Startup americana usa cogumelos como alternativa ao couro


Enquanto muitas opções sintéticas usam plástico, a MycoWorks usa micélio, uma substância da estrutura da raiz dos cogumelos, para fazer Reishi, que tem aparência de couro

Por Ellen Rosen
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - LIFE/STYLE - Em 2007, Philip Ross, artista de São Francisco, expôs seu trabalho com “micotectura”, a criação de materiais a partir da manipulação do micélio, a estrutura que está na raiz dos cogumelos. Ross comprou esporos de cogumelos e os transformou numa substância que ele descreve como semelhante ao papelão de fibra de densidade média.

Bill Morris, diretor de produto da MycoWorks, demonstra a flexibilidade de uma das amostras da empresa. A substância, chamada Reishi, é uma das principais candidatas a substituir o couro. Foto: Peter Prato/The New York To

Ross continuou fazendo experiências com o micélio e, em 2012, várias empresas estavam interessadas na tecnologia. Ross pediu a Sophia Wang, estudante de doutorado na Universidade da Califórnia que produzira sua exposição, para ajudá-lo a comercializar sua técnica de micotectura. Eles fundaram a MycoWorks no ano seguinte.

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“Éramos três num porão forrado de compensado e lona plástica”, disse Wang, que agora é o chefe de cultura da empresa. “Éramos uma startup de biotecnologia, mas fomos criados por artistas”.

Agora a MycoWorks cria um material que tem a aparência e a textura do couro, mas não tem nenhum traço de partes de animais. O material é chamado de Reishi, nome japonês para o gênero de cogumelos que Ross usou pela primeira vez. (A MycoWorks se recusou a divulgar os preços, exceto para dizer que atualmente é comparável ao de peles exóticas).

A empresa obteve mais de 75 patentes e hoje tem mais de 160 funcionários nos Estados Unidos, França e Espanha. Também garantiu colaborações com empresas de ponta, como Hermès e a fabricante de móveis Ligne Roset, além da GM Ventures, o braço de investimentos da General Motors.

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Se continuar crescendo, a MycoWorks tem um potencial enorme. O mercado global de materiais de couro sintético deve atingir quase US$ 67 bilhões até 2030, de acordo com a Research and Markets, uma fonte de dados e análises.

Muitas das alternativas ao couro hoje são feitas de plásticos, que são prejudiciais ao meio ambiente e não fornecem uma opção sustentável.

Sophia Wang, chefe de cultura, e Matthew Scullin, diretor executivo, nos escritórios da MycoWorks em Emeryville, Califórnia. Foto: Peter Prato/The New York To
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A MycoWorks “pode alcançar a mesma qualidade e desempenho do couro animal sem a necessidade de qualquer tipo de plástico”, disse Matthew Scullin, executivo-chefe da MycoWorks.

O processo começa combinando o micélio com resíduos de serrarias. À medida que a serragem se decompõe, a mistura começa a se transformar numa folha fina. O material pode então ser personalizado para atender às especificações dos clientes.

Nick Fouquet, designer de chapéus da Califórnia que é popular entre as celebridades, usou Reishi em alguns de seus chapéus no ano passado. “Perguntei a uma das minhas costureiras e ela não conseguiu diferenciar o Reishi do couro verdadeiro”, disse ele.

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A MycoWorks tem concorrência. A Bolt Threads, com sede na Califórnia, também está produzindo um material semelhante ao couro feito de micélio e vem trabalhando com empresas como Adidas, Lululemon e Mercedes. Outros cientistas de materiais estão fazendo experimentos com tecidos de base biológica, até mesmo com alguns que incorporam abacaxi e cacto. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

The New York Times Licensing Group - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times

THE NEW YORK TIMES - LIFE/STYLE - Em 2007, Philip Ross, artista de São Francisco, expôs seu trabalho com “micotectura”, a criação de materiais a partir da manipulação do micélio, a estrutura que está na raiz dos cogumelos. Ross comprou esporos de cogumelos e os transformou numa substância que ele descreve como semelhante ao papelão de fibra de densidade média.

Bill Morris, diretor de produto da MycoWorks, demonstra a flexibilidade de uma das amostras da empresa. A substância, chamada Reishi, é uma das principais candidatas a substituir o couro. Foto: Peter Prato/The New York To

Ross continuou fazendo experiências com o micélio e, em 2012, várias empresas estavam interessadas na tecnologia. Ross pediu a Sophia Wang, estudante de doutorado na Universidade da Califórnia que produzira sua exposição, para ajudá-lo a comercializar sua técnica de micotectura. Eles fundaram a MycoWorks no ano seguinte.

“Éramos três num porão forrado de compensado e lona plástica”, disse Wang, que agora é o chefe de cultura da empresa. “Éramos uma startup de biotecnologia, mas fomos criados por artistas”.

Agora a MycoWorks cria um material que tem a aparência e a textura do couro, mas não tem nenhum traço de partes de animais. O material é chamado de Reishi, nome japonês para o gênero de cogumelos que Ross usou pela primeira vez. (A MycoWorks se recusou a divulgar os preços, exceto para dizer que atualmente é comparável ao de peles exóticas).

