Seu navegador de internet está ultrapassado: conheça o Arc, o browser do futuro


Arc tenta reinventar como acessamos a internet, permitindo customização e abas multitarefas

Por Guilherme Guerra
Atualização:

Uma startup de Nova York, nos Estados Unidos, quer mudar para sempre os navegadores de internet, um mercado com mais de 30 anos de vida e, hoje, liderado por duas empresas gigantes, o Google e a Apple. A empreitada é realizada pela empresa The Browser Company, que desenvolve o Arc com uma missão bastante ambiciosa: torná-lo o seu novo browser favorito.

Navegadores (ou browsers) são a porta de entrada para a Worldwide Web (WWW). Eles são instalados nos computadores pessoais desde o nascimento da internet, no início dos anos 1990. Os pioneiros foram o Netscape (que, em 2002, se tornaria o Firefox, da Mozilla) e o Internet Explorer (que a Microsoft transformaria em Edge, em 2015). Nos anos seguintes, a popularização dos smartphones colocou o Chrome (do Google) e o Safari (da Apple) na liderança do mercado mundial. Mas, ao longo desse período, a interface, forma de navegação e o propósito desses produtos pouco mudaram.

Navegador Arc traz visual que facilita atividades multitarefas por meio de barra lateral vertical Foto: Reprodução/Estadão
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É aí que entra o Arc. O navegador descarta algumas soluções básicas dos rivais e repensa alguns hábitos que usuários têm há décadas. Além disso, a startup nova-iorquina Browser Company tenta nos levar para uma “internet do futuro”, na qual a inteligência artificial, a customização e privacidade caminham lado a lado.

É preciso dizer, antes de tudo, que o Arc ainda tem um caráter de testes. Além de atualizações quase semanais no navegador, o app está disponível para ser instalado somente em computadores Mac (da Apple) e naqueles PCs com Windows 11, versão mais recente do sistema operacional da Microsoft. Ou seja, ainda se trata de um browser com baixa popularidade.

O resultado geral é bem positivo, após meus testes ao longo de um mês. O Arc provou ser um navegador bastante estável e extremamente veloz – que é algo de que ninguém deve abrir mão. Já os novos recursos, que incluem uma interface totalmente redesenhada para ser multitarefas, fazem total sentido para um usuário que trabalha com a web, trocando de páginas o dia todo – como um repórter, por exemplo.

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O Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito

Ao final dos trinta dias, é fácil dizer que a missão da Browser Company foi cumprida: o Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito. Abandonei o Chrome, que usava para o trabalho, e o Safari, que usava em meu celular e computador pessoais. Agora, reúno tudo em um único aplicativo, que consegue criar perfis para diferentes hábitos – como a vida corporativa e a privada, sem permitir que informações de diferentes contas sejam misturadas no browser.

Atualmente, o maior problema do Arc está na sincronização entre plataformas. Não é possível usar o navegador da Browser Company em um notebook com Windows 10 (ou anterior), e o aplicativo para iPhone é um tanto quanto moderno demais: é pouco parecido com a versão para computadores e bastante diferente dos browsers tradicionais para celulares. Talvez eu vá precisar de mais tempo para me habituar à versão para smartphones.

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Abaixo, veja o que o Arc faz de diferente.

O que o Arc faz de diferente?

Depois de baixar o Arc (aqui), é necessário criar uma conta e, mais importante, cadastrar suas informações pessoais, como e-mail e redes sociais. Isso pode ser feito manualmente, é claro. Mas a startup americana permite que você transfira todas as informações do Chrome, incluindo senhas e até extensões – essa facilidade se deve ao fato de o Arc operar sob o Chromium, infraestrutura de código-livre do Google para navegadores na qual se baseia o próprio Chrome. Muitos minutos, ou até horas, são poupados.

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A primeira novidade é que o Arc não traz um menu horizontal no topo da tela onde se pode digitar o endereço de sites e organizar as abas. A solução é uma barra vertical, que reúne páginas em uso e as favoritadas, que, ao serem fixadas, nunca são fechadas. Por essa barra, o usuário consegue administrar o que a Browser Company chama de perfis e espaços, as principais novidades. A seguir, vamos diferenciar cada um deles.

Primeiro, os perfis permitem criar diferentes usuários dentro do Arc. Imagine que um perfil pode ser o pessoal, e outro perfil é para o trabalho. Eles não têm nada em comum, porque não compartilham logins, históricos, cookies nem extensões. É como se fosse outro navegador, reconfigurado do zero.

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O Chrome possui esse recurso, mas a troca não é tão radical. Além disso, o Arc transforma a perfilização em algo mais intuitivo: sair de um perfil para o outro é muito simples, graças ao comando de deslizar lateralmente os dois dedos pela barra lateral. Não é preciso clicar em nenhum botão oculto, como faz o Google.

Navegador Arc permite dividir a interface por espaços, áreas que reúnem conjunto de abas Foto: Reprodução/The Browser Company

Dentro de cada perfil, é possível configurar os espaços, que são uma forma de reunir diferentes áreas de navegação para diferentes contextos em uma única janela. Cada espaço possui suas abas favoritas e um conjunto de páginas para serem encontradas facilmente, como aplicativos, documentos e planilhas. E elas podem ser reunidas em pastas com diferentes fins: “Redes Sociais” (com Facebook, Instagram e LinkedIn), “Lazer” (com Spotify e Netflix) e “Notícias” (com links para diferentes veículos de imprensa).

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A Browser Company recomenda que os espaços sejam utilizados para “grandes áreas da sua vida”. Alguns exemplos incluem criar espaços para diferentes projetos no trabalho (dentro de um perfil) ou para planejar viagens (em outro perfil). Com isso, é possível reunir páginas importantes relacionadas a cada tema, sem ter que acumular dezenas de abas no topo da tela. Ao encerrar um projeto, o espaço pode ser facilmente deletado ou remanejado.

O design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Nada fica feio

Os espaços também podem ser visualmente diferentes entre si e permitem adicionar páginas favoritas únicas em cada um. Essas customizações fazem com que o usuário não confunda um tema com o outro, o que é essencial, e torna a navegação mais eficiente. Afinal, meus sites favoritos na vida pessoal podem não ser os mais úteis para mim no dia a dia do trabalho.

E o design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Surpreendemente, nada fica feio.

Navegador com IA

A Browser Company tem se dedicado a implementar pequenos recursos de inteligência artificial no seu navegador. Batizados de Arc Max, eles ajudam, e muito, a vida do usuário.

A funcionalidade mais inovadora é o “Pergunte Na Página”, que usa o chatbot do Arc para responder dúvidas relacionadas ao que é exibido na tela. Por exemplo, a funcionalidade torna possível resumir um texto longo em seus principais pontos e redirecionar o usuário para o exato trecho citado. A funcionalidade pode ser habilitada pelo comando de busca (command + F / control + F).

