Por que jogadores de futebol cospem tanto durante as partidas?


Especialistas explicam o que é a "carb rinsing", técnica empregada por atletas de alto desempenho

Por Jeré Longman

Harry Kane, capitão e autor do maior número de gols da Inglaterra na Copa do Mundo deste ano, às vezes parecia mais interessado em enxaguar a boca com um fluido do que em engoli-lo durante o campeonato. No final de um jogo épico da segunda rodada contra a Colômbia, Harry espirrou vigorosamente na boca um gole de sua garrafa de bebida esportiva e depois a cuspiu.

Outros jogadores da Inglaterra também enxáguam a boca e cospem durante as pausas, quando estão cansados, perto do fim das partidas, e seu rendimento declina. Isso acontece também com jogadores de outras equipes, como o astro português Cristiano Ronaldo.

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Dele Alli da Inglaterra cospe durante um jogo da Copa do Mundo de 2018. Foto: Juan Mabromata/Agence France-Presse

Alguns jogadores talvez queiram evitar a sensação de desconforto e estejam apenas refrescando a boca. Mas outros parecem mais deliberados e objetivos. Os jogadores evitam notoriamente falar de seus segredos para uma boa forma, por isso o conteúdo de suas garrafas não é conhecido. Mas é possível que estejam empregando uma técnica chamada "carb rinsing" ou "enxágue bucal com carboidratos", alguns especialistas em exercícios físicos e nutricionistas.

Há mais de dez anos, pesquisas nos esportes de resistência, como o ciclismo e a corrida, mostram que os atletas podem obter um melhor desempenho durante períodos de exercício intenso lavando a boca com uma solução de carboidratos e cuspindo-a em seguida, sem engoli-la.

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Os receptores localizados na boca enviam sinais aos centros do prazer e recompensa no cérebro, afirmam os cientistas, sugerindo que há mais energia, de maneira que os músculos podem trabalhar um pouco mais.

"Desse modo, enganamos um pouco o cérebro. Ao menos é como achamos que o mecanismo funciona", explicou o fisiologista e nutricionista do esporte Asker Jeukendrup. Em 2004, ele fez parte de uma equipe que descobriu que a lavagem com carboidratos fazia os ciclistas aumentarem a velocidade em um minuto em algumas provas contra relógio de 40 quilômetros.

A equipe nacional da Inglaterra não quis falar sobre suas táticas nutricionais na Copa do Mundo. Mas uma pessoa que conhece o regime da equipe admitiu que a lavagem com carboidratos é considerada uma "prática comum". Uma autoridade sobre boa forma da primeira divisão inglesa disse que a lavagem com carboidratos é usada para aumentar a energia, evitar uma sensação de peso no estômago e tentar prevenir câimbras.

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A pesquisa indica que a lavagem com carboidratos pode aumentar o desempenho quando os fluidos são agitados na boca por cerca de cinco a dez segundos - quanto mais tempo, melhor - para os receptores orais entrarem em contato com os carboidratos.

Embora os jogadores aparentemente a usem com frequência, Jeukendrup não acredita que a prática seja muito difundida. "Espero que seja considerada", afirmou. "É bom ver a ciência abrir caminho no esporte real".

Evidentemente, apenas o enxágue com carboidratos não poderia sustentar os jogadores por um período indefinido. O combustível de carboidratos também pode ser ingerido porque os músculos do corpo perdem glicogênio, uma forma de glicose armazenada que é usada para dar energia durante os exercícios. De outro modo, os jogadores se cansariam excessivamente.

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A maior parte das pesquisas indica que a prática é ótima para exercícios intensos que duram de 30 minutos a uma hora. Entretanto, considerando que uma partida de futebol dura pelo menos 90 minutos e pode chegar a duas horas, a técnica pode ser "uma coisa errada a fazer", afirma Lindsay Bottoms, fisiologista do exercício físico da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra.

"Eles precisam ingeri-lo em lugar de cuspi-lo por causa da duração do futebol", afirmou. "Teoricamente, diria a eles que lavassem a boca e engolissem o líquido (para obter um duplo benefício)".

A pesquisa sobre as possíveis vantagens da ingestão de carboidratos para o desempenho no futebol se encontra em sua relativa infância. Os benefícios para a resistência na corrida são bastante claros, segundo Jeukendrup. Mas o que é menos certo é se beber soluções de carboidratos melhora habilidades específicas para o futebol como driblar, passar, chutar e cabecear.

