Há quase 10 anos, em setembro de 2014, a Apple lançou o iPhone 6 e o Apple Watch. O evento, no entanto, é lembrado pelo momento em que a companhia colocou, sem o consentimento de seus usuários, o disco “Songs of Innocence” do U2 em cada um dos seus dispositivos vendidos. Para mais de 500 milhões de pessoas, o álbum já aparecia baixado automaticamente na biblioteca do app iTunes (hoje chamado Música). E ainda hoje, donos de aparelhos da Apple reclamam que o disco reparece mesmo depois de “deletado” - o fórum oficial da companhia abriga muitas reclamações.
A parceria da Apple com o U2 foi um dos últimos grandes eventos da indústria musical antes da massificação do streaming - e parecia uma grande jogada de marketing. O U2, banda de rock irlandesa, já era uma das mais reconhecidas e influentes do mundo na época, conhecida por hits como “With or Without You” e “Beautiful Day”. Além de ser uma das bandas preferidas de Steve Jobs, cofundador da Apple, que havia morrido 3 anos antes.
Já a companhia dominava o mercado de música digital e ostentava o trono de marca mais desejada de celulares. Com a ação, a empresa esperava aumentar sua base de usuários do iTunes, gerar publicidade positiva e promover seus aparelhos por meio dessa oferta exclusiva. A parceria para distribuir o álbum direto no iTunes foi uma iniciativa ambiciosa, custando à empresa um valor estimado em torno de US$ 100 milhões.
No entanto, a ação deu errado. Alguns fãs da Apple e do U2 até elogiaram a jogada, porém uma grande parcela dos usuários se sentiu invadida por receber automaticamente o álbum em suas bibliotecas, sem consentimento prévio.
As críticas foram especialmente intensas entre aqueles que consideraram a ação uma violação da privacidade e da escolha do consumidor. O debate sobre a estratégia de distribuição agressiva continuou por semanas, com alguns usuários expressando indignação ao descobrirem que não podiam remover o álbum de suas contas do iTunes facilmente.
Após a controvérsia em torno da distribuição, a Apple emitiu instruções sobre como remover o álbum da biblioteca do app - a companhia chegou a disponibilizar uma ferramenta de remoção (que não funciona mais). Mesmo assim, ainda há usuários que tem esse álbum baixado e não conseguem se livrar dele, - há vários relatos de que o álbum reparece “misteriosamente”, como se fosse um dos apps impossíveis de apagar do iPhone (como o app de ligação).
Mas há solução (embora ela não seja fácil). Veja abaixo como deletar o álbum do U2 do seu iPhone de uma vez por todas:
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Como apagar do iPhone o álbum ‘Songs of Innocence’ do U2?
Para começar é preciso apagar o disco dos eu dispositivo. Há duas maneiras de fazer isso
A primeira é apagando cada uma das 12 faixas disco individualmente. Para isso, basta entrar no app Música, em seguida vá na aba Biblioteca e clique no álbum. Já visualizando as faixas, basta selecionar uma por uma e arrastar as músicas para a esquerda até aparecer o botão Apagar, depois é só clicar.
Outra opção para deletar o álbum é, novamente, ir ao aplicativo Música, ir à aba Biblioteca mas, dessa vez, clique e segure o álbum que quer excluir e, assim que a opção aparecer, clique em Remover, e depois em Apagar da Biblioteca. Assim o álbum não estará mais em seu celular.
Também é possível selecionar a opção Remover download, seguindo o mesmo passo a passo, mas isso irá manter as músicas no aparelho, apenas vai remover seus downloads, o que economiza a memória e o espaço de armazenamento do celular.
Isso, porém, só vai remover o disco do seu aparelho, não da sua conta no iTunes, o que significa que o disco poderá acabar voltando em alguma atualização do iOS. O caminho para a eliminação total é mais chato. A ferramenta que a Apple disponibilizou para que os usuários apagassem o disco manualmente não funciona mais, portanto, é preciso ligar no suporte da Apple - o número é 0800-761-0880.
Ao ligar, é preciso solicitar a remoção do álbum da sua conta no iTunes. O Estadão fez o processo, o que levou 18 minutos para ser concluído. Imediatamente, o disco sumiu da conta testada.
*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani