Plano sugere divisão do Kosovo segundo critérios étnicos


A possibilidade de uma partilha elevou os temores de tensões nas região

Por Marc Santora

GRACANICA, KOSOVO - Nas placas das estradas das regiões do Kosovo dominadas por habitantes de etnia albanesa, os nomes sérvios das cidades são cobertos com tinta preta. Monumentos a soldados mortos há muito - sérvios e albaneses - ficam dispostos ao longo das estradas, frequentemente acompanhados por flores frescas. É raro ver a bandeira do Kosovo, mas é comum ver hasteadas as orgulhosas cores da Sérvia e da Albânia.

Não faltam lembretes do quanto os grupos étnicos do Kosovo permanecem divididos, passados dez anos após a declaração de independência do território em relação à Sérvia, seu vizinho ao norte. Agora, fala-se em formalizar essas divisões e repartir Kosovo de acordo com fronteiras étnicas.

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A animosidade entre albaneses e sérvios do Kosovo permanece 20 anos após a guerra. Foto: Andrew Testa para The New York Times

É uma ideia que os líderes de Kosovo e Sérvia esperam ser capaz de acalmar os ânimos 20 anos depois de os dois lados terem travado uma guerra - e será um passo que aproximará ambos da integração à União Europeia. Para a surpresa de muitos, o governo Trump indicou estar aberto à ideia, ainda que uma nova fronteira entre Sérvia e Kosovo seria um reconhecimento da derrota de décadas de política externa americana voltada para o apoio a um Kosovo independente e multiétnico.

A sugestão de uma partilha elevou os temores de uma retomada das tensões étnicas numa região onde uma série de guerras resultou na morte de mais de 100 mil pessoas e deixou milhões de desabrigados nos anos 1990. 

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"Essa ideia vai transformar os Bálcãs num barril de pólvora", alertou o padre Sava Janjic, da igreja ortodoxa sérvia no Kosovo.

No Kosovo, que continua pobre e mergulhado no crime, o sentimento de resignação que prevaleceu nos anos mais recentes foi substituído por nervos à flor da pele.

No norte do Kosovo, depois do Rio Ibar, o grupo dominante é formado por milhares de sérvios, que recebem apoio de Belgrado. Mais ao sul, entre 70 mil e 100 mil sérvios vivem em meio à maioria de etnia albanesa nesse país de 1,8 milhão de pessoas. Do ponto de vista da Sérvia, Kosovo não existe enquanto país. A Rússia e alguns países da União Europeia ainda não reconheceram o Kosovo como país independente.

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Desde os acordo de Dayton, em 1995, que encerraram três anos de combates na Bósnia, o Ocidente mantém o princípio de não redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos nos Bálcãs.

Durante mais de um ano, o presidente Aleksandar Vucic, da Sérvia, e o presidente Hashim Thaci, do Kosovo, estiveram envolvidos em negociações a respeito de uma partilha - A Sérvia ficaria com o norte do Kosovo e, em troca, cederia parte do Vale de Presevo, de acordo com pessoas informadas por Vucic.

Em agosto, ambos os líderes apareceram juntos na Áustria e deixaram claro que os planos eram levados a sério. A Alemanha e outros países da União Europeia alertaram que redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos pode ser um incentivo para o desastre.

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Numa manhã recente, no enclave sérvio de Gracanica, nos arredores de Pristina, capital do país, o albanês Betim Hoxha, 33 anos, sentado no Centar Caffe com um amigo sérvio, disse que “não há necessidade de dividir o país".

Alguns dos monastérios mais antigos e reverenciados da Igreja Ortodoxa Sérvia existem como ilhas solitárias em cidades de maioria albanesa. A igreja do padre Sava se ergue desde o século 14 em meio aos penhascos das Montanhas Prokletije, onde a população atual é majoritariamente de albaneses e muçulmanos.

O padre Sava mostrou um livro de fotografias antigas do Monastério Decani tiradas ao longo do século 20. Ele apontou para os soldados nas fotos - das forças de ocupação otomanas, na virada do século, até os alemães e italianos na Segunda Guerra Mundial - lembrando que a história traz lições a respeito das partições feitas de acordo com critérios étnicos.

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Com forças italianas novamente no monastério - parte das forças de paz das Nações Unidas conhecidas como KFOR - ele reconheceu o fracasso dos esforços de normalização das relações.

Vucic tentou retratar a partilha do Kosovo como uma vitória - alcançando por meios pacíficos aquilo que os sérvios não conseguiram conquistar com uma guerra.

