A grande oferta de redes sociais está nos deixando exaustos


Mídias sociais similares causam fadiga em plataformas que parecem imitadoras, e não inovadoras

Por Anumita Kaur e Maham Javaid
Atualização:

THE WASHINGTON POST - A tumultuada experiência do Twitter sob nova administração deu vida a concorrentes — como Mastodon, Bluesky, Spill e agora Threads — fazendo com que os usuários de mídias sociais analisem mais opções. À medida que milhões correram para o Threads, clone do Twitter da Meta lançado na quarta-feira, 5, muitos dizem estar cansados do aparentemente interminável ataque de novas plataformas. A fadiga é uma antiga companheira no fluxo e refluxo das redes sociais por décadas. Mas, agora, os usuários estão alternando entre plataformas que parecem ser imitadoras, e não inovadoras.

Evadne Eddins é um exemplo. A americana ingressou no Myspace em 2005. Depois, no Facebook em 2009, Tumblr em 2010, Twitter em 2011 e LinkedIn em 2012. Instagram e Snapchat vieram em 2013. TikTok e Reddit no ano passado. No Clubhouse há cerca de um mês e no Spill e Threads na quinta-feira, 6.

Evadne e seus colegas estão cansados. “Mas não queremos nos sentir excluídos e ainda queremos estar por dentro”, disse a jovem de 29 anos. “Então, baixamos os aplicativos de qualquer maneira.”

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“Cinco anos atrás, a fadiga das redes sociais significava apenas ter muito conteúdo jogado em você”, disse Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas em Austin. “Hoje, seria definida como estar sobrecarregado pela quantidade de aplicativos, bem como pelo conteúdo que as redes têm a oferecer.”

Os primeiros sites de redes sociais (Friendster, Hi5, Myspace) dominaram a internet no final dos anos 90 e início dos anos 2000, mas sua marca na sociedade não era tão onipresente quanto hoje. Agora, mais de 70% dos americanos usam as redes, com pesquisas estimando que o usuário médio interage com cerca de seis plataformas diferentes. A maioria dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996), como Evadne, tem um rastro na internet repleto de perfis ativos e inativos de mídias sociais.

Se todos aplicativos estão apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar?

Evadne Eddins

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Evadne e seus amigos sentem que há um novo aplicativo saindo todos os dias. “Passamos o dia todo olhando para nossos laptops, olhando para nossos telefones e iPads e olhando para as TVs quando não estamos trabalhando”, ela disse. “Eu estremeço toda vez que recebo aquele relatório semanal de tempo de tela do meu iPhone.”

Ainda assim, há um desejo de estar por dentro da última moda. Então, apesar de sua própria fadiga nas mídias sociais, ela se dirigiu ao Spill - proclamado “o Twitter Negro” quando os fundadores do aplicativo prometeram focar em pessoas de cor e grupos marginalizados — e para o Threads de Mark Zuckerberg. Mas os novos aplicativos também não estão à altura, disse Evadne.

“Muitos dos aplicativos mais recentes estão apenas emprestando, copiando e roubando aspectos ou conceitos inteiros um do outro”, ela disse. “Se todo mundo está apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar? Nesse ponto, é apenas a mesma coisa em uma nova embalagem.”

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Aplicativo Threads, da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), foi lançado para competir com o Twitter Foto: Richard Drew/AP

Fadiga

Anos de experiência em mídias sociais aumentaram as expectativas dos usuários para os sites, disse Zizi Papacharissi, professora de comunicação e ciências políticas da Universidade de Illinois. Quando os aplicativos são apenas uma cópia, a fadiga do usuário se acumula.

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“As pessoas experimentaram várias novas plataformas ao longo dos últimos 20 anos, e tiveram a experiência de investir trabalho e esforço de criar um novo perfil, e então convencer seus amigos a se juntarem”, disse Papacharissi. “Não é apenas a fadiga do usuário em criar vários perfis e mantê-los. É também a fadiga do usuário com as plataformas em geral.”

A menos que haja algo novo e empolgante sobre os aplicativos, é normal que as pessoas se sintam cansadas, acrescentou Papacharissi.

