Poucas tecnologias na história tiveram um impacto tão rápido quanto a inteligência artificial (IA). Esse conjunto de técnicas, que há apenas uma década era considerada pela maioria das pessoas como ficção científica, hoje já orienta o que vemos nas redes sociais, a publicidade que recebemos online, a nossa rota de transito, as séries que assistimos, entre muitas outras aplicações.
A IA já começou até mesmo a revolucionar a saúde, que é a área mais regulada e mais avessa a mudanças de todas. Essas características são uma marca da saúde por bons motivos, já que se trata da área mais consequente de todas e que, por isso, precisa ser muito cuidadosa e responsável na adoção de novas tecnologias.
Apesar de a IA ainda estar na sua infância, o seu desenvolvimento recente já tem sido suficiente para ter um impacto positivo na saúde, principalmente em três grandes áreas: aumento da eficiência da gestão hospitalar, diminuição das burocracias para os profissionais de saúde e auxílio em melhores decisões de diagnóstico e prognóstico dos pacientes.
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Um relatório publicado pela revista The Economist, identificou algumas das principais aplicações de IA que já começaram a aparecer na saúde. Entre as muitas novidades recentes, foi mencionado que a análise de tomografias cerebrais por algoritmos desenvolvidos pela Universidade de Oxford triplicou o número de pessoas que alcançaram independência funcional após um acidente vascular cerebral (AVC).
Além disso, em Nova York, o uso de IA permitiu que as varreduras de câncer se tornassem muito mais rápidas e baratas. Em relação à gestão hospitalar, o desenvolvimento de um centro de comando que utiliza 20 aplicativos de IA permitiu que o Hospital Geral de Tampa tivesse um ganho de eficiência de US$ 40 milhões.
Esses ganhos de eficiência na gestão, na produtividade dos profissionais de saúde e na recuperação dos pacientes devem se intensificar à medida que a IA continue ganhando maturidade. Segundo o influente periódico britânico, por mais que esses avanços iniciais tenham ocorrido em países ricos, o maior impacto da IA será na saúde dos países em desenvolvimento, principalmente por ampliar o potencial de uso de dispositivos simples, como o estetoscópio e o prontuário eletrônico.
Não existe motivo para que a IA não transforme a saúde, da mesma forma que tem transformado a educação, o trabalho e o lazer das pessoas. Se os seres humanos conseguem realizar uma tarefa, os algoritmos também conseguirão e com melhor qualidade, principalmente à medida que a coleta de dados (o famoso big data) se intensifique em todas as áreas.
Por causa das suas características intrínsecas, a saúde será a última área a ser profundamente transformada pela IA. É preciso garantir que essa revolução seja responsável e gradual. Assim, o seu impacto será muito mais duradouro.