Além disso, o navegador está integrado ao ChatGPT, da OpenAI. Por meio de atalhos pré-definidos, é possível perguntar diretamente ao famoso chatbot da startup, sem ter de digitar o endereço da página ou acessar um aplicativo externo (basta apenas integrar sua conta da OpenAI ao navegador). O recurso, exclusivo para macOS, pode ser encontrado pelo atalho command+option+G.

Arc permite, com uso de inteligência artificial, criar prévia de cinco segundos de páginas da internet Foto: Reprodução/The Browser Company

O Arc também reorganiza seus conteúdos por tema. Tanto as abas quanto os downloads podem ser organizados a partir de assuntos comuns, permitindo “limpar” a barra lateral quando ela está cheia de conteúdos. Para quem é viciado em manter dezenas de abas, é uma novidade e tanto.

Outras novidade está em testes para computadores Mac, como prévias de cinco segundos em buscas do Google. Ao passar o cursor do mouse sobre um link, o recurso permite antecipar o que vai ser exibido na página.

Pequenos diferenciais, mas importantes

O Arc também traz outras mudanças pequenas, mas importantes, que o diferenciam de outros navegadores.

Vídeos e áudios, que se tornaram tão importantes na internet, são uma delas. Quando o usuário sai do YouTube com a reprodução em andamento e vai para outra página, o Arc transforma automaticamente o vídeo em uma miniatura flutuante na tela. Isso torna possível assistir a um vídeo de culinária enquanto, em outra página, lê uma receita de um chef. E é possível redimensionar o tamanho da miniatura e reposicioná-la como quiser na interface, bem como pausar o conteúdo. É curioso pensar que o Google, dono do Chrome e do YouTube, não tenha implementado essa solução por padrão.

A funcionalidade também serve para serviços de streaming, como o Spotify, e um player é criado automaticamente no final da barra lateral vertical.

Navegador Arc, da The Browser Company, permite fixar sites no topo da tela para acesso mais fácil Foto: Reprodução/The Browser Company

Além disso, a Browser Company criou um superatalho inspirado no recurso Spotlight, da Apple (uma espécie de buscador faz-tudo no sistema macOS, com capacidade de buscar por mensagens, e-mails, arquivos e até pesquisas rápidas na Web). Ao acionar no teclado os botões “command + T” (que, num navegador tradicional, abre uma nova aba), o usuário consegue trocar por uma aba aberta, digitar um novo endereço, pesquisar no Google ou, ainda, até perguntar diretamente ao ChatGPT, o chatbot inteligente da OpenAI.

O app do Arc permite colocar duas páginas dentro de uma única janela – a tal da “Visão em tela dividida”. Com o comando do usuário, o navegador coloca uma página lado a lado. E esse formato pode ser fixado em diferentes espaços, é claro.

Ainda, o Arc tem uma lousa (batizada de “Easels”) onde o usuário pode reunir uma série de mídias, páginas da web, capturas de tela e até desenhos. Basicamente, é uma folha em branco onde o usuário pode colocar o que quiser e, depois, compartilhá-la com outra pessoa, que pode editar o material. A função é muito útil para designers, fotógrafos e outros criativos.

Legado do Arc

No mercado de tecnologia, ver grandes ideias serem descartadas é bastante comum. Portanto, é grande a possibilidade de a Browser Company ser comprada por outra gigante, declarar falência ou simplesmente não encontrar um mercado para seu navegador. E, então, o Arc desaparecer do mapa.

Mesmo que não vingue, o Arc pode causar um impacto importante no mercado de navegadores. Esse é um nicho estagnado e sem grandes novidades há mais de uma década, quando o Chrome, de 2008, ascendeu rapidamente como o substituto do Internet Explorer.

Desde então, a internet ficou mais complexa. Utilizamos um mesmo navegador em diversos momentos, junto com aplicativos. E a inteligência artificial promete mudar como nos relacionamos com buscas na Web, com criação de conteúdo e com tarefas repetitivas.

O Arc almeja ser o navegador do futuro. Hoje, de fato é bastante futurista. Mas, mesmo que a Browser Company falhe em sua ambição, se os rivais copiarem ou ao menos repensarem seus produtos, esse já será um passo imenso para o mercado. Quem sai ganhando, é claro, é o usuário.

Uma startup de Nova York, nos Estados Unidos, quer mudar para sempre os navegadores de internet, um mercado com mais de 30 anos de vida e, hoje, liderado por duas empresas gigantes, o Google e a Apple. A empreitada é realizada pela empresa The Browser Company, que desenvolve o Arc com uma missão bastante ambiciosa: torná-lo o seu novo browser favorito.

Navegadores (ou browsers) são a porta de entrada para a Worldwide Web (WWW). Eles são instalados nos computadores pessoais desde o nascimento da internet, no início dos anos 1990. Os pioneiros foram o Netscape (que, em 2002, se tornaria o Firefox, da Mozilla) e o Internet Explorer (que a Microsoft transformaria em Edge, em 2015). Nos anos seguintes, a popularização dos smartphones colocou o Chrome (do Google) e o Safari (da Apple) na liderança do mercado mundial. Mas, ao longo desse período, a interface, forma de navegação e o propósito desses produtos pouco mudaram.

Navegador Arc traz visual que facilita atividades multitarefas por meio de barra lateral vertical Foto: Reprodução/Estadão

É aí que entra o Arc. O navegador descarta algumas soluções básicas dos rivais e repensa alguns hábitos que usuários têm há décadas. Além disso, a startup nova-iorquina Browser Company tenta nos levar para uma “internet do futuro”, na qual a inteligência artificial, a customização e privacidade caminham lado a lado.

É preciso dizer, antes de tudo, que o Arc ainda tem um caráter de testes. Além de atualizações quase semanais no navegador, o app está disponível para ser instalado somente em computadores Mac (da Apple) e naqueles PCs com Windows 11, versão mais recente do sistema operacional da Microsoft. Ou seja, ainda se trata de um browser com baixa popularidade.

O resultado geral é bem positivo, após meus testes ao longo de um mês. O Arc provou ser um navegador bastante estável e extremamente veloz – que é algo de que ninguém deve abrir mão. Já os novos recursos, que incluem uma interface totalmente redesenhada para ser multitarefas, fazem total sentido para um usuário que trabalha com a web, trocando de páginas o dia todo – como um repórter, por exemplo.

O Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito

Ao final dos trinta dias, é fácil dizer que a missão da Browser Company foi cumprida: o Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito. Abandonei o Chrome, que usava para o trabalho, e o Safari, que usava em meu celular e computador pessoais. Agora, reúno tudo em um único aplicativo, que consegue criar perfis para diferentes hábitos – como a vida corporativa e a privada, sem permitir que informações de diferentes contas sejam misturadas no browser.