Mas o padre Sava não está convencido. "A KFOR tem cerca de 4 mil soldados aqui", disse ele. "Espero que tenham mais reservistas".

GRACANICA, KOSOVO - Nas placas das estradas das regiões do Kosovo dominadas por habitantes de etnia albanesa, os nomes sérvios das cidades são cobertos com tinta preta. Monumentos a soldados mortos há muito - sérvios e albaneses - ficam dispostos ao longo das estradas, frequentemente acompanhados por flores frescas. É raro ver a bandeira do Kosovo, mas é comum ver hasteadas as orgulhosas cores da Sérvia e da Albânia.

Não faltam lembretes do quanto os grupos étnicos do Kosovo permanecem divididos, passados dez anos após a declaração de independência do território em relação à Sérvia, seu vizinho ao norte. Agora, fala-se em formalizar essas divisões e repartir Kosovo de acordo com fronteiras étnicas.

A animosidade entre albaneses e sérvios do Kosovo permanece 20 anos após a guerra. Foto: Andrew Testa para The New York Times

É uma ideia que os líderes de Kosovo e Sérvia esperam ser capaz de acalmar os ânimos 20 anos depois de os dois lados terem travado uma guerra - e será um passo que aproximará ambos da integração à União Europeia. Para a surpresa de muitos, o governo Trump indicou estar aberto à ideia, ainda que uma nova fronteira entre Sérvia e Kosovo seria um reconhecimento da derrota de décadas de política externa americana voltada para o apoio a um Kosovo independente e multiétnico.

A sugestão de uma partilha elevou os temores de uma retomada das tensões étnicas numa região onde uma série de guerras resultou na morte de mais de 100 mil pessoas e deixou milhões de desabrigados nos anos 1990. 

"Essa ideia vai transformar os Bálcãs num barril de pólvora", alertou o padre Sava Janjic, da igreja ortodoxa sérvia no Kosovo.

No Kosovo, que continua pobre e mergulhado no crime, o sentimento de resignação que prevaleceu nos anos mais recentes foi substituído por nervos à flor da pele.

No norte do Kosovo, depois do Rio Ibar, o grupo dominante é formado por milhares de sérvios, que recebem apoio de Belgrado. Mais ao sul, entre 70 mil e 100 mil sérvios vivem em meio à maioria de etnia albanesa nesse país de 1,8 milhão de pessoas. Do ponto de vista da Sérvia, Kosovo não existe enquanto país. A Rússia e alguns países da União Europeia ainda não reconheceram o Kosovo como país independente.

Desde os acordo de Dayton, em 1995, que encerraram três anos de combates na Bósnia, o Ocidente mantém o princípio de não redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos nos Bálcãs.

Durante mais de um ano, o presidente Aleksandar Vucic, da Sérvia, e o presidente Hashim Thaci, do Kosovo, estiveram envolvidos em negociações a respeito de uma partilha - A Sérvia ficaria com o norte do Kosovo e, em troca, cederia parte do Vale de Presevo, de acordo com pessoas informadas por Vucic.

Em agosto, ambos os líderes apareceram juntos na Áustria e deixaram claro que os planos eram levados a sério. A Alemanha e outros países da União Europeia alertaram que redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos pode ser um incentivo para o desastre.

Numa manhã recente, no enclave sérvio de Gracanica, nos arredores de Pristina, capital do país, o albanês Betim Hoxha, 33 anos, sentado no Centar Caffe com um amigo sérvio, disse que “não há necessidade de dividir o país".

Alguns dos monastérios mais antigos e reverenciados da Igreja Ortodoxa Sérvia existem como ilhas solitárias em cidades de maioria albanesa. A igreja do padre Sava se ergue desde o século 14 em meio aos penhascos das Montanhas Prokletije, onde a população atual é majoritariamente de albaneses e muçulmanos.

O padre Sava mostrou um livro de fotografias antigas do Monastério Decani tiradas ao longo do século 20. Ele apontou para os soldados nas fotos - das forças de ocupação otomanas, na virada do século, até os alemães e italianos na Segunda Guerra Mundial - lembrando que a história traz lições a respeito das partições feitas de acordo com critérios étnicos.

Com forças italianas novamente no monastério - parte das forças de paz das Nações Unidas conhecidas como KFOR - ele reconheceu o fracasso dos esforços de normalização das relações.

Vucic tentou retratar a partilha do Kosovo como uma vitória - alcançando por meios pacíficos aquilo que os sérvios não conseguiram conquistar com uma guerra.

Mas o padre Sava não está convencido. "A KFOR tem cerca de 4 mil soldados aqui", disse ele. "Espero que tenham mais reservistas".

