Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

Opinião|Onde estão os filmes positivos sobre inteligência artificial?


‘Atlas’, o novo blockbuster da Netflix estrelado por Jennifer Lopez, repete clichês sobre a tecnologia

Por Alexandre Chiavegatto Filho
Atualização:

Apesar de ser uma tecnologia relativamente nova, a inteligência artificial (IA) já está impactando positivamente muitas áreas da nossa vida. Os algoritmos já nos auxiliam nas rotas de trânsito, na escrita de textos, na democratização da produção artística, entre outras aplicações.

Muito em breve, algoritmos de IA estarão também ajudando todos os profissionais de saúde a salvarem vidas e a diagnosticarem doenças, professores a conseguirem que seus alunos atinjam todo o seu potencial de aprendizado, e cientistas a descobrirem novos medicamentos e energias verdes.

Maioria dos filmes sobre IA aborda a tecnologia como algo negativo Foto: Marco Ugarte/AP
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Esses profundos impactos positivos são raramente o assunto de notícias e filmes. Por outro lado, os impactos negativos todos nós sabemos de cor, como o assédio de alunos de uma escola do Rio de Janeiro contra colegas e o algoritmo ruim da Amazon que contratava mais homens do que mulheres. O primeiro caso, aliás, levou a revista de maior circulação nacional a criar uma capa de um robô assassino com o título “A serviço do mal”.

O mesmo padrão tem sido reproduzido nas artes. No momento da escrita desta coluna, o filme mais assistido da Netflix no Brasil é Atlas, protagonizado por Jennifer Lopez. Trata-se de um filme que tem como tema o futuro da IA – e é claro que ela quer exterminar a raça humana (por motivos não muito claros).

O filme nos bombardeia com clichês, que incluem a clássica tentativa de a IA acabar com a humanidade dando tiros (em vez de induzindo uma catástrofe ambiental). Até os poucos acertos, como a importância de usarmos algoritmos alinhados para diminuirmos as consequências de algoritmos desalinhados, acabam se perdendo no meio de tanto fracasso humano de roteiro e de atuação.

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Esse ethos atual de apenas focar em problemas de IA, em vez das suas inúmeras aplicações práticas positivas, possui consequências reais para o futuro do nosso desenvolvimento tecnológico. Essa tendência talvez ajude a explicar por que Brasil é o único país relevante do mundo sem um projeto nacional de investimento em IA, e por que o Senado está se atropelando para aprovar urgentemente um projeto de lei para restringir o uso da tecnologia no Brasil.

A boa notícia é que é sim possível criar arte realista e de qualidade sobre o futuro da IA. O melhor episódio de Black Mirror, segundo a opinião de muitos, é San Junipero, uma obra de amor, esperança e compaixão sobre as possibilidades do desenvolvimento tecnológico.

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É claro que não podemos ignorar os possíveis impactos negativos de uma IA desalinhada aos nossos valores humanos, principalmente com a chegada da inteligência geral artificial (AGI). Porém, como colocado no único acerto de Atlas, a nossa esperança para enfrentarmos os problemas da IA será sempre mais IA.

Apesar de ser uma tecnologia relativamente nova, a inteligência artificial (IA) já está impactando positivamente muitas áreas da nossa vida. Os algoritmos já nos auxiliam nas rotas de trânsito, na escrita de textos, na democratização da produção artística, entre outras aplicações.

Muito em breve, algoritmos de IA estarão também ajudando todos os profissionais de saúde a salvarem vidas e a diagnosticarem doenças, professores a conseguirem que seus alunos atinjam todo o seu potencial de aprendizado, e cientistas a descobrirem novos medicamentos e energias verdes.

Maioria dos filmes sobre IA aborda a tecnologia como algo negativo Foto: Marco Ugarte/AP

Esses profundos impactos positivos são raramente o assunto de notícias e filmes. Por outro lado, os impactos negativos todos nós sabemos de cor, como o assédio de alunos de uma escola do Rio de Janeiro contra colegas e o algoritmo ruim da Amazon que contratava mais homens do que mulheres. O primeiro caso, aliás, levou a revista de maior circulação nacional a criar uma capa de um robô assassino com o título “A serviço do mal”.

O mesmo padrão tem sido reproduzido nas artes. No momento da escrita desta coluna, o filme mais assistido da Netflix no Brasil é Atlas, protagonizado por Jennifer Lopez. Trata-se de um filme que tem como tema o futuro da IA – e é claro que ela quer exterminar a raça humana (por motivos não muito claros).

O filme nos bombardeia com clichês, que incluem a clássica tentativa de a IA acabar com a humanidade dando tiros (em vez de induzindo uma catástrofe ambiental). Até os poucos acertos, como a importância de usarmos algoritmos alinhados para diminuirmos as consequências de algoritmos desalinhados, acabam se perdendo no meio de tanto fracasso humano de roteiro e de atuação.

Esse ethos atual de apenas focar em problemas de IA, em vez das suas inúmeras aplicações práticas positivas, possui consequências reais para o futuro do nosso desenvolvimento tecnológico. Essa tendência talvez ajude a explicar por que Brasil é o único país relevante do mundo sem um projeto nacional de investimento em IA, e por que o Senado está se atropelando para aprovar urgentemente um projeto de lei para restringir o uso da tecnologia no Brasil.

A boa notícia é que é sim possível criar arte realista e de qualidade sobre o futuro da IA. O melhor episódio de Black Mirror, segundo a opinião de muitos, é San Junipero, uma obra de amor, esperança e compaixão sobre as possibilidades do desenvolvimento tecnológico.

É claro que não podemos ignorar os possíveis impactos negativos de uma IA desalinhada aos nossos valores humanos, principalmente com a chegada da inteligência geral artificial (AGI). Porém, como colocado no único acerto de Atlas, a nossa esperança para enfrentarmos os problemas da IA será sempre mais IA.

