como um convite, e Barnett tornou-se hábil em contornar suas demandas por uma introspecção profunda.

Grande parte desse tempo foi capturada pelo cineasta Danny Cohen, cuja câmera rodou de março de 2018 a fevereiro de 2021, enquanto Barnett experienciava a vida muitas vezes mundana, às vezes espetacular, de uma musicista em atividade: ela fez uma turnê internacional com sua banda; mudou suas guitarras, roupas e cadernos para diferentes sublocações em Melbourne (passando um breve período dormindo no mezanino do armazém onde a Milk! Records, a gravadora que ela fundou, opera); e se tornou a primeira artista solo feminina a ganhar o prêmio de melhor álbum de rock na premiação da Australian Recording Industry Association (ARIA). O resultado das filmagens foi um documentário chamado “Anonymous Club”, exibido no Sydney Film Festival este mês.

Ciente de sua relutância em se abrir quando solicitada, Cohen deu a Barnett um gravador e pediu que ela falasse quando tivesse algo a dizer, para expulsar os "pensamentos que você  guarda apenas para sua cabeça e não diz em voz alta" ele disse em uma entrevista. Ela acabou gravando cerca de 20 horas de áudio.

Em alguns clipes, Barnett remexe nas sementes de novas ideias para músicas. Ela confessa logo no início que a conversa que esperava ter sobre seu segundo álbum - centrada “em torno de fragilidade, depressão e saúde mental” - foi “posta de lado porque eu estava com muito medo de falar sobre qualquer coisa real ou pesada.”

O filme preenche a lacuna entre a Barnett que se sentia sobrecarregada pelos rigores da turnê e aquela que está emergindo do mais longo lockdown do mundo com um álbum que é totalmente mais esperançoso. “Things Take Time” é um estudo das certezas simples da vida e da grande coisa que vem depois dela. Mas nas mãos de Barnett, a morte não é algo a temer - apenas outra coisa para se refletir de vez em quando, não maior ou mais importante do que o amor ou a natureza ou a parentalidade ou a fé.

O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras Foto: McCausland/The New York Times

Antes da pandemia, incêndios florestais catastróficos atingiram partes da Austrália. Sentindo que havia pouco para se ter esperança, "Eu escrevi 'Escreva uma lista de coisas pelas quais ansiar' então", disse Barnett sobre a faixa alegre e animada do novo álbum que tipifica sua "técnica de sobrevivência": ser "irritantemente otimista” diante de uma crise de extinção generalizada e da morte de sua avó e de um tio.

Ela acrescentou: “E então veio a COVID no ano seguinte. É como, bem, essa música é tão apropriada.” Ela tentou uma risada. “Parece um pouco mórbido”, ela explicou, mas o LP é sobre “como olhar para a vida e a morte de uma forma aberta, não assustadora. Grande parte do álbum parece assim para mim: um estudo estranhamente otimista da morte.”

Quando um amigo sugeriu pela primeira vez que Barnett escrevesse uma lista de coisas pelas quais ansiar durante aquele verão triste e assustador, ela pensou em Joshua Tree, na Califórnia, onde escreveu várias canções que aparecem em seu novo álbum. Logo depois de nossa entrevista, ela voltou ao deserto e sentiu que os últimos anos formaram um círculo completo.

Perguntei a ela, por e-mail, como seria a lista se ela a escrevesse agora. Ela respondeu: “Acabei de escrever uma esta semana. 1. Amanhecer e café amanhã. 2. Fazer 34. 3. Tocando o novo álbum. 4. Natal em família 2022. 5. Ter um cachorro um dia.”

“Talvez a vida seja menos linear e mais uma celebração de pequenos momentos”, ela escreveu. “Não sei, isso provavelmente parece tão ingênuo.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

MELBOURNE, Austrália - Courtney Barnett tem passado muito tempo pensando sobre o futuro.

A compositora australiana indicada ao Grammy construiu uma reputação e um público transformando as minúcias de sua vida cotidiana em canções extensas e inteligentes. O título de seu terceiro álbum, "Things Take Time, Take Time", é tanto um lembrete quanto uma nova maneira de pensar para Barnett, 33. O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras.

Barnett parece tanto o entregador quanto o destinatário de seu gentil estímulo. Uma oradora contemplativa e sem pressa, ela projeta um ar de calma, mas escreve canções que traem sua turbulência interior, como o metafórico pato remando loucamente sob a superfície lisa do lago. Em 2014, ela começou a atrair mais atenção internacional, impulsionada por uma performance no “The Tonight Show”, onde tocou “Avant Gardener”, uma música que narra um dia mundano incendiado por um ataque de asma que a leva para uma ambulância.

