O lado livre da internet

Os estudantes e o software livre


Por CCSL

Por Haydée Svab e Diego Rabatone*

Essa história começa no movimento estudantil. Mais precisamente, na formação de uma chapa em 2006 para eleições para o Grêmio Politécnico da Poli-USP. Essa chapa discute seu programa e escolhe, não à toa, o nome Colabora. Isso porque, embora não fosse um consenso a adoção de software livre (SL), o espírito de colaboração nato do movimento SL estava ali. Esse grupo fez sua gestão, promoveu um curso de introdução ao Linux, Install Fests e travou uma discussão institucional sobre a adoção de SL nas máquinas da Universidade de São Paulo.

A gestão acabou, mas o grupo permanecia convicto que o SL é perfeito para a universidade pública. Primeiro, porque pressupõe compartilhamento e colaboração, itens essenciais para a produção científica; segundo, porque implica liberdade de conhecimento, acesso aos códigos e adaptação às necessidades. Por fim, porque representa menores custos e quando se trata da aplicação do dinheiro do contribuinte isso significa, no mínimo, responsabilidade administrativa.

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Em 2009, dentro do movimento extensionista,  formou-se o PoliGNU, um grupo formado por estudantes de diversos cursos (da Escola Politécnica e outros cursos da USP) que se dedicam ao desenvolvimento e à divulgação de tecnologia, software e cultura livres.

O grupo tem realizado cursos e oficinas regularmente. O curso de difusão de LaTeX é o de maior destaque, realizado semestralmente desde 2010 e já tendo formado mais de 300 pessoas. Foram realizadas também as oficinas "edição de fotos com GIMP", "produção de materiais gráficos vetoriais com Inkscape", "oficina de criação de blogs", dentre muitas outras. Outras ações de formação do grupo são os debates e palestras, tratando de temas como "Tecnologias Assistivas", "Pesquisa e Mercado de Trabalho" com representantes da IBM Brasil, "Transparência", "História Hacker", e outras.

Outra frente de ação do grupo é a realização de projetos. O primeiro deles foi a LibreDWG, uma biblioteca que permite a leitura e escrita de arquivos DWG (formato proprietário do AutoCAD). Esse projeto foi incorporado pela Free Software Foundation ao Projeto GNU e hoje conta com a colaboração de pessoas de todo o mundo.

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Outros dois projetos de destaque são o TrilhaSP e o Radar Parlamentar. O TrilhaSP é um sistema de avaliação do sistema público de transporte e ficou em segundo lugar na 1a Hackathona do Ônibus da SPTrans. Já o Radar Parlamentar visa avaliar o votos dos parlamentares de uma casa legislativa e oferecer um gráfico que indica a forma como os partidos se assemelham e se agrupam. Esse projeto já recebeu três prêmios, e foi inspiração para o desenvolvimento do Basômetro, deste mesmo jornal. Além disso, hoje o projeto conta com a colaboração de estudantes da Universidade de Brasília, vinculados a uma disciplina de graduação.

Expandindo a preocupação com o espírito comunitário fundamental para o SL, em 2012 nasceu dentro do PoliGNU o PoliGen, um grupo de estudos de gênero com foco nas áreas de engenharia, ciência e tecnologia, aberto à participação de qualquer pessoa interessada. O grupo envolve pessoas tanto da Escola Politécnica quanto de outros cursos da USP e de fora da Universidade. São realizados encontros periódicos, alguns entre os participantes, outros com pessoas convidadas, e o grupo também desenvolve um Programa de Mentoring para calouras da Escola Politécnica.

O PoliGNU ainda tem grandes desafios pela frente. A vida universitária, em especial na Escola Politécnica, dificulta o envolvimento dos estudantes em atividades extra-curriculares e, com isso, atrair novos alunos é sempre um desafio. O grupo também precisa de mais apoio institucional da USP. Hoje, apenas alguns docentes apoiam individualmente as atividades do PoliGNU e, infelizmente, ainda não há na Escola Politécnica qualquer linha de pesquisa ou incentivo ao desenvolvimento de Software Livre. Mas a experiência se mostrou enriquecedora tanto para os participantes quanto para a Universidade, e esperamos que possa servir de inspiração para a criação de grupos similares em outras instituições.

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Convidamos a todas as pessoas interessadas a nos procurar e conhecer um pouco mais deste que entendemos ser o futuro certo. Nosso email de contato é contato@polignu.org.

* Haydée Svab é Engª Civil, mestranda em Eng. de Transportes, colaboradora do CCSL e da Transparência Hacker, co-fundadora do PoliGNU e do PoliGen. Diego Rabatone é hacker, graduando em Engenharia Elétrica com ênfase em Computação, colaborador do CCSL e da Transparência Hacker, co-fundador do PoliGNU e integrante da equipe do Estadão Dados.

