Os investigadores pessoais de Jeff Bezos, fundador da Amazon, afirmaram que o telefone celular do executivo foi hackeado pelo governo da Arábia Saudita. Ao site The Daily Beast, Gavin de Becker, principal consultor de segurança de Bezos, afirmou: "concluímos com alto grau de confiança que os sauditas tiveram acesso ao telefone de Bezos".
A investigação por parte do chefão da Amazon teve início após o jornal National Enquirer publicar um artigo expondo que Bezos estaria tendo um caso com a ex-apresentadora Lauren Sánchez - dias antes da publicação, Bezos anunciou o fim do casamento de 25 anos com MacKenzie Bezos. O que chamou atenção de Bezos na reportagem é que ela tinha mensagens de texto trocadas entre o executivo e a amante.
Após iniciar uma investigação contra a editora do Enquirer, que se chama American Media Inc (AMI), Bezos publicou um post no Medium no qual revelava que estava sendo chantageado pela AMI. No texto de 8 de fevereiro, ele acusouDavid J. Pecker, chefe da editora AMI, de pressioná-lo a encerrar as investigações contra a empresa. Do contrário, o Enquirer publicaria fotos íntimas trocadas entre Bezos e Sanchez.
Para Bezos, a investigação do Enquirer sobre sua vida privada tinha motivações políticas. O executivo citou uma série de reportagens publicadas no jornal The Washington Post, do qual é dono, sobre a morte do colunista Jamal Khashoggi, um dissidente saudita assassinado ao entrar no consulado do seu país de origem, em Istambul. Bezos apontou para a aproximação da AMI a Donald Trump e o governo saudita, aliado do presidente dos EUA. Trump constantemente critica a atuação do Post.
Após o texto de Bezos, surgiu a informação que a fonte do AMI para as mensagens e fotos íntimas teria sido Michael Sanchez, irmão de Laura Sanchez. O investigador do executivo, porém, afirma que o Enquirer procurou Sanchez após ter tido acesso a mensagens trocadas entre Bezos e sua irmã. Isso indicaria que os dados teriam chegado ao jornal por outras fontes e métodos.
Porém, de Becker disse não ser possível concluir que os sauditas repassaram as informações obtidas ao Enquirer. Na noite deste domingo, 31, o Enquirer reafirmou em nota que a sua fonte era Michael Sanchez.