GRACANICA, KOSOVO - Nas placas das estradas das regiões do Kosovo dominadas por habitantes de etnia albanesa, os nomes sérvios das cidades são cobertos com tinta preta. Monumentos a soldados mortos há muito - sérvios e albaneses - ficam dispostos ao longo das estradas, frequentemente acompanhados por flores frescas. É raro ver a bandeira do Kosovo, mas é comum ver hasteadas as orgulhosas cores da Sérvia e da Albânia.

Não faltam lembretes do quanto os grupos étnicos do Kosovo permanecem divididos, passados dez anos após a declaração de independência do território em relação à Sérvia, seu vizinho ao norte. Agora, fala-se em formalizar essas divisões e repartir Kosovo de acordo com fronteiras étnicas.

A animosidade entre albaneses e sérvios do Kosovo permanece 20 anos após a guerra. Foto: Andrew Testa para The New York Times

É uma ideia que os líderes de Kosovo e Sérvia esperam ser capaz de acalmar os ânimos 20 anos depois de os dois lados terem travado uma guerra - e será um passo que aproximará ambos da integração à União Europeia. Para a surpresa de muitos, o governo Trump indicou estar aberto à ideia, ainda que uma nova fronteira entre Sérvia e Kosovo seria um reconhecimento da derrota de décadas de política externa americana voltada para o apoio a um Kosovo independente e multiétnico.

A sugestão de uma partilha elevou os temores de uma retomada das tensões étnicas numa região onde uma série de guerras resultou na morte de mais de 100 mil pessoas e deixou milhões de desabrigados nos anos 1990. 

"Essa ideia vai transformar os Bálcãs num barril de pólvora", alertou o padre Sava Janjic, da igreja ortodoxa sérvia no Kosovo.

No Kosovo, que continua pobre e mergulhado no crime, o sentimento de resignação que prevaleceu nos anos mais recentes foi substituído por nervos à flor da pele.

No norte do Kosovo, depois do Rio Ibar, o grupo dominante é formado por milhares de sérvios, que recebem apoio de Belgrado. Mais ao sul, entre 70 mil e 100 mil sérvios vivem em meio à maioria de etnia albanesa nesse país de 1,8 milhão de pessoas. Do ponto de vista da Sérvia, Kosovo não existe enquanto país. A Rússia e alguns países da União Europeia ainda não reconheceram o Kosovo como país independente.

Desde os acordo de Dayton, em 1995, que encerraram três anos de combates na Bósnia, o Ocidente mantém o princípio de não redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos nos Bálcãs.

Durante mais de um ano, o presidente Aleksandar Vucic, da Sérvia, e o presidente Hashim Thaci, do Kosovo, estiveram envolvidos em negociações a respeito de uma partilha - A Sérvia ficaria com o norte do Kosovo e, em troca, cederia parte do Vale de Presevo, de acordo com pessoas informadas por Vucic.

Em agosto, ambos os líderes apareceram juntos na Áustria e deixaram claro que os planos eram levados a sério. A Alemanha e outros países da União Europeia alertaram que redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos pode ser um incentivo para o desastre.

Numa manhã recente, no enclave sérvio de Gracanica, nos arredores de Pristina, capital do país, o albanês Betim Hoxha, 33 anos, sentado no Centar Caffe com um amigo sérvio, disse que “não há necessidade de dividir o país".

Alguns dos monastérios mais antigos e reverenciados da Igreja Ortodoxa Sérvia existem como ilhas solitárias em cidades de maioria albanesa. A igreja do padre Sava se ergue desde o século 14 em meio aos penhascos das Montanhas Prokletije, onde a população atual é majoritariamente de albaneses e muçulmanos.

O padre Sava mostrou um livro de fotografias antigas do Monastério Decani tiradas ao longo do século 20. Ele apontou para os soldados nas fotos - das forças de ocupação otomanas, na virada do século, até os alemães e italianos na Segunda Guerra Mundial - lembrando que a história traz lições a respeito das partições feitas de acordo com critérios étnicos.

Com forças italianas novamente no monastério - parte das forças de paz das Nações Unidas conhecidas como KFOR - ele reconheceu o fracasso dos esforços de normalização das relações.

Vucic tentou retratar a partilha do Kosovo como uma vitória - alcançando por meios pacíficos aquilo que os sérvios não conseguiram conquistar com uma guerra.

Mas o padre Sava não está convencido. "A KFOR tem cerca de 4 mil soldados aqui", disse ele. "Espero que tenham mais reservistas".