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Os pesquisadores da Michigan State University estão avaliando a atividade cerebral em estudantes universitários a fim de determinar quanto tempo dura o aumento do desempenho com a lavagem da boca, e se um novo líquido disponível no comércio para esta finalidade, fabricado pela Unit Nutrition, poderia aumentar a concentração dos jogadores.

Os resultados são preliminares, mas sugerem que a melhoria do desempenho dura cerca de 15 minutos. A lavagem parece combater a fadiga e aumenta a atenção na realização de uma tarefa, segundo David Ferguson, professor-assistente de fisiologia do exercício na Michigan State.

Para os jogadores de futebol que estão exaustos quando a partida vai chegando ao fim, a lavagem com carboidratos provavelmente "não os fará correr mais ou chutem a bola com mais energia", observou o professor. Ao contrário, "simplesmente aumentará sua atenção para não sucumbirem à fadiga, de modo a se colocarem na posição correta para um desempenho correto". / Andrew Keh, Tariq Panja e Rory Smith contribuíram para a reportagem.

Harry Kane, capitão e autor do maior número de gols da Inglaterra na Copa do Mundo deste ano, às vezes parecia mais interessado em enxaguar a boca com um fluido do que em engoli-lo durante o campeonato. No final de um jogo épico da segunda rodada contra a Colômbia, Harry espirrou vigorosamente na boca um gole de sua garrafa de bebida esportiva e depois a cuspiu.

Outros jogadores da Inglaterra também enxáguam a boca e cospem durante as pausas, quando estão cansados, perto do fim das partidas, e seu rendimento declina. Isso acontece também com jogadores de outras equipes, como o astro português Cristiano Ronaldo.

Dele Alli da Inglaterra cospe durante um jogo da Copa do Mundo de 2018. Foto: Juan Mabromata/Agence France-Presse

Alguns jogadores talvez queiram evitar a sensação de desconforto e estejam apenas refrescando a boca. Mas outros parecem mais deliberados e objetivos. Os jogadores evitam notoriamente falar de seus segredos para uma boa forma, por isso o conteúdo de suas garrafas não é conhecido. Mas é possível que estejam empregando uma técnica chamada "carb rinsing" ou "enxágue bucal com carboidratos", alguns especialistas em exercícios físicos e nutricionistas.

Há mais de dez anos, pesquisas nos esportes de resistência, como o ciclismo e a corrida, mostram que os atletas podem obter um melhor desempenho durante períodos de exercício intenso lavando a boca com uma solução de carboidratos e cuspindo-a em seguida, sem engoli-la.

Os receptores localizados na boca enviam sinais aos centros do prazer e recompensa no cérebro, afirmam os cientistas, sugerindo que há mais energia, de maneira que os músculos podem trabalhar um pouco mais.

"Desse modo, enganamos um pouco o cérebro. Ao menos é como achamos que o mecanismo funciona", explicou o fisiologista e nutricionista do esporte Asker Jeukendrup. Em 2004, ele fez parte de uma equipe que descobriu que a lavagem com carboidratos fazia os ciclistas aumentarem a velocidade em um minuto em algumas provas contra relógio de 40 quilômetros.

A equipe nacional da Inglaterra não quis falar sobre suas táticas nutricionais na Copa do Mundo. Mas uma pessoa que conhece o regime da equipe admitiu que a lavagem com carboidratos é considerada uma "prática comum". Uma autoridade sobre boa forma da primeira divisão inglesa disse que a lavagem com carboidratos é usada para aumentar a energia, evitar uma sensação de peso no estômago e tentar prevenir câimbras.

A pesquisa indica que a lavagem com carboidratos pode aumentar o desempenho quando os fluidos são agitados na boca por cerca de cinco a dez segundos - quanto mais tempo, melhor - para os receptores orais entrarem em contato com os carboidratos.

Embora os jogadores aparentemente a usem com frequência, Jeukendrup não acredita que a prática seja muito difundida. "Espero que seja considerada", afirmou. "É bom ver a ciência abrir caminho no esporte real".

Evidentemente, apenas o enxágue com carboidratos não poderia sustentar os jogadores por um período indefinido. O combustível de carboidratos também pode ser ingerido porque os músculos do corpo perdem glicogênio, uma forma de glicose armazenada que é usada para dar energia durante os exercícios. De outro modo, os jogadores se cansariam excessivamente.