Atualmente, o maior problema do Arc está na sincronização entre plataformas. Não é possível usar o navegador da Browser Company em um notebook com Windows 10 (ou anterior), e o aplicativo para iPhone é um tanto quanto moderno demais: é pouco parecido com a versão para computadores e bastante diferente dos browsers tradicionais para celulares. Talvez eu vá precisar de mais tempo para me habituar à versão para smartphones.

Abaixo, veja o que o Arc faz de diferente.

O que o Arc faz de diferente?

Depois de baixar o Arc (aqui), é necessário criar uma conta e, mais importante, cadastrar suas informações pessoais, como e-mail e redes sociais. Isso pode ser feito manualmente, é claro. Mas a startup americana permite que você transfira todas as informações do Chrome, incluindo senhas e até extensões – essa facilidade se deve ao fato de o Arc operar sob o Chromium, infraestrutura de código-livre do Google para navegadores na qual se baseia o próprio Chrome. Muitos minutos, ou até horas, são poupados.

A primeira novidade é que o Arc não traz um menu horizontal no topo da tela onde se pode digitar o endereço de sites e organizar as abas. A solução é uma barra vertical, que reúne páginas em uso e as favoritadas, que, ao serem fixadas, nunca são fechadas. Por essa barra, o usuário consegue administrar o que a Browser Company chama de perfis e espaços, as principais novidades. A seguir, vamos diferenciar cada um deles.

Primeiro, os perfis permitem criar diferentes usuários dentro do Arc. Imagine que um perfil pode ser o pessoal, e outro perfil é para o trabalho. Eles não têm nada em comum, porque não compartilham logins, históricos, cookies nem extensões. É como se fosse outro navegador, reconfigurado do zero.

O Chrome possui esse recurso, mas a troca não é tão radical. Além disso, o Arc transforma a perfilização em algo mais intuitivo: sair de um perfil para o outro é muito simples, graças ao comando de deslizar lateralmente os dois dedos pela barra lateral. Não é preciso clicar em nenhum botão oculto, como faz o Google.

Navegador Arc permite dividir a interface por espaços, áreas que reúnem conjunto de abas Foto: Reprodução/The Browser Company

Dentro de cada perfil, é possível configurar os espaços, que são uma forma de reunir diferentes áreas de navegação para diferentes contextos em uma única janela. Cada espaço possui suas abas favoritas e um conjunto de páginas para serem encontradas facilmente, como aplicativos, documentos e planilhas. E elas podem ser reunidas em pastas com diferentes fins: “Redes Sociais” (com Facebook, Instagram e LinkedIn), “Lazer” (com Spotify e Netflix) e “Notícias” (com links para diferentes veículos de imprensa).

A Browser Company recomenda que os espaços sejam utilizados para “grandes áreas da sua vida”. Alguns exemplos incluem criar espaços para diferentes projetos no trabalho (dentro de um perfil) ou para planejar viagens (em outro perfil). Com isso, é possível reunir páginas importantes relacionadas a cada tema, sem ter que acumular dezenas de abas no topo da tela. Ao encerrar um projeto, o espaço pode ser facilmente deletado ou remanejado.

O design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Nada fica feio

Os espaços também podem ser visualmente diferentes entre si e permitem adicionar páginas favoritas únicas em cada um. Essas customizações fazem com que o usuário não confunda um tema com o outro, o que é essencial, e torna a navegação mais eficiente. Afinal, meus sites favoritos na vida pessoal podem não ser os mais úteis para mim no dia a dia do trabalho.

E o design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Surpreendemente, nada fica feio.

Navegador com IA

A Browser Company tem se dedicado a implementar pequenos recursos de inteligência artificial no seu navegador. Batizados de Arc Max, eles ajudam, e muito, a vida do usuário.

A funcionalidade mais inovadora é o “Pergunte Na Página”, que usa o chatbot do Arc para responder dúvidas relacionadas ao que é exibido na tela. Por exemplo, a funcionalidade torna possível resumir um texto longo em seus principais pontos e redirecionar o usuário para o exato trecho citado. A funcionalidade pode ser habilitada pelo comando de busca (command + F / control + F).

Além disso, o navegador está integrado ao ChatGPT, da OpenAI. Por meio de atalhos pré-definidos, é possível perguntar diretamente ao famoso chatbot da startup, sem ter de digitar o endereço da página ou acessar um aplicativo externo (basta apenas integrar sua conta da OpenAI ao navegador). O recurso, exclusivo para macOS, pode ser encontrado pelo atalho command+option+G.

Arc permite, com uso de inteligência artificial, criar prévia de cinco segundos de páginas da internet Foto: Reprodução/The Browser Company

O Arc também reorganiza seus conteúdos por tema. Tanto as abas quanto os downloads podem ser organizados a partir de assuntos comuns, permitindo “limpar” a barra lateral quando ela está cheia de conteúdos. Para quem é viciado em manter dezenas de abas, é uma novidade e tanto.

Outras novidade está em testes para computadores Mac, como prévias de cinco segundos em buscas do Google. Ao passar o cursor do mouse sobre um link, o recurso permite antecipar o que vai ser exibido na página.

Pequenos diferenciais, mas importantes

O Arc também traz outras mudanças pequenas, mas importantes, que o diferenciam de outros navegadores.

Vídeos e áudios, que se tornaram tão importantes na internet, são uma delas. Quando o usuário sai do YouTube com a reprodução em andamento e vai para outra página, o Arc transforma automaticamente o vídeo em uma miniatura flutuante na tela. Isso torna possível assistir a um vídeo de culinária enquanto, em outra página, lê uma receita de um chef. E é possível redimensionar o tamanho da miniatura e reposicioná-la como quiser na interface, bem como pausar o conteúdo. É curioso pensar que o Google, dono do Chrome e do YouTube, não tenha implementado essa solução por padrão.

A funcionalidade também serve para serviços de streaming, como o Spotify, e um player é criado automaticamente no final da barra lateral vertical.

Navegador Arc, da The Browser Company, permite fixar sites no topo da tela para acesso mais fácil Foto: Reprodução/The Browser Company

Além disso, a Browser Company criou um superatalho inspirado no recurso Spotlight, da Apple (uma espécie de buscador faz-tudo no sistema macOS, com capacidade de buscar por mensagens, e-mails, arquivos e até pesquisas rápidas na Web). Ao acionar no teclado os botões “command + T” (que, num navegador tradicional, abre uma nova aba), o usuário consegue trocar por uma aba aberta, digitar um novo endereço, pesquisar no Google ou, ainda, até perguntar diretamente ao ChatGPT, o chatbot inteligente da OpenAI.

O app do Arc permite colocar duas páginas dentro de uma única janela – a tal da “Visão em tela dividida”. Com o comando do usuário, o navegador coloca uma página lado a lado. E esse formato pode ser fixado em diferentes espaços, é claro.

