Uma característica interessante dos crescimentos exponenciais é que eles permanecem imperceptíveis por muito tempo, até que, de repente, parecem explodir.
Após muitas décadas de evolução discreta, o primeiro grande marco da Inteligência Artificial (IA) veio em 2012, quando a AlexNet venceu o desafio ImageNet, provando que redes neurais profundas podiam ser treinadas de forma eficiente com GPUs. Essa inovação impulsionou o aprendizado profundo e revelou o seu imenso potencial para aplicações como visão computacional e modelos de linguagem de grande porte (LLMs).
O próximo grande salto aconteceu em 2016 com o AlphaGo, que derrotou o campeão mundial de Go, Lee Sedol. Esse feito foi mais do que simbólico: representou o poder do aprendizado por reforço, hoje amplamente utilizados para treinar e orientar as decisões das LLMs.
Em 2017, os transformers, introduzidos no paper Attention is All You Need, revolucionaram o processamento sequencial de dados. Ao substituírem as abordagens recorrentes por mecanismos de atenção, esses modelos se tornaram capazes de analisar textos de maneira escalável.
Popularização das interações
Isso abriu caminho para as LLMs conversacionais como o ChatGPT, que em 2022 popularizaram interações quase humanas com máquinas. Demonstrando compreensão contextual, esses algoritmos começaram a gerar conteúdo criativo e auxiliar em tarefas complexas, tornando parte do cotidiano de milhões de pessoas.
Em 2024, começou a era das IAs de raciocínio. Esses algoritmos têm a capacidade de encadear relações lógicas, propor soluções criativas e, em muitos casos, integrar dados multimodais para análises ainda mais complexas. Seu impacto já começou a aparecer na ciência, onde estão sugerindo experimentos inovadores, refinando hipóteses complexas e acelerando o desenvolvimento de medicamentos e novos materiais.
O ano de 2024 também marcou a transição da IA de uma ferramenta poderosa para uma força transformadora global. Algoritmos de machine learning estão começando a reconfigurar setores inteiros, desde a saúde até a economia, modelando sistemas complexos e antecipando soluções para desafios que eram considerados impossíveis.
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Uma das razões para esse impacto transformador da IA em 2024 foi o amadurecimento de sua integração a sistemas existentes, permitindo o desenvolvimento de algoritmos adaptáveis a contextos específicos. Alguns exemplos incluem a otimização de redes de energia, com redução de desperdícios, e a medicina de precisão, onde análises genômicas e clínicas já estão personalizando diagnósticos e tratamentos.
Esse crescimento exponencial, que por décadas passou despercebido, agora está acelerando de maneira irreversível. Se 2023 foi o ano da ascensão da IA e 2024 o ano da sua explosão, tudo indica que estamos nos aproximando de algo ainda maior. Em 2025, a IA vai começar a moldar o futuro de tudo.