Análise: a Lei de Moore perdeu fôlego, mas não morreu


Gordon Moore, cofundador da Intel, foi pioneiro de um futuro tecnológico

Por Redação
Atualização:

Gordon Moore esteve algumas vezes no Brasil. Adorava viajar ao Pantanal. Nos encontros com estudantes trazia sempre no bolso um lápis amarelo com grafite HB. Quando falava do enorme potencial dos computadores e o passo veloz da evolução dos chips, tirava o lápis do bolso, mostrava para a garotada e dizia: “O primeiro nós fizemos apenas com a ajuda dessa poderosa ferramenta.” Confirmando a marca registrada dos gênios de verdade, era humilde e bem humorado.

Ano após anos, Moore tinha que responder aos curiosos se a a lei que leva seu nome ainda era válida e por quanto tempo ainda ditaria o o ritmo de evolução e queda no preço dos chips.

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Pois bem, a Lei de Moore, concebida em 1965, diz o seguinte: o número de transistores em um chip dobra, em média, a cada 18 meses, mantendo o mesmo (ou menor) custo e o mesmo espaço. Ainda é válida, mas, nos últimos anos, essa média vem desacelerando, a cada mudança de patamar na evolução dos chips.

Essa desaceleração era esperada.

A primeira causa da desaceleração da Lei de Moore é a absurda miniaturização dos circuitos. Os chips são feitos de circuitos de silício cada vez menores. Estão se aproximando da escala atômica. Isso significa que os circuitos, ou seja, os semicondutores de silício impressos nas bases dos chips, estão se tornando tão delgados que alguns medem a espessura de apenas um átomo. As dificuldades nessa escala são enormes. Especialmente complexa se torna a dissipação do calor gerado pelo funcionamento dos chips. Outro desafio são os inesperados e indesejáveis efeitos quânticos que eclodem na escala atômica, trazendo instabilidade.

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Últimas gerações de chips têm custos de fabricação cada vez mais altos, mas oferecem apenas ganhos modestos em desempenho

A segunda causa da desaceleração da Lei de Moore é o aumento dos custos combinados aos retornos decrescentes no desempenho dos chips. Até há alguns poucos anos quando a densidade dos circuitos aumentava o desempenho dos chips rapidamente pagava os investimentos em miniaturização. As últimas gerações de chips, porém, têm custos de fabricação cada vez mais altos, mas não entregam mais os saltos de desempenho do passado. Oferecem apenas ganhos modestos.

A Lei de Moore perdeu fôlego. mas não morreu. As inovações na manufatura de chips atravessam uma entressafra, mas do campo das pesquisas surgem soluções de enorme potencial de dissipação de calor e menor uso de energia, com uso de tecnologias de impressão em 3D, novos materiais e especialização dos chips para lidar com cálculos complexos de renderização de imagens para outros usos— ou seja, usar as conhecidas GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) para fazer simulações complexas, especialmente nas tarefas que exigem processamento paralelo. Ou especialização dos chips para turbinar os processos de Inteligência Artificial, caso da TPU, hardware projetado pelo Google especificamente para acelerar tarefas de aprendizado das máquinas.

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Gordon Moore, o gênio bem-humorado e humilde, que ajudou a lançar a revolução digital apenas com o seu lápis HB amarelo, será lembrado como o pioneiro de um futuro tecnológico ainda em construção e que a cada dia nos surpreende e assusta.

Semicondutores que abastecem eletrônicos ficam cada vez menores e mais eficientes Foto: Denny Cesare/Estadão

Gordon Moore esteve algumas vezes no Brasil. Adorava viajar ao Pantanal. Nos encontros com estudantes trazia sempre no bolso um lápis amarelo com grafite HB. Quando falava do enorme potencial dos computadores e o passo veloz da evolução dos chips, tirava o lápis do bolso, mostrava para a garotada e dizia: “O primeiro nós fizemos apenas com a ajuda dessa poderosa ferramenta.” Confirmando a marca registrada dos gênios de verdade, era humilde e bem humorado.

Ano após anos, Moore tinha que responder aos curiosos se a a lei que leva seu nome ainda era válida e por quanto tempo ainda ditaria o o ritmo de evolução e queda no preço dos chips.

Pois bem, a Lei de Moore, concebida em 1965, diz o seguinte: o número de transistores em um chip dobra, em média, a cada 18 meses, mantendo o mesmo (ou menor) custo e o mesmo espaço. Ainda é válida, mas, nos últimos anos, essa média vem desacelerando, a cada mudança de patamar na evolução dos chips.

Essa desaceleração era esperada.

A primeira causa da desaceleração da Lei de Moore é a absurda miniaturização dos circuitos. Os chips são feitos de circuitos de silício cada vez menores. Estão se aproximando da escala atômica. Isso significa que os circuitos, ou seja, os semicondutores de silício impressos nas bases dos chips, estão se tornando tão delgados que alguns medem a espessura de apenas um átomo. As dificuldades nessa escala são enormes. Especialmente complexa se torna a dissipação do calor gerado pelo funcionamento dos chips. Outro desafio são os inesperados e indesejáveis efeitos quânticos que eclodem na escala atômica, trazendo instabilidade.