Ainda, o Arc tem uma lousa (batizada de “Easels”) onde o usuário pode reunir uma série de mídias, páginas da web, capturas de tela e até desenhos. Basicamente, é uma folha em branco onde o usuário pode colocar o que quiser e, depois, compartilhá-la com outra pessoa, que pode editar o material. A função é muito útil para designers, fotógrafos e outros criativos.

Legado do Arc

No mercado de tecnologia, ver grandes ideias serem descartadas é bastante comum. Portanto, é grande a possibilidade de a Browser Company ser comprada por outra gigante, declarar falência ou simplesmente não encontrar um mercado para seu navegador. E, então, o Arc desaparecer do mapa.

Mesmo que não vingue, o Arc pode causar um impacto importante no mercado de navegadores. Esse é um nicho estagnado e sem grandes novidades há mais de uma década, quando o Chrome, de 2008, ascendeu rapidamente como o substituto do Internet Explorer.

Desde então, a internet ficou mais complexa. Utilizamos um mesmo navegador em diversos momentos, junto com aplicativos. E a inteligência artificial promete mudar como nos relacionamos com buscas na Web, com criação de conteúdo e com tarefas repetitivas.

O Arc almeja ser o navegador do futuro. Hoje, de fato é bastante futurista. Mas, mesmo que a Browser Company falhe em sua ambição, se os rivais copiarem ou ao menos repensarem seus produtos, esse já será um passo imenso para o mercado. Quem sai ganhando, é claro, é o usuário.

Uma startup de Nova York, nos Estados Unidos, quer mudar para sempre os navegadores de internet, um mercado com mais de 30 anos de vida e, hoje, liderado por duas empresas gigantes, o Google e a Apple. A empreitada é realizada pela empresa The Browser Company, que desenvolve o Arc com uma missão bastante ambiciosa: torná-lo o seu novo browser favorito.

Navegadores (ou browsers) são a porta de entrada para a Worldwide Web (WWW). Eles são instalados nos computadores pessoais desde o nascimento da internet, no início dos anos 1990. Os pioneiros foram o Netscape (que, em 2002, se tornaria o Firefox, da Mozilla) e o Internet Explorer (que a Microsoft transformaria em Edge, em 2015). Nos anos seguintes, a popularização dos smartphones colocou o Chrome (do Google) e o Safari (da Apple) na liderança do mercado mundial. Mas, ao longo desse período, a interface, forma de navegação e o propósito desses produtos pouco mudaram.

Navegador Arc traz visual que facilita atividades multitarefas por meio de barra lateral vertical Foto: Reprodução/Estadão

É aí que entra o Arc. O navegador descarta algumas soluções básicas dos rivais e repensa alguns hábitos que usuários têm há décadas. Além disso, a startup nova-iorquina Browser Company tenta nos levar para uma “internet do futuro”, na qual a inteligência artificial, a customização e privacidade caminham lado a lado.

É preciso dizer, antes de tudo, que o Arc ainda tem um caráter de testes. Além de atualizações quase semanais no navegador, o app está disponível para ser instalado somente em computadores Mac (da Apple) e naqueles PCs com Windows 11, versão mais recente do sistema operacional da Microsoft. Ou seja, ainda se trata de um browser com baixa popularidade.

O resultado geral é bem positivo, após meus testes ao longo de um mês. O Arc provou ser um navegador bastante estável e extremamente veloz – que é algo de que ninguém deve abrir mão. Já os novos recursos, que incluem uma interface totalmente redesenhada para ser multitarefas, fazem total sentido para um usuário que trabalha com a web, trocando de páginas o dia todo – como um repórter, por exemplo.

O Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito

Ao final dos trinta dias, é fácil dizer que a missão da Browser Company foi cumprida: o Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito. Abandonei o Chrome, que usava para o trabalho, e o Safari, que usava em meu celular e computador pessoais. Agora, reúno tudo em um único aplicativo, que consegue criar perfis para diferentes hábitos – como a vida corporativa e a privada, sem permitir que informações de diferentes contas sejam misturadas no browser.

Atualmente, o maior problema do Arc está na sincronização entre plataformas. Não é possível usar o navegador da Browser Company em um notebook com Windows 10 (ou anterior), e o aplicativo para iPhone é um tanto quanto moderno demais: é pouco parecido com a versão para computadores e bastante diferente dos browsers tradicionais para celulares. Talvez eu vá precisar de mais tempo para me habituar à versão para smartphones.

Abaixo, veja o que o Arc faz de diferente.

O que o Arc faz de diferente?

Depois de baixar o Arc (aqui), é necessário criar uma conta e, mais importante, cadastrar suas informações pessoais, como e-mail e redes sociais. Isso pode ser feito manualmente, é claro. Mas a startup americana permite que você transfira todas as informações do Chrome, incluindo senhas e até extensões – essa facilidade se deve ao fato de o Arc operar sob o Chromium, infraestrutura de código-livre do Google para navegadores na qual se baseia o próprio Chrome. Muitos minutos, ou até horas, são poupados.

A primeira novidade é que o Arc não traz um menu horizontal no topo da tela onde se pode digitar o endereço de sites e organizar as abas. A solução é uma barra vertical, que reúne páginas em uso e as favoritadas, que, ao serem fixadas, nunca são fechadas. Por essa barra, o usuário consegue administrar o que a Browser Company chama de perfis e espaços, as principais novidades. A seguir, vamos diferenciar cada um deles.

Primeiro, os perfis permitem criar diferentes usuários dentro do Arc. Imagine que um perfil pode ser o pessoal, e outro perfil é para o trabalho. Eles não têm nada em comum, porque não compartilham logins, históricos, cookies nem extensões. É como se fosse outro navegador, reconfigurado do zero.

O Chrome possui esse recurso, mas a troca não é tão radical. Além disso, o Arc transforma a perfilização em algo mais intuitivo: sair de um perfil para o outro é muito simples, graças ao comando de deslizar lateralmente os dois dedos pela barra lateral. Não é preciso clicar em nenhum botão oculto, como faz o Google.

Navegador Arc permite dividir a interface por espaços, áreas que reúnem conjunto de abas Foto: Reprodução/The Browser Company

Dentro de cada perfil, é possível configurar os espaços, que são uma forma de reunir diferentes áreas de navegação para diferentes contextos em uma única janela. Cada espaço possui suas abas favoritas e um conjunto de páginas para serem encontradas facilmente, como aplicativos, documentos e planilhas. E elas podem ser reunidas em pastas com diferentes fins: “Redes Sociais” (com Facebook, Instagram e LinkedIn), “Lazer” (com Spotify e Netflix) e “Notícias” (com links para diferentes veículos de imprensa).