GRACANICA, KOSOVO - Nas placas das estradas das regiões do Kosovo dominadas por habitantes de etnia albanesa, os nomes sérvios das cidades são cobertos com tinta preta. Monumentos a soldados mortos há muito - sérvios e albaneses - ficam dispostos ao longo das estradas, frequentemente acompanhados por flores frescas. É raro ver a bandeira do Kosovo, mas é comum ver hasteadas as orgulhosas cores da Sérvia e da Albânia.

Não faltam lembretes do quanto os grupos étnicos do Kosovo permanecem divididos, passados dez anos após a declaração de independência do território em relação à Sérvia, seu vizinho ao norte. Agora, fala-se em formalizar essas divisões e repartir Kosovo de acordo com fronteiras étnicas.

A animosidade entre albaneses e sérvios do Kosovo permanece 20 anos após a guerra. Foto: Andrew Testa para The New York Times

É uma ideia que os líderes de Kosovo e Sérvia esperam ser capaz de acalmar os ânimos 20 anos depois de os dois lados terem travado uma guerra - e será um passo que aproximará ambos da integração à União Europeia. Para a surpresa de muitos, o governo Trump indicou estar aberto à ideia, ainda que uma nova fronteira entre Sérvia e Kosovo seria um reconhecimento da derrota de décadas de política externa americana voltada para o apoio a um Kosovo independente e multiétnico.

A sugestão de uma partilha elevou os temores de uma retomada das tensões étnicas numa região onde uma série de guerras resultou na morte de mais de 100 mil pessoas e deixou milhões de desabrigados nos anos 1990. 

"Essa ideia vai transformar os Bálcãs num barril de pólvora", alertou o padre Sava Janjic, da igreja ortodoxa sérvia no Kosovo.

No Kosovo, que continua pobre e mergulhado no crime, o sentimento de resignação que prevaleceu nos anos mais recentes foi substituído por nervos à flor da pele.

No norte do Kosovo, depois do Rio Ibar, o grupo dominante é formado por milhares de sérvios, que recebem apoio de Belgrado. Mais ao sul, entre 70 mil e 100 mil sérvios vivem em meio à maioria de etnia albanesa nesse país de 1,8 milhão de pessoas. Do ponto de vista da Sérvia, Kosovo não existe enquanto país. A Rússia e alguns países da União Europeia ainda não reconheceram o Kosovo como país independente.

Desde os acordo de Dayton, em 1995, que encerraram três anos de combates na Bósnia, o Ocidente mantém o princípio de não redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos nos Bálcãs.

Durante mais de um ano, o presidente Aleksandar Vucic, da Sérvia, e o presidente Hashim Thaci, do Kosovo, estiveram envolvidos em negociações a respeito de uma partilha - A Sérvia ficaria com o norte do Kosovo e, em troca, cederia parte do Vale de Presevo, de acordo com pessoas informadas por Vucic.

Em agosto, ambos os líderes apareceram juntos na Áustria e deixaram claro que os planos eram levados a sério. A Alemanha e outros países da União Europeia alertaram que redesenhar fronteiras de acordo com critérios étnicos pode ser um incentivo para o desastre.

Numa manhã recente, no enclave sérvio de Gracanica, nos arredores de Pristina, capital do país, o albanês Betim Hoxha, 33 anos, sentado no Centar Caffe com um amigo sérvio, disse que “não há necessidade de dividir o país".

Alguns dos monastérios mais antigos e reverenciados da Igreja Ortodoxa Sérvia existem como ilhas solitárias em cidades de maioria albanesa. A igreja do padre Sava se ergue desde o século 14 em meio aos penhascos das Montanhas Prokletije, onde a população atual é majoritariamente de albaneses e muçulmanos.

O padre Sava mostrou um livro de fotografias antigas do Monastério Decani tiradas ao longo do século 20. Ele apontou para os soldados nas fotos - das forças de ocupação otomanas, na virada do século, até os alemães e italianos na Segunda Guerra Mundial - lembrando que a história traz lições a respeito das partições feitas de acordo com critérios étnicos.

Com forças italianas novamente no monastério - parte das forças de paz das Nações Unidas conhecidas como KFOR - ele reconheceu o fracasso dos esforços de normalização das relações.

Vucic tentou retratar a partilha do Kosovo como uma vitória - alcançando por meios pacíficos aquilo que os sérvios não conseguiram conquistar com uma guerra.

Mas o padre Sava não está convencido. "A KFOR tem cerca de 4 mil soldados aqui", disse ele. "Espero que tenham mais reservistas".

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