Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

Opinião|O fim do livre-arbítrio? Como a IA está desafiando a nossa noção de escolha


Avanços em IA trazem reflexões sobre conceitos de escolha e de responsabilidade individual

Por Alexandre Chiavegatto Filho

A ideia de que temos livre-arbítrio - a capacidade de realizarmos escolhas independentes e sermos responsáveis por nossas ações - é fundamental para o nosso entendimento da condição humana.

No entanto, avanços recentes na neurociência e na inteligência artificial (IA) estão desafiando essa noção, levantando questões sobre até que ponto controlamos o nosso próprio destino.

A neurociência, por exemplo, tem demonstrado que muitas de nossas decisões são influenciadas por processos inconscientes no cérebro, que ocorrem antes mesmo de nos tornarmos conscientes delas.

continua após a publicidade
IA muda noção de livre-arbítrio  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Experimentos famosos, como os conduzidos por Benjamin Libet, têm encontrado que o cérebro toma decisões frações de segundos antes de nos tornarmos cientes, sugerindo que a nossa sensação de livre-arbítrio pode ser uma ilusão.

continua após a publicidade

No campo da IA, os algoritmos estão cada vez mais capazes de predizer nossas ações e escolhas com alta performance, a partir da análise de grandes volumes de dados sobre os nossos comportamentos passados.

Esta coluna provavelmente foi sugerida a você por um algoritmo de IA, em uma rede social ou no site do Estadão. Se um sistema automatizado indicou este conteúdo com base nos seus interesses e comportamentos anteriores, até a sua reflexão atual sobre se você tem livre-arbítrio não é realmente livre.

Além disso, a IA desafia a nossa noção de mérito e esforço individual. Em um mundo onde algoritmos podem otimizar nosso desempenho e nos ajudar a tomar decisões mais inteligentes, podemos dizer que nossas conquistas são verdadeiramente nossas?

continua após a publicidade

Em setores como a saúde, finanças e até mesmo entretenimento, estamos cada vez mais dependentes desses algoritmos para guiar nossas escolhas e otimizar nossas vidas. Isso pode nos levar a uma complacência perigosa, onde permitimos que a IA tome decisões importantes em nosso lugar, sem questionar o grau de controle que realmente temos.

No entanto, é importante lembrar que a IA é uma tecnologia concebida e programada por seres humanos, o que nos dá a capacidade de moldar o desenvolvimento e a utilização dessas ferramentas. Na essência, a aparente ausência de iniciativa gerada pela IA vem da nossa própria decisão de criar e implementar esses algoritmos.

No final das contas, como disse o filósofo Jean-Paul Sartre, “estamos condenados a ser livres”. A ascensão da IA não deve ser vista como uma ameaça ao livre-arbítrio, mas como uma oportunidade para reavaliar nossa compreensão do que seria a verdadeira liberdade humana em um mundo cada vez mais complexo e guiado pela tecnologia.

A ideia de que temos livre-arbítrio - a capacidade de realizarmos escolhas independentes e sermos responsáveis por nossas ações - é fundamental para o nosso entendimento da condição humana.

No entanto, avanços recentes na neurociência e na inteligência artificial (IA) estão desafiando essa noção, levantando questões sobre até que ponto controlamos o nosso próprio destino.

A neurociência, por exemplo, tem demonstrado que muitas de nossas decisões são influenciadas por processos inconscientes no cérebro, que ocorrem antes mesmo de nos tornarmos conscientes delas.

IA muda noção de livre-arbítrio  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Experimentos famosos, como os conduzidos por Benjamin Libet, têm encontrado que o cérebro toma decisões frações de segundos antes de nos tornarmos cientes, sugerindo que a nossa sensação de livre-arbítrio pode ser uma ilusão.

No campo da IA, os algoritmos estão cada vez mais capazes de predizer nossas ações e escolhas com alta performance, a partir da análise de grandes volumes de dados sobre os nossos comportamentos passados.