Quando o Twitter limitou o número de posts que os usuários poderiam ver, Danny Grover, diretor de marketing em Nova York que considerava a plataforma indispensável há 15 anos, disse que aproveitou o dia para considerar se isso era uma “bênção disfarçada”. Talvez esta pudesse ser sua chance de reduzir sua dependência profissional das mídias sociais, ele acrescentou.

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“Para mim, não é sobre o medo de perder a diversão”, disse o homem de 40 anos. “Tenho medo de perder a conversa cultural. Eu preciso disso profissionalmente.”

Ele recorreu ao Bluesky, de Jack Dorsey, no domingo, 2, à noite. “Eu não queria ficar sem um plano se o Twitter quebrasse completamente”, ele disse. “O Bluesky não tem os 500 repórteres que sigo no Twitter, mas tem, pelo menos, 100 deles. Isso é alguma coisa.”

Mas Grover descobriu que o Bluesky não é um substituto para as conexões que o Twitter costumava oferecer.

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Ele experimentou outros aplicativos também: alguns ainda estavam em suas fases beta. Mastodon era muito complicado. Ele não sabia muito sobre o Spill. E Threads não é uma solução para ele - ele nunca criou um Instagram.

Assim, a busca de Grover continua, assim como para outros usuários.

Jack Dorsey é o fundador do Twitter e, hoje, é criador do rival BlueSky Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

Corrida

A maioria das novas plataformas é lançada por gigantes do Vale do Silício tentando invadir o que alguns veem como a estrela cadente do Twitter, ao invés do que “os usuários realmente desejam”, disse Papacharissi.

“O Threads foi criado, para dizer de maneira bem direta, no espírito do ‘por que não?’. Essa foi a motivação”, acrescentou Papacharissi. “Foi muito fácil para uma empresa como a Meta juntar tudo, criar um código para isso e anexá-lo ao Instagram.”

Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas

Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas, em Austin

À medida que a enxurrada de redes sociais não mostra sinais de desaceleração, Bright, a professora de análise de mídia, instou os usuários a avançar de maneira crítica com cada plataforma para evitar a fadiga relacionada ao aplicativo.

“Temos que considerar que dados estamos fornecendo a eles, como isso afetará nossa capacidade de atenção, quão difícil será aprender as nuances do aplicativo e se nossa rede estará lá”, disse Bright. “Se um determinado tipo de aplicativo faz você se sentir conectado aos outros e lhe dá uma sensação de empolgação, tente encontrar algo semelhante. Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas.”

Apenas garanta que você está usando o aplicativo, e o aplicativo não está usando você, disse ela.

THE WASHINGTON POST - A tumultuada experiência do Twitter sob nova administração deu vida a concorrentes — como Mastodon, Bluesky, Spill e agora Threads — fazendo com que os usuários de mídias sociais analisem mais opções. À medida que milhões correram para o Threads, clone do Twitter da Meta lançado na quarta-feira, 5, muitos dizem estar cansados do aparentemente interminável ataque de novas plataformas. A fadiga é uma antiga companheira no fluxo e refluxo das redes sociais por décadas. Mas, agora, os usuários estão alternando entre plataformas que parecem ser imitadoras, e não inovadoras.

Evadne Eddins é um exemplo. A americana ingressou no Myspace em 2005. Depois, no Facebook em 2009, Tumblr em 2010, Twitter em 2011 e LinkedIn em 2012. Instagram e Snapchat vieram em 2013. TikTok e Reddit no ano passado. No Clubhouse há cerca de um mês e no Spill e Threads na quinta-feira, 6.

Evadne e seus colegas estão cansados. “Mas não queremos nos sentir excluídos e ainda queremos estar por dentro”, disse a jovem de 29 anos. “Então, baixamos os aplicativos de qualquer maneira.”

“Cinco anos atrás, a fadiga das redes sociais significava apenas ter muito conteúdo jogado em você”, disse Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas em Austin. “Hoje, seria definida como estar sobrecarregado pela quantidade de aplicativos, bem como pelo conteúdo que as redes têm a oferecer.”