A empresa obteve mais de 75 patentes e hoje tem mais de 160 funcionários nos Estados Unidos, França e Espanha. Também garantiu colaborações com empresas de ponta, como Hermès e a fabricante de móveis Ligne Roset, além da GM Ventures, o braço de investimentos da General Motors.

Se continuar crescendo, a MycoWorks tem um potencial enorme. O mercado global de materiais de couro sintético deve atingir quase US$ 67 bilhões até 2030, de acordo com a Research and Markets, uma fonte de dados e análises.

Muitas das alternativas ao couro hoje são feitas de plásticos, que são prejudiciais ao meio ambiente e não fornecem uma opção sustentável.

Sophia Wang, chefe de cultura, e Matthew Scullin, diretor executivo, nos escritórios da MycoWorks em Emeryville, Califórnia. Foto: Peter Prato/The New York To

A MycoWorks “pode alcançar a mesma qualidade e desempenho do couro animal sem a necessidade de qualquer tipo de plástico”, disse Matthew Scullin, executivo-chefe da MycoWorks.

O processo começa combinando o micélio com resíduos de serrarias. À medida que a serragem se decompõe, a mistura começa a se transformar numa folha fina. O material pode então ser personalizado para atender às especificações dos clientes.

Nick Fouquet, designer de chapéus da Califórnia que é popular entre as celebridades, usou Reishi em alguns de seus chapéus no ano passado. “Perguntei a uma das minhas costureiras e ela não conseguiu diferenciar o Reishi do couro verdadeiro”, disse ele.

A MycoWorks tem concorrência. A Bolt Threads, com sede na Califórnia, também está produzindo um material semelhante ao couro feito de micélio e vem trabalhando com empresas como Adidas, Lululemon e Mercedes. Outros cientistas de materiais estão fazendo experimentos com tecidos de base biológica, até mesmo com alguns que incorporam abacaxi e cacto. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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THE NEW YORK TIMES - LIFE/STYLE - Em 2007, Philip Ross, artista de São Francisco, expôs seu trabalho com “micotectura”, a criação de materiais a partir da manipulação do micélio, a estrutura que está na raiz dos cogumelos. Ross comprou esporos de cogumelos e os transformou numa substância que ele descreve como semelhante ao papelão de fibra de densidade média.

Bill Morris, diretor de produto da MycoWorks, demonstra a flexibilidade de uma das amostras da empresa. A substância, chamada Reishi, é uma das principais candidatas a substituir o couro. Foto: Peter Prato/The New York To

Ross continuou fazendo experiências com o micélio e, em 2012, várias empresas estavam interessadas na tecnologia. Ross pediu a Sophia Wang, estudante de doutorado na Universidade da Califórnia que produzira sua exposição, para ajudá-lo a comercializar sua técnica de micotectura. Eles fundaram a MycoWorks no ano seguinte.

“Éramos três num porão forrado de compensado e lona plástica”, disse Wang, que agora é o chefe de cultura da empresa. “Éramos uma startup de biotecnologia, mas fomos criados por artistas”.

Agora a MycoWorks cria um material que tem a aparência e a textura do couro, mas não tem nenhum traço de partes de animais. O material é chamado de Reishi, nome japonês para o gênero de cogumelos que Ross usou pela primeira vez. (A MycoWorks se recusou a divulgar os preços, exceto para dizer que atualmente é comparável ao de peles exóticas).

A empresa obteve mais de 75 patentes e hoje tem mais de 160 funcionários nos Estados Unidos, França e Espanha. Também garantiu colaborações com empresas de ponta, como Hermès e a fabricante de móveis Ligne Roset, além da GM Ventures, o braço de investimentos da General Motors.

Se continuar crescendo, a MycoWorks tem um potencial enorme. O mercado global de materiais de couro sintético deve atingir quase US$ 67 bilhões até 2030, de acordo com a Research and Markets, uma fonte de dados e análises.

Muitas das alternativas ao couro hoje são feitas de plásticos, que são prejudiciais ao meio ambiente e não fornecem uma opção sustentável.

Sophia Wang, chefe de cultura, e Matthew Scullin, diretor executivo, nos escritórios da MycoWorks em Emeryville, Califórnia. Foto: Peter Prato/The New York To

A MycoWorks “pode alcançar a mesma qualidade e desempenho do couro animal sem a necessidade de qualquer tipo de plástico”, disse Matthew Scullin, executivo-chefe da MycoWorks.

O processo começa combinando o micélio com resíduos de serrarias. À medida que a serragem se decompõe, a mistura começa a se transformar numa folha fina. O material pode então ser personalizado para atender às especificações dos clientes.

Nick Fouquet, designer de chapéus da Califórnia que é popular entre as celebridades, usou Reishi em alguns de seus chapéus no ano passado. “Perguntei a uma das minhas costureiras e ela não conseguiu diferenciar o Reishi do couro verdadeiro”, disse ele.

A MycoWorks tem concorrência. A Bolt Threads, com sede na Califórnia, também está produzindo um material semelhante ao couro feito de micélio e vem trabalhando com empresas como Adidas, Lululemon e Mercedes. Outros cientistas de materiais estão fazendo experimentos com tecidos de base biológica, até mesmo com alguns que incorporam abacaxi e cacto. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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