Esta coluna provavelmente foi sugerida a você por um algoritmo de IA, em uma rede social ou no site do Estadão. Se um sistema automatizado indicou este conteúdo com base nos seus interesses e comportamentos anteriores, até a sua reflexão atual sobre se você tem livre-arbítrio não é realmente livre.

Além disso, a IA desafia a nossa noção de mérito e esforço individual. Em um mundo onde algoritmos podem otimizar nosso desempenho e nos ajudar a tomar decisões mais inteligentes, podemos dizer que nossas conquistas são verdadeiramente nossas?

Em setores como a saúde, finanças e até mesmo entretenimento, estamos cada vez mais dependentes desses algoritmos para guiar nossas escolhas e otimizar nossas vidas. Isso pode nos levar a uma complacência perigosa, onde permitimos que a IA tome decisões importantes em nosso lugar, sem questionar o grau de controle que realmente temos.

No entanto, é importante lembrar que a IA é uma tecnologia concebida e programada por seres humanos, o que nos dá a capacidade de moldar o desenvolvimento e a utilização dessas ferramentas. Na essência, a aparente ausência de iniciativa gerada pela IA vem da nossa própria decisão de criar e implementar esses algoritmos.

No final das contas, como disse o filósofo Jean-Paul Sartre, “estamos condenados a ser livres”. A ascensão da IA não deve ser vista como uma ameaça ao livre-arbítrio, mas como uma oportunidade para reavaliar nossa compreensão do que seria a verdadeira liberdade humana em um mundo cada vez mais complexo e guiado pela tecnologia.

A ideia de que temos livre-arbítrio - a capacidade de realizarmos escolhas independentes e sermos responsáveis por nossas ações - é fundamental para o nosso entendimento da condição humana.

No entanto, avanços recentes na neurociência e na inteligência artificial (IA) estão desafiando essa noção, levantando questões sobre até que ponto controlamos o nosso próprio destino.

A neurociência, por exemplo, tem demonstrado que muitas de nossas decisões são influenciadas por processos inconscientes no cérebro, que ocorrem antes mesmo de nos tornarmos conscientes delas.

IA muda noção de livre-arbítrio  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Experimentos famosos, como os conduzidos por Benjamin Libet, têm encontrado que o cérebro toma decisões frações de segundos antes de nos tornarmos cientes, sugerindo que a nossa sensação de livre-arbítrio pode ser uma ilusão.

No campo da IA, os algoritmos estão cada vez mais capazes de predizer nossas ações e escolhas com alta performance, a partir da análise de grandes volumes de dados sobre os nossos comportamentos passados.

Esta coluna provavelmente foi sugerida a você por um algoritmo de IA, em uma rede social ou no site do Estadão. Se um sistema automatizado indicou este conteúdo com base nos seus interesses e comportamentos anteriores, até a sua reflexão atual sobre se você tem livre-arbítrio não é realmente livre.

Além disso, a IA desafia a nossa noção de mérito e esforço individual. Em um mundo onde algoritmos podem otimizar nosso desempenho e nos ajudar a tomar decisões mais inteligentes, podemos dizer que nossas conquistas são verdadeiramente nossas?

Em setores como a saúde, finanças e até mesmo entretenimento, estamos cada vez mais dependentes desses algoritmos para guiar nossas escolhas e otimizar nossas vidas. Isso pode nos levar a uma complacência perigosa, onde permitimos que a IA tome decisões importantes em nosso lugar, sem questionar o grau de controle que realmente temos.

No entanto, é importante lembrar que a IA é uma tecnologia concebida e programada por seres humanos, o que nos dá a capacidade de moldar o desenvolvimento e a utilização dessas ferramentas. Na essência, a aparente ausência de iniciativa gerada pela IA vem da nossa própria decisão de criar e implementar esses algoritmos.

No final das contas, como disse o filósofo Jean-Paul Sartre, “estamos condenados a ser livres”. A ascensão da IA não deve ser vista como uma ameaça ao livre-arbítrio, mas como uma oportunidade para reavaliar nossa compreensão do que seria a verdadeira liberdade humana em um mundo cada vez mais complexo e guiado pela tecnologia.

Opinião por Alexandre Chiavegatto Filho

Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.