A maior parte das pesquisas indica que a prática é ótima para exercícios intensos que duram de 30 minutos a uma hora. Entretanto, considerando que uma partida de futebol dura pelo menos 90 minutos e pode chegar a duas horas, a técnica pode ser "uma coisa errada a fazer", afirma Lindsay Bottoms, fisiologista do exercício físico da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra.

"Eles precisam ingeri-lo em lugar de cuspi-lo por causa da duração do futebol", afirmou. "Teoricamente, diria a eles que lavassem a boca e engolissem o líquido (para obter um duplo benefício)".

A pesquisa sobre as possíveis vantagens da ingestão de carboidratos para o desempenho no futebol se encontra em sua relativa infância. Os benefícios para a resistência na corrida são bastante claros, segundo Jeukendrup. Mas o que é menos certo é se beber soluções de carboidratos melhora habilidades específicas para o futebol como driblar, passar, chutar e cabecear.

Os pesquisadores da Michigan State University estão avaliando a atividade cerebral em estudantes universitários a fim de determinar quanto tempo dura o aumento do desempenho com a lavagem da boca, e se um novo líquido disponível no comércio para esta finalidade, fabricado pela Unit Nutrition, poderia aumentar a concentração dos jogadores.

Os resultados são preliminares, mas sugerem que a melhoria do desempenho dura cerca de 15 minutos. A lavagem parece combater a fadiga e aumenta a atenção na realização de uma tarefa, segundo David Ferguson, professor-assistente de fisiologia do exercício na Michigan State.

Para os jogadores de futebol que estão exaustos quando a partida vai chegando ao fim, a lavagem com carboidratos provavelmente "não os fará correr mais ou chutem a bola com mais energia", observou o professor. Ao contrário, "simplesmente aumentará sua atenção para não sucumbirem à fadiga, de modo a se colocarem na posição correta para um desempenho correto". / Andrew Keh, Tariq Panja e Rory Smith contribuíram para a reportagem.

Harry Kane, capitão e autor do maior número de gols da Inglaterra na Copa do Mundo deste ano, às vezes parecia mais interessado em enxaguar a boca com um fluido do que em engoli-lo durante o campeonato. No final de um jogo épico da segunda rodada contra a Colômbia, Harry espirrou vigorosamente na boca um gole de sua garrafa de bebida esportiva e depois a cuspiu.

Outros jogadores da Inglaterra também enxáguam a boca e cospem durante as pausas, quando estão cansados, perto do fim das partidas, e seu rendimento declina. Isso acontece também com jogadores de outras equipes, como o astro português Cristiano Ronaldo.

Dele Alli da Inglaterra cospe durante um jogo da Copa do Mundo de 2018. Foto: Juan Mabromata/Agence France-Presse

Alguns jogadores talvez queiram evitar a sensação de desconforto e estejam apenas refrescando a boca. Mas outros parecem mais deliberados e objetivos. Os jogadores evitam notoriamente falar de seus segredos para uma boa forma, por isso o conteúdo de suas garrafas não é conhecido. Mas é possível que estejam empregando uma técnica chamada "carb rinsing" ou "enxágue bucal com carboidratos", alguns especialistas em exercícios físicos e nutricionistas.

Há mais de dez anos, pesquisas nos esportes de resistência, como o ciclismo e a corrida, mostram que os atletas podem obter um melhor desempenho durante períodos de exercício intenso lavando a boca com uma solução de carboidratos e cuspindo-a em seguida, sem engoli-la.

Os receptores localizados na boca enviam sinais aos centros do prazer e recompensa no cérebro, afirmam os cientistas, sugerindo que há mais energia, de maneira que os músculos podem trabalhar um pouco mais.

"Desse modo, enganamos um pouco o cérebro. Ao menos é como achamos que o mecanismo funciona", explicou o fisiologista e nutricionista do esporte Asker Jeukendrup. Em 2004, ele fez parte de uma equipe que descobriu que a lavagem com carboidratos fazia os ciclistas aumentarem a velocidade em um minuto em algumas provas contra relógio de 40 quilômetros.

A equipe nacional da Inglaterra não quis falar sobre suas táticas nutricionais na Copa do Mundo. Mas uma pessoa que conhece o regime da equipe admitiu que a lavagem com carboidratos é considerada uma "prática comum". Uma autoridade sobre boa forma da primeira divisão inglesa disse que a lavagem com carboidratos é usada para aumentar a energia, evitar uma sensação de peso no estômago e tentar prevenir câimbras.