Os primeiros sites de redes sociais (Friendster, Hi5, Myspace) dominaram a internet no final dos anos 90 e início dos anos 2000, mas sua marca na sociedade não era tão onipresente quanto hoje. Agora, mais de 70% dos americanos usam as redes, com pesquisas estimando que o usuário médio interage com cerca de seis plataformas diferentes. A maioria dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996), como Evadne, tem um rastro na internet repleto de perfis ativos e inativos de mídias sociais.

Se todos aplicativos estão apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar?

Evadne Eddins

Evadne e seus amigos sentem que há um novo aplicativo saindo todos os dias. “Passamos o dia todo olhando para nossos laptops, olhando para nossos telefones e iPads e olhando para as TVs quando não estamos trabalhando”, ela disse. “Eu estremeço toda vez que recebo aquele relatório semanal de tempo de tela do meu iPhone.”

Ainda assim, há um desejo de estar por dentro da última moda. Então, apesar de sua própria fadiga nas mídias sociais, ela se dirigiu ao Spill - proclamado “o Twitter Negro” quando os fundadores do aplicativo prometeram focar em pessoas de cor e grupos marginalizados — e para o Threads de Mark Zuckerberg. Mas os novos aplicativos também não estão à altura, disse Evadne.

“Muitos dos aplicativos mais recentes estão apenas emprestando, copiando e roubando aspectos ou conceitos inteiros um do outro”, ela disse. “Se todo mundo está apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar? Nesse ponto, é apenas a mesma coisa em uma nova embalagem.”

Aplicativo Threads, da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), foi lançado para competir com o Twitter Foto: Richard Drew/AP

Fadiga

Anos de experiência em mídias sociais aumentaram as expectativas dos usuários para os sites, disse Zizi Papacharissi, professora de comunicação e ciências políticas da Universidade de Illinois. Quando os aplicativos são apenas uma cópia, a fadiga do usuário se acumula.

“As pessoas experimentaram várias novas plataformas ao longo dos últimos 20 anos, e tiveram a experiência de investir trabalho e esforço de criar um novo perfil, e então convencer seus amigos a se juntarem”, disse Papacharissi. “Não é apenas a fadiga do usuário em criar vários perfis e mantê-los. É também a fadiga do usuário com as plataformas em geral.”

A menos que haja algo novo e empolgante sobre os aplicativos, é normal que as pessoas se sintam cansadas, acrescentou Papacharissi.

Quando o Twitter limitou o número de posts que os usuários poderiam ver, Danny Grover, diretor de marketing em Nova York que considerava a plataforma indispensável há 15 anos, disse que aproveitou o dia para considerar se isso era uma “bênção disfarçada”. Talvez esta pudesse ser sua chance de reduzir sua dependência profissional das mídias sociais, ele acrescentou.

“Para mim, não é sobre o medo de perder a diversão”, disse o homem de 40 anos. “Tenho medo de perder a conversa cultural. Eu preciso disso profissionalmente.”

Ele recorreu ao Bluesky, de Jack Dorsey, no domingo, 2, à noite. “Eu não queria ficar sem um plano se o Twitter quebrasse completamente”, ele disse. “O Bluesky não tem os 500 repórteres que sigo no Twitter, mas tem, pelo menos, 100 deles. Isso é alguma coisa.”

Mas Grover descobriu que o Bluesky não é um substituto para as conexões que o Twitter costumava oferecer.

Ele experimentou outros aplicativos também: alguns ainda estavam em suas fases beta. Mastodon era muito complicado. Ele não sabia muito sobre o Spill. E Threads não é uma solução para ele - ele nunca criou um Instagram.

Assim, a busca de Grover continua, assim como para outros usuários.

Jack Dorsey é o fundador do Twitter e, hoje, é criador do rival BlueSky Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

Corrida

A maioria das novas plataformas é lançada por gigantes do Vale do Silício tentando invadir o que alguns veem como a estrela cadente do Twitter, ao invés do que “os usuários realmente desejam”, disse Papacharissi.

