Antes da pandemia, 3,5 mil postos de saúde não tinham computador no Brasil


Pesquisa ligada ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) aponta dados sobre conexão e uso de computadores em instituições de saúde brasileiras; unidades públicas são as que mais sofrem com a falta de tecnologia

Por Bruna Arimathea
Cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, segundo o levantamento Foto: LETICIA MOREIRA/SEMUC/PMBV

Cerca de 3,5 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) não possuíam computadores em fevereiro de 2020, um mês antes do início da pandemia de coronavírus no Brasil. Foi o que indicou a 7ª edição da pesquisa TIC Saúde, feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O estudo reúne dados sobre o acesso e uso da internet nos estabelecimentos de saúde no País e foi divulgado nesta terça-feira, 21.

O levantamento foi realizado entre julho de 2019 e fevereiro de 2020 e é importante para entender como os estabelecimentos estavam preparados para receber as novas demandas online da crise. “Na pesquisa, nós queremos entender a infraestrutura nos estabelecimentos de saúde e medir como os profissionais da área estão se apropriando da tecnologia, quais os benefícios e quais as barreiras que impedem de utilizar essa tecnologia”, explicou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

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Em geral, a pesquisa observou que os estabelecimentos com menor acesso a internet são os públicos, onde 92% possuem computador e 85% acesso a internet. Na rede privada, o número de ambos os indicadores é 99%. A qualidade da internet também é melhor no setor privado, com velocidade superior a 10 Mbps (megabits por segundo).

A informação dos pacientes também requer dessa infraestrutura para serem registrados eletronicamente. Nesse aspecto, a diferença regional, observada nos indicadores, revela que apenas as regiões Sul e Sudeste tem mais de 80% dos estabelecimentos com o registro eletrônico de dados. Na região Centro-Oeste, 78% das instituições possuem o registro eletrônico. Na região Nordeste, esse percentual cai para 77% e na região Norte, 74%.

Apesar das diferenças, Luciana Portilho, coordenadora da pesquisa, aponta que a informatização das UBS já começa a mostrar alguns resultados em relação ao armazenamento de informações eletrônicas dos pacientes. Em dados como registro de vacinas, anotações de enfermagem e alergias, instituições públicas já conseguem alcançar percentuais acima de 60%. 

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Já a presença online dos estabelecimentos em serviços ainda não é expressiva. Menos de 30% oferecem a possibilidade de agendamento de consulta online ou de visualização de exames, por exemplo. De acordo com Luciana, o crescimento desse setor, no período antes da pandemia, ainda era muito tímida, tanto na rede pública quanto na rede privada. 

Outro fator que ajuda a entender como os estabelecimentos estavam lidando com o serviço online é a interação médica com os pacientes via internet. Nesse período, até fevereiro de 2020, 28% da rede privada tinham serviços de teleconsultoria, enquanto apenas 3% da rede pública oferecia o mesmo serviço. Entre os médicos e enfermeiros, menos de 30% utilizava o recurso. Segundo Barbosa, essa é uma tendência que tende a mudar nas próximas análises, justamente por conta do coronavírus e a necessidade de adaptar o serviço ao momento de crise.

Algumas regulamentações relacionadas a segurança de dados, visando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrará em vigor em 2021, também foram analisadas pelo estudo. Os resultados, porém, não demonstram ainda a totalidade do preparo para as regras. Nos estabelecimentos públicos, apenas 16% possuem algum tipo de documento que define política de segurança de dados, enquanto nas instituições privadas cerca de 44% têm o documento. 

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Unidades Básicas de Saúde

As Unidades Básicas de Saúde (UBS), postos públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), tiveram um pequeno aumento na informatização em comparação com 2018, totalizando 82% das unidades com conexão de internet. Mas, segundo o estudo, 3,5 mil das UBS ainda não possuem computador e 7,2 mil não tinham acesso à internet. Na pesquisa, foram consideradas um total de 109 mil UBS no Brasil. 

A forma como a tecnologia é utilizada também foi analisada pelo estudo. Em 2019, cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, um avanço em relação a 2018. Segundo Luciana, o maior aumento foi na transição das informações entre prontuários eletrônicos e de papel, onde algumas UBS já passaram a adotar as duas formas de controle dos dados dos pacientes.

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Para os pacientes, a presença da internet não se limita apenas na retenção da informação. O oferecimento de serviços também depende da conexão dos estabelecimentos. “Ainda há um espaço muito grande para avançar nos serviços online”, afirma Luciana. Atualmente, 23% das UBS oferecem agendamento de consultas, 20% permitem que pacientes olhem resultados de exames e só 9% permitem uma interação médica online com os pacientes. 

“Ainda que o cenário nessas unidades de saúde tenha apresentado melhoras, existe uma parcela significativa de UBS sem computador e sem acesso à Internet. Isso é bastante relevante em um momento em que enfrentamos a pandemia covid-19 e precisamos, mais do que nunca, que esses estabelecimentos estejam informatizados e conectados, de forma que possam contribuir com informações atualizadas para o controle e combate à doença”, explica Barbosa.

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

Cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, segundo o levantamento Foto: LETICIA MOREIRA/SEMUC/PMBV

Cerca de 3,5 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) não possuíam computadores em fevereiro de 2020, um mês antes do início da pandemia de coronavírus no Brasil. Foi o que indicou a 7ª edição da pesquisa TIC Saúde, feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O estudo reúne dados sobre o acesso e uso da internet nos estabelecimentos de saúde no País e foi divulgado nesta terça-feira, 21.

O levantamento foi realizado entre julho de 2019 e fevereiro de 2020 e é importante para entender como os estabelecimentos estavam preparados para receber as novas demandas online da crise. “Na pesquisa, nós queremos entender a infraestrutura nos estabelecimentos de saúde e medir como os profissionais da área estão se apropriando da tecnologia, quais os benefícios e quais as barreiras que impedem de utilizar essa tecnologia”, explicou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Em geral, a pesquisa observou que os estabelecimentos com menor acesso a internet são os públicos, onde 92% possuem computador e 85% acesso a internet. Na rede privada, o número de ambos os indicadores é 99%. A qualidade da internet também é melhor no setor privado, com velocidade superior a 10 Mbps (megabits por segundo).

A informação dos pacientes também requer dessa infraestrutura para serem registrados eletronicamente. Nesse aspecto, a diferença regional, observada nos indicadores, revela que apenas as regiões Sul e Sudeste tem mais de 80% dos estabelecimentos com o registro eletrônico de dados. Na região Centro-Oeste, 78% das instituições possuem o registro eletrônico. Na região Nordeste, esse percentual cai para 77% e na região Norte, 74%.

Apesar das diferenças, Luciana Portilho, coordenadora da pesquisa, aponta que a informatização das UBS já começa a mostrar alguns resultados em relação ao armazenamento de informações eletrônicas dos pacientes. Em dados como registro de vacinas, anotações de enfermagem e alergias, instituições públicas já conseguem alcançar percentuais acima de 60%. 

Já a presença online dos estabelecimentos em serviços ainda não é expressiva. Menos de 30% oferecem a possibilidade de agendamento de consulta online ou de visualização de exames, por exemplo. De acordo com Luciana, o crescimento desse setor, no período antes da pandemia, ainda era muito tímida, tanto na rede pública quanto na rede privada. 

Outro fator que ajuda a entender como os estabelecimentos estavam lidando com o serviço online é a interação médica com os pacientes via internet. Nesse período, até fevereiro de 2020, 28% da rede privada tinham serviços de teleconsultoria, enquanto apenas 3% da rede pública oferecia o mesmo serviço. Entre os médicos e enfermeiros, menos de 30% utilizava o recurso. Segundo Barbosa, essa é uma tendência que tende a mudar nas próximas análises, justamente por conta do coronavírus e a necessidade de adaptar o serviço ao momento de crise.

Algumas regulamentações relacionadas a segurança de dados, visando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrará em vigor em 2021, também foram analisadas pelo estudo. Os resultados, porém, não demonstram ainda a totalidade do preparo para as regras. Nos estabelecimentos públicos, apenas 16% possuem algum tipo de documento que define política de segurança de dados, enquanto nas instituições privadas cerca de 44% têm o documento. 

Unidades Básicas de Saúde

As Unidades Básicas de Saúde (UBS), postos públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), tiveram um pequeno aumento na informatização em comparação com 2018, totalizando 82% das unidades com conexão de internet. Mas, segundo o estudo, 3,5 mil das UBS ainda não possuem computador e 7,2 mil não tinham acesso à internet. Na pesquisa, foram consideradas um total de 109 mil UBS no Brasil. 

A forma como a tecnologia é utilizada também foi analisada pelo estudo. Em 2019, cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, um avanço em relação a 2018. Segundo Luciana, o maior aumento foi na transição das informações entre prontuários eletrônicos e de papel, onde algumas UBS já passaram a adotar as duas formas de controle dos dados dos pacientes.

Para os pacientes, a presença da internet não se limita apenas na retenção da informação. O oferecimento de serviços também depende da conexão dos estabelecimentos. “Ainda há um espaço muito grande para avançar nos serviços online”, afirma Luciana. Atualmente, 23% das UBS oferecem agendamento de consultas, 20% permitem que pacientes olhem resultados de exames e só 9% permitem uma interação médica online com os pacientes. 

“Ainda que o cenário nessas unidades de saúde tenha apresentado melhoras, existe uma parcela significativa de UBS sem computador e sem acesso à Internet. Isso é bastante relevante em um momento em que enfrentamos a pandemia covid-19 e precisamos, mais do que nunca, que esses estabelecimentos estejam informatizados e conectados, de forma que possam contribuir com informações atualizadas para o controle e combate à doença”, explica Barbosa.

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

Cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, segundo o levantamento Foto: LETICIA MOREIRA/SEMUC/PMBV

Cerca de 3,5 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) não possuíam computadores em fevereiro de 2020, um mês antes do início da pandemia de coronavírus no Brasil. Foi o que indicou a 7ª edição da pesquisa TIC Saúde, feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O estudo reúne dados sobre o acesso e uso da internet nos estabelecimentos de saúde no País e foi divulgado nesta terça-feira, 21.

O levantamento foi realizado entre julho de 2019 e fevereiro de 2020 e é importante para entender como os estabelecimentos estavam preparados para receber as novas demandas online da crise. “Na pesquisa, nós queremos entender a infraestrutura nos estabelecimentos de saúde e medir como os profissionais da área estão se apropriando da tecnologia, quais os benefícios e quais as barreiras que impedem de utilizar essa tecnologia”, explicou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Em geral, a pesquisa observou que os estabelecimentos com menor acesso a internet são os públicos, onde 92% possuem computador e 85% acesso a internet. Na rede privada, o número de ambos os indicadores é 99%. A qualidade da internet também é melhor no setor privado, com velocidade superior a 10 Mbps (megabits por segundo).

A informação dos pacientes também requer dessa infraestrutura para serem registrados eletronicamente. Nesse aspecto, a diferença regional, observada nos indicadores, revela que apenas as regiões Sul e Sudeste tem mais de 80% dos estabelecimentos com o registro eletrônico de dados. Na região Centro-Oeste, 78% das instituições possuem o registro eletrônico. Na região Nordeste, esse percentual cai para 77% e na região Norte, 74%.

Apesar das diferenças, Luciana Portilho, coordenadora da pesquisa, aponta que a informatização das UBS já começa a mostrar alguns resultados em relação ao armazenamento de informações eletrônicas dos pacientes. Em dados como registro de vacinas, anotações de enfermagem e alergias, instituições públicas já conseguem alcançar percentuais acima de 60%. 

Já a presença online dos estabelecimentos em serviços ainda não é expressiva. Menos de 30% oferecem a possibilidade de agendamento de consulta online ou de visualização de exames, por exemplo. De acordo com Luciana, o crescimento desse setor, no período antes da pandemia, ainda era muito tímida, tanto na rede pública quanto na rede privada. 

Outro fator que ajuda a entender como os estabelecimentos estavam lidando com o serviço online é a interação médica com os pacientes via internet. Nesse período, até fevereiro de 2020, 28% da rede privada tinham serviços de teleconsultoria, enquanto apenas 3% da rede pública oferecia o mesmo serviço. Entre os médicos e enfermeiros, menos de 30% utilizava o recurso. Segundo Barbosa, essa é uma tendência que tende a mudar nas próximas análises, justamente por conta do coronavírus e a necessidade de adaptar o serviço ao momento de crise.

Algumas regulamentações relacionadas a segurança de dados, visando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrará em vigor em 2021, também foram analisadas pelo estudo. Os resultados, porém, não demonstram ainda a totalidade do preparo para as regras. Nos estabelecimentos públicos, apenas 16% possuem algum tipo de documento que define política de segurança de dados, enquanto nas instituições privadas cerca de 44% têm o documento. 

Unidades Básicas de Saúde

As Unidades Básicas de Saúde (UBS), postos públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), tiveram um pequeno aumento na informatização em comparação com 2018, totalizando 82% das unidades com conexão de internet. Mas, segundo o estudo, 3,5 mil das UBS ainda não possuem computador e 7,2 mil não tinham acesso à internet. Na pesquisa, foram consideradas um total de 109 mil UBS no Brasil. 

A forma como a tecnologia é utilizada também foi analisada pelo estudo. Em 2019, cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, um avanço em relação a 2018. Segundo Luciana, o maior aumento foi na transição das informações entre prontuários eletrônicos e de papel, onde algumas UBS já passaram a adotar as duas formas de controle dos dados dos pacientes.

Para os pacientes, a presença da internet não se limita apenas na retenção da informação. O oferecimento de serviços também depende da conexão dos estabelecimentos. “Ainda há um espaço muito grande para avançar nos serviços online”, afirma Luciana. Atualmente, 23% das UBS oferecem agendamento de consultas, 20% permitem que pacientes olhem resultados de exames e só 9% permitem uma interação médica online com os pacientes. 

“Ainda que o cenário nessas unidades de saúde tenha apresentado melhoras, existe uma parcela significativa de UBS sem computador e sem acesso à Internet. Isso é bastante relevante em um momento em que enfrentamos a pandemia covid-19 e precisamos, mais do que nunca, que esses estabelecimentos estejam informatizados e conectados, de forma que possam contribuir com informações atualizadas para o controle e combate à doença”, explica Barbosa.

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

Cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, segundo o levantamento Foto: LETICIA MOREIRA/SEMUC/PMBV

Cerca de 3,5 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) não possuíam computadores em fevereiro de 2020, um mês antes do início da pandemia de coronavírus no Brasil. Foi o que indicou a 7ª edição da pesquisa TIC Saúde, feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O estudo reúne dados sobre o acesso e uso da internet nos estabelecimentos de saúde no País e foi divulgado nesta terça-feira, 21.

O levantamento foi realizado entre julho de 2019 e fevereiro de 2020 e é importante para entender como os estabelecimentos estavam preparados para receber as novas demandas online da crise. “Na pesquisa, nós queremos entender a infraestrutura nos estabelecimentos de saúde e medir como os profissionais da área estão se apropriando da tecnologia, quais os benefícios e quais as barreiras que impedem de utilizar essa tecnologia”, explicou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Em geral, a pesquisa observou que os estabelecimentos com menor acesso a internet são os públicos, onde 92% possuem computador e 85% acesso a internet. Na rede privada, o número de ambos os indicadores é 99%. A qualidade da internet também é melhor no setor privado, com velocidade superior a 10 Mbps (megabits por segundo).