A pesquisa indica que a lavagem com carboidratos pode aumentar o desempenho quando os fluidos são agitados na boca por cerca de cinco a dez segundos - quanto mais tempo, melhor - para os receptores orais entrarem em contato com os carboidratos.

Embora os jogadores aparentemente a usem com frequência, Jeukendrup não acredita que a prática seja muito difundida. "Espero que seja considerada", afirmou. "É bom ver a ciência abrir caminho no esporte real".

Evidentemente, apenas o enxágue com carboidratos não poderia sustentar os jogadores por um período indefinido. O combustível de carboidratos também pode ser ingerido porque os músculos do corpo perdem glicogênio, uma forma de glicose armazenada que é usada para dar energia durante os exercícios. De outro modo, os jogadores se cansariam excessivamente.

A maior parte das pesquisas indica que a prática é ótima para exercícios intensos que duram de 30 minutos a uma hora. Entretanto, considerando que uma partida de futebol dura pelo menos 90 minutos e pode chegar a duas horas, a técnica pode ser "uma coisa errada a fazer", afirma Lindsay Bottoms, fisiologista do exercício físico da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra.

"Eles precisam ingeri-lo em lugar de cuspi-lo por causa da duração do futebol", afirmou. "Teoricamente, diria a eles que lavassem a boca e engolissem o líquido (para obter um duplo benefício)".

A pesquisa sobre as possíveis vantagens da ingestão de carboidratos para o desempenho no futebol se encontra em sua relativa infância. Os benefícios para a resistência na corrida são bastante claros, segundo Jeukendrup. Mas o que é menos certo é se beber soluções de carboidratos melhora habilidades específicas para o futebol como driblar, passar, chutar e cabecear.

Os pesquisadores da Michigan State University estão avaliando a atividade cerebral em estudantes universitários a fim de determinar quanto tempo dura o aumento do desempenho com a lavagem da boca, e se um novo líquido disponível no comércio para esta finalidade, fabricado pela Unit Nutrition, poderia aumentar a concentração dos jogadores.

Os resultados são preliminares, mas sugerem que a melhoria do desempenho dura cerca de 15 minutos. A lavagem parece combater a fadiga e aumenta a atenção na realização de uma tarefa, segundo David Ferguson, professor-assistente de fisiologia do exercício na Michigan State.

Para os jogadores de futebol que estão exaustos quando a partida vai chegando ao fim, a lavagem com carboidratos provavelmente "não os fará correr mais ou chutem a bola com mais energia", observou o professor. Ao contrário, "simplesmente aumentará sua atenção para não sucumbirem à fadiga, de modo a se colocarem na posição correta para um desempenho correto". / Andrew Keh, Tariq Panja e Rory Smith contribuíram para a reportagem.

Harry Kane, capitão e autor do maior número de gols da Inglaterra na Copa do Mundo deste ano, às vezes parecia mais interessado em enxaguar a boca com um fluido do que em engoli-lo durante o campeonato. No final de um jogo épico da segunda rodada contra a Colômbia, Harry espirrou vigorosamente na boca um gole de sua garrafa de bebida esportiva e depois a cuspiu.

Outros jogadores da Inglaterra também enxáguam a boca e cospem durante as pausas, quando estão cansados, perto do fim das partidas, e seu rendimento declina. Isso acontece também com jogadores de outras equipes, como o astro português Cristiano Ronaldo.

Dele Alli da Inglaterra cospe durante um jogo da Copa do Mundo de 2018. Foto: Juan Mabromata/Agence France-Presse

Alguns jogadores talvez queiram evitar a sensação de desconforto e estejam apenas refrescando a boca. Mas outros parecem mais deliberados e objetivos. Os jogadores evitam notoriamente falar de seus segredos para uma boa forma, por isso o conteúdo de suas garrafas não é conhecido. Mas é possível que estejam empregando uma técnica chamada "carb rinsing" ou "enxágue bucal com carboidratos", alguns especialistas em exercícios físicos e nutricionistas.

Há mais de dez anos, pesquisas nos esportes de resistência, como o ciclismo e a corrida, mostram que os atletas podem obter um melhor desempenho durante períodos de exercício intenso lavando a boca com uma solução de carboidratos e cuspindo-a em seguida, sem engoli-la.

Os receptores localizados na boca enviam sinais aos centros do prazer e recompensa no cérebro, afirmam os cientistas, sugerindo que há mais energia, de maneira que os músculos podem trabalhar um pouco mais.