“O Threads foi criado, para dizer de maneira bem direta, no espírito do ‘por que não?’. Essa foi a motivação”, acrescentou Papacharissi. “Foi muito fácil para uma empresa como a Meta juntar tudo, criar um código para isso e anexá-lo ao Instagram.”

Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas

Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas, em Austin

À medida que a enxurrada de redes sociais não mostra sinais de desaceleração, Bright, a professora de análise de mídia, instou os usuários a avançar de maneira crítica com cada plataforma para evitar a fadiga relacionada ao aplicativo.

“Temos que considerar que dados estamos fornecendo a eles, como isso afetará nossa capacidade de atenção, quão difícil será aprender as nuances do aplicativo e se nossa rede estará lá”, disse Bright. “Se um determinado tipo de aplicativo faz você se sentir conectado aos outros e lhe dá uma sensação de empolgação, tente encontrar algo semelhante. Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas.”

Apenas garanta que você está usando o aplicativo, e o aplicativo não está usando você, disse ela.

THE WASHINGTON POST - A tumultuada experiência do Twitter sob nova administração deu vida a concorrentes — como Mastodon, Bluesky, Spill e agora Threads — fazendo com que os usuários de mídias sociais analisem mais opções. À medida que milhões correram para o Threads, clone do Twitter da Meta lançado na quarta-feira, 5, muitos dizem estar cansados do aparentemente interminável ataque de novas plataformas. A fadiga é uma antiga companheira no fluxo e refluxo das redes sociais por décadas. Mas, agora, os usuários estão alternando entre plataformas que parecem ser imitadoras, e não inovadoras.

Evadne Eddins é um exemplo. A americana ingressou no Myspace em 2005. Depois, no Facebook em 2009, Tumblr em 2010, Twitter em 2011 e LinkedIn em 2012. Instagram e Snapchat vieram em 2013. TikTok e Reddit no ano passado. No Clubhouse há cerca de um mês e no Spill e Threads na quinta-feira, 6.

Evadne e seus colegas estão cansados. “Mas não queremos nos sentir excluídos e ainda queremos estar por dentro”, disse a jovem de 29 anos. “Então, baixamos os aplicativos de qualquer maneira.”

“Cinco anos atrás, a fadiga das redes sociais significava apenas ter muito conteúdo jogado em você”, disse Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas em Austin. “Hoje, seria definida como estar sobrecarregado pela quantidade de aplicativos, bem como pelo conteúdo que as redes têm a oferecer.”

Os primeiros sites de redes sociais (Friendster, Hi5, Myspace) dominaram a internet no final dos anos 90 e início dos anos 2000, mas sua marca na sociedade não era tão onipresente quanto hoje. Agora, mais de 70% dos americanos usam as redes, com pesquisas estimando que o usuário médio interage com cerca de seis plataformas diferentes. A maioria dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996), como Evadne, tem um rastro na internet repleto de perfis ativos e inativos de mídias sociais.

Se todos aplicativos estão apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar?

Evadne Eddins

Evadne e seus amigos sentem que há um novo aplicativo saindo todos os dias. “Passamos o dia todo olhando para nossos laptops, olhando para nossos telefones e iPads e olhando para as TVs quando não estamos trabalhando”, ela disse. “Eu estremeço toda vez que recebo aquele relatório semanal de tempo de tela do meu iPhone.”

Ainda assim, há um desejo de estar por dentro da última moda. Então, apesar de sua própria fadiga nas mídias sociais, ela se dirigiu ao Spill - proclamado “o Twitter Negro” quando os fundadores do aplicativo prometeram focar em pessoas de cor e grupos marginalizados — e para o Threads de Mark Zuckerberg. Mas os novos aplicativos também não estão à altura, disse Evadne.

“Muitos dos aplicativos mais recentes estão apenas emprestando, copiando e roubando aspectos ou conceitos inteiros um do outro”, ela disse. “Se todo mundo está apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar? Nesse ponto, é apenas a mesma coisa em uma nova embalagem.”