A informação dos pacientes também requer dessa infraestrutura para serem registrados eletronicamente. Nesse aspecto, a diferença regional, observada nos indicadores, revela que apenas as regiões Sul e Sudeste tem mais de 80% dos estabelecimentos com o registro eletrônico de dados. Na região Centro-Oeste, 78% das instituições possuem o registro eletrônico. Na região Nordeste, esse percentual cai para 77% e na região Norte, 74%.

Apesar das diferenças, Luciana Portilho, coordenadora da pesquisa, aponta que a informatização das UBS já começa a mostrar alguns resultados em relação ao armazenamento de informações eletrônicas dos pacientes. Em dados como registro de vacinas, anotações de enfermagem e alergias, instituições públicas já conseguem alcançar percentuais acima de 60%. 

Já a presença online dos estabelecimentos em serviços ainda não é expressiva. Menos de 30% oferecem a possibilidade de agendamento de consulta online ou de visualização de exames, por exemplo. De acordo com Luciana, o crescimento desse setor, no período antes da pandemia, ainda era muito tímida, tanto na rede pública quanto na rede privada. 

Outro fator que ajuda a entender como os estabelecimentos estavam lidando com o serviço online é a interação médica com os pacientes via internet. Nesse período, até fevereiro de 2020, 28% da rede privada tinham serviços de teleconsultoria, enquanto apenas 3% da rede pública oferecia o mesmo serviço. Entre os médicos e enfermeiros, menos de 30% utilizava o recurso. Segundo Barbosa, essa é uma tendência que tende a mudar nas próximas análises, justamente por conta do coronavírus e a necessidade de adaptar o serviço ao momento de crise.

Algumas regulamentações relacionadas a segurança de dados, visando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrará em vigor em 2021, também foram analisadas pelo estudo. Os resultados, porém, não demonstram ainda a totalidade do preparo para as regras. Nos estabelecimentos públicos, apenas 16% possuem algum tipo de documento que define política de segurança de dados, enquanto nas instituições privadas cerca de 44% têm o documento. 

Unidades Básicas de Saúde

As Unidades Básicas de Saúde (UBS), postos públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), tiveram um pequeno aumento na informatização em comparação com 2018, totalizando 82% das unidades com conexão de internet. Mas, segundo o estudo, 3,5 mil das UBS ainda não possuem computador e 7,2 mil não tinham acesso à internet. Na pesquisa, foram consideradas um total de 109 mil UBS no Brasil. 

A forma como a tecnologia é utilizada também foi analisada pelo estudo. Em 2019, cerca de 78% das UBS possuíam sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes, um avanço em relação a 2018. Segundo Luciana, o maior aumento foi na transição das informações entre prontuários eletrônicos e de papel, onde algumas UBS já passaram a adotar as duas formas de controle dos dados dos pacientes.

Para os pacientes, a presença da internet não se limita apenas na retenção da informação. O oferecimento de serviços também depende da conexão dos estabelecimentos. “Ainda há um espaço muito grande para avançar nos serviços online”, afirma Luciana. Atualmente, 23% das UBS oferecem agendamento de consultas, 20% permitem que pacientes olhem resultados de exames e só 9% permitem uma interação médica online com os pacientes. 

“Ainda que o cenário nessas unidades de saúde tenha apresentado melhoras, existe uma parcela significativa de UBS sem computador e sem acesso à Internet. Isso é bastante relevante em um momento em que enfrentamos a pandemia covid-19 e precisamos, mais do que nunca, que esses estabelecimentos estejam informatizados e conectados, de forma que possam contribuir com informações atualizadas para o controle e combate à doença”, explica Barbosa.

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

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