Apesar de ser uma tecnologia relativamente nova, a inteligência artificial (IA) já está impactando positivamente muitas áreas da nossa vida. Os algoritmos já nos auxiliam nas rotas de trânsito, na escrita de textos, na democratização da produção artística, entre outras aplicações.

Muito em breve, algoritmos de IA estarão também ajudando todos os profissionais de saúde a salvarem vidas e a diagnosticarem doenças, professores a conseguirem que seus alunos atinjam todo o seu potencial de aprendizado, e cientistas a descobrirem novos medicamentos e energias verdes.

Maioria dos filmes sobre IA aborda a tecnologia como algo negativo Foto: Marco Ugarte/AP

Esses profundos impactos positivos são raramente o assunto de notícias e filmes. Por outro lado, os impactos negativos todos nós sabemos de cor, como o assédio de alunos de uma escola do Rio de Janeiro contra colegas e o algoritmo ruim da Amazon que contratava mais homens do que mulheres. O primeiro caso, aliás, levou a revista de maior circulação nacional a criar uma capa de um robô assassino com o título “A serviço do mal”.

O mesmo padrão tem sido reproduzido nas artes. No momento da escrita desta coluna, o filme mais assistido da Netflix no Brasil é Atlas, protagonizado por Jennifer Lopez. Trata-se de um filme que tem como tema o futuro da IA – e é claro que ela quer exterminar a raça humana (por motivos não muito claros).

O filme nos bombardeia com clichês, que incluem a clássica tentativa de a IA acabar com a humanidade dando tiros (em vez de induzindo uma catástrofe ambiental). Até os poucos acertos, como a importância de usarmos algoritmos alinhados para diminuirmos as consequências de algoritmos desalinhados, acabam se perdendo no meio de tanto fracasso humano de roteiro e de atuação.

Esse ethos atual de apenas focar em problemas de IA, em vez das suas inúmeras aplicações práticas positivas, possui consequências reais para o futuro do nosso desenvolvimento tecnológico. Essa tendência talvez ajude a explicar por que Brasil é o único país relevante do mundo sem um projeto nacional de investimento em IA, e por que o Senado está se atropelando para aprovar urgentemente um projeto de lei para restringir o uso da tecnologia no Brasil.

A boa notícia é que é sim possível criar arte realista e de qualidade sobre o futuro da IA. O melhor episódio de Black Mirror, segundo a opinião de muitos, é San Junipero, uma obra de amor, esperança e compaixão sobre as possibilidades do desenvolvimento tecnológico.

É claro que não podemos ignorar os possíveis impactos negativos de uma IA desalinhada aos nossos valores humanos, principalmente com a chegada da inteligência geral artificial (AGI). Porém, como colocado no único acerto de Atlas, a nossa esperança para enfrentarmos os problemas da IA será sempre mais IA.

Apesar de ser uma tecnologia relativamente nova, a inteligência artificial (IA) já está impactando positivamente muitas áreas da nossa vida. Os algoritmos já nos auxiliam nas rotas de trânsito, na escrita de textos, na democratização da produção artística, entre outras aplicações.

Muito em breve, algoritmos de IA estarão também ajudando todos os profissionais de saúde a salvarem vidas e a diagnosticarem doenças, professores a conseguirem que seus alunos atinjam todo o seu potencial de aprendizado, e cientistas a descobrirem novos medicamentos e energias verdes.

Maioria dos filmes sobre IA aborda a tecnologia como algo negativo Foto: Marco Ugarte/AP

Esses profundos impactos positivos são raramente o assunto de notícias e filmes. Por outro lado, os impactos negativos todos nós sabemos de cor, como o assédio de alunos de uma escola do Rio de Janeiro contra colegas e o algoritmo ruim da Amazon que contratava mais homens do que mulheres. O primeiro caso, aliás, levou a revista de maior circulação nacional a criar uma capa de um robô assassino com o título “A serviço do mal”.

O mesmo padrão tem sido reproduzido nas artes. No momento da escrita desta coluna, o filme mais assistido da Netflix no Brasil é Atlas, protagonizado por Jennifer Lopez. Trata-se de um filme que tem como tema o futuro da IA – e é claro que ela quer exterminar a raça humana (por motivos não muito claros).

O filme nos bombardeia com clichês, que incluem a clássica tentativa de a IA acabar com a humanidade dando tiros (em vez de induzindo uma catástrofe ambiental). Até os poucos acertos, como a importância de usarmos algoritmos alinhados para diminuirmos as consequências de algoritmos desalinhados, acabam se perdendo no meio de tanto fracasso humano de roteiro e de atuação.

Esse ethos atual de apenas focar em problemas de IA, em vez das suas inúmeras aplicações práticas positivas, possui consequências reais para o futuro do nosso desenvolvimento tecnológico. Essa tendência talvez ajude a explicar por que Brasil é o único país relevante do mundo sem um projeto nacional de investimento em IA, e por que o Senado está se atropelando para aprovar urgentemente um projeto de lei para restringir o uso da tecnologia no Brasil.

A boa notícia é que é sim possível criar arte realista e de qualidade sobre o futuro da IA. O melhor episódio de Black Mirror, segundo a opinião de muitos, é San Junipero, uma obra de amor, esperança e compaixão sobre as possibilidades do desenvolvimento tecnológico.

É claro que não podemos ignorar os possíveis impactos negativos de uma IA desalinhada aos nossos valores humanos, principalmente com a chegada da inteligência geral artificial (AGI). Porém, como colocado no único acerto de Atlas, a nossa esperança para enfrentarmos os problemas da IA será sempre mais IA.

Opinião por Alexandre Chiavegatto Filho

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