A Browser Company recomenda que os espaços sejam utilizados para “grandes áreas da sua vida”. Alguns exemplos incluem criar espaços para diferentes projetos no trabalho (dentro de um perfil) ou para planejar viagens (em outro perfil). Com isso, é possível reunir páginas importantes relacionadas a cada tema, sem ter que acumular dezenas de abas no topo da tela. Ao encerrar um projeto, o espaço pode ser facilmente deletado ou remanejado.

O design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Nada fica feio

Os espaços também podem ser visualmente diferentes entre si e permitem adicionar páginas favoritas únicas em cada um. Essas customizações fazem com que o usuário não confunda um tema com o outro, o que é essencial, e torna a navegação mais eficiente. Afinal, meus sites favoritos na vida pessoal podem não ser os mais úteis para mim no dia a dia do trabalho.

E o design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Surpreendemente, nada fica feio.

Navegador com IA

A Browser Company tem se dedicado a implementar pequenos recursos de inteligência artificial no seu navegador. Batizados de Arc Max, eles ajudam, e muito, a vida do usuário.

A funcionalidade mais inovadora é o “Pergunte Na Página”, que usa o chatbot do Arc para responder dúvidas relacionadas ao que é exibido na tela. Por exemplo, a funcionalidade torna possível resumir um texto longo em seus principais pontos e redirecionar o usuário para o exato trecho citado. A funcionalidade pode ser habilitada pelo comando de busca (command + F / control + F).

Além disso, o navegador está integrado ao ChatGPT, da OpenAI. Por meio de atalhos pré-definidos, é possível perguntar diretamente ao famoso chatbot da startup, sem ter de digitar o endereço da página ou acessar um aplicativo externo (basta apenas integrar sua conta da OpenAI ao navegador). O recurso, exclusivo para macOS, pode ser encontrado pelo atalho command+option+G.

Arc permite, com uso de inteligência artificial, criar prévia de cinco segundos de páginas da internet Foto: Reprodução/The Browser Company

O Arc também reorganiza seus conteúdos por tema. Tanto as abas quanto os downloads podem ser organizados a partir de assuntos comuns, permitindo “limpar” a barra lateral quando ela está cheia de conteúdos. Para quem é viciado em manter dezenas de abas, é uma novidade e tanto.

Outras novidade está em testes para computadores Mac, como prévias de cinco segundos em buscas do Google. Ao passar o cursor do mouse sobre um link, o recurso permite antecipar o que vai ser exibido na página.

Pequenos diferenciais, mas importantes

O Arc também traz outras mudanças pequenas, mas importantes, que o diferenciam de outros navegadores.

Vídeos e áudios, que se tornaram tão importantes na internet, são uma delas. Quando o usuário sai do YouTube com a reprodução em andamento e vai para outra página, o Arc transforma automaticamente o vídeo em uma miniatura flutuante na tela. Isso torna possível assistir a um vídeo de culinária enquanto, em outra página, lê uma receita de um chef. E é possível redimensionar o tamanho da miniatura e reposicioná-la como quiser na interface, bem como pausar o conteúdo. É curioso pensar que o Google, dono do Chrome e do YouTube, não tenha implementado essa solução por padrão.

A funcionalidade também serve para serviços de streaming, como o Spotify, e um player é criado automaticamente no final da barra lateral vertical.

Navegador Arc, da The Browser Company, permite fixar sites no topo da tela para acesso mais fácil Foto: Reprodução/The Browser Company

Além disso, a Browser Company criou um superatalho inspirado no recurso Spotlight, da Apple (uma espécie de buscador faz-tudo no sistema macOS, com capacidade de buscar por mensagens, e-mails, arquivos e até pesquisas rápidas na Web). Ao acionar no teclado os botões “command + T” (que, num navegador tradicional, abre uma nova aba), o usuário consegue trocar por uma aba aberta, digitar um novo endereço, pesquisar no Google ou, ainda, até perguntar diretamente ao ChatGPT, o chatbot inteligente da OpenAI.

O app do Arc permite colocar duas páginas dentro de uma única janela – a tal da “Visão em tela dividida”. Com o comando do usuário, o navegador coloca uma página lado a lado. E esse formato pode ser fixado em diferentes espaços, é claro.

Ainda, o Arc tem uma lousa (batizada de “Easels”) onde o usuário pode reunir uma série de mídias, páginas da web, capturas de tela e até desenhos. Basicamente, é uma folha em branco onde o usuário pode colocar o que quiser e, depois, compartilhá-la com outra pessoa, que pode editar o material. A função é muito útil para designers, fotógrafos e outros criativos.

Legado do Arc

No mercado de tecnologia, ver grandes ideias serem descartadas é bastante comum. Portanto, é grande a possibilidade de a Browser Company ser comprada por outra gigante, declarar falência ou simplesmente não encontrar um mercado para seu navegador. E, então, o Arc desaparecer do mapa.

Mesmo que não vingue, o Arc pode causar um impacto importante no mercado de navegadores. Esse é um nicho estagnado e sem grandes novidades há mais de uma década, quando o Chrome, de 2008, ascendeu rapidamente como o substituto do Internet Explorer.

Desde então, a internet ficou mais complexa. Utilizamos um mesmo navegador em diversos momentos, junto com aplicativos. E a inteligência artificial promete mudar como nos relacionamos com buscas na Web, com criação de conteúdo e com tarefas repetitivas.

O Arc almeja ser o navegador do futuro. Hoje, de fato é bastante futurista. Mas, mesmo que a Browser Company falhe em sua ambição, se os rivais copiarem ou ao menos repensarem seus produtos, esse já será um passo imenso para o mercado. Quem sai ganhando, é claro, é o usuário.

Uma startup de Nova York, nos Estados Unidos, quer mudar para sempre os navegadores de internet, um mercado com mais de 30 anos de vida e, hoje, liderado por duas empresas gigantes, o Google e a Apple. A empreitada é realizada pela empresa The Browser Company, que desenvolve o Arc com uma missão bastante ambiciosa: torná-lo o seu novo browser favorito.

Navegadores (ou browsers) são a porta de entrada para a Worldwide Web (WWW). Eles são instalados nos computadores pessoais desde o nascimento da internet, no início dos anos 1990. Os pioneiros foram o Netscape (que, em 2002, se tornaria o Firefox, da Mozilla) e o Internet Explorer (que a Microsoft transformaria em Edge, em 2015). Nos anos seguintes, a popularização dos smartphones colocou o Chrome (do Google) e o Safari (da Apple) na liderança do mercado mundial. Mas, ao longo desse período, a interface, forma de navegação e o propósito desses produtos pouco mudaram.

Navegador Arc traz visual que facilita atividades multitarefas por meio de barra lateral vertical Foto: Reprodução/Estadão

É aí que entra o Arc. O navegador descarta algumas soluções básicas dos rivais e repensa alguns hábitos que usuários têm há décadas. Além disso, a startup nova-iorquina Browser Company tenta nos levar para uma “internet do futuro”, na qual a inteligência artificial, a customização e privacidade caminham lado a lado.

