Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

Opinião|A inteligência artificial pode tornar a saúde brasileira mais humana


Reportagens destacam avanços pioneiros na integração da IA na saúde, prevendo uma transformação radical na gestão, diagnósticos e humanização do sistema

Por Alexandre Chiavegatto Filho
Atualização:

A inteligência artificial (IA) já transformou o nosso dia-a-dia. Hoje algoritmos decidem a nossa rota de trânsito, o que vamos ver nas redes sociais e até nos indicam quais filmes e séries vamos gostar mais de assistir.

Porém a IA ainda está engatinhando na sua aplicação mais importante. O motivo para isso é que a saúde é uma área muito mais consequente do que as outras. O impacto de um erro na rota de trânsito é muito menor para uma pessoa do que um diagnóstico médico incorreto. Isso significa que precisamos ser mais cuidadosos com as aplicações de IA na saúde e o seu uso responsável levará necessariamente mais tempo.

O Estadão está publicando nesta semana uma série de reportagens da The Economist que apontam para as primeiras aplicações práticas bem-sucedidas de IA na saúde. Segundo a prestigiosa revista inglesa, o uso de IA “será uma oportunidade para melhorar a vida de centenas de milhões ou mesmo bilhões de pessoas”.

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Reportagens revelam os primeiros passos bem-sucedidos da inteligência artificial na medicina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A saúde é ao mesmo tempo uma área bastante complexa e que coleta muitos dados. Isso a torna uma candidata natural para ser profundamente transformada por algoritmos especializados em aprender a identificar padrões complexos a partir dos dados.

Com o avanço da digitalização e da coleta de dados, o primeiro impacto real da IA na saúde será na melhoria da gestão do sistema, historicamente muito propício a desperdícios e ineficiências.

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Algoritmos irão ajudar gestores desde a organizar a fila e a triagem dos pacientes, até a alocar os recursos físicos e humanos dos estabelecimentos de saúde, evitando as atuais situações preocupantes de excesso de demanda de profissionais de saúde, que tem contribuído para o aumento do número de casos de burnout.

Logo depois dessa transformação, a IA começará a ter um impacto na atenção médica, que virá principalmente a partir de auxílios a melhores diagnósticos e decisões de intervenções médicas. Os profissionais de saúde terão ao seu dispor algoritmos para tirar quaisquer dúvidas sobre medidas preventivas, intervenções medicamentosas, risco de recidiva, probabilidade de reinternação hospitalar, estimativa de sobrevida de pacientes, entre muitas outras.

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Porém a área da saúde que a IA terá maior impacto será na humanização da medicina. Os algoritmos de IA vão liberar os profissionais de saúde de boa parte das atuais tarefas burocráticas, como da necessidade de digitação de informações em prontuários eletrônicos e em relatórios de cirurgias, que serão preenchidos automaticamente a partir da transcrição das conversas.

Além disso, graças à disponibilização dos algoritmos preditivos durante as consultas, todos os médicos terão acesso à melhor indicação de diagnóstico e intervenções. Assim, o que irá diferenciar a qualidade dos profissionais será o seu lado humano, como a sua capacidade de ouvir, tocar, sentir e orientar os pacientes.

Ao tornar o sistema de saúde mais eficiente e mais humano, algoritmos de IA contribuirão para retirar a saúde da sua posição de área pior avaliada do país, segundo as pesquisas de opinião. Essa transição precisa acontecer de forma responsável e o mais rapidamente possível. É uma questão de vida ou morte.

A inteligência artificial (IA) já transformou o nosso dia-a-dia. Hoje algoritmos decidem a nossa rota de trânsito, o que vamos ver nas redes sociais e até nos indicam quais filmes e séries vamos gostar mais de assistir.

Porém a IA ainda está engatinhando na sua aplicação mais importante. O motivo para isso é que a saúde é uma área muito mais consequente do que as outras. O impacto de um erro na rota de trânsito é muito menor para uma pessoa do que um diagnóstico médico incorreto. Isso significa que precisamos ser mais cuidadosos com as aplicações de IA na saúde e o seu uso responsável levará necessariamente mais tempo.

O Estadão está publicando nesta semana uma série de reportagens da The Economist que apontam para as primeiras aplicações práticas bem-sucedidas de IA na saúde. Segundo a prestigiosa revista inglesa, o uso de IA “será uma oportunidade para melhorar a vida de centenas de milhões ou mesmo bilhões de pessoas”.

Reportagens revelam os primeiros passos bem-sucedidos da inteligência artificial na medicina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A saúde é ao mesmo tempo uma área bastante complexa e que coleta muitos dados. Isso a torna uma candidata natural para ser profundamente transformada por algoritmos especializados em aprender a identificar padrões complexos a partir dos dados.

Com o avanço da digitalização e da coleta de dados, o primeiro impacto real da IA na saúde será na melhoria da gestão do sistema, historicamente muito propício a desperdícios e ineficiências.

Algoritmos irão ajudar gestores desde a organizar a fila e a triagem dos pacientes, até a alocar os recursos físicos e humanos dos estabelecimentos de saúde, evitando as atuais situações preocupantes de excesso de demanda de profissionais de saúde, que tem contribuído para o aumento do número de casos de burnout.

Logo depois dessa transformação, a IA começará a ter um impacto na atenção médica, que virá principalmente a partir de auxílios a melhores diagnósticos e decisões de intervenções médicas. Os profissionais de saúde terão ao seu dispor algoritmos para tirar quaisquer dúvidas sobre medidas preventivas, intervenções medicamentosas, risco de recidiva, probabilidade de reinternação hospitalar, estimativa de sobrevida de pacientes, entre muitas outras.

Porém a área da saúde que a IA terá maior impacto será na humanização da medicina. Os algoritmos de IA vão liberar os profissionais de saúde de boa parte das atuais tarefas burocráticas, como da necessidade de digitação de informações em prontuários eletrônicos e em relatórios de cirurgias, que serão preenchidos automaticamente a partir da transcrição das conversas.

Além disso, graças à disponibilização dos algoritmos preditivos durante as consultas, todos os médicos terão acesso à melhor indicação de diagnóstico e intervenções. Assim, o que irá diferenciar a qualidade dos profissionais será o seu lado humano, como a sua capacidade de ouvir, tocar, sentir e orientar os pacientes.

Ao tornar o sistema de saúde mais eficiente e mais humano, algoritmos de IA contribuirão para retirar a saúde da sua posição de área pior avaliada do país, segundo as pesquisas de opinião. Essa transição precisa acontecer de forma responsável e o mais rapidamente possível. É uma questão de vida ou morte.

A inteligência artificial (IA) já transformou o nosso dia-a-dia. Hoje algoritmos decidem a nossa rota de trânsito, o que vamos ver nas redes sociais e até nos indicam quais filmes e séries vamos gostar mais de assistir.

Porém a IA ainda está engatinhando na sua aplicação mais importante. O motivo para isso é que a saúde é uma área muito mais consequente do que as outras. O impacto de um erro na rota de trânsito é muito menor para uma pessoa do que um diagnóstico médico incorreto. Isso significa que precisamos ser mais cuidadosos com as aplicações de IA na saúde e o seu uso responsável levará necessariamente mais tempo.

O Estadão está publicando nesta semana uma série de reportagens da The Economist que apontam para as primeiras aplicações práticas bem-sucedidas de IA na saúde. Segundo a prestigiosa revista inglesa, o uso de IA “será uma oportunidade para melhorar a vida de centenas de milhões ou mesmo bilhões de pessoas”.

Reportagens revelam os primeiros passos bem-sucedidos da inteligência artificial na medicina Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A saúde é ao mesmo tempo uma área bastante complexa e que coleta muitos dados. Isso a torna uma candidata natural para ser profundamente transformada por algoritmos especializados em aprender a identificar padrões complexos a partir dos dados.

Com o avanço da digitalização e da coleta de dados, o primeiro impacto real da IA na saúde será na melhoria da gestão do sistema, historicamente muito propício a desperdícios e ineficiências.

Algoritmos irão ajudar gestores desde a organizar a fila e a triagem dos pacientes, até a alocar os recursos físicos e humanos dos estabelecimentos de saúde, evitando as atuais situações preocupantes de excesso de demanda de profissionais de saúde, que tem contribuído para o aumento do número de casos de burnout.

Logo depois dessa transformação, a IA começará a ter um impacto na atenção médica, que virá principalmente a partir de auxílios a melhores diagnósticos e decisões de intervenções médicas. Os profissionais de saúde terão ao seu dispor algoritmos para tirar quaisquer dúvidas sobre medidas preventivas, intervenções medicamentosas, risco de recidiva, probabilidade de reinternação hospitalar, estimativa de sobrevida de pacientes, entre muitas outras.

Porém a área da saúde que a IA terá maior impacto será na humanização da medicina. Os algoritmos de IA vão liberar os profissionais de saúde de boa parte das atuais tarefas burocráticas, como da necessidade de digitação de informações em prontuários eletrônicos e em relatórios de cirurgias, que serão preenchidos automaticamente a partir da transcrição das conversas.

Além disso, graças à disponibilização dos algoritmos preditivos durante as consultas, todos os médicos terão acesso à melhor indicação de diagnóstico e intervenções. Assim, o que irá diferenciar a qualidade dos profissionais será o seu lado humano, como a sua capacidade de ouvir, tocar, sentir e orientar os pacientes.

Ao tornar o sistema de saúde mais eficiente e mais humano, algoritmos de IA contribuirão para retirar a saúde da sua posição de área pior avaliada do país, segundo as pesquisas de opinião. Essa transição precisa acontecer de forma responsável e o mais rapidamente possível. É uma questão de vida ou morte.

Opinião por Alexandre Chiavegatto Filho

Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

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