"Desse modo, enganamos um pouco o cérebro. Ao menos é como achamos que o mecanismo funciona", explicou o fisiologista e nutricionista do esporte Asker Jeukendrup. Em 2004, ele fez parte de uma equipe que descobriu que a lavagem com carboidratos fazia os ciclistas aumentarem a velocidade em um minuto em algumas provas contra relógio de 40 quilômetros.

A equipe nacional da Inglaterra não quis falar sobre suas táticas nutricionais na Copa do Mundo. Mas uma pessoa que conhece o regime da equipe admitiu que a lavagem com carboidratos é considerada uma "prática comum". Uma autoridade sobre boa forma da primeira divisão inglesa disse que a lavagem com carboidratos é usada para aumentar a energia, evitar uma sensação de peso no estômago e tentar prevenir câimbras.

A pesquisa indica que a lavagem com carboidratos pode aumentar o desempenho quando os fluidos são agitados na boca por cerca de cinco a dez segundos - quanto mais tempo, melhor - para os receptores orais entrarem em contato com os carboidratos.

Embora os jogadores aparentemente a usem com frequência, Jeukendrup não acredita que a prática seja muito difundida. "Espero que seja considerada", afirmou. "É bom ver a ciência abrir caminho no esporte real".

Evidentemente, apenas o enxágue com carboidratos não poderia sustentar os jogadores por um período indefinido. O combustível de carboidratos também pode ser ingerido porque os músculos do corpo perdem glicogênio, uma forma de glicose armazenada que é usada para dar energia durante os exercícios. De outro modo, os jogadores se cansariam excessivamente.

A maior parte das pesquisas indica que a prática é ótima para exercícios intensos que duram de 30 minutos a uma hora. Entretanto, considerando que uma partida de futebol dura pelo menos 90 minutos e pode chegar a duas horas, a técnica pode ser "uma coisa errada a fazer", afirma Lindsay Bottoms, fisiologista do exercício físico da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra.

"Eles precisam ingeri-lo em lugar de cuspi-lo por causa da duração do futebol", afirmou. "Teoricamente, diria a eles que lavassem a boca e engolissem o líquido (para obter um duplo benefício)".

A pesquisa sobre as possíveis vantagens da ingestão de carboidratos para o desempenho no futebol se encontra em sua relativa infância. Os benefícios para a resistência na corrida são bastante claros, segundo Jeukendrup. Mas o que é menos certo é se beber soluções de carboidratos melhora habilidades específicas para o futebol como driblar, passar, chutar e cabecear.

Os pesquisadores da Michigan State University estão avaliando a atividade cerebral em estudantes universitários a fim de determinar quanto tempo dura o aumento do desempenho com a lavagem da boca, e se um novo líquido disponível no comércio para esta finalidade, fabricado pela Unit Nutrition, poderia aumentar a concentração dos jogadores.

Os resultados são preliminares, mas sugerem que a melhoria do desempenho dura cerca de 15 minutos. A lavagem parece combater a fadiga e aumenta a atenção na realização de uma tarefa, segundo David Ferguson, professor-assistente de fisiologia do exercício na Michigan State.

Para os jogadores de futebol que estão exaustos quando a partida vai chegando ao fim, a lavagem com carboidratos provavelmente "não os fará correr mais ou chutem a bola com mais energia", observou o professor. Ao contrário, "simplesmente aumentará sua atenção para não sucumbirem à fadiga, de modo a se colocarem na posição correta para um desempenho correto". / Andrew Keh, Tariq Panja e Rory Smith contribuíram para a reportagem.

Harry Kane, capitão e autor do maior número de gols da Inglaterra na Copa do Mundo deste ano, às vezes parecia mais interessado em enxaguar a boca com um fluido do que em engoli-lo durante o campeonato. No final de um jogo épico da segunda rodada contra a Colômbia, Harry espirrou vigorosamente na boca um gole de sua garrafa de bebida esportiva e depois a cuspiu.

Outros jogadores da Inglaterra também enxáguam a boca e cospem durante as pausas, quando estão cansados, perto do fim das partidas, e seu rendimento declina. Isso acontece também com jogadores de outras equipes, como o astro português Cristiano Ronaldo.