Por Haydée Svab e Diego Rabatone*

Essa história começa no movimento estudantil. Mais precisamente, na formação de uma chapa em 2006 para eleições para o Grêmio Politécnico da Poli-USP. Essa chapa discute seu programa e escolhe, não à toa, o nome Colabora. Isso porque, embora não fosse um consenso a adoção de software livre (SL), o espírito de colaboração nato do movimento SL estava ali. Esse grupo fez sua gestão, promoveu um curso de introdução ao Linux, Install Fests e travou uma discussão institucional sobre a adoção de SL nas máquinas da Universidade de São Paulo.

A gestão acabou, mas o grupo permanecia convicto que o SL é perfeito para a universidade pública. Primeiro, porque pressupõe compartilhamento e colaboração, itens essenciais para a produção científica; segundo, porque implica liberdade de conhecimento, acesso aos códigos e adaptação às necessidades. Por fim, porque representa menores custos e quando se trata da aplicação do dinheiro do contribuinte isso significa, no mínimo, responsabilidade administrativa.

Em 2009, dentro do movimento extensionista,  formou-se o PoliGNU, um grupo formado por estudantes de diversos cursos (da Escola Politécnica e outros cursos da USP) que se dedicam ao desenvolvimento e à divulgação de tecnologia, software e cultura livres.

O grupo tem realizado cursos e oficinas regularmente. O curso de difusão de LaTeX é o de maior destaque, realizado semestralmente desde 2010 e já tendo formado mais de 300 pessoas. Foram realizadas também as oficinas "edição de fotos com GIMP", "produção de materiais gráficos vetoriais com Inkscape", "oficina de criação de blogs", dentre muitas outras. Outras ações de formação do grupo são os debates e palestras, tratando de temas como "Tecnologias Assistivas", "Pesquisa e Mercado de Trabalho" com representantes da IBM Brasil, "Transparência", "História Hacker", e outras.

Outra frente de ação do grupo é a realização de projetos. O primeiro deles foi a LibreDWG, uma biblioteca que permite a leitura e escrita de arquivos DWG (formato proprietário do AutoCAD). Esse projeto foi incorporado pela Free Software Foundation ao Projeto GNU e hoje conta com a colaboração de pessoas de todo o mundo.

Outros dois projetos de destaque são o TrilhaSP e o Radar Parlamentar. O TrilhaSP é um sistema de avaliação do sistema público de transporte e ficou em segundo lugar na 1a Hackathona do Ônibus da SPTrans. Já o Radar Parlamentar visa avaliar o votos dos parlamentares de uma casa legislativa e oferecer um gráfico que indica a forma como os partidos se assemelham e se agrupam. Esse projeto já recebeu três prêmios, e foi inspiração para o desenvolvimento do Basômetro, deste mesmo jornal. Além disso, hoje o projeto conta com a colaboração de estudantes da Universidade de Brasília, vinculados a uma disciplina de graduação.

Expandindo a preocupação com o espírito comunitário fundamental para o SL, em 2012 nasceu dentro do PoliGNU o PoliGen, um grupo de estudos de gênero com foco nas áreas de engenharia, ciência e tecnologia, aberto à participação de qualquer pessoa interessada. O grupo envolve pessoas tanto da Escola Politécnica quanto de outros cursos da USP e de fora da Universidade. São realizados encontros periódicos, alguns entre os participantes, outros com pessoas convidadas, e o grupo também desenvolve um Programa de Mentoring para calouras da Escola Politécnica.

O PoliGNU ainda tem grandes desafios pela frente. A vida universitária, em especial na Escola Politécnica, dificulta o envolvimento dos estudantes em atividades extra-curriculares e, com isso, atrair novos alunos é sempre um desafio. O grupo também precisa de mais apoio institucional da USP. Hoje, apenas alguns docentes apoiam individualmente as atividades do PoliGNU e, infelizmente, ainda não há na Escola Politécnica qualquer linha de pesquisa ou incentivo ao desenvolvimento de Software Livre. Mas a experiência se mostrou enriquecedora tanto para os participantes quanto para a Universidade, e esperamos que possa servir de inspiração para a criação de grupos similares em outras instituições.

Convidamos a todas as pessoas interessadas a nos procurar e conhecer um pouco mais deste que entendemos ser o futuro certo. Nosso email de contato é contato@polignu.org.

* Haydée Svab é Engª Civil, mestranda em Eng. de Transportes, colaboradora do CCSL e da Transparência Hacker, co-fundadora do PoliGNU e do PoliGen. Diego Rabatone é hacker, graduando em Engenharia Elétrica com ênfase em Computação, colaborador do CCSL e da Transparência Hacker, co-fundador do PoliGNU e integrante da equipe do Estadão Dados.