É preciso dizer, antes de tudo, que o Arc ainda tem um caráter de testes. Além de atualizações quase semanais no navegador, o app está disponível para ser instalado somente em computadores Mac (da Apple) e naqueles PCs com Windows 11, versão mais recente do sistema operacional da Microsoft. Ou seja, ainda se trata de um browser com baixa popularidade.

O resultado geral é bem positivo, após meus testes ao longo de um mês. O Arc provou ser um navegador bastante estável e extremamente veloz – que é algo de que ninguém deve abrir mão. Já os novos recursos, que incluem uma interface totalmente redesenhada para ser multitarefas, fazem total sentido para um usuário que trabalha com a web, trocando de páginas o dia todo – como um repórter, por exemplo.

O Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito

Ao final dos trinta dias, é fácil dizer que a missão da Browser Company foi cumprida: o Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito. Abandonei o Chrome, que usava para o trabalho, e o Safari, que usava em meu celular e computador pessoais. Agora, reúno tudo em um único aplicativo, que consegue criar perfis para diferentes hábitos – como a vida corporativa e a privada, sem permitir que informações de diferentes contas sejam misturadas no browser.

Atualmente, o maior problema do Arc está na sincronização entre plataformas. Não é possível usar o navegador da Browser Company em um notebook com Windows 10 (ou anterior), e o aplicativo para iPhone é um tanto quanto moderno demais: é pouco parecido com a versão para computadores e bastante diferente dos browsers tradicionais para celulares. Talvez eu vá precisar de mais tempo para me habituar à versão para smartphones.

Abaixo, veja o que o Arc faz de diferente.

O que o Arc faz de diferente?

Depois de baixar o Arc (aqui), é necessário criar uma conta e, mais importante, cadastrar suas informações pessoais, como e-mail e redes sociais. Isso pode ser feito manualmente, é claro. Mas a startup americana permite que você transfira todas as informações do Chrome, incluindo senhas e até extensões – essa facilidade se deve ao fato de o Arc operar sob o Chromium, infraestrutura de código-livre do Google para navegadores na qual se baseia o próprio Chrome. Muitos minutos, ou até horas, são poupados.

A primeira novidade é que o Arc não traz um menu horizontal no topo da tela onde se pode digitar o endereço de sites e organizar as abas. A solução é uma barra vertical, que reúne páginas em uso e as favoritadas, que, ao serem fixadas, nunca são fechadas. Por essa barra, o usuário consegue administrar o que a Browser Company chama de perfis e espaços, as principais novidades. A seguir, vamos diferenciar cada um deles.

Primeiro, os perfis permitem criar diferentes usuários dentro do Arc. Imagine que um perfil pode ser o pessoal, e outro perfil é para o trabalho. Eles não têm nada em comum, porque não compartilham logins, históricos, cookies nem extensões. É como se fosse outro navegador, reconfigurado do zero.

O Chrome possui esse recurso, mas a troca não é tão radical. Além disso, o Arc transforma a perfilização em algo mais intuitivo: sair de um perfil para o outro é muito simples, graças ao comando de deslizar lateralmente os dois dedos pela barra lateral. Não é preciso clicar em nenhum botão oculto, como faz o Google.

Navegador Arc permite dividir a interface por espaços, áreas que reúnem conjunto de abas Foto: Reprodução/The Browser Company

Dentro de cada perfil, é possível configurar os espaços, que são uma forma de reunir diferentes áreas de navegação para diferentes contextos em uma única janela. Cada espaço possui suas abas favoritas e um conjunto de páginas para serem encontradas facilmente, como aplicativos, documentos e planilhas. E elas podem ser reunidas em pastas com diferentes fins: “Redes Sociais” (com Facebook, Instagram e LinkedIn), “Lazer” (com Spotify e Netflix) e “Notícias” (com links para diferentes veículos de imprensa).

A Browser Company recomenda que os espaços sejam utilizados para “grandes áreas da sua vida”. Alguns exemplos incluem criar espaços para diferentes projetos no trabalho (dentro de um perfil) ou para planejar viagens (em outro perfil). Com isso, é possível reunir páginas importantes relacionadas a cada tema, sem ter que acumular dezenas de abas no topo da tela. Ao encerrar um projeto, o espaço pode ser facilmente deletado ou remanejado.

O design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Nada fica feio

Os espaços também podem ser visualmente diferentes entre si e permitem adicionar páginas favoritas únicas em cada um. Essas customizações fazem com que o usuário não confunda um tema com o outro, o que é essencial, e torna a navegação mais eficiente. Afinal, meus sites favoritos na vida pessoal podem não ser os mais úteis para mim no dia a dia do trabalho.

E o design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Surpreendemente, nada fica feio.

Navegador com IA

A Browser Company tem se dedicado a implementar pequenos recursos de inteligência artificial no seu navegador. Batizados de Arc Max, eles ajudam, e muito, a vida do usuário.

A funcionalidade mais inovadora é o “Pergunte Na Página”, que usa o chatbot do Arc para responder dúvidas relacionadas ao que é exibido na tela. Por exemplo, a funcionalidade torna possível resumir um texto longo em seus principais pontos e redirecionar o usuário para o exato trecho citado. A funcionalidade pode ser habilitada pelo comando de busca (command + F / control + F).

Além disso, o navegador está integrado ao ChatGPT, da OpenAI. Por meio de atalhos pré-definidos, é possível perguntar diretamente ao famoso chatbot da startup, sem ter de digitar o endereço da página ou acessar um aplicativo externo (basta apenas integrar sua conta da OpenAI ao navegador). O recurso, exclusivo para macOS, pode ser encontrado pelo atalho command+option+G.

Arc permite, com uso de inteligência artificial, criar prévia de cinco segundos de páginas da internet Foto: Reprodução/The Browser Company

O Arc também reorganiza seus conteúdos por tema. Tanto as abas quanto os downloads podem ser organizados a partir de assuntos comuns, permitindo “limpar” a barra lateral quando ela está cheia de conteúdos. Para quem é viciado em manter dezenas de abas, é uma novidade e tanto.

Outras novidade está em testes para computadores Mac, como prévias de cinco segundos em buscas do Google. Ao passar o cursor do mouse sobre um link, o recurso permite antecipar o que vai ser exibido na página.

Pequenos diferenciais, mas importantes

O Arc também traz outras mudanças pequenas, mas importantes, que o diferenciam de outros navegadores.

Vídeos e áudios, que se tornaram tão importantes na internet, são uma delas. Quando o usuário sai do YouTube com a reprodução em andamento e vai para outra página, o Arc transforma automaticamente o vídeo em uma miniatura flutuante na tela. Isso torna possível assistir a um vídeo de culinária enquanto, em outra página, lê uma receita de um chef. E é possível redimensionar o tamanho da miniatura e reposicioná-la como quiser na interface, bem como pausar o conteúdo. É curioso pensar que o Google, dono do Chrome e do YouTube, não tenha implementado essa solução por padrão.