Dele Alli da Inglaterra cospe durante um jogo da Copa do Mundo de 2018. Foto: Juan Mabromata/Agence France-Presse

Alguns jogadores talvez queiram evitar a sensação de desconforto e estejam apenas refrescando a boca. Mas outros parecem mais deliberados e objetivos. Os jogadores evitam notoriamente falar de seus segredos para uma boa forma, por isso o conteúdo de suas garrafas não é conhecido. Mas é possível que estejam empregando uma técnica chamada "carb rinsing" ou "enxágue bucal com carboidratos", alguns especialistas em exercícios físicos e nutricionistas.

Há mais de dez anos, pesquisas nos esportes de resistência, como o ciclismo e a corrida, mostram que os atletas podem obter um melhor desempenho durante períodos de exercício intenso lavando a boca com uma solução de carboidratos e cuspindo-a em seguida, sem engoli-la.

Os receptores localizados na boca enviam sinais aos centros do prazer e recompensa no cérebro, afirmam os cientistas, sugerindo que há mais energia, de maneira que os músculos podem trabalhar um pouco mais.

"Desse modo, enganamos um pouco o cérebro. Ao menos é como achamos que o mecanismo funciona", explicou o fisiologista e nutricionista do esporte Asker Jeukendrup. Em 2004, ele fez parte de uma equipe que descobriu que a lavagem com carboidratos fazia os ciclistas aumentarem a velocidade em um minuto em algumas provas contra relógio de 40 quilômetros.

A equipe nacional da Inglaterra não quis falar sobre suas táticas nutricionais na Copa do Mundo. Mas uma pessoa que conhece o regime da equipe admitiu que a lavagem com carboidratos é considerada uma "prática comum". Uma autoridade sobre boa forma da primeira divisão inglesa disse que a lavagem com carboidratos é usada para aumentar a energia, evitar uma sensação de peso no estômago e tentar prevenir câimbras.

A pesquisa indica que a lavagem com carboidratos pode aumentar o desempenho quando os fluidos são agitados na boca por cerca de cinco a dez segundos - quanto mais tempo, melhor - para os receptores orais entrarem em contato com os carboidratos.

Embora os jogadores aparentemente a usem com frequência, Jeukendrup não acredita que a prática seja muito difundida. "Espero que seja considerada", afirmou. "É bom ver a ciência abrir caminho no esporte real".

Evidentemente, apenas o enxágue com carboidratos não poderia sustentar os jogadores por um período indefinido. O combustível de carboidratos também pode ser ingerido porque os músculos do corpo perdem glicogênio, uma forma de glicose armazenada que é usada para dar energia durante os exercícios. De outro modo, os jogadores se cansariam excessivamente.

A maior parte das pesquisas indica que a prática é ótima para exercícios intensos que duram de 30 minutos a uma hora. Entretanto, considerando que uma partida de futebol dura pelo menos 90 minutos e pode chegar a duas horas, a técnica pode ser "uma coisa errada a fazer", afirma Lindsay Bottoms, fisiologista do exercício físico da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra.

"Eles precisam ingeri-lo em lugar de cuspi-lo por causa da duração do futebol", afirmou. "Teoricamente, diria a eles que lavassem a boca e engolissem o líquido (para obter um duplo benefício)".

A pesquisa sobre as possíveis vantagens da ingestão de carboidratos para o desempenho no futebol se encontra em sua relativa infância. Os benefícios para a resistência na corrida são bastante claros, segundo Jeukendrup. Mas o que é menos certo é se beber soluções de carboidratos melhora habilidades específicas para o futebol como driblar, passar, chutar e cabecear.

Os pesquisadores da Michigan State University estão avaliando a atividade cerebral em estudantes universitários a fim de determinar quanto tempo dura o aumento do desempenho com a lavagem da boca, e se um novo líquido disponível no comércio para esta finalidade, fabricado pela Unit Nutrition, poderia aumentar a concentração dos jogadores.

Os resultados são preliminares, mas sugerem que a melhoria do desempenho dura cerca de 15 minutos. A lavagem parece combater a fadiga e aumenta a atenção na realização de uma tarefa, segundo David Ferguson, professor-assistente de fisiologia do exercício na Michigan State.

Para os jogadores de futebol que estão exaustos quando a partida vai chegando ao fim, a lavagem com carboidratos provavelmente "não os fará correr mais ou chutem a bola com mais energia", observou o professor. Ao contrário, "simplesmente aumentará sua atenção para não sucumbirem à fadiga, de modo a se colocarem na posição correta para um desempenho correto". / Andrew Keh, Tariq Panja e Rory Smith contribuíram para a reportagem.

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