Por Haydée Svab e Diego Rabatone*

Essa história começa no movimento estudantil. Mais precisamente, na formação de uma chapa em 2006 para eleições para o Grêmio Politécnico da Poli-USP. Essa chapa discute seu programa e escolhe, não à toa, o nome Colabora. Isso porque, embora não fosse um consenso a adoção de software livre (SL), o espírito de colaboração nato do movimento SL estava ali. Esse grupo fez sua gestão, promoveu um curso de introdução ao Linux, Install Fests e travou uma discussão institucional sobre a adoção de SL nas máquinas da Universidade de São Paulo.

A gestão acabou, mas o grupo permanecia convicto que o SL é perfeito para a universidade pública. Primeiro, porque pressupõe compartilhamento e colaboração, itens essenciais para a produção científica; segundo, porque implica liberdade de conhecimento, acesso aos códigos e adaptação às necessidades. Por fim, porque representa menores custos e quando se trata da aplicação do dinheiro do contribuinte isso significa, no mínimo, responsabilidade administrativa.

Em 2009, dentro do movimento extensionista,  formou-se o PoliGNU, um grupo formado por estudantes de diversos cursos (da Escola Politécnica e outros cursos da USP) que se dedicam ao desenvolvimento e à divulgação de tecnologia, software e cultura livres.

O grupo tem realizado cursos e oficinas regularmente. O curso de difusão de LaTeX é o de maior destaque, realizado semestralmente desde 2010 e já tendo formado mais de 300 pessoas. Foram realizadas também as oficinas "edição de fotos com GIMP", "produção de materiais gráficos vetoriais com Inkscape", "oficina de criação de blogs", dentre muitas outras. Outras ações de formação do grupo são os debates e palestras, tratando de temas como "Tecnologias Assistivas", "Pesquisa e Mercado de Trabalho" com representantes da IBM Brasil, "Transparência", "História Hacker", e outras.

Outra frente de ação do grupo é a realização de projetos. O primeiro deles foi a LibreDWG, uma biblioteca que permite a leitura e escrita de arquivos DWG (formato proprietário do AutoCAD). Esse projeto foi incorporado pela Free Software Foundation ao Projeto GNU e hoje conta com a colaboração de pessoas de todo o mundo.

Outros dois projetos de destaque são o TrilhaSP e o Radar Parlamentar. O TrilhaSP é um sistema de avaliação do sistema público de transporte e ficou em segundo lugar na 1a Hackathona do Ônibus da SPTrans. Já o Radar Parlamentar visa avaliar o votos dos parlamentares de uma casa legislativa e oferecer um gráfico que indica a forma como os partidos se assemelham e se agrupam. Esse projeto já recebeu três prêmios, e foi inspiração para o desenvolvimento do Basômetro, deste mesmo jornal. Além disso, hoje o projeto conta com a colaboração de estudantes da Universidade de Brasília, vinculados a uma disciplina de graduação.

Expandindo a preocupação com o espírito comunitário fundamental para o SL, em 2012 nasceu dentro do PoliGNU o PoliGen, um grupo de estudos de gênero com foco nas áreas de engenharia, ciência e tecnologia, aberto à participação de qualquer pessoa interessada. O grupo envolve pessoas tanto da Escola Politécnica quanto de outros cursos da USP e de fora da Universidade. São realizados encontros periódicos, alguns entre os participantes, outros com pessoas convidadas, e o grupo também desenvolve um Programa de Mentoring para calouras da Escola Politécnica.

O PoliGNU ainda tem grandes desafios pela frente. A vida universitária, em especial na Escola Politécnica, dificulta o envolvimento dos estudantes em atividades extra-curriculares e, com isso, atrair novos alunos é sempre um desafio. O grupo também precisa de mais apoio institucional da USP. Hoje, apenas alguns docentes apoiam individualmente as atividades do PoliGNU e, infelizmente, ainda não há na Escola Politécnica qualquer linha de pesquisa ou incentivo ao desenvolvimento de Software Livre. Mas a experiência se mostrou enriquecedora tanto para os participantes quanto para a Universidade, e esperamos que possa servir de inspiração para a criação de grupos similares em outras instituições.

Convidamos a todas as pessoas interessadas a nos procurar e conhecer um pouco mais deste que entendemos ser o futuro certo. Nosso email de contato é contato@polignu.org.

* Haydée Svab é Engª Civil, mestranda em Eng. de Transportes, colaboradora do CCSL e da Transparência Hacker, co-fundadora do PoliGNU e do PoliGen. Diego Rabatone é hacker, graduando em Engenharia Elétrica com ênfase em Computação, colaborador do CCSL e da Transparência Hacker, co-fundador do PoliGNU e integrante da equipe do Estadão Dados.

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