A funcionalidade também serve para serviços de streaming, como o Spotify, e um player é criado automaticamente no final da barra lateral vertical.

Navegador Arc, da The Browser Company, permite fixar sites no topo da tela para acesso mais fácil Foto: Reprodução/The Browser Company

Além disso, a Browser Company criou um superatalho inspirado no recurso Spotlight, da Apple (uma espécie de buscador faz-tudo no sistema macOS, com capacidade de buscar por mensagens, e-mails, arquivos e até pesquisas rápidas na Web). Ao acionar no teclado os botões “command + T” (que, num navegador tradicional, abre uma nova aba), o usuário consegue trocar por uma aba aberta, digitar um novo endereço, pesquisar no Google ou, ainda, até perguntar diretamente ao ChatGPT, o chatbot inteligente da OpenAI.

O app do Arc permite colocar duas páginas dentro de uma única janela – a tal da “Visão em tela dividida”. Com o comando do usuário, o navegador coloca uma página lado a lado. E esse formato pode ser fixado em diferentes espaços, é claro.

Ainda, o Arc tem uma lousa (batizada de “Easels”) onde o usuário pode reunir uma série de mídias, páginas da web, capturas de tela e até desenhos. Basicamente, é uma folha em branco onde o usuário pode colocar o que quiser e, depois, compartilhá-la com outra pessoa, que pode editar o material. A função é muito útil para designers, fotógrafos e outros criativos.

Legado do Arc

No mercado de tecnologia, ver grandes ideias serem descartadas é bastante comum. Portanto, é grande a possibilidade de a Browser Company ser comprada por outra gigante, declarar falência ou simplesmente não encontrar um mercado para seu navegador. E, então, o Arc desaparecer do mapa.

Mesmo que não vingue, o Arc pode causar um impacto importante no mercado de navegadores. Esse é um nicho estagnado e sem grandes novidades há mais de uma década, quando o Chrome, de 2008, ascendeu rapidamente como o substituto do Internet Explorer.

Desde então, a internet ficou mais complexa. Utilizamos um mesmo navegador em diversos momentos, junto com aplicativos. E a inteligência artificial promete mudar como nos relacionamos com buscas na Web, com criação de conteúdo e com tarefas repetitivas.

O Arc almeja ser o navegador do futuro. Hoje, de fato é bastante futurista. Mas, mesmo que a Browser Company falhe em sua ambição, se os rivais copiarem ou ao menos repensarem seus produtos, esse já será um passo imenso para o mercado. Quem sai ganhando, é claro, é o usuário.

Uma startup de Nova York, nos Estados Unidos, quer mudar para sempre os navegadores de internet, um mercado com mais de 30 anos de vida e, hoje, liderado por duas empresas gigantes, o Google e a Apple. A empreitada é realizada pela empresa The Browser Company, que desenvolve o Arc com uma missão bastante ambiciosa: torná-lo o seu novo browser favorito.

Navegadores (ou browsers) são a porta de entrada para a Worldwide Web (WWW). Eles são instalados nos computadores pessoais desde o nascimento da internet, no início dos anos 1990. Os pioneiros foram o Netscape (que, em 2002, se tornaria o Firefox, da Mozilla) e o Internet Explorer (que a Microsoft transformaria em Edge, em 2015). Nos anos seguintes, a popularização dos smartphones colocou o Chrome (do Google) e o Safari (da Apple) na liderança do mercado mundial. Mas, ao longo desse período, a interface, forma de navegação e o propósito desses produtos pouco mudaram.

Navegador Arc traz visual que facilita atividades multitarefas por meio de barra lateral vertical Foto: Reprodução/Estadão

É aí que entra o Arc. O navegador descarta algumas soluções básicas dos rivais e repensa alguns hábitos que usuários têm há décadas. Além disso, a startup nova-iorquina Browser Company tenta nos levar para uma “internet do futuro”, na qual a inteligência artificial, a customização e privacidade caminham lado a lado.

É preciso dizer, antes de tudo, que o Arc ainda tem um caráter de testes. Além de atualizações quase semanais no navegador, o app está disponível para ser instalado somente em computadores Mac (da Apple) e naqueles PCs com Windows 11, versão mais recente do sistema operacional da Microsoft. Ou seja, ainda se trata de um browser com baixa popularidade.

O resultado geral é bem positivo, após meus testes ao longo de um mês. O Arc provou ser um navegador bastante estável e extremamente veloz – que é algo de que ninguém deve abrir mão. Já os novos recursos, que incluem uma interface totalmente redesenhada para ser multitarefas, fazem total sentido para um usuário que trabalha com a web, trocando de páginas o dia todo – como um repórter, por exemplo.

O Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito

Ao final dos trinta dias, é fácil dizer que a missão da Browser Company foi cumprida: o Arc se tornou, de fato, meu navegador favorito. Abandonei o Chrome, que usava para o trabalho, e o Safari, que usava em meu celular e computador pessoais. Agora, reúno tudo em um único aplicativo, que consegue criar perfis para diferentes hábitos – como a vida corporativa e a privada, sem permitir que informações de diferentes contas sejam misturadas no browser.

Atualmente, o maior problema do Arc está na sincronização entre plataformas. Não é possível usar o navegador da Browser Company em um notebook com Windows 10 (ou anterior), e o aplicativo para iPhone é um tanto quanto moderno demais: é pouco parecido com a versão para computadores e bastante diferente dos browsers tradicionais para celulares. Talvez eu vá precisar de mais tempo para me habituar à versão para smartphones.

Abaixo, veja o que o Arc faz de diferente.

O que o Arc faz de diferente?

Depois de baixar o Arc (aqui), é necessário criar uma conta e, mais importante, cadastrar suas informações pessoais, como e-mail e redes sociais. Isso pode ser feito manualmente, é claro. Mas a startup americana permite que você transfira todas as informações do Chrome, incluindo senhas e até extensões – essa facilidade se deve ao fato de o Arc operar sob o Chromium, infraestrutura de código-livre do Google para navegadores na qual se baseia o próprio Chrome. Muitos minutos, ou até horas, são poupados.

A primeira novidade é que o Arc não traz um menu horizontal no topo da tela onde se pode digitar o endereço de sites e organizar as abas. A solução é uma barra vertical, que reúne páginas em uso e as favoritadas, que, ao serem fixadas, nunca são fechadas. Por essa barra, o usuário consegue administrar o que a Browser Company chama de perfis e espaços, as principais novidades. A seguir, vamos diferenciar cada um deles.

Primeiro, os perfis permitem criar diferentes usuários dentro do Arc. Imagine que um perfil pode ser o pessoal, e outro perfil é para o trabalho. Eles não têm nada em comum, porque não compartilham logins, históricos, cookies nem extensões. É como se fosse outro navegador, reconfigurado do zero.