Aplicativo Threads, da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), foi lançado para competir com o Twitter Foto: Richard Drew/AP

Fadiga

Anos de experiência em mídias sociais aumentaram as expectativas dos usuários para os sites, disse Zizi Papacharissi, professora de comunicação e ciências políticas da Universidade de Illinois. Quando os aplicativos são apenas uma cópia, a fadiga do usuário se acumula.

“As pessoas experimentaram várias novas plataformas ao longo dos últimos 20 anos, e tiveram a experiência de investir trabalho e esforço de criar um novo perfil, e então convencer seus amigos a se juntarem”, disse Papacharissi. “Não é apenas a fadiga do usuário em criar vários perfis e mantê-los. É também a fadiga do usuário com as plataformas em geral.”

A menos que haja algo novo e empolgante sobre os aplicativos, é normal que as pessoas se sintam cansadas, acrescentou Papacharissi.

Quando o Twitter limitou o número de posts que os usuários poderiam ver, Danny Grover, diretor de marketing em Nova York que considerava a plataforma indispensável há 15 anos, disse que aproveitou o dia para considerar se isso era uma “bênção disfarçada”. Talvez esta pudesse ser sua chance de reduzir sua dependência profissional das mídias sociais, ele acrescentou.

“Para mim, não é sobre o medo de perder a diversão”, disse o homem de 40 anos. “Tenho medo de perder a conversa cultural. Eu preciso disso profissionalmente.”

Ele recorreu ao Bluesky, de Jack Dorsey, no domingo, 2, à noite. “Eu não queria ficar sem um plano se o Twitter quebrasse completamente”, ele disse. “O Bluesky não tem os 500 repórteres que sigo no Twitter, mas tem, pelo menos, 100 deles. Isso é alguma coisa.”

Mas Grover descobriu que o Bluesky não é um substituto para as conexões que o Twitter costumava oferecer.

Ele experimentou outros aplicativos também: alguns ainda estavam em suas fases beta. Mastodon era muito complicado. Ele não sabia muito sobre o Spill. E Threads não é uma solução para ele - ele nunca criou um Instagram.

Assim, a busca de Grover continua, assim como para outros usuários.

Jack Dorsey é o fundador do Twitter e, hoje, é criador do rival BlueSky Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

Corrida

A maioria das novas plataformas é lançada por gigantes do Vale do Silício tentando invadir o que alguns veem como a estrela cadente do Twitter, ao invés do que “os usuários realmente desejam”, disse Papacharissi.

“O Threads foi criado, para dizer de maneira bem direta, no espírito do ‘por que não?’. Essa foi a motivação”, acrescentou Papacharissi. “Foi muito fácil para uma empresa como a Meta juntar tudo, criar um código para isso e anexá-lo ao Instagram.”

Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas

Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas, em Austin

À medida que a enxurrada de redes sociais não mostra sinais de desaceleração, Bright, a professora de análise de mídia, instou os usuários a avançar de maneira crítica com cada plataforma para evitar a fadiga relacionada ao aplicativo.

“Temos que considerar que dados estamos fornecendo a eles, como isso afetará nossa capacidade de atenção, quão difícil será aprender as nuances do aplicativo e se nossa rede estará lá”, disse Bright. “Se um determinado tipo de aplicativo faz você se sentir conectado aos outros e lhe dá uma sensação de empolgação, tente encontrar algo semelhante. Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas.”

Apenas garanta que você está usando o aplicativo, e o aplicativo não está usando você, disse ela.

THE WASHINGTON POST - A tumultuada experiência do Twitter sob nova administração deu vida a concorrentes — como Mastodon, Bluesky, Spill e agora Threads — fazendo com que os usuários de mídias sociais analisem mais opções. À medida que milhões correram para o Threads, clone do Twitter da Meta lançado na quarta-feira, 5, muitos dizem estar cansados do aparentemente interminável ataque de novas plataformas. A fadiga é uma antiga companheira no fluxo e refluxo das redes sociais por décadas. Mas, agora, os usuários estão alternando entre plataformas que parecem ser imitadoras, e não inovadoras.

Evadne Eddins é um exemplo. A americana ingressou no Myspace em 2005. Depois, no Facebook em 2009, Tumblr em 2010, Twitter em 2011 e LinkedIn em 2012. Instagram e Snapchat vieram em 2013. TikTok e Reddit no ano passado. No Clubhouse há cerca de um mês e no Spill e Threads na quinta-feira, 6.

Evadne e seus colegas estão cansados. “Mas não queremos nos sentir excluídos e ainda queremos estar por dentro”, disse a jovem de 29 anos. “Então, baixamos os aplicativos de qualquer maneira.”

“Cinco anos atrás, a fadiga das redes sociais significava apenas ter muito conteúdo jogado em você”, disse Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas em Austin. “Hoje, seria definida como estar sobrecarregado pela quantidade de aplicativos, bem como pelo conteúdo que as redes têm a oferecer.”

Os primeiros sites de redes sociais (Friendster, Hi5, Myspace) dominaram a internet no final dos anos 90 e início dos anos 2000, mas sua marca na sociedade não era tão onipresente quanto hoje. Agora, mais de 70% dos americanos usam as redes, com pesquisas estimando que o usuário médio interage com cerca de seis plataformas diferentes. A maioria dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996), como Evadne, tem um rastro na internet repleto de perfis ativos e inativos de mídias sociais.

Se todos aplicativos estão apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar?

Evadne Eddins

Evadne e seus amigos sentem que há um novo aplicativo saindo todos os dias. “Passamos o dia todo olhando para nossos laptops, olhando para nossos telefones e iPads e olhando para as TVs quando não estamos trabalhando”, ela disse. “Eu estremeço toda vez que recebo aquele relatório semanal de tempo de tela do meu iPhone.”

Ainda assim, há um desejo de estar por dentro da última moda. Então, apesar de sua própria fadiga nas mídias sociais, ela se dirigiu ao Spill - proclamado “o Twitter Negro” quando os fundadores do aplicativo prometeram focar em pessoas de cor e grupos marginalizados — e para o Threads de Mark Zuckerberg. Mas os novos aplicativos também não estão à altura, disse Evadne.

“Muitos dos aplicativos mais recentes estão apenas emprestando, copiando e roubando aspectos ou conceitos inteiros um do outro”, ela disse. “Se todo mundo está apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar? Nesse ponto, é apenas a mesma coisa em uma nova embalagem.”

Aplicativo Threads, da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), foi lançado para competir com o Twitter Foto: Richard Drew/AP

Fadiga

Anos de experiência em mídias sociais aumentaram as expectativas dos usuários para os sites, disse Zizi Papacharissi, professora de comunicação e ciências políticas da Universidade de Illinois. Quando os aplicativos são apenas uma cópia, a fadiga do usuário se acumula.

“As pessoas experimentaram várias novas plataformas ao longo dos últimos 20 anos, e tiveram a experiência de investir trabalho e esforço de criar um novo perfil, e então convencer seus amigos a se juntarem”, disse Papacharissi. “Não é apenas a fadiga do usuário em criar vários perfis e mantê-los. É também a fadiga do usuário com as plataformas em geral.”

A menos que haja algo novo e empolgante sobre os aplicativos, é normal que as pessoas se sintam cansadas, acrescentou Papacharissi.

Quando o Twitter limitou o número de posts que os usuários poderiam ver, Danny Grover, diretor de marketing em Nova York que considerava a plataforma indispensável há 15 anos, disse que aproveitou o dia para considerar se isso era uma “bênção disfarçada”. Talvez esta pudesse ser sua chance de reduzir sua dependência profissional das mídias sociais, ele acrescentou.

“Para mim, não é sobre o medo de perder a diversão”, disse o homem de 40 anos. “Tenho medo de perder a conversa cultural. Eu preciso disso profissionalmente.”

Ele recorreu ao Bluesky, de Jack Dorsey, no domingo, 2, à noite. “Eu não queria ficar sem um plano se o Twitter quebrasse completamente”, ele disse. “O Bluesky não tem os 500 repórteres que sigo no Twitter, mas tem, pelo menos, 100 deles. Isso é alguma coisa.”

Mas Grover descobriu que o Bluesky não é um substituto para as conexões que o Twitter costumava oferecer.