Últimas gerações de chips têm custos de fabricação cada vez mais altos, mas oferecem apenas ganhos modestos em desempenho

A segunda causa da desaceleração da Lei de Moore é o aumento dos custos combinados aos retornos decrescentes no desempenho dos chips. Até há alguns poucos anos quando a densidade dos circuitos aumentava o desempenho dos chips rapidamente pagava os investimentos em miniaturização. As últimas gerações de chips, porém, têm custos de fabricação cada vez mais altos, mas não entregam mais os saltos de desempenho do passado. Oferecem apenas ganhos modestos.

A Lei de Moore perdeu fôlego. mas não morreu. As inovações na manufatura de chips atravessam uma entressafra, mas do campo das pesquisas surgem soluções de enorme potencial de dissipação de calor e menor uso de energia, com uso de tecnologias de impressão em 3D, novos materiais e especialização dos chips para lidar com cálculos complexos de renderização de imagens para outros usos— ou seja, usar as conhecidas GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) para fazer simulações complexas, especialmente nas tarefas que exigem processamento paralelo. Ou especialização dos chips para turbinar os processos de Inteligência Artificial, caso da TPU, hardware projetado pelo Google especificamente para acelerar tarefas de aprendizado das máquinas.

Gordon Moore, o gênio bem-humorado e humilde, que ajudou a lançar a revolução digital apenas com o seu lápis HB amarelo, será lembrado como o pioneiro de um futuro tecnológico ainda em construção e que a cada dia nos surpreende e assusta.

Semicondutores que abastecem eletrônicos ficam cada vez menores e mais eficientes Foto: Denny Cesare/Estadão

Gordon Moore esteve algumas vezes no Brasil. Adorava viajar ao Pantanal. Nos encontros com estudantes trazia sempre no bolso um lápis amarelo com grafite HB. Quando falava do enorme potencial dos computadores e o passo veloz da evolução dos chips, tirava o lápis do bolso, mostrava para a garotada e dizia: “O primeiro nós fizemos apenas com a ajuda dessa poderosa ferramenta.” Confirmando a marca registrada dos gênios de verdade, era humilde e bem humorado.

Ano após anos, Moore tinha que responder aos curiosos se a a lei que leva seu nome ainda era válida e por quanto tempo ainda ditaria o o ritmo de evolução e queda no preço dos chips.

Pois bem, a Lei de Moore, concebida em 1965, diz o seguinte: o número de transistores em um chip dobra, em média, a cada 18 meses, mantendo o mesmo (ou menor) custo e o mesmo espaço. Ainda é válida, mas, nos últimos anos, essa média vem desacelerando, a cada mudança de patamar na evolução dos chips.

Essa desaceleração era esperada.

A primeira causa da desaceleração da Lei de Moore é a absurda miniaturização dos circuitos. Os chips são feitos de circuitos de silício cada vez menores. Estão se aproximando da escala atômica. Isso significa que os circuitos, ou seja, os semicondutores de silício impressos nas bases dos chips, estão se tornando tão delgados que alguns medem a espessura de apenas um átomo. As dificuldades nessa escala são enormes. Especialmente complexa se torna a dissipação do calor gerado pelo funcionamento dos chips. Outro desafio são os inesperados e indesejáveis efeitos quânticos que eclodem na escala atômica, trazendo instabilidade.

Últimas gerações de chips têm custos de fabricação cada vez mais altos, mas oferecem apenas ganhos modestos em desempenho

A segunda causa da desaceleração da Lei de Moore é o aumento dos custos combinados aos retornos decrescentes no desempenho dos chips. Até há alguns poucos anos quando a densidade dos circuitos aumentava o desempenho dos chips rapidamente pagava os investimentos em miniaturização. As últimas gerações de chips, porém, têm custos de fabricação cada vez mais altos, mas não entregam mais os saltos de desempenho do passado. Oferecem apenas ganhos modestos.

A Lei de Moore perdeu fôlego. mas não morreu. As inovações na manufatura de chips atravessam uma entressafra, mas do campo das pesquisas surgem soluções de enorme potencial de dissipação de calor e menor uso de energia, com uso de tecnologias de impressão em 3D, novos materiais e especialização dos chips para lidar com cálculos complexos de renderização de imagens para outros usos— ou seja, usar as conhecidas GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) para fazer simulações complexas, especialmente nas tarefas que exigem processamento paralelo. Ou especialização dos chips para turbinar os processos de Inteligência Artificial, caso da TPU, hardware projetado pelo Google especificamente para acelerar tarefas de aprendizado das máquinas.

Gordon Moore, o gênio bem-humorado e humilde, que ajudou a lançar a revolução digital apenas com o seu lápis HB amarelo, será lembrado como o pioneiro de um futuro tecnológico ainda em construção e que a cada dia nos surpreende e assusta.

Semicondutores que abastecem eletrônicos ficam cada vez menores e mais eficientes Foto: Denny Cesare/Estadão
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