O terceiro álbum desta musicista australiana, "Things Take Time, Take Time", tem uma separação, terapia e pandemia, assim como morte e outras certezas Foto: McCausland/The New York Times

Em uma entrevista em setembro, ela descreveu como recentemente abriu sua cópia de  “Comfortable With Uncertainty", da professora budista Pema Chodron, em um capítulo intitulado "Comece onde você está (de novo e de novo)" e ficou impressionada com a mensagem: "Assim : 'Comece, comece aqui e agora' - por exemplo, não se concentre tanto no futuro ”, ela disse. “Tenho pensado nisso nos últimos anos. Há algo realmente pacífico em ser capaz de apenas pensar, ‘OK, vou apenas fazer aquilo - agora, por agora - que quero fazer, em vez de projetá-lo em um futuro impossível.”

Barnett estava conversando em um parque perto de sua casa em Melbourne. Era o 221º dia da cidade sob um estrito lockdown devido à COVID-19, e entrevistas em locais fechados estavam fora de questão, então ela pegou um fraco café com leite de soja e encontrou um lugar ao sol. Crianças que ficaram presas dentro de casa por meses disputavam atenção; uma mulher próxima fofocava com uma amiga vestindo uma camiseta que dizia “Treinador de Empatia”.

As observações sobre como as pessoas interagem quando pensam que ninguém está vendo são recorrentes nas canções de Barnett. “Rae Street”, onde ela morou quando escreveu a música que abre seu novo álbum, está repleta delas. Seu apartamento ali lhe proporcionou solidão depois de anos alternando entre vans de turismo e morando com sua ex-companheira, Jen Cloher.

Durante uma breve pausa nos lockdowns no ano passado, a luta de Barnett para entender o que ela chamou de "os elementos desconhecidos de um futuro desconhecido" culminou em um ataque de pânico noturno.

“Eu fui para o pronto-socorro às 4 da manhã e fiquei com muita vergonha de entrar”, ela escreveu em um e-mail após nossa entrevista, “e então percebi que estava meio histérica e o sol estava nascendo. Isso realmente me impactou por um tempo.”

Sobrecarregada e superestimulada, no dia seguinte ela deu dois passos significativos: Ela começou fazer terapia e decidiu começar a assistir “Família Soprano” pela primeira vez - sem saber que a cena de abertura mostra Tony Soprano em terapia após um ataque de pânico.

Barnett, como aquele amado chefe do crime de Jersey, tende a guardar as coisas para si. Enquanto ela estava promovendo seu álbum de 2018, "Tell Me How You Really Feel", os entrevistadores costumavam considerar o título como um convite, e Barnett tornou-se hábil em contornar suas demandas por uma introspecção profunda.

Grande parte desse tempo foi capturada pelo cineasta Danny Cohen, cuja câmera rodou de março de 2018 a fevereiro de 2021, enquanto Barnett experienciava a vida muitas vezes mundana, às vezes espetacular, de uma musicista em atividade: ela fez uma turnê internacional com sua banda; mudou suas guitarras, roupas e cadernos para diferentes sublocações em Melbourne (passando um breve período dormindo no mezanino do armazém onde a Milk! Records, a gravadora que ela fundou, opera); e se tornou a primeira artista solo feminina a ganhar o prêmio de melhor álbum de rock na premiação da Australian Recording Industry Association (ARIA). O resultado das filmagens foi um documentário chamado “Anonymous Club”, exibido no Sydney Film Festival este mês.

Ciente de sua relutância em se abrir quando solicitada, Cohen deu a Barnett um gravador e pediu que ela falasse quando tivesse algo a dizer, para expulsar os "pensamentos que você  guarda apenas para sua cabeça e não diz em voz alta" ele disse em uma entrevista. Ela acabou gravando cerca de 20 horas de áudio.

Em alguns clipes, Barnett remexe nas sementes de novas ideias para músicas. Ela confessa logo no início que a conversa que esperava ter sobre seu segundo álbum - centrada “em torno de fragilidade, depressão e saúde mental” - foi “posta de lado porque eu estava com muito medo de falar sobre qualquer coisa real ou pesada.”

O filme preenche a lacuna entre a Barnett que se sentia sobrecarregada pelos rigores da turnê e aquela que está emergindo do mais longo lockdown do mundo com um álbum que é totalmente mais esperançoso. “Things Take Time” é um estudo das certezas simples da vida e da grande coisa que vem depois dela. Mas nas mãos de Barnett, a morte não é algo a temer - apenas outra coisa para se refletir de vez em quando, não maior ou mais importante do que o amor ou a natureza ou a parentalidade ou a fé.

