Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

Opinião|OMS começa a se preparar para a transformação da inteligência artificial na saúde


Diretrizes da organização querem regulamentar o uso da IA na saúde para garantir qualidade de serviço

Por Alexandre Chiavegatto Filho

De todas as áreas que a inteligência artificial (IA) irá transformar, a mais impactante de todas provavelmente será a da saúde. Ao mesmo tempo que a área coleta uma grande quantidade de dados (estima-se que 30% de todos os dados coletados sejam na saúde), é também possivelmente a mais complexa e difícil de todas.

Para cada decisão importante na área é preciso levar em consideração um grande número de fatores, como situação socioeconômica, características demográficas, presença de doenças, entre muitos outros. É um terreno fértil para o uso de algoritmos de IA que aprendam regras de decisão a partir de grandes conjuntos de dados.

Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um relatório com diretrizes para garantir que a IA estará disponível na saúde rapidamente e com qualidade em regiões remotas do mundo, que serão os locais em que a tecnologia será mais transformadora.

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OMS lança diretrizes para saúde em IA Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo o relatório, algoritmos de IA têm um grande potencial de ampliar a prestação de serviços a populações carentes, melhorar a vigilância em saúde pública, promover a gestão eficiente da saúde e acelerar o desenvolvimento de medicamentos. Porém, como toda nova tecnologia revolucionária, também envolve riscos e desperdícios se não for corretamente aplicada.

Entre as diretrizes abordadas pelo relatório estão considerações relevantes sobre documentação e transparência, gestão de riscos no desenvolvimento de algoritmos, identificação do uso pretendido e sua validação, qualidade dos dados para treinamento das IAs, privacidade e proteção, e a importância de engajamento e colaboração entre todas as partes envolvidas.

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Segundo declaração do diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, essas novas orientações ajudarão os países a aproveitarem por completo o potencial da IA na saúde, citando como exemplo o auxílio ao tratamento do câncer ou na detecção da tuberculose, minimizando ao mesmo tempo possíveis riscos.

Um dos principais desafios mencionados pelo relatório é a necessidade de os dados de treinamento dos algoritmos refletirem a diversidade socioeconômica e genética das regiões em que serão de fato utilizados. Isso traz um enorme potencial para um país tão diverso quanto o Brasil de auxiliar com o fornecimento de dados e de tecnologia local para o treinamento de algoritmos globais.

No mês passado aconteceu em Riad, na Arábia Saudita, o encontro do grupo da OMS Global Alliance for Artificial Intelligence in Health, em que foi novamente enfatizada a importância do uso de dados brasileiros e o seu potencial para garantir o bom desenvolvimento de algoritmos generalizáveis nas diferentes realidades do mundo.

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Junto com os imensos potenciais do uso de IA na saúde, vêm também os seus imensos desafios. Será possível superá-los por meio de direcionamentos claros e científicos, evitando-se muitos dos pânicos e inseguranças sobre a área que têm ocorrido recentemente. Entidades internacionais como a OMS já estão apontando o caminho.

De todas as áreas que a inteligência artificial (IA) irá transformar, a mais impactante de todas provavelmente será a da saúde. Ao mesmo tempo que a área coleta uma grande quantidade de dados (estima-se que 30% de todos os dados coletados sejam na saúde), é também possivelmente a mais complexa e difícil de todas.

Para cada decisão importante na área é preciso levar em consideração um grande número de fatores, como situação socioeconômica, características demográficas, presença de doenças, entre muitos outros. É um terreno fértil para o uso de algoritmos de IA que aprendam regras de decisão a partir de grandes conjuntos de dados.

Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um relatório com diretrizes para garantir que a IA estará disponível na saúde rapidamente e com qualidade em regiões remotas do mundo, que serão os locais em que a tecnologia será mais transformadora.

OMS lança diretrizes para saúde em IA Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo o relatório, algoritmos de IA têm um grande potencial de ampliar a prestação de serviços a populações carentes, melhorar a vigilância em saúde pública, promover a gestão eficiente da saúde e acelerar o desenvolvimento de medicamentos. Porém, como toda nova tecnologia revolucionária, também envolve riscos e desperdícios se não for corretamente aplicada.