O Chrome possui esse recurso, mas a troca não é tão radical. Além disso, o Arc transforma a perfilização em algo mais intuitivo: sair de um perfil para o outro é muito simples, graças ao comando de deslizar lateralmente os dois dedos pela barra lateral. Não é preciso clicar em nenhum botão oculto, como faz o Google.

Navegador Arc permite dividir a interface por espaços, áreas que reúnem conjunto de abas Foto: Reprodução/The Browser Company

Dentro de cada perfil, é possível configurar os espaços, que são uma forma de reunir diferentes áreas de navegação para diferentes contextos em uma única janela. Cada espaço possui suas abas favoritas e um conjunto de páginas para serem encontradas facilmente, como aplicativos, documentos e planilhas. E elas podem ser reunidas em pastas com diferentes fins: “Redes Sociais” (com Facebook, Instagram e LinkedIn), “Lazer” (com Spotify e Netflix) e “Notícias” (com links para diferentes veículos de imprensa).

A Browser Company recomenda que os espaços sejam utilizados para “grandes áreas da sua vida”. Alguns exemplos incluem criar espaços para diferentes projetos no trabalho (dentro de um perfil) ou para planejar viagens (em outro perfil). Com isso, é possível reunir páginas importantes relacionadas a cada tema, sem ter que acumular dezenas de abas no topo da tela. Ao encerrar um projeto, o espaço pode ser facilmente deletado ou remanejado.

O design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Nada fica feio

Os espaços também podem ser visualmente diferentes entre si e permitem adicionar páginas favoritas únicas em cada um. Essas customizações fazem com que o usuário não confunda um tema com o outro, o que é essencial, e torna a navegação mais eficiente. Afinal, meus sites favoritos na vida pessoal podem não ser os mais úteis para mim no dia a dia do trabalho.

E o design é bastante interessante, com possibilidade de inserir degradês e texturas nas barras laterais. Surpreendemente, nada fica feio.

Navegador com IA

A Browser Company tem se dedicado a implementar pequenos recursos de inteligência artificial no seu navegador. Batizados de Arc Max, eles ajudam, e muito, a vida do usuário.

A funcionalidade mais inovadora é o “Pergunte Na Página”, que usa o chatbot do Arc para responder dúvidas relacionadas ao que é exibido na tela. Por exemplo, a funcionalidade torna possível resumir um texto longo em seus principais pontos e redirecionar o usuário para o exato trecho citado. A funcionalidade pode ser habilitada pelo comando de busca (command + F / control + F).

Além disso, o navegador está integrado ao ChatGPT, da OpenAI. Por meio de atalhos pré-definidos, é possível perguntar diretamente ao famoso chatbot da startup, sem ter de digitar o endereço da página ou acessar um aplicativo externo (basta apenas integrar sua conta da OpenAI ao navegador). O recurso, exclusivo para macOS, pode ser encontrado pelo atalho command+option+G.

Arc permite, com uso de inteligência artificial, criar prévia de cinco segundos de páginas da internet Foto: Reprodução/The Browser Company

O Arc também reorganiza seus conteúdos por tema. Tanto as abas quanto os downloads podem ser organizados a partir de assuntos comuns, permitindo “limpar” a barra lateral quando ela está cheia de conteúdos. Para quem é viciado em manter dezenas de abas, é uma novidade e tanto.

Outras novidade está em testes para computadores Mac, como prévias de cinco segundos em buscas do Google. Ao passar o cursor do mouse sobre um link, o recurso permite antecipar o que vai ser exibido na página.

Pequenos diferenciais, mas importantes

O Arc também traz outras mudanças pequenas, mas importantes, que o diferenciam de outros navegadores.

Vídeos e áudios, que se tornaram tão importantes na internet, são uma delas. Quando o usuário sai do YouTube com a reprodução em andamento e vai para outra página, o Arc transforma automaticamente o vídeo em uma miniatura flutuante na tela. Isso torna possível assistir a um vídeo de culinária enquanto, em outra página, lê uma receita de um chef. E é possível redimensionar o tamanho da miniatura e reposicioná-la como quiser na interface, bem como pausar o conteúdo. É curioso pensar que o Google, dono do Chrome e do YouTube, não tenha implementado essa solução por padrão.

A funcionalidade também serve para serviços de streaming, como o Spotify, e um player é criado automaticamente no final da barra lateral vertical.

Navegador Arc, da The Browser Company, permite fixar sites no topo da tela para acesso mais fácil Foto: Reprodução/The Browser Company

Além disso, a Browser Company criou um superatalho inspirado no recurso Spotlight, da Apple (uma espécie de buscador faz-tudo no sistema macOS, com capacidade de buscar por mensagens, e-mails, arquivos e até pesquisas rápidas na Web). Ao acionar no teclado os botões “command + T” (que, num navegador tradicional, abre uma nova aba), o usuário consegue trocar por uma aba aberta, digitar um novo endereço, pesquisar no Google ou, ainda, até perguntar diretamente ao ChatGPT, o chatbot inteligente da OpenAI.

O app do Arc permite colocar duas páginas dentro de uma única janela – a tal da “Visão em tela dividida”. Com o comando do usuário, o navegador coloca uma página lado a lado. E esse formato pode ser fixado em diferentes espaços, é claro.

Ainda, o Arc tem uma lousa (batizada de “Easels”) onde o usuário pode reunir uma série de mídias, páginas da web, capturas de tela e até desenhos. Basicamente, é uma folha em branco onde o usuário pode colocar o que quiser e, depois, compartilhá-la com outra pessoa, que pode editar o material. A função é muito útil para designers, fotógrafos e outros criativos.

Legado do Arc

No mercado de tecnologia, ver grandes ideias serem descartadas é bastante comum. Portanto, é grande a possibilidade de a Browser Company ser comprada por outra gigante, declarar falência ou simplesmente não encontrar um mercado para seu navegador. E, então, o Arc desaparecer do mapa.

Mesmo que não vingue, o Arc pode causar um impacto importante no mercado de navegadores. Esse é um nicho estagnado e sem grandes novidades há mais de uma década, quando o Chrome, de 2008, ascendeu rapidamente como o substituto do Internet Explorer.

Desde então, a internet ficou mais complexa. Utilizamos um mesmo navegador em diversos momentos, junto com aplicativos. E a inteligência artificial promete mudar como nos relacionamos com buscas na Web, com criação de conteúdo e com tarefas repetitivas.

O Arc almeja ser o navegador do futuro. Hoje, de fato é bastante futurista. Mas, mesmo que a Browser Company falhe em sua ambição, se os rivais copiarem ou ao menos repensarem seus produtos, esse já será um passo imenso para o mercado. Quem sai ganhando, é claro, é o usuário.

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