O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras Foto: McCausland/The New York Times

Antes da pandemia, incêndios florestais catastróficos atingiram partes da Austrália. Sentindo que havia pouco para se ter esperança, "Eu escrevi 'Escreva uma lista de coisas pelas quais ansiar' então", disse Barnett sobre a faixa alegre e animada do novo álbum que tipifica sua "técnica de sobrevivência": ser "irritantemente otimista” diante de uma crise de extinção generalizada e da morte de sua avó e de um tio.

Ela acrescentou: “E então veio a COVID no ano seguinte. É como, bem, essa música é tão apropriada.” Ela tentou uma risada. “Parece um pouco mórbido”, ela explicou, mas o LP é sobre “como olhar para a vida e a morte de uma forma aberta, não assustadora. Grande parte do álbum parece assim para mim: um estudo estranhamente otimista da morte.”

Quando um amigo sugeriu pela primeira vez que Barnett escrevesse uma lista de coisas pelas quais ansiar durante aquele verão triste e assustador, ela pensou em Joshua Tree, na Califórnia, onde escreveu várias canções que aparecem em seu novo álbum. Logo depois de nossa entrevista, ela voltou ao deserto e sentiu que os últimos anos formaram um círculo completo.

Perguntei a ela, por e-mail, como seria a lista se ela a escrevesse agora. Ela respondeu: “Acabei de escrever uma esta semana. 1. Amanhecer e café amanhã. 2. Fazer 34. 3. Tocando o novo álbum. 4. Natal em família 2022. 5. Ter um cachorro um dia.”

“Talvez a vida seja menos linear e mais uma celebração de pequenos momentos”, ela escreveu. “Não sei, isso provavelmente parece tão ingênuo.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

MELBOURNE, Austrália - Courtney Barnett tem passado muito tempo pensando sobre o futuro.

A compositora australiana indicada ao Grammy construiu uma reputação e um público transformando as minúcias de sua vida cotidiana em canções extensas e inteligentes. O título de seu terceiro álbum, "Things Take Time, Take Time", é tanto um lembrete quanto uma nova maneira de pensar para Barnett, 33. O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras.

Barnett parece tanto o entregador quanto o destinatário de seu gentil estímulo. Uma oradora contemplativa e sem pressa, ela projeta um ar de calma, mas escreve canções que traem sua turbulência interior, como o metafórico pato remando loucamente sob a superfície lisa do lago. Em 2014, ela começou a atrair mais atenção internacional, impulsionada por uma performance no “The Tonight Show”, onde tocou “Avant Gardener”, uma música que narra um dia mundano incendiado por um ataque de asma que a leva para uma ambulância.

O terceiro álbum desta musicista australiana, "Things Take Time, Take Time", tem uma separação, terapia e pandemia, assim como morte e outras certezas Foto: McCausland/The New York Times

Em uma entrevista em setembro, ela descreveu como recentemente abriu sua cópia de  “Comfortable With Uncertainty", da professora budista Pema Chodron, em um capítulo intitulado "Comece onde você está (de novo e de novo)" e ficou impressionada com a mensagem: "Assim : 'Comece, comece aqui e agora' - por exemplo, não se concentre tanto no futuro ”, ela disse. “Tenho pensado nisso nos últimos anos. Há algo realmente pacífico em ser capaz de apenas pensar, ‘OK, vou apenas fazer aquilo - agora, por agora - que quero fazer, em vez de projetá-lo em um futuro impossível.”

Barnett estava conversando em um parque perto de sua casa em Melbourne. Era o 221º dia da cidade sob um estrito lockdown devido à COVID-19, e entrevistas em locais fechados estavam fora de questão, então ela pegou um fraco café com leite de soja e encontrou um lugar ao sol. Crianças que ficaram presas dentro de casa por meses disputavam atenção; uma mulher próxima fofocava com uma amiga vestindo uma camiseta que dizia “Treinador de Empatia”.

As observações sobre como as pessoas interagem quando pensam que ninguém está vendo são recorrentes nas canções de Barnett. “Rae Street”, onde ela morou quando escreveu a música que abre seu novo álbum, está repleta delas. Seu apartamento ali lhe proporcionou solidão depois de anos alternando entre vans de turismo e morando com sua ex-companheira, Jen Cloher.

Durante uma breve pausa nos lockdowns no ano passado, a luta de Barnett para entender o que ela chamou de "os elementos desconhecidos de um futuro desconhecido" culminou em um ataque de pânico noturno.

“Eu fui para o pronto-socorro às 4 da manhã e fiquei com muita vergonha de entrar”, ela escreveu em um e-mail após nossa entrevista, “e então percebi que estava meio histérica e o sol estava nascendo. Isso realmente me impactou por um tempo.”

Sobrecarregada e superestimulada, no dia seguinte ela deu dois passos significativos: Ela começou fazer terapia e decidiu começar a assistir “Família Soprano” pela primeira vez - sem saber que a cena de abertura mostra Tony Soprano em terapia após um ataque de pânico.

Barnett, como aquele amado chefe do crime de Jersey, tende a guardar as coisas para si. Enquanto ela estava promovendo seu álbum de 2018, "Tell Me How You Really Feel", os entrevistadores costumavam considerar o título como um convite, e Barnett tornou-se hábil em contornar suas demandas por uma introspecção profunda.

Grande parte desse tempo foi capturada pelo cineasta Danny Cohen, cuja câmera rodou de março de 2018 a fevereiro de 2021, enquanto Barnett experienciava a vida muitas vezes mundana, às vezes espetacular, de uma musicista em atividade: ela fez uma turnê internacional com sua banda; mudou suas guitarras, roupas e cadernos para diferentes sublocações em Melbourne (passando um breve período dormindo no mezanino do armazém onde a Milk! Records, a gravadora que ela fundou, opera); e se tornou a primeira artista solo feminina a ganhar o prêmio de melhor álbum de rock na premiação da Australian Recording Industry Association (ARIA). O resultado das filmagens foi um documentário chamado “Anonymous Club”, exibido no Sydney Film Festival este mês.

Ciente de sua relutância em se abrir quando solicitada, Cohen deu a Barnett um gravador e pediu que ela falasse quando tivesse algo a dizer, para expulsar os "pensamentos que você  guarda apenas para sua cabeça e não diz em voz alta" ele disse em uma entrevista. Ela acabou gravando cerca de 20 horas de áudio.

Em alguns clipes, Barnett remexe nas sementes de novas ideias para músicas. Ela confessa logo no início que a conversa que esperava ter sobre seu segundo álbum - centrada “em torno de fragilidade, depressão e saúde mental” - foi “posta de lado porque eu estava com muito medo de falar sobre qualquer coisa real ou pesada.”

O filme preenche a lacuna entre a Barnett que se sentia sobrecarregada pelos rigores da turnê e aquela que está emergindo do mais longo lockdown do mundo com um álbum que é totalmente mais esperançoso. “Things Take Time” é um estudo das certezas simples da vida e da grande coisa que vem depois dela. Mas nas mãos de Barnett, a morte não é algo a temer - apenas outra coisa para se refletir de vez em quando, não maior ou mais importante do que o amor ou a natureza ou a parentalidade ou a fé.

O álbum, que será lançado na sexta-feira, em grande parte troca suas guitarras grunge por baterias eletrônicas suaves e doces e exige paciência e reflexão em suas letras Foto: McCausland/The New York Times

Antes da pandemia, incêndios florestais catastróficos atingiram partes da Austrália. Sentindo que havia pouco para se ter esperança, "Eu escrevi 'Escreva uma lista de coisas pelas quais ansiar' então", disse Barnett sobre a faixa alegre e animada do novo álbum que tipifica sua "técnica de sobrevivência": ser "irritantemente otimista” diante de uma crise de extinção generalizada e da morte de sua avó e de um tio.

Ela acrescentou: “E então veio a COVID no ano seguinte. É como, bem, essa música é tão apropriada.” Ela tentou uma risada. “Parece um pouco mórbido”, ela explicou, mas o LP é sobre “como olhar para a vida e a morte de uma forma aberta, não assustadora. Grande parte do álbum parece assim para mim: um estudo estranhamente otimista da morte.”

Quando um amigo sugeriu pela primeira vez que Barnett escrevesse uma lista de coisas pelas quais ansiar durante aquele verão triste e assustador, ela pensou em Joshua Tree, na Califórnia, onde escreveu várias canções que aparecem em seu novo álbum. Logo depois de nossa entrevista, ela voltou ao deserto e sentiu que os últimos anos formaram um círculo completo.

Perguntei a ela, por e-mail, como seria a lista se ela a escrevesse agora. Ela respondeu: “Acabei de escrever uma esta semana. 1. Amanhecer e café amanhã. 2. Fazer 34. 3. Tocando o novo álbum. 4. Natal em família 2022. 5. Ter um cachorro um dia.”

“Talvez a vida seja menos linear e mais uma celebração de pequenos momentos”, ela escreveu. “Não sei, isso provavelmente parece tão ingênuo.” /TRADUÇÃO LÍVIA BUELONI GONÇALVES

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