Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

Opinião|Para IA, um ano equivale a uma década - e muitos países podem ficar para trás rapidamente


Recuperar o tempo perdido é uma tarefa praticamente impossível na área de inteligência artificial

Por Alexandre Chiavegatto Filho

Há duas semanas, foi lançado o LLAMA-3, o algoritmo de linguagem de grande porte (LLM, em inglês) mais poderoso da Meta. Apesar de não ter trazido grandes inovações técnicas, os avanços na quantidade e na complexidade dos dados de treinamento foram suficientes para colocar o algoritmo entre os melhores existentes hoje, de acordo com as métricas de performance da área.

Mesmo com essa ascensão nos rankings, o novo algoritmo da Meta continua atrás do GPT-4 - que foi lançado pela OpenAI há 6 meses, e muito atrás do GPT-4-Turbo que foi lançado também pela criadora do ChatGPT. Por ter começado antes, estima-se que a OpenAI esteja pelo menos 6 meses à frente dos seus concorrentes, o que, para os atuais ritmos alucinantes de avanços em IA, é quase uma eternidade.

Excluindo-se uma possível grande descoberta técnica na arquitetura neural dos algoritmos, será difícil para os concorrentes alcançarem a OpenAI num futuro próximo. Os atuais avanços de IA não estão presentes em livros-texto, então quem começou antes já superou muitas barreiras que os concorrentes ainda estão descobrindo neste momento.

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Estamos começando a fase dos verdadeiros impactos econômicos da IA, em que esconder os avanços técnicos se torna necessário para garantir as vantagens competitivas. Boa parte das descobertas atuais dos grupos de pesquisa têm sido mantidas a portas fechadas, o que dificulta o avanço da concorrência.

Meta lançou o LLAMA-3, algoritmo de linguagem de grande porte (LLM, em inglês) mais poderoso da empresa de Mark Zuckerberg até o momento Foto: Carlos Barria/REUTERS

Além das big techs, os países com interesse em ocuparem um lugar na mesa geopolítica nos próximos anos também estão se movimentando. Este ano, a Arábia Saudita anunciou a criação de um fundo de US$100 bilhões para investir em inteligência artificial e está em negociações com empresas de capital de risco do Vale do Silício para injetarem mais US$ 40 bilhões em empresas de IA.

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No mês passado, a Índia também anunciou a sua estratégia de IA, que inclui novos investimentos de US$ 1,25 bilhão em projetos da área. Na China, a atual estimativa do governo é que os seus investimentos na área cheguem a US$ 38,1 bilhões anuais já em 2027.

Enquanto a grande maioria dos países está se movimentando para tentar liderar essa revolução tecnológica, outros têm focado em regular e restringir a tecnologia. As consequências dessa decisão serão pagas pelas próximas gerações, que ficarão mais distantes de se beneficiarem dos ganhos de produtividade e renda que a IA vai trazer em todas as profissões.

Recuperar o tempo perdido é uma tarefa praticamente impossível na área de inteligência artificial. Daqui a um ano, quando as empresas e os países que estão atrasados começarem a se dar conta da importância da área, os seus concorrentes já estarão o equivalente a uma década na frente, tornando essa competição inviável.

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Estamos em um momento histórico em que é necessário ter visão e iniciativa. O domínio da inteligência artificial em todas as áreas do conhecimento é inevitável, porém exatamente quem irá liderar essa transição ainda está em aberto.

Há duas semanas, foi lançado o LLAMA-3, o algoritmo de linguagem de grande porte (LLM, em inglês) mais poderoso da Meta. Apesar de não ter trazido grandes inovações técnicas, os avanços na quantidade e na complexidade dos dados de treinamento foram suficientes para colocar o algoritmo entre os melhores existentes hoje, de acordo com as métricas de performance da área.

Mesmo com essa ascensão nos rankings, o novo algoritmo da Meta continua atrás do GPT-4 - que foi lançado pela OpenAI há 6 meses, e muito atrás do GPT-4-Turbo que foi lançado também pela criadora do ChatGPT. Por ter começado antes, estima-se que a OpenAI esteja pelo menos 6 meses à frente dos seus concorrentes, o que, para os atuais ritmos alucinantes de avanços em IA, é quase uma eternidade.

Excluindo-se uma possível grande descoberta técnica na arquitetura neural dos algoritmos, será difícil para os concorrentes alcançarem a OpenAI num futuro próximo. Os atuais avanços de IA não estão presentes em livros-texto, então quem começou antes já superou muitas barreiras que os concorrentes ainda estão descobrindo neste momento.

Estamos começando a fase dos verdadeiros impactos econômicos da IA, em que esconder os avanços técnicos se torna necessário para garantir as vantagens competitivas. Boa parte das descobertas atuais dos grupos de pesquisa têm sido mantidas a portas fechadas, o que dificulta o avanço da concorrência.

Meta lançou o LLAMA-3, algoritmo de linguagem de grande porte (LLM, em inglês) mais poderoso da empresa de Mark Zuckerberg até o momento Foto: Carlos Barria/REUTERS

Além das big techs, os países com interesse em ocuparem um lugar na mesa geopolítica nos próximos anos também estão se movimentando. Este ano, a Arábia Saudita anunciou a criação de um fundo de US$100 bilhões para investir em inteligência artificial e está em negociações com empresas de capital de risco do Vale do Silício para injetarem mais US$ 40 bilhões em empresas de IA.

No mês passado, a Índia também anunciou a sua estratégia de IA, que inclui novos investimentos de US$ 1,25 bilhão em projetos da área. Na China, a atual estimativa do governo é que os seus investimentos na área cheguem a US$ 38,1 bilhões anuais já em 2027.

Enquanto a grande maioria dos países está se movimentando para tentar liderar essa revolução tecnológica, outros têm focado em regular e restringir a tecnologia. As consequências dessa decisão serão pagas pelas próximas gerações, que ficarão mais distantes de se beneficiarem dos ganhos de produtividade e renda que a IA vai trazer em todas as profissões.

Recuperar o tempo perdido é uma tarefa praticamente impossível na área de inteligência artificial. Daqui a um ano, quando as empresas e os países que estão atrasados começarem a se dar conta da importância da área, os seus concorrentes já estarão o equivalente a uma década na frente, tornando essa competição inviável.

Estamos em um momento histórico em que é necessário ter visão e iniciativa. O domínio da inteligência artificial em todas as áreas do conhecimento é inevitável, porém exatamente quem irá liderar essa transição ainda está em aberto.

Há duas semanas, foi lançado o LLAMA-3, o algoritmo de linguagem de grande porte (LLM, em inglês) mais poderoso da Meta. Apesar de não ter trazido grandes inovações técnicas, os avanços na quantidade e na complexidade dos dados de treinamento foram suficientes para colocar o algoritmo entre os melhores existentes hoje, de acordo com as métricas de performance da área.

Mesmo com essa ascensão nos rankings, o novo algoritmo da Meta continua atrás do GPT-4 - que foi lançado pela OpenAI há 6 meses, e muito atrás do GPT-4-Turbo que foi lançado também pela criadora do ChatGPT. Por ter começado antes, estima-se que a OpenAI esteja pelo menos 6 meses à frente dos seus concorrentes, o que, para os atuais ritmos alucinantes de avanços em IA, é quase uma eternidade.

Excluindo-se uma possível grande descoberta técnica na arquitetura neural dos algoritmos, será difícil para os concorrentes alcançarem a OpenAI num futuro próximo. Os atuais avanços de IA não estão presentes em livros-texto, então quem começou antes já superou muitas barreiras que os concorrentes ainda estão descobrindo neste momento.

Estamos começando a fase dos verdadeiros impactos econômicos da IA, em que esconder os avanços técnicos se torna necessário para garantir as vantagens competitivas. Boa parte das descobertas atuais dos grupos de pesquisa têm sido mantidas a portas fechadas, o que dificulta o avanço da concorrência.

Meta lançou o LLAMA-3, algoritmo de linguagem de grande porte (LLM, em inglês) mais poderoso da empresa de Mark Zuckerberg até o momento Foto: Carlos Barria/REUTERS

Além das big techs, os países com interesse em ocuparem um lugar na mesa geopolítica nos próximos anos também estão se movimentando. Este ano, a Arábia Saudita anunciou a criação de um fundo de US$100 bilhões para investir em inteligência artificial e está em negociações com empresas de capital de risco do Vale do Silício para injetarem mais US$ 40 bilhões em empresas de IA.

No mês passado, a Índia também anunciou a sua estratégia de IA, que inclui novos investimentos de US$ 1,25 bilhão em projetos da área. Na China, a atual estimativa do governo é que os seus investimentos na área cheguem a US$ 38,1 bilhões anuais já em 2027.

Enquanto a grande maioria dos países está se movimentando para tentar liderar essa revolução tecnológica, outros têm focado em regular e restringir a tecnologia. As consequências dessa decisão serão pagas pelas próximas gerações, que ficarão mais distantes de se beneficiarem dos ganhos de produtividade e renda que a IA vai trazer em todas as profissões.

Recuperar o tempo perdido é uma tarefa praticamente impossível na área de inteligência artificial. Daqui a um ano, quando as empresas e os países que estão atrasados começarem a se dar conta da importância da área, os seus concorrentes já estarão o equivalente a uma década na frente, tornando essa competição inviável.

Estamos em um momento histórico em que é necessário ter visão e iniciativa. O domínio da inteligência artificial em todas as áreas do conhecimento é inevitável, porém exatamente quem irá liderar essa transição ainda está em aberto.

Opinião por Alexandre Chiavegatto Filho

Professor Livre Docente de inteligência artificial na Faculdade de Saúde Pública da USP

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