Entre as diretrizes abordadas pelo relatório estão considerações relevantes sobre documentação e transparência, gestão de riscos no desenvolvimento de algoritmos, identificação do uso pretendido e sua validação, qualidade dos dados para treinamento das IAs, privacidade e proteção, e a importância de engajamento e colaboração entre todas as partes envolvidas.

Segundo declaração do diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, essas novas orientações ajudarão os países a aproveitarem por completo o potencial da IA na saúde, citando como exemplo o auxílio ao tratamento do câncer ou na detecção da tuberculose, minimizando ao mesmo tempo possíveis riscos.

Um dos principais desafios mencionados pelo relatório é a necessidade de os dados de treinamento dos algoritmos refletirem a diversidade socioeconômica e genética das regiões em que serão de fato utilizados. Isso traz um enorme potencial para um país tão diverso quanto o Brasil de auxiliar com o fornecimento de dados e de tecnologia local para o treinamento de algoritmos globais.

No mês passado aconteceu em Riad, na Arábia Saudita, o encontro do grupo da OMS Global Alliance for Artificial Intelligence in Health, em que foi novamente enfatizada a importância do uso de dados brasileiros e o seu potencial para garantir o bom desenvolvimento de algoritmos generalizáveis nas diferentes realidades do mundo.

Junto com os imensos potenciais do uso de IA na saúde, vêm também os seus imensos desafios. Será possível superá-los por meio de direcionamentos claros e científicos, evitando-se muitos dos pânicos e inseguranças sobre a área que têm ocorrido recentemente. Entidades internacionais como a OMS já estão apontando o caminho.

De todas as áreas que a inteligência artificial (IA) irá transformar, a mais impactante de todas provavelmente será a da saúde. Ao mesmo tempo que a área coleta uma grande quantidade de dados (estima-se que 30% de todos os dados coletados sejam na saúde), é também possivelmente a mais complexa e difícil de todas.

Para cada decisão importante na área é preciso levar em consideração um grande número de fatores, como situação socioeconômica, características demográficas, presença de doenças, entre muitos outros. É um terreno fértil para o uso de algoritmos de IA que aprendam regras de decisão a partir de grandes conjuntos de dados.

Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um relatório com diretrizes para garantir que a IA estará disponível na saúde rapidamente e com qualidade em regiões remotas do mundo, que serão os locais em que a tecnologia será mais transformadora.

OMS lança diretrizes para saúde em IA Foto: Werther Santana/Estadão

Segundo o relatório, algoritmos de IA têm um grande potencial de ampliar a prestação de serviços a populações carentes, melhorar a vigilância em saúde pública, promover a gestão eficiente da saúde e acelerar o desenvolvimento de medicamentos. Porém, como toda nova tecnologia revolucionária, também envolve riscos e desperdícios se não for corretamente aplicada.

Entre as diretrizes abordadas pelo relatório estão considerações relevantes sobre documentação e transparência, gestão de riscos no desenvolvimento de algoritmos, identificação do uso pretendido e sua validação, qualidade dos dados para treinamento das IAs, privacidade e proteção, e a importância de engajamento e colaboração entre todas as partes envolvidas.

Segundo declaração do diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, essas novas orientações ajudarão os países a aproveitarem por completo o potencial da IA na saúde, citando como exemplo o auxílio ao tratamento do câncer ou na detecção da tuberculose, minimizando ao mesmo tempo possíveis riscos.

Um dos principais desafios mencionados pelo relatório é a necessidade de os dados de treinamento dos algoritmos refletirem a diversidade socioeconômica e genética das regiões em que serão de fato utilizados. Isso traz um enorme potencial para um país tão diverso quanto o Brasil de auxiliar com o fornecimento de dados e de tecnologia local para o treinamento de algoritmos globais.

No mês passado aconteceu em Riad, na Arábia Saudita, o encontro do grupo da OMS Global Alliance for Artificial Intelligence in Health, em que foi novamente enfatizada a importância do uso de dados brasileiros e o seu potencial para garantir o bom desenvolvimento de algoritmos generalizáveis nas diferentes realidades do mundo.

Junto com os imensos potenciais do uso de IA na saúde, vêm também os seus imensos desafios. Será possível superá-los por meio de direcionamentos claros e científicos, evitando-se muitos dos pânicos e inseguranças sobre a área que têm ocorrido recentemente. Entidades internacionais como a OMS já estão apontando o caminho.

Opinião por Alexandre Chiavegatto Filho

Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

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