Ele experimentou outros aplicativos também: alguns ainda estavam em suas fases beta. Mastodon era muito complicado. Ele não sabia muito sobre o Spill. E Threads não é uma solução para ele - ele nunca criou um Instagram.

Assim, a busca de Grover continua, assim como para outros usuários.

Jack Dorsey é o fundador do Twitter e, hoje, é criador do rival BlueSky Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

Corrida

A maioria das novas plataformas é lançada por gigantes do Vale do Silício tentando invadir o que alguns veem como a estrela cadente do Twitter, ao invés do que “os usuários realmente desejam”, disse Papacharissi.

“O Threads foi criado, para dizer de maneira bem direta, no espírito do ‘por que não?’. Essa foi a motivação”, acrescentou Papacharissi. “Foi muito fácil para uma empresa como a Meta juntar tudo, criar um código para isso e anexá-lo ao Instagram.”

Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas

Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas, em Austin

À medida que a enxurrada de redes sociais não mostra sinais de desaceleração, Bright, a professora de análise de mídia, instou os usuários a avançar de maneira crítica com cada plataforma para evitar a fadiga relacionada ao aplicativo.

“Temos que considerar que dados estamos fornecendo a eles, como isso afetará nossa capacidade de atenção, quão difícil será aprender as nuances do aplicativo e se nossa rede estará lá”, disse Bright. “Se um determinado tipo de aplicativo faz você se sentir conectado aos outros e lhe dá uma sensação de empolgação, tente encontrar algo semelhante. Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas.”

Apenas garanta que você está usando o aplicativo, e o aplicativo não está usando você, disse ela.

THE WASHINGTON POST - A tumultuada experiência do Twitter sob nova administração deu vida a concorrentes — como Mastodon, Bluesky, Spill e agora Threads — fazendo com que os usuários de mídias sociais analisem mais opções. À medida que milhões correram para o Threads, clone do Twitter da Meta lançado na quarta-feira, 5, muitos dizem estar cansados do aparentemente interminável ataque de novas plataformas. A fadiga é uma antiga companheira no fluxo e refluxo das redes sociais por décadas. Mas, agora, os usuários estão alternando entre plataformas que parecem ser imitadoras, e não inovadoras.

Evadne Eddins é um exemplo. A americana ingressou no Myspace em 2005. Depois, no Facebook em 2009, Tumblr em 2010, Twitter em 2011 e LinkedIn em 2012. Instagram e Snapchat vieram em 2013. TikTok e Reddit no ano passado. No Clubhouse há cerca de um mês e no Spill e Threads na quinta-feira, 6.

Evadne e seus colegas estão cansados. “Mas não queremos nos sentir excluídos e ainda queremos estar por dentro”, disse a jovem de 29 anos. “Então, baixamos os aplicativos de qualquer maneira.”

“Cinco anos atrás, a fadiga das redes sociais significava apenas ter muito conteúdo jogado em você”, disse Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas em Austin. “Hoje, seria definida como estar sobrecarregado pela quantidade de aplicativos, bem como pelo conteúdo que as redes têm a oferecer.”

Os primeiros sites de redes sociais (Friendster, Hi5, Myspace) dominaram a internet no final dos anos 90 e início dos anos 2000, mas sua marca na sociedade não era tão onipresente quanto hoje. Agora, mais de 70% dos americanos usam as redes, com pesquisas estimando que o usuário médio interage com cerca de seis plataformas diferentes. A maioria dos millennials (nascidos entre 1981 e 1996), como Evadne, tem um rastro na internet repleto de perfis ativos e inativos de mídias sociais.

Se todos aplicativos estão apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar?

Evadne Eddins

Evadne e seus amigos sentem que há um novo aplicativo saindo todos os dias. “Passamos o dia todo olhando para nossos laptops, olhando para nossos telefones e iPads e olhando para as TVs quando não estamos trabalhando”, ela disse. “Eu estremeço toda vez que recebo aquele relatório semanal de tempo de tela do meu iPhone.”

Ainda assim, há um desejo de estar por dentro da última moda. Então, apesar de sua própria fadiga nas mídias sociais, ela se dirigiu ao Spill - proclamado “o Twitter Negro” quando os fundadores do aplicativo prometeram focar em pessoas de cor e grupos marginalizados — e para o Threads de Mark Zuckerberg. Mas os novos aplicativos também não estão à altura, disse Evadne.

“Muitos dos aplicativos mais recentes estão apenas emprestando, copiando e roubando aspectos ou conceitos inteiros um do outro”, ela disse. “Se todo mundo está apenas fazendo a mesma coisa que todo mundo, então por que se incomodar? Nesse ponto, é apenas a mesma coisa em uma nova embalagem.”

Aplicativo Threads, da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), foi lançado para competir com o Twitter Foto: Richard Drew/AP

Fadiga

Anos de experiência em mídias sociais aumentaram as expectativas dos usuários para os sites, disse Zizi Papacharissi, professora de comunicação e ciências políticas da Universidade de Illinois. Quando os aplicativos são apenas uma cópia, a fadiga do usuário se acumula.

“As pessoas experimentaram várias novas plataformas ao longo dos últimos 20 anos, e tiveram a experiência de investir trabalho e esforço de criar um novo perfil, e então convencer seus amigos a se juntarem”, disse Papacharissi. “Não é apenas a fadiga do usuário em criar vários perfis e mantê-los. É também a fadiga do usuário com as plataformas em geral.”

A menos que haja algo novo e empolgante sobre os aplicativos, é normal que as pessoas se sintam cansadas, acrescentou Papacharissi.

Quando o Twitter limitou o número de posts que os usuários poderiam ver, Danny Grover, diretor de marketing em Nova York que considerava a plataforma indispensável há 15 anos, disse que aproveitou o dia para considerar se isso era uma “bênção disfarçada”. Talvez esta pudesse ser sua chance de reduzir sua dependência profissional das mídias sociais, ele acrescentou.

“Para mim, não é sobre o medo de perder a diversão”, disse o homem de 40 anos. “Tenho medo de perder a conversa cultural. Eu preciso disso profissionalmente.”

Ele recorreu ao Bluesky, de Jack Dorsey, no domingo, 2, à noite. “Eu não queria ficar sem um plano se o Twitter quebrasse completamente”, ele disse. “O Bluesky não tem os 500 repórteres que sigo no Twitter, mas tem, pelo menos, 100 deles. Isso é alguma coisa.”

Mas Grover descobriu que o Bluesky não é um substituto para as conexões que o Twitter costumava oferecer.

Ele experimentou outros aplicativos também: alguns ainda estavam em suas fases beta. Mastodon era muito complicado. Ele não sabia muito sobre o Spill. E Threads não é uma solução para ele - ele nunca criou um Instagram.

Assim, a busca de Grover continua, assim como para outros usuários.

Jack Dorsey é o fundador do Twitter e, hoje, é criador do rival BlueSky Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

Corrida

A maioria das novas plataformas é lançada por gigantes do Vale do Silício tentando invadir o que alguns veem como a estrela cadente do Twitter, ao invés do que “os usuários realmente desejam”, disse Papacharissi.

“O Threads foi criado, para dizer de maneira bem direta, no espírito do ‘por que não?’. Essa foi a motivação”, acrescentou Papacharissi. “Foi muito fácil para uma empresa como a Meta juntar tudo, criar um código para isso e anexá-lo ao Instagram.”

Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas

Laura Bright, professora de análise de mídia da Universidade do Texas, em Austin

À medida que a enxurrada de redes sociais não mostra sinais de desaceleração, Bright, a professora de análise de mídia, instou os usuários a avançar de maneira crítica com cada plataforma para evitar a fadiga relacionada ao aplicativo.

“Temos que considerar que dados estamos fornecendo a eles, como isso afetará nossa capacidade de atenção, quão difícil será aprender as nuances do aplicativo e se nossa rede estará lá”, disse Bright. “Se um determinado tipo de aplicativo faz você se sentir conectado aos outros e lhe dá uma sensação de empolgação, tente encontrar algo semelhante. Se um aplicativo faz você se sentir mal, você deve procurar outras plataformas.”

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