A participação da Brasil Telecom no leilão das bandas C, D e E está praticamente garantida. Depois de uma série de reuniões, os sócios da companhia - Telecom Italia, Opportunity e fundos de pensão - aprovaram ontem a criação de subsidiárias para concorrer nos leilões. O conselho de administração da empresa aprovou ainda a elaboração de um plano de negócios sobre os planos da Brasil Telecom a ser apresentado aos conselheiros na quinta-feira. Essas informações deverão ser fornecidas aos conselheiros 24 horas antes das reuniões. Mas a Telecom Italia deixou claro que não pretende discutir as estratégias da operadora em assembléias de acionistas, como foi proposto pelo presidente do conselho de adminsitração da Brasil Telecom, Luís Octavio da Motta Veiga. Pela segunda vez, a companhia italiana não compareceu à assembléia-geral da empresa. A ausência da Telecom Italia chegou a deixar o clima tenso, mas os ânimos foram acalmando quando os representantes da empresa aceitaram negociar nas reuniões do conselho de administração da Solpart, holding da Brasil Telecom. No final de semana, a Telecom Italia divulgou nota em que esclareceu que a assembléia-geral da Solpart não é o fórum competente para discutir e deliberar a participação da Brasil Telecom nos leilões do Serviço Móvel Pessoal (SMP). De acordo com a nota, os fóruns competentes são os Conselhos de Administração das companhias envolvidas: Brasil Telecom, Brasil Telecom Participaçoes e Solpart. O argumento é que a convocação da assembléia-geral foi irregular e feita "como ato singular do presidente do conselho e não deliberada previamente pelo Conselho de Administração, como mandam as leis brasileiras e o estatuto social da companhia". Os desentendimentos entre os sócios da Brasil Telecom vieram a público na compra da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Um dos principais problemas, agora, é que a Brasil Telecom poderá concorrer com a Telecom Itália no leilão da banda D no Estado de São Paulo. Para isso, a Brasil Telecom quer criar um consórcio com a Telemar para disputar o leilão. A Telecom Italia, por outro lado, ameaça não